Crónicas de um Bravo do Pelotão por Terras Helvéticas

AFP70

Active Member
A caminho de “Geltenhütte” aprendi a respeitar a vida…

Parafraseando Vergílio Ferreira “Vive a vida o mais intensamente que puderes. Escreve essa intensidade o mais calmamente que puderes. E ela será ainda mais intensa no absoluto do imaginário de quem te lê”, vou tentar pois relatar esta aventura da melhor forma possível para que possam compreender a escolha do título.

Em finais de Março do corrente o meu camarada Angel enviou-me um email, convidando-me para uma volta de +/- 18 kms para os lados de “Gstaad” mais precisamente a arrancar em “Lauenen” a 1.245 mts e daí seguirmos para a cabana de “Geltenhütte” a 2.003 mts.

Não esquecer que ainda estávamos em pleno inverno, pelo que tendo analisado o track que ele me enviou constatei que não iria ser tarefa fácil pois em muitas partes do trilho os declives eram acentuados, mesmo que munidos de raquetes e sticks.

Por norma sou eu que desenho os tracks e fruto de alguns anos de experiência no terreno, aprendi que por vezes não basta desenhar um trilho muito giro isto porque por vezes o mesmo não é exequível “in loco”, daí que na fase de desenho entro em linha de conta com muitos parâmetros que não vale a pena aqui esmiuçar.

Considero-me uma pessoa muito aberta de espírito, sempre pronta a aceitar novas experiências, novos desafios e gosto também de deixar “os mais novos” (sem qualquer significado deprecistivo) darem azo à sua imaginação, pelo que pensei para comigo “what a fuck, let’s see what’s happen”.

Tendo ligado mesmo assim ao Angel a este respeito e chamado a atenção para os declives, este informou-me que tinha efetuado esta volta em 2014 sendo que na altura não havia neve, pelo que achava a mesma exequível.

“Wrong answer my friend!” Não me interpretes mal Angel! mas a mesma volta realizada em alturas diferentes, neste caso com e sem neve, apresenta também características diferentes e que não podem ser menosprezadas.

Bom, tudo isto para vos enquadrar um pouco sobre o que a seguir vai ser cronicado :D

Os primeiros cinco kms fazem-se bem, percorrendo extensas florestas e alguns singles até chegarmos ao primeiro patamar “Lago Lauenensee” a 1.400 mts.

Uns 2 kms mais à frente do lago, a progressão complica um pouco, pois temos de travessar um trilho de floresta bastante íngreme, coberto de neve que entretanto se tinha quase transformado em gelo. Mas as raquetes não possuem “crampons”! dirão vocês. Claro que sim, as raquetes estão munidas de 3 pares de espigões (frente, meio e trás) com cerca de 2 cms de altura cada.

Foi nessa altura que cruzamos a primeira alma do dia, neste caso um “skieur” em solitário com a sua mochila às costas. Em conversa disse-nos que tinha arrancado dos “Diablerets” a +/- 3.000 mts. Pelo aspeto e pela calma demonstrada a descer ao mesmo tempo que conversava connosco via-se que não era um qualquer amador, pois para chegar aqui é preciso ser-se mesmo bom.

Para terem uma ideia, neste trilho coberto de neve, bastava deslizarmos fora, para termos direito a uma escorregadela de mais de 200 mts sem qualquer possibilidade de nos agarrarmos a nada e o mais certo era ficarmos empalados vivos num qualquer tronco de arvore ou ramo.

Para mal dos nossos pecados, o “skieur” vinha a descer e nós a subir, logo todo o trilho a fazer ficou completamente liso, o que dificultou ainda mais a progressão. Para quem não sabe, este tipo de “ski” é muito mais largo que a norma, isto para uma melhor aderência nos declives, logo implica muita mais neve alisada :D

Aos poucos lá fomos progredindo (Luís à frente, Angel no meio e eu atrás a fechar), tendo chegado a um ponto em que pela primeira vez me questionei se deveríamos abortar a volta, isto porque mesmo com a ajuda das raquetes e sticks, via o meu companheiro Angel a deslisar. Apercebi-me que todos desejávamos prosseguir, mas os nossos passos tornavam-se cada vez mais instáveis, e o mais pequeno deslize fora do trilho era a morte certa do artista. Convêm salientar que falamos de trilhos com cerca de 50 cms de largura útil. Claro que tentamos também avançar, saindo do trilho, mas por vezes nem mesmo assim, obrigando-nos a pausas para refletirmos sobre a melhor abordagem.

