Neste momento estamos a passar por uma fase de contrariedades :
Uns dizem - "Gastem!!" para movimentar a economia, enquanto que outros dizem - "Poupem" que estamos em crise.
Uns (Passos) dizem - "Emigrem! Se aqui estão descontentes então ide lá para fora melhorar a vida".
Outros (Cavaco) dizem - "Fiquem cá..., fiquem para nos ajudarem a levantar o país."
Até o próprio FMI já está a ser acusado de o seu memorando de entendimento estar cheio de medidas notóriamente contraditórias, basta ver o que saiu hoje na 1ª pág. do "Diário de Noticias". Por um lado a Srª presidente do FMI diz que Portugal não pode ser mais fustigado pela austeridade mas logo a seguir propõe ao nosso governo ponderar uma nova subida de impostos, nomeadamente a subida do IMI em cerca de 25% mais.
Eu sempre pensei que quando existem muitas contrariedades é mau sinal...é sinal de desorientação, de desorganização, de desentendimento.
Já andam para aí a espelhar que a Alemanha não vai ajudar mais a Grécia e que afinal a Espanha sempre vai pedir um resgate global, e não somente um parcial para a banca, como tinham dito no inicio.
Ninguém se entende e as criticas começam a aparecer. Os dedos vão começar a ser usados...e de diversas maneiras.
Cada vez mais acredito na introdução de um dos meus filmes favoritos onde a determinada altura se ouve o narrador a dizer :
- "The main liders of all countries joined together in several meetings across the world...and they talk, and talk, and talk..."
Assim não vamos a lado nenhum meus amigos e acreditem no que o ilustre Miguel Torga escreveu - falta-nos o
romântismo da agressão.
É que não sei se ainda alguém percebeu que mesmo que continuemos a nos comportar como cordeirinhos o "caldo" um dia vai mesmo ser entornado. Isto vai acabar mal meus senhores.
E agora mais uma excelente medida visionária que muito nos poderá ajudar, tanto ao povo como ao estado :
Em 2013 os portugueses vão poder deduzir, em sede de IRS, 5% do IVA pago em reparação e manutenção do automóvel, restauração, alojamento e cabeleireiro e similares. Podem, com isto, poupar 250 euros por ano, no máximo. Excelente notícia. Uma boa medida para compensar os portugueses pelas perdas com o aumento do IVA e, acima de tudo, lutar contra a fraude, levando as pessoas a pedir facturas. As contas, para o português médio que queira ter uma devolução de IRS de 250 euros e, com eles, resolver grande parte dos seus problemas financeiros, são simples de fazer. Para chegar a este astronómico montante de benefício só tem de gastar 1.800 euros com o seu carrinho, a comer em restaurantes, em hotéis e a tratar do cabelo. Eu ajudo: gaste 200 euros, todos os meses, em pequenas reparações no seu veículo. Não há de ser difícil. Conheço alguns mecânicos excelentes para a função. Vá, todos os dias úteis, a um restaurante decente e pague pelo menos 30 euros. Somado, já vão 1.080 euros. Passe, pelo menos uma vez por mês, uma noite no Hotel Lapa Palace. E vão 1.445 euros. Por fim, esperemos que tenha cabeleira farta para ainda usar os 355 euros que lhe sobram a tratar do seu visual. Vítor Gaspar pensa nos menos abonados e garantiu-lhes este bónus que os aliviará das suas provações. É verdade que os 1800 euros que têm de gastar por mês para receber os 250 no final do ano é, mais coisa menos coisa, o que o um casal médio português ganha mensalmente. Isso pode causar pequenos contratempos. A de não sobrar dinheiro para o resto, por exemplo. Ainda assim, ficam os parabéns pela medida. A pensar nos que mais sofrem com esta crise. Podem perder a casa, mas o Estado não se esquece deles quando procurarem um bom hotel.
Por isso vamos todos dar o exemplo e sermos bem comportadinhos e pedir sempre a factura, tal como o Estado faz e sempre o fez, mas mesmo que não o fizesse vamos todos seguir o que o nosso coração diz e sermos patriotas e fazer o nosso papel de cidadania. Não importa se depois o nosso estado gaste esse mesmo dinheiro na compra de submarinos avariados ou que mande fazer 5km de auto-estrada na Madeira só para "cortar-caminho".
O estado não serve de exemplo para ninguém, POR ISSO esqueçam-no e peçam mas é as facturinhas porque quando á banquetes milionários com os membros do Estado, ou quando se tem de encher os enormes depósitos dos Mercedes/BMW, eles também pedem sempre facturas.
Cambada de incumpridores e ignorantes que é este povo português!!