Rui
Percebo a tua interrogação. O rolo será usado como treino complementar e, partindo do princípio de que já estamos a fazer treino desportivo. Ou seja, estamos a realizar um trabalho com segurança, ao nível cardíaco, pelas referências da nossa experiência. Nunca entraremos em zonas de risco. Sei que será um pouco complicado fazer passar a mensagem da necessidade de haver referências para treinar e da imperiosa necessidade de ter um técnico para nos orientar. Eu entendo que se queira fazer a auto-regulação do treino. Mas, na grande maioria dos casos não há planificação do trabalho. Lê-se umas coisas e aplica-se, muitas das vezes, sem haver uma sustentação de trabalho anterior, de muitos meses. Penso que será muito difícil o que se pretende fazer, ao colocar um medidor de frequência cardíaca e pedalar. O que é que se está a medir? O que se pretende alcançar? Quais as referências para comparação? Qual o rigor da avaliação do nosso estado físico? Todas estas questões são pertinentes e não serão resolvidas por haver uma máquina que nos vai indicando números, a maior parte das vezes de leitura aleatória.
Já vi, e já treinei, com grandes técnicos ( no Atletismo ), a nível mundial e, raramente é utilizada a referência cardíaca. Há referências de volume, de intensidade, de carga, de evolução, de resultados em provas e, principalmente, cronométricos.
No rolo, com uma programação, há referências. A evolução verifica-se, por exemplo, pela maior distância percorrida no mesmo espaço de tempo com o mesmo conforto, ou com conforto superior.
Sei que isto é complicado de transmitir. Tenho essa perfeita noção. Mas, Rui, aconselho vivamente, todas as pessoas que não tenham formação ao nível do treino desportivo a não o fazer sem ajuda externa, pois é um risco. E, quando existem referências cardíacas tudo se complica ainda mais. O esforço é centrado na observação do coração, impondo-lhe cargas que poderão ser...fatais.
Continuarei a falar destes assuntos, pois acho-os muito interessantes, sem esquecer as preocupações subjacentes e a vontade de melhorar o rendimento que cada um tem.
É, assim, que nos vamos esclarecendo.