Acreditem, é preferível por vezes perder um pouco mais de tempo parando para pensar do que arriscar a vida por uma decisão tomada de ânimo leve.

Enquanto perfazíamos estes 500 mts, instalou-se em nós uma sensação estranha, uma mistura de adrenalina e medo ao mesmo tempo, pois as pernas embora comandadas pelo cérebro, tremiam Q.B. e por vezes mesmo, recusavam obedecer, até parecia que tinham vida própria e diziam para com elas “tirem-me daqui”.

Já passei em três ocasiões por situações similares e sempre mantive o sangue frio, mas aqui era diferente, estava acompanhado, isto é, conheço os meus limites e as minhas capacidades, sei como o meu corpo e mente reagem em situações de risco e picos de adrenalina mas desconhecia a reação dos meus companheiros.

O meu receio não era eu partir desta para melhor pois considero que já fiz muitas coisas interessantes nesta vida, mas sim acontecer qualquer coisa aos meus companheiros, sendo que um deles até tem idade suficiente para ser meu filho :D (Luís, sem qualquer tipo de paternalismo. OK!)

Esqueci-me de mencionar que aquando da conversa com o “skieur”, indagamos sobre o estado da neve ao longo do trilho e este disse-nos que iríamos penar para atingir os 1.500 mts (segundo patamar da volta).

O homem não se tinha enganado pois embora já recompostos do primeiro episódio e com uma vontade firme de atingirmos o nosso objetivo voltamos a ser bafejados pela sorte “if you know what I mean”; pouco antes dos 1.500 mts eis que temos de atravessar cerca de 150 mts com uma inclinação superior à anterior. Para agravar as coisas e embora seguíssemos o trilho desenhado (a famosa linha preta no GPS), no terreno não havia marcação do trilho, só neve e mais neve, pois várias passagens de “skieurs” tinham apagado o trilho marcado (transporte e compactação da neve).

Após este novo infortúnio lá chegamos ao tão desejado patamar. Comemoramos o feito com um café (sim, levo sempre uma termos com café para as nossas voltas!) e aproveitamos para meter algo no bucho.

Posto isto, decidimos meter pés ao caminho, pois o tempo parecia querer mudar, começando a acumularem-se nuvens para os lados da cabana e como sabem, nuvens a estas alturas não pressagiam nada de bom.

Embora toda a zona fosse libre de vegetação, só neve e rocha, ouvíamos por vezes o ranger da montanha e em muitos locais eram visíveis as marcas deixadas por pequenas avalanches, digo pequenas em termos de tamanho, mas suficientemente mortais.

Como poderão constatar nas fotos tiradas, as nossas presenças limitam-se a pequenos pontos totalmente insignificantes no cenário; aqui pelo contrário devido à exposição solar, a neve estava muito mole, dificultando a progressão e para colmatar tudo isto tínhamos de vencer uma parede com 35 a 45% de inclinação.

Uma vez que estávamos com pressa pois tínhamos perdido imenso tempo nas etapas anteriores, decidimos subir em linha reta ao invés de aproveitarmos os ziguezagues deixados pelos “skieurs”. Não posso dizer que foi a melhor escolha, mas sim a possível, já que tínhamos que progredir, mas posso-vos dizer que a cada 10 metros de desnível vencido tínhamos de parar para recuperar o fôlego.

Após quase uma hora neste suplício e tendo-me os meus companheiros dado um avanço considerável (Sim, sou o elo mais fraco! Fora de brincadeiras sou o repórter de serviço, logo atraso-me.), eis que perto dos 1.750 mts os meus companheiros anunciam o fim da nossa aventura.

Porquê! Perguntei eu à distância. Afinal a partir daquela zona e numa extensão superior a 100 mts a neve tinha-se transformado completamente em gelo. Não valia a pena insistir, era impossível contornar, somente se tivéssemos “des chaussures avec des crampons” e picaretas.

Claro que ninguém gosta de ouvir a palavra abortar, abandonar, chamem-lhe o que quiser, não depois de todo este sofrimento, mas por vezes “il faut se rendre à l’évidence” e eu próprio acredito que se por três vezes em ocasiões diferentes somos impedidos de progredir; isso para mim é sinal evidente que talvez esse dia não seja o melhor e que talvez a montanha nos esteja a transmitir uma informação antes que um acidente grave aconteça. Talvez seja para alguns um “total nonsense” mas até hoje tenho-me dado bem com este tipo de avaliação.

