Sim, porque para tirarem partido duma boa capacidade de pedalada, o inicio do curso é duro (e portanto bombeia menos), mas à medida que o curso avança, vai sendo cada vez mais fácil de esgotar.
Isto acontece porque neste desenho de suspensão a escora faz pouca alavanca no inicio, e aumenta a alavanca ao longo do curso.
A alavanca corresponde à razão entre o curso vertical da roda vs curso do embolo do amortecedor . Ter pouca alavanca no inicio do curso significa que mesmo com o amortecedor com o SAG correcto de 25%, o curso na roda traseira correspondente a esse SAG de 25% é pouco. Assim, para além de ser um inicio duro (mas bom para pedalar) a roda tem pouco SAG e não vai colar tanto ao chão nos buracos e depressões.
O pequeno efeito de alavanca inicial, que é próximo ou até mesmo inferior a 2:1 (roda:amortecedor), explica por completo esta critica escrita pela bike-magazine:
Fiz experiências várias, tirei-lhe pressão, testei com diferentes sag até chegar a afundar excessivamente, não chegou nunca a uma sensibilidade que a deixasse ler o terreno como se espera de um quadro destes. Uma consequência deste N.E.U.F. é um deslocamento grande no amortecedor face ao deslocamento na roda. Mesmo quando medes o sag parece-te sempre que tens menos (sag) do que realmente existe.
in http://www.bikemagazine.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=637&Itemid=88
Se me arranjarem uma foto com o quadro da ER de perfil com os pivots à vista, eu posso criar um modelo para essa bike. Até lá, vamos ver aqui esta Rockrider 9.1 NEUF modelo antigo. Tem diferenças na localização dos pivots comparando com a ER, mas existem muitas semelhanças até porque são sistemas idênticos, e portanto acredito que o perfil final das linhas de forças e alavancas não irá fugir muito a isto:
A curva do "leverage ratio" (efeito de alavanca) é completamente contrária aos outros sistemas de suspensão do mercado, e como tal comporta-se de forma totalmente diferente! Normalmente o leverage ratio nos outros sistemas é grande no inicio do curso (tipo 3) e vai descendo ao longo do curso. No NEUF é precisamente ao contrario. Ou seja, no NEUF o inicio de curso tem pouca alavanca (o que o torna menos sensível mas bom para pedalar) e à medida que a bike esgota, aumenta o efeito de alavanca, ou seja torna-se cada vez mais fácil de esgotar à medida que se avança no curso.
Na esmagodora maioria de sistemas, o efeito de alavanca é grande ao inicio (bombeia um pouco mais, mas tem melhor desempenho de amortecimento, que é o que se quer numa bike de enduro) e ao longo do curso a alavanca diminui (o sistema torna-se progressivo e evita esgotar facilmente, o que para mim é o conveniente). Exemplo da Trek Fuel EX:
Para que fique bem claro: Não tenho nada contra ou a favor em relação a alguma marca em particular. Isto é apenas uma interpretação pessoal das curvas simuladas pelo software, que pode estar correcta ou não. De qualquer forma bate certo com a analise da bikemagazine que postei anteriormente.