Ora viva caros amigos,
Falo-vos enquanto Director Executivo do BTTAlte,
Antes de mais gostaria de agradecer a todos e todas os participantes que se deslocaram a Alte este ano para participarem neste evento e que tanto o embelezam, é por vós que continuamos a trabalhar e continuaremos para conseguir manter de pé um evento como este.
Aqueles que me conhecem bem sabem que não entro nunca em disputas fúteis que a nada levam a não ser a algumas dores de cabeça para uns, por vezes gargalhadas para outros e algumas vezes dissabores a outros. Contudo e porque tenho um cargo de grande responsabilidade dentro da organização deste evento, sou forçado a deixar algumas considerações sobre alguns comentários aqui tecidos, os quais considero injustos, injustificados e sem razão de ser.
Não querendo alongar-me muito, vão permitir-me uma pequena introdução antes de poder referir-me ao resto.
A organização do BTTAlte conta com cerca de 270 pessoas envolvidas na operação logística do dia. Trata-se de uma organização onde nem um único colaborador ganha um único Euro pelo seu trabalho neste dia, são pessoas da comunidade, professores e alunos da Escola Profissional de Alte, voluntários que dedicam o seu tempo, paciência e dedicação para receber bem as cerca de 6000 pessoas que chegam a Alte neste dia. São alunos, jovens em aprendizagem. que muito dificilmente terão nas suas vidas outra oportunidade de estar por dentro de uma organização com esta dimensão e com este intuito. São pessoas com a pretensão de poder proporcionar neste dia a quem visita esta muito bonita aldeia típica, um dia de muito bom convívio e alegria, que neste dia se esforçam para além das suas capacidades para que nada falhe. A todos eles o meu muito obrigado.
A operação assente nestas pessoas é coordenada e dirigida por duas pessoas, eu e o “Grande” mentor de todo este projecto, um visionário do BTT que há 12 anos atrás se lembrou de organizar um evento pioneiro e que hoje tem a dimensão que tem, estou a falar do meu amigo e colega de aventuras Professor Acácio Café, que de muito abdica sem receber um único cêntimo em troca, para conseguir dar ao BTT este evento. Mas como não quero ser “advogado do diabo”, não me vou alargar muito mais.
Eu que vivo o desporto desde a minha infância, tendo sido atleta federado desde o futebol à natação e por ultimo o BTT (aqui nunca fui federado), inclusive aquando da minha licenciatura em psicologia clínica, publiquei um estudo sobre a motivação para a prática desportiva em jovens e adolescentes (na altura, hoje adultos certamente), do qual lembro-me que os resultados mais interessantes e relevantes era que os jovens praticavam desporto pelo desporto e bem estar e apenas uma pequena percentagem, pelo estatuto social que poderiam vir a ter com o desporto, muito me custa agora que quase completo o meu Doutoramento em Neuropsicologia Clínica, constatar que talvez estes valores possam estar a inverter-se. Felizmente muitos de vós que talvez até tenham sido alvo desse meu estudo cientifico, ainda mantêm os valores da prática desportiva e conseguem obter com o desporto uma satisfação pessoal que provavelmente não se consegue obter noutros contextos que não este, com o quotidiano exigente dos nossos dias.
Meus caros amigos, esta Organização sempre se tem esforçado por melhorar naquilo que está ao seu alcance as críticas construtivas que lhe são apontadas; e se hoje tem a dimensão que tem, é porque tem feito muito para poder ir ao encontro de todos os que nela participam. Impossível dirão uns, possível dirão outros, eu prefiro acreditar que o Homem consegue sempre superar-se desde que assim o deseje. Nesta nossa sociedade em constante mudança e muito marcada pela exigência de que façam por nós aquilo que nós não queremos fazer, mas que gostamos muito de exigir, custa-me muito e podem crer que me custa muito sentir e por vezes ouvir e ler coisas que são muito injustas e infundadas.
Bem e porque já me alonguei demais (parecia que estava a escrever a minha tese), vou directo ao assunto.
Segui e sigo com interesse as muitas opiniões aqui expressas neste fórum, fico feliz por constatar que a maioria é muito positiva. Existiram falhas certamente e temo-las anotadas todas as que tomámos consciência, pois só assim poderemos colmatá-las em próximas edições. Temos consciência das nossas limitações, mas também estamos muito convictos das nossas capacidades.
Se este evento é possível de organizar com o que proporciona às pessoas, é porque existe ainda quem esteja disposto a investir nele e a patrociná-lo. O custo real deste evento é muito grande e talvez muitos de vós que hoje apontam aspectos muito negativos, não tenham a noção desse custo. Se o preço da inscrição é de 15€ é porque existe possibilidade de ele ser de 15€. Se o preço da inscrição correspondesse ao valor real de uma participação neste evento ele nunca seria inferior a 55€.