Enquanto aproveitava para tirar umas chapas, eis que vemos chegar um grupo de 7 “skieurs” similares ao que vimos pela manhã. Vinham em fila indina, mantendo as respetivas distâncias de segurança e a sincronia de movimentos era tal que mais pareciam bailarinos. Quando passavam por nós olhavam-nos com aquele olhar incrédulo tipo “Meus malucos, que fazem vocês aqui!”

Para além do azar da subida, tínhamos agora de enfrentar a dificuldade da descida, passo a explicar a equação: 1.Tínhamos de vencer 100 mts de desnível em cerca de 250 mts; 2.Com neve mole, que só pode ser vencida com raquetes; 3. Sem marcação de trilho visível; 4. Não podíamos utilizar as raquetes a descer, pois iríamos cair para a frente e daí rebolar até lá abaixo.
Claro que os mais “inteligentes” dirão, porque não descer “invertidamente”?, passo a explicar, como se fossemos a subir, ou seja, a recuar. Tal é impossível porque nem todas as raquetes possuem a patilha de bloqueio atrás, que permite que quando se caminha o pé fique preso; para além de que devido à configuração das raquetes nas extremidades (em bico) existe sempre o risco ao recuarmos de espetarmos a raquete no solo e vai daí é tombo e enrolamento pela certa até lá abaixo.

Após alguma meditação e experiências achamos que só tínhamos uma alternativa, que passava por fazermos “SKU”, ou seja, fizemos como fazem os cães quando acabaram de defecar e querem limpar bem o cagueiro em cima da relva (os mais puristas que me desculpem o jargão, mas esta palavra é tão, tão libertadora :D).

Imaginem bem a cena, 3 marmelos a arrastarem a peida por ali abaixo. O Luís foi a primeiro a atirar-se, de seguida o Angel e por fim o “Je” que ainda por cima estava de calças de ganga. Nem vos conto em que estado chegamos lá abaixo, é nesses momentos que nos apercebemos o quão fria, quente e lancinante ao mesmo tempo pode ser a neve.

Mal refeitos da descida e visto o avançar da hora, fomos nos preparando para repetir tudo aquilo por que passamos a subir.

Eis parte dos registos do dia… (restantes encontram-se na página Bravos do Pelotão[/B], ver crónica Nº066).

15y8cxj.jpg


2mwcith.jpg


r2vtad.jpg


2nkq44y.jpg


2w2o28k.jpg


2cyjm9k.jpg


2wnqxqf.jpg


28i9lpu.jpg


2l9tis3.jpg


11qjmo0.jpg


fntyt2.jpg


33zbgcm.jpg


63tb3c.jpg


1r9950.jpg


2qinuqu.jpg


xclipx.jpg


5ezeoz.jpg


1impuq.jpg


2w2h2ip.jpg


ncmauu.jpg


96ygb7.jpg


29e6res.jpg


2uqouxf.jpg


fbyrn6.jpg


oivzeo.jpg


14w7rk8.jpg


ap552.jpg


23r0rgh.jpg


30cwyaa.jpg


2h826g8.jpg


2nlbgir.jpg


2m809ld.jpg


212ttme.jpg


978eag.jpg


2lxwmrb.jpg


35c0mrd.jpg


10z8y1l.jpg


dr59v8.jpg


io3rx3.jpg


2dtys1d.jpg


Para finalizar, queria aqui publicamente agradecer ao Angel por este fantástico dia, a vida é isto mesmo e ao Luís pela sapiência das decisões.

Meus amigos, passaram esta prova de fogo com nota máxima!

Como diria Gabriel Márquez “A vida de uma pessoa não é o que lhe acontece, mas aquilo que recorda e a maneira como o recorda”.

Cumprimentos betetistas e até à próxima crónica…

Alexandre Pereira
Um Bravo do Pelotão, neste caso sem…
 

AFP70

Active Member
Boa tarde ao Fórum,

Tendo estado o fim de semana passado no aeroporto de Genève, constatei que hoje em dia o transporte de bikes já não assusta ninguém, tal era a profusão de “Bike Boxes”, como podem ver nas seguintes fotos.

1zz75us.jpg


2lbia1j.jpg


Em minha opinião a melhor forma de transportar bikes via avião ou outro meio.

Para quem estiver interessado em adquirir, encontrei a seguinte informação na net: http://www.bikeboxalan.co.uk/ , são +/- 550 Euros de investimento ou possibilidade de alugar.

Cumprimentos,
Alexandre Pereira
 

AFP70

Active Member
Est-ce que ça vous tente un parcours au bord du lac?

Este fim de semana tinha planeado desbravar uma nova volta para os lados de “Crans-Montana”, algo para arrancar muito perto dos 3.000 mts, mas à última da hora tive de me resignar em não poder ir, visto estarem programadas quedas substanciais de chuva com trovoadas à mistura. Lá terá de ficar para setembro :D...

Como tinha de acalmar a comichão de qualquer maneira, ocorreu-me convidar as duas meninas da casa para uma volta junto ao lago. A última vez que realizamos a mesma foi há cerca de um ano atràs e embora tivéssemos planedo cerca de 30 kms, acabamos por efetuar somente 20 kms, isto porque a mais nova queixou-se das famosas dores no “rabiote” (falta de calo ;)).

Mesmo assim, estas duas meninas para quem pouco ou quase nada andam em longas distâncias, nunca param de me surpreender e são uma excelente companhia (ça me change un peu les idées).

Deixo-vos algumas fotos do que é possível ver no trajeto desde “Morges” até “Lausanne” e talvez compreendam porque gosto tanto desta zona.

8xtr7n.jpg


2m2x8qa.jpg


2rp448j.jpg


2nlu1a8.jpg


24x0u11.jpg


5zjrme.jpg


2vv28nt.jpg


2qle2a1.jpg


1ze8huu.jpg


15odnyx.jpg


2i7mijp.jpg


mvhfl1.jpg


33jtok2.jpg


zvezdl.jpg


153y876.jpg


24pxfde.jpg


2lkp3mb.jpg


fv9v95.jpg


24vmi6d.jpg


oumb9x.jpg


e7nqcg.jpg


2hz5lb5.jpg


2r296y1.jpg


2n8v5z4.jpg


2s8s2km.jpg


250s30l.jpg


2e5tzev.jpg


2vildew.jpg


2ups7co.jpg


r6zacm.jpg


vdn507.jpg


Esta volta permitiu-me como diria Walt Whitman “Aprendi que é suficiente estar com aqueles de quem gosto”.

Cumprimentos betetistas e até à próxima crónica…

Alexandre Pereira
Um Bravo do Pelotão, neste caso sem…
 

AFP70

Active Member
Boas Medroso#78,

Ainda bem que gosta e que o tópico apesar da longevidade continua a gerar interesse e curiosidade ;) ...

Cumprimentos “and keep following”,
Alexandre Pereira
 

Medroso#78

Active Member
Boas,

caro camarada A. Pereira, como deve calcular, estou a ler o tópico desde a primeira página (naturalmente apaixonado pela paisagem, e pelos textos que nos apresenta)!

Entretanto, percebi que vive relativamente perto de um amigo cá da terra, que partilha connosco o gosto da aventura, principalmente o BTT (emigrou ainda este ano), amigo este do coração.... que também me brinda com algumas fotos que por aí tira a cada saída. Enquanto lia, lembrava-me dele, sem hesitar, sabendo que iria gostar, mando-lhe o link deste tópico, para que desse uma olhadela....... entretanto, agora ao fim do dia em que já está em casa, responde-me, dizendo que o conhece pessoalmente!!!! E esta hein?! Há coisas do "catano".... como o mundo é "petite". :D

Sou um dos tais que, desde que fiz pela primeira vez os trilhos da Maria da Fonte, fiquei "cliente" (curiosamente, estou com uma t-shirt vestida do ultimo evento por eles realizado). :D

Já agora se me permite, numa das primeiras paginas, pergunta cá à malta se imaginam o pq da "moda" de aí, meterem arame farpado à volta dos sinais de "transito" (pedestre e "ciclístico"), não vi ainda a resposta?! LOL.. será para que as "baquinhas" não se cocem neles?! :D

Continuação de boa pedaladas.. ;)
 
Last edited:

AFP70

Active Member
Boas Medroso#78,

Pelo seu comentário depreendo que a malta normalmente vai ou acompanha somente os tópicos que mais lhes interessam. Eu a pensar que este tópico era mais conhecido do que os tremoços, mas afinal não, ora toma lá que é para aprenderes :D

É como diz, ele há coisas do cara…, não estaremos a falar do amigo cujo nome não menciono por uma questão de privacidade e que vive para os lados de “Bex”. Tenho de lançar-lhe o repto para as 2 próximas loucuras a realizar ainda em Setembro (se o tempo ajudar), “c’est à dire” uma ida para os lados de Crans-Montana (Plaine Morte a 2.882 mts) e outra para os lados de Zermatt (Gornergrat a 3.100 mts).