Permitam-me que vos relembre algumas coisas nas quais este evento foi e continua a ser pioneiro.
Quando era possível oferecer uma T-Shirt e mais alguns brindes de lembrança, fomos pioneiros em faze-lo, outros seguiram-nos, talvez este tenha sido um erro grande da nossa parte, ao criarmos hábitos insaciáveis para poder satisfazer quem nos visitava, mas enfim….
Quando julgámos ideal retirar os tempos de quem fazia a prova para que tivessem referências dos seus desempenhos, mais uma vez fomos pioneiros em faze-lo.
Quando era hábito fazer inscrições em papel e fichas de inscrição, utilizámos as novas tecnologias para facilitar o trabalho e fizemos inscrições online.
Quando tivemos condições para o fazer, montámos o pagamento via Mb pois facilita muito o trabalho a todos, organização e participantes.
Aprendemos com quem faz bem, como é o exemplo de Portalegre e seguimos o exemplo de entregar os dorsais nas lojas parceiras. Obrigado Portalegre BTT pelo excelente exemplo.
Quando se utilizavam apenas algumas setas indicadoras para marcar percursos, nós utilizámos fitas, tendo igualmente aprendido com quem faz bem, neste caso com nossos vizinhos espanhóis de Ronda, Obrigado/Gracias Hermanos por lo que nos han ensidado! Hoje por exemplo foram utilizados mais de 1000 mts de fitas de marcação e centenas de placas informativas. Permitam-me a questão, vêm disto em mais algum lado?
Quando a segurança dos participantes não era uma prioridade, para nós sempre foi, e desde o momento em que nos foi possível faze-lo sempre tivemos equipas médicas e de enfermagem de apoio ao evento. Hoje são 2 médicos e 6 enfermeiros, 16 ambulâncias, 40 socorristas, 1 Hospital de Campanha, 1 Centro de Comando e de comunicações para controle de todo o percurso.
Aquilo a que alguns chamam de luxo para nós é uma prioridade, estou a falar de um Helicóptero que a sua função não é só filmar a partida, mas sim servir de meio de acompanhamento da prova do ar, o que permite uma percepção muito clara de como está a prova, para que saibam, foram 3 voos de controle e 4,5 horas em “stand by” preparado como ambulância para que se fosse necessário evacuar algum acidentado urgente se tal fosse necessário.
Quando se começou a falar em sistemas de inscrições com a possibilidade de ter como opções ou extras tudo o que não fosse a inscrição, ai está um sistema montado de raiz para permitir isso, mais uma vez estivemos na frente.
Caros amigos poderia estar aqui a enumerar outras coisas, mas não vos quero maçar mais.
Quanto ao que disse no início, vou responder a estas críticas que acho desajustadas injustas e não fundamentadas:
Caro “Vento”,
“Não FUI UNICO QUE NÃO VI PLACA DA SEPARAÇAO DA MEIA E MARATONA, “
Quanto à sinalização do desvio de nível de facto deve ter sido o único que não a viu e aconselho-o seriamente a consultar um oftalmologista, pois o desvio de nível estava sinalizado da seguinte forma:
Cerca de 500 Mts antes do desvio estava um placa informativa dizendo “ATENÇÂO – DESVIO DE NÍVEL – 500 Mts” , em seguida estava outra dizendo ATENÇÂO - Desvio de Nível – N3 (seta para Dta) N4 (Seta em frente) Depois no referido desvio de nível estava pelo menos uma rapariga devidamente identificada como Organização que vos alertava para o Desvio, se isto não fosse suficiente, já no referido percurso quer do N3 quer do N4 havia cerca de 500 Mts depois do Desvio uma placa de confirmação do Percurso que se seguia.
Se não conseguiu ver nenhuma destas indicações então é grave.
Quanto às restantes críticas, julgo já ter respondido antes. Não posso é aceitar que diga que os membros da organização no geral nada sabiam e eram pouco simpáticos, pois isso é uma inverdade. Que alguns alunos possam não se lembrar do que lhes foi comunicado em Breefing na Escola cerca de 3 dias antes da prova, isso meu caro, já não posso certificar-me que não tenha acontecido, agora simpatia, meu caro haja muita paciência para aturar alguma coisas que se vão vendo e ouvindo por aqueles trilhos. São crianças e jovens em formação, aprendizagem e desenvolvimento, pessoal, também já o fomos, tenhamos um pouco de compreensão.
Temos noção que os banhos são um problema a resolver urgentemente, estamos muito empenhados em melhorar essa questão, e acreditem estamos a tentar tudo para faze-lo, aquilo que vos proporcionamos é o que nos é possível oferecer por enquanto.
Quanto aos estacionamentos, meus caros um pouco de civismo também fica muito bem em cada um de nós e muitas vezes não existe. Para ficarmos por cima do outro e à frente do outro, fazemos tudo e mais alguma coisa para atingir, felizmente ainda há muito boa gente, e também gostamos muito de chegar em cima da hora, pois mais uns minutinhos na cama de manha sabem sempre bem.