Participei nos 5 primeiros Maria da Fonte mas após alguns anos em que o nosso grupo fazia +/- 15 a 20 provas por ano, cansei-me, pelo que regressei às origens, isto é, um gajo, uma bicla, um destino et “c’est tout” e claro está uma máquina chapeira ou algo similar.

Parabéns, pois após perto de 4 anos, alguém acertou e dignou-se responder à questão colocada na foto 14 do post 26 da página 3 (publicado a 25.08.2011).

Tal como mencionado na pergunta “O primeiro user a responder corretamente aqui no Fórum BTT verá o logo do seu grupo ser promovido na respetiva secção da página Bravos do Pelotão. Não é muito, mas não tenho verba para poder patrocinar uma vinda cá… Vá lá, quem arrisca…”

Neste caso promoverei logo que possível www.lousadabtt.net , corrija-me se estiver errado e sim não irei demorar 4 anos a efetuar a “mise online”.

Cumprimentos e boa sorte na prossecução da leitura ;),
Alexandre Pereira
 
Last edited:

Medroso#78

Active Member
Boas,

ehehehhe, estamos sim, a falar da mesma pessoa (pedala numa "cãonãodeile" scalpel 29er, preta e vermelha toga janota), muito bem equipado com as vestes do LousadaBTT. :D

Quanto à minha resposta certa, foquei naturalmente contente.. sempre ganhei (o meu grupo do coração, LousadaBTT) um "prémio". Será um gosto estar na vossa pagina. ;)

Pode estar certo de que continuarei a ler as suas cronicas até aos dias de hoje, estou neste momento na pag 10. O meu (nosso) camarada, irá naturalmente aceitar os desafios que lançar.

Um dia destes, quem sabe, não pedalamos juntos... por cá, numa vinda à terra. No final, podemos degustar a boa gastronomia da região no "Luís de Castelões" (dou-me muitíssimo bem com o filho Tiago, que tal como nós, pedala). :)

Forte abraço,

Fernando Sampaio
 

AFP70

Active Member
Boas Fernando,

Com que então o cão não é dele mas acredito que sempre é melhor do que pedir à vizinha a “Kona” emprestada ;) ...

Não tem que agradecer, faz parte do „deal“.

Este tópico já se encontra na página 55 e o Inverno ainda está longe, caso contrário dir-lhe ia para colocar a leitura em dia, junto a uma lareira em companhia do fiel amigo “Jack Daniel’s”.

Obrigado pelo convite, mas a cada visita às Terras Lusas, rolo à semana, pelo que não será muito compatível com os afazeres diários de cada um (a malta trabalha). No meu caso consigo quase sempre ter um companheiro como companhia (nem de propósito), mas poderemos conversar acerca na devida altura.

Não me fale do “Luís de Castelões” senão começo a salivar :D...

Aquele abraço “and we’ll keep in touch”,
Alexandre Pereira
 

AFP70

Active Member
“Le sentier des chamois” e neve, não combinam…

Após o desaire de “Geltenhütte”, eu e os meus companheiros estávamos com fome de caminhar e não parecendo já tinha decorrido quase um mês desde a última aventura.

Pelos nossos cálculos dentro em breve a neve começaria a derreter e isso sim meus amigos é um perigo, pois as avalanches nessa época são uma constante.

A ideia era irmos até “Verbier”, arrancar de “La Chaux” a 2.260 mts, subir até ao “Col Termin” a 2.648 mts e daí descer até ao “Lac de Louvie” a 2.214 mts e de seguida descer até à aldeia de “Fionnay” a 1.491 mts. Falamos de 5 horas de caminhada para efetuar +/- 13 kms.

Embora as condições meteorológicas não fossem as ideais, decidimos erroneamente arriscar, o que se revelou mais tarde ter sido uma péssima decisão, aliás, estamos a ficar peritos em tomar decisões malcheirosas ;) (só para entendidos).

Quando iniciamos a volta o tempo embora frio, ventoso e nublado parecia aparentemente estável, mas isso foi sol de pouca dura, pois mal entramos no trilho propriamente dito, começou a chover com uma certa intensidade. Toca a sacar das capas tipo “poncho” e pé ante pé lá fomos avançando.

Como poderão constatar o trilho a efetuar não era para brincadeiras, isto é, grande parte dessa zona encontrava-se salpicada de diversas marcas de avalanches (facilmente reconhecíveis nas fotos pela neve de cor mais escura e revolta).

Por diversas vezes nessa zona ponderamos se deveríamos prosseguir pois a neve com a chuva apresentava-se muito mole (ver uma das fotos em que a neve mais parece gelo picado tipo caipirinha). Foi a subir uma escarpa bastante inclinada nessa zona (ver fotos) que tomei a decisão de abortar a volta, passo a explicar.

Como sempre, fico a fechar o grupo, pelo que nessa zona e estando a neve mole, os meus camaradas pisaram-na de tal forma que à minha passagem enterrei-me cerca de 50 cms, e foi aí que senti pela primeira vez o que é uma pessoa afundar-se em areias movediças, pois a cada movimento parecia que me enterrava cada vez mais. Confesso que me assustei a valer pois como devem ter reparado, estávamos num plano bastante inclinado, pelo que bastava que um bloco dessa neve se desprendesse (coisa perfeitamente normal, atendendo às condições) para que fosse levado por aí abaixo, embrulhado nesse manto branco e quiçá 500 mts mais abaixo talvez parasse.

A partir desse momento decidimos plantar a tenda por outras paragens, tendo aproveitado para tirar algumas chapas à la “Usain Bolt” ou à la “Van Damme”.

Eis parte dos registos do dia… (restantes encontram-se na página Bravos do Pelotão, ver crónica Nº067).

2a64cbr.jpg


nq44cm.jpg


2gsmph0.jpg


fn9tzq.jpg


6qa3nn.jpg


kf1q13.jpg


mhds2e.jpg


ae7g1u.jpg


2v7xzf5.jpg


35n21z9.jpg


zspggk.jpg


30bza4z.jpg


9ar86g.jpg


einifo.jpg


9upt3r.jpg


fjl3si.jpg


35kpld1.jpg


3525ern.jpg


28jlhrs.jpg


2uh1hee.jpg


50mnaa.jpg


20gjfr6.jpg


1h6zw1.jpg


2vnnprm.jpg


9ftj7t.jpg


2555op3.jpg


2zgu6b5.jpg


2q3axp0.jpg


2lk7dko.jpg


258t0xw.jpg


2d85nkg.jpg


14sgjeq.jpg


2hmfok0.jpg


2z9bbr6.jpg


10pbxna.jpg


5u03yu.jpg


Dou por finda esta crónica com uma bela tirada de Tucídedes na Guerra do Peloponeso “De espírito forte devem ser considerados, e com razão, os que, mesmo conhecendo claramente as dificuldades da situação e apreciando os prazeres da vida, justamente por isso não se retiram diante dos perigos”

Cumprimentos betetistas e até à próxima crónica…

Alexandre Pereira
Um Bravo do Pelotão, neste caso sem…
 

AFP70

Active Member
Bom dia ao Fórum,

Eis um preview da volta realizada ontem com os 2 camaradas do costume.

Tal como mencionado em posts anteriores fomos para os lados de “Crans-Montana”. Apanhamos o teleférico em “Barzettes” a 1.508 mts, que fica em “Montana” e daí seguimos para “Les Violettes” a 2.230 mts. Aí mudamos para outro teleférico que nos conduz ao “Glacier de la Plaine Morte” a 2.927 mts.

Como tinhamos comprado o bilhete para o dia, acabamos por descer novamente até “Barzettes” e daí fomos de bicla até “Crans” 1.507 mts. Apanhamos aí novo teleférico até “Cry-d’Er” a 2.265 mts. O objetivo era fazer a pista vermelha de “downhill”, acima desta só mesmo a preta. Bem ou mal, com mais ou menos esforço, em cima ou ao lado da minha fiel amiga, lá consegui acabar os quase 3 kms de pista sem quedas (as fotos falam por si).