Um aspecto a melhorar e o qual registamos é o acesso ao controlo 0 e não permitiremos estacionamentos nas imediações deste, infelizmente temos que disciplinar esta questão, pois não temos outra forma de o fazer.
Mais uma questão que assumimos a nossa falha, faltou a placa de META no percurso dos Níveis 1 e 2 “Passeio da Família/Fundação Inatel”, estava lá o arco da Inatel, mas faltou a indicação de META, apesar de todas as outras indicações do percurso para lá indicassem, falhou essa questão e não podia ter falhado. Aos participantes nestes dois níveis as nossas sinceras desculpas.
Saliento ainda que sempre é feita uma reunião de avaliação do evento entre os responsáveis do mesmo e da qual é elaborado um relatório do mesmo.
Caros “The Traveller e Biculas”
ASSUNTO IMPORTANTE E MUITO GRAVE.
Pois é, acerca do caso das fitas jogadas para o chão e para os campo, já fiz uma denuncia por mail hoje à C. M. de Albufeira, e amanhã se conseguir irei lá apresentar uma queixa directamente e por escrito.
Nós até tinha-mos agradecido o facto de terem recolhido as nossas fitas, para colocarem as deles, agora depois joga-las para o chão, isso é coisa que não se faz, ainda para mais quando usam trilhos que pertencem a outro concelho.
Isto é o exemplo que uma organização dá?
Acreditem que quando deparei com um cenário daqueles a vontade que me deu foi recolher todas as fitas da EPALTE, só que depois ponderei e achei que os participantes não têm culpa da porcalhice dos outros.
Espero que ao menos admitam que erraram e que peçam desculpa publicamente.”
Antes de criticarem da maneira efusiva que o fazem, por favor procurem informar-se correctamente das questões que aqui colocam. Antes de acusarem questionem se as fitas não estavam já no chão ou não voaram com os temporais que têm acontecido. Estou certo que nenhum dos membros da organização do BTTAlte que fez as marcações do percurso vos atirou as vossas tão preciosas fitas para o chão, muito pelo contrário, se desejarem poder-vos-ei mostrar os sacos do lixo (se tal ainda for possível), com as muitas fitas vermelhas e brancas que nós tirámos do percurso onde de facto vocês andaram na semana passada.
De facto organizar m passeio de iniciação ao BTT com guias, e depois levar mais de uma semana para retirar as fitas de marcação do terreno é que a mim me parece pouco admissível, para não utilizar as vossas palavras “MUITO GRAVE”, uma vez que estão tão preocupados com as questões ambientais.
Caro Roberto ”Biculas”, prezo muito em saber que tenhas feito a queixa à CMA, nós cá estaremos para responder pelos nossos actos como sempre o fizemos, pois estamos tranquilos que nada disso que nos acusam é verídico. Talvez isto sim seja interessante referir e um exemplo, que hoje mesmo o nosso percurso começou a ser limpo desde as placas de marcação, às fitas e ao muito lixo que todos deixaram infelizmente nos trilhos. Talvez seja igualmente interessante referir aqui que a CM Albufeira, uma entidade que muito respeito, pois sou morador deste concelho, quando em Novembro lhe enviámos uma comunicação pedindo autorização para divulgar o nosso evento nesse concelho, fazendo as coisas como devem ser feitas, até hoje, nem sequer um NÂO, NÂO AUTORIZAMOS se dignou a enviar-nos. Muito obrigado CMA.
Outra coisa que talvez desconheças caro Roberto, é que nós todos os anos organizamos um dossier intitulado “Dossier de Prova” com todos os dados sobre o evento, desde dados técnicos a mapas, etc, o qual fazemos chegar a entidades como CM Loulé, Associação de Ciclismo do Algarve, Federação Portuguesa de Ciclismo e Governo Civil de Faro, para que a prova possa ser devidamente autorizada. Como tal meu caro, quando falas que “passamos nos trilhos de outro concelho” sem autorização, deves informar-te melhor sobre o que dizes.
Só mais uma questão em relação ao dinheiro das inscrições. O valor conseguido com as inscrições tem sido desde que se começou a cobrar inscrição, sempre doado a causas sociais, como podem facilmente constatar no nosso site através do Projecto “Escola Solidária”, portanto quando falam em muito dinheiro envolvido na organização, por favor pensem bem antes de dizer barbaridades.
Caros amigos porque isto já vai longo, certamente muito fica por dizer, mas permitam-me que vos agradeça uma vez mais pela vossa presença, e que vos prometa que esta organização vai sempre fazer tudo o que estiver ao seu alcance para vos oferecer um evento que seja digno da vossa presença.
Cumprimentos BTTistas a todos, até breve,
Dário Coelho
Director Executivo
BTTAlte