Foram cerca de 28 kms, com os seguintes acumulados 2.725 mts (-) e 1.380 mts (+).

Embora as condições atmosféricas fossem péssimas, aliás em 4,5 anos de BTT pelas Terras Helvéticas foi a primeira vez que apanhei tanta chuva, mas no final missão cumprida e muita alegria estampada no rosto.

Aproveito para informar que não vai ser ainda este ano que vamos rolar em “Zermatt”, isto porque o infortúnio bateu à nossa porta, não uma vez, mas duas. No devido tempo explicarei o que nos aconteceu ;)

Para variar, um pequeno filme (clicar em cima, para visualizar).

“Plaine-Morte” 23.08.2015 – Take 1/1

Algumas fotos para abrir o apetite :D

k2iclt.jpg


21m6dqg.jpg


k1xue0.jpg


5vsn4z.jpg


fwqdu1.jpg


2uegydt.jpg


10f9f9f.jpg


el8znt.jpg


358w8xc.jpg


2800a9y.jpg


25roy2v.jpg


imqm48.jpg


smdcpf.jpg


3582m14.jpg


24ep8gk.jpg


A crónica será colocada online logo que possível, nos locais do costume (Site BDP, Fórum BTT e Facebook).

Cumprimentos,
Alexandre Pereira
 

AFP70

Active Member
Boas Medroso#78,

Acho que no tempo de Jesus ainda não havia biclas ;), embora digam que a invenção da bicicleta se deva a um tal de Lu Ban, chinês nascido há 2.500 anos atràs.

Realmente esta pista vermelha é qualquer coisa, só mesmo estando lá...

Aquele abraço,
Alexandre Pereira
 

AFP70

Active Member
Bom dia ao Fórum,

Ontem realizei uma volta não com os companheiros do costume (Angel e Luís), um porque estava para os lados da EuroBike e o outro por avaria mecânica na bicla; mas sim com um eventual novo camarada, o Natercio, sim o tal que conduz uma "cãonãodeile" (esta é só para quem esteve atento :D)

Fomos para os lados do “Col-de-Bretaye” a 1.813 mts e o objetivo era contornar a montanha “L’Argentine” a 2.422 mts, passando pela “Cabane Barraud” a 2.042 mts.

Tínhamos previsto realizar +/- 48 kms mas devido a compromissos de última hora acabamos por realizar somente 44 kms.

Amigo Natercio, este encurtar da volta ficou-me atravessado na goela, pois agora já no conforto do sofá sinto a dor própria de quem não foi até ao limite das suas forças.

Para estar em paz comigo próprio, teremos de repetir esta volta antes das primeiras neves, quero saber que lugares mágicos vemos lá de cima. Alinhas em Setembro! Será como que um “come back” e “kick ass” de “L’Argentine”.

Algumas fotos para abrir o apetite ;)...

2hqcr5z.jpg


20h96ap.jpg


mccbhl.jpg


25i7p15.jpg


2who9vm.jpg


fdaeu1.jpg


s6li7b.jpg


35a6cfd.jpg


2v0l4oz.jpg


2nb4vpt.jpg


2iutb2a.jpg


2wd9f7m.jpg


21od3r8.jpg


1zqwobp.jpg


1675q51.jpg


Como escreveu Agostinho Silva “O essencial na vida não é convencer ninguém, nem talvez isso seja possível; o que é preciso é que eles sejam nossos amigos; para tal, seremos nós amigos deles; que forças hão-de trabalhar o mundo se pusermos de parte a amizade?”
É isto que se sente quando se priva com o Natercio, não mudes nada amigo e “forgiva-me” o “imortalizanço” (peço desculpa aos puristas da “lengua”).

A crónica será colocada online logo que possível, nos locais do costume (Site BDP, Fórum BTT e Facebook).

Cumprimentos,
Alexandre Pereira
 

AFP70

Active Member
Boa tarde ao Fórum,

Venho pela presente comunicar que a empresa do Mark Zuckerberg resolveu desde hoje colocar-me entraves para aceder às duas páginas Bravos do Pelotão (uma a título pessoal com 5.000 seguidores e outra que fui obrigado a criar há mais de dois anos isto porque promovia um grupo e tinha ultrapassado os 5.000 amigos (as)).

Talvez o Mark e a sua equipa estajam com “imbeja” deste tópico, até mesmo das próprias páginas BDP no FB, ou talvez pense que “mayko monni” com as minhas publicações.

Perante este facto só me resta dizer “Thanks Mark. From now on I will be able to get a life!”.

Sinto-me como um fumador que largou o “bício” :D

A partir de hoje e se esta situação não mudar (da minha parte não farei qualquer esforço para que a mudança ocorra), toda e qualquer aventura dos "Bravos do Pelotão" será comunicada neste espaço assim como na página BDP.

347u4gi.jpg


Cumprimentos,
Alexandre Pereira
 

Medroso#78

Active Member
Boas,

agora percebo o porque da mensagem que tenho no face! No passado sábado, enquanto lia a sua mensagem no face, o pc em que estava, simplesmente "murreu". Hoje, noutro pc, não consigo ver a conversa. Aparece-me o seguinte: ("esta mensagem foi temporariamente eliminada porque a conta do remetente tem de ser verificada"). De qualquer forma, estaremos sempre em contacto. ;)

Creio que passará a ser uma pagina, daquelas que se mete um "laike" e tal e coiso, e está andar. :)

BIG abraço
 

AFP70

Active Member
@Medroso#78,

Um dos fundadores do BDP disse-me que talvez o FB me tenha bloqueado pelo simples facto de sermos demasiado pornográficos :D...

Esta é a cara que faço quando estou a ser obsceno ;)

2rejqd5.jpg
 

AFP70

Active Member
Não tiramos bilhete para visitar o circo do “Creux du Van”...

Começo esta crónica com uma afirmação de Jean-Jacques Rousseau modificada “Rolar com bom tempo, numa terra bonita, sem pressa, e ter por fim da volta um objectivo agradável: eis, de todas as maneiras de viver, aquela que mais me agrada”.

Vem isto a propósito da volta efetuada no passado dia 30 de Maio, em que realizei com o Luís um track para os lados do “Creux du Van” a 1.420 mts. Tratou-se de uma volta com início e fim em locais diferentes, tendo arrancado perto de “Neuchâtel” e terminado em “Yverdons-les-Bains” após 51 kms e +/- 1.450 mts de acumulado positivo.

A paisagem no “Creux du Van” faz-nos pensar que talvez um imenso meteorito caiu aqui há milhares de anos e moldou toda esta área, no entanto este imenso caldeirão (1.400 mts de largura por 200 mts de profundidade), resulta tão somente da erosão de um glaciar. Quem diria que houve glaciares a tão baixa altitude!

Chegar lá acima não foi tarefa fácil atendendo à minha baixa de forma pois esta foi a segunda volta do ano efetuada em bicla e como sabem aqui o relevo não perdoa aos fracos :D... A sorte é que o meu companheiro Luís é um homem com uma paciência de Job.

Como poderão constatar pelas fotos, o dia esteve soberbo, pena é que este local seja também escolhido por muitas pessoas para colocar um fim às suas existências, ainda há cerca de 3 semanas foram mais 3 (1 pai e 2 crianças). Paz às suas almas (crianças) pois não tiveram opção, mas o pai que se f..a, que ande a vaguear no limbo até à eternidade!

Eis parte dos registos do dia… (restantes encontram-se na página Bravos do Pelotão, ver crónica Nº068).

21ozomv.jpg


2d2dbpk.jpg


2vt8xm8.jpg


34ffxcn.jpg


33z8wnr.jpg


dndgtw.jpg


11wam8x.jpg


119nt4o.jpg


ngyseb.jpg


29kugib.jpg


2zgsnqq.jpg


16idy1d.jpg


23m91mp.jpg


292tawx.jpg


2itkdx2.jpg


2m3qu8o.jpg


280ruj7.jpg


4i2u.jpg


2usj1qc.jpg


1zxa2k7.jpg


5vdlci.jpg


2r7sdjn.jpg


2d9rz0j.jpg


15mzcso.jpg


2dhfcqv.jpg


ke6zqx.jpg


vhduky.jpg


2dl6vxi.jpg


sq0804.jpg


iz9p35.jpg


235ocj.jpg


ztw6qw.jpg


xap16p.jpg


2moyov8.jpg


vnft08.jpg


33oh0rd.jpg


z7ack.jpg


14lduq.jpg


e8mo87.jpg


29ajo9.jpg


Cumprimentos betetistas e até à próxima crónica…

Alexandre Pereira
Um Bravo do Pelotão, neste caso sem…
 
Top