Rockrider ER

Peixinhus

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Está já disponivel no site da Btwin um novo video referente aos novos modelos deste ano. Um novo modelo de FS denominado ER é apresentado. Este novo modelo com full XT (transmissão, travões e rodas) e com um curso traseiro de 150mm que incorpora um monarch 3.3 com 3 posições posiveis de condução. Na frente uma suspensão lirik solo air. O novo quadro parecido com os da gama 9 é totalmente diferente sendo fabricado com tubos ligeiramente mais largos incluindo o da testa vem optimizar os antigos modelos quer em resistencia quer em leveza.
Este modelo vem certamente criar uma competividade ainda maior no sector das FS, olhando aos componentes e aos preços normalmente praticados pela Deca, mts dores de cabeça para as marcas da concorrencia aquando da sua chegada.

Abraços
 

JMCM

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Boas,

Estive hoje na Decathlon de Alfragide e lá estava uma ER2. Linda na minha opinião claro.

Mas é realmente como tu dizias full XT, parece um catálogo da Shimano :)

Um maquinão!

gd-asset_16875724.jpg


http://www.decathlon.pt/PT/rockrider-er2-l-120196782/
http://www.decathlon.co.uk/EN/rockrider-er2-l-111355292/
 

sundayrider

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A bike tá porreira, só lhe trocava o quadro :)
Oh Sr. Engenheiro, tem de perder esse seu complexo contra a Decathlon! Não me diga que nas suas passeatas foi ultrapassado por "burros" montados em Rockrider's. Trate mas é de colocar um dos seus fantásticos estudos sobre sistemas de suspensão a que nos habituou no 6". Será que a ER2 tb tem suspensão "desprogressiva"?
 

BikeBrother

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Olho para esta bike e faz-me lembrar as promoções da UZO...é que esta bike tem mesmo o ar de quem está a pedir para ser "uzada" e "abuzada"...desculpem o desvario, mas a esta hora e com tanto ZigBee à frente enfim...

Mas falando a sério, tenho aqui uma descidinha recatada que acho que teria outro encanto com esta menina. Aquela pedra solta, aquelas curvas com relevé, aqueles S´s magnificos...ui....Com esta menina nesta descida, já estou como diz um colega "melhor só mesmo de noite e de máximos ligados"

Falando mesmo a sério agora. Acho que a Decathlon apresenta aqui um argumento de peso, a bike parece-me muito equilibrada e apesar de não ser um fã deste tipo de bikes, acho que para este preço e com este nivel de equipamento temos máquina. Acho que para tirar todo o proveito dela, teria que andar nela à saída de uma disco com a adrenalina a bater duro....
 

andrextr

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Oh Sr. Engenheiro, tem de perder esse seu complexo contra a Decathlon!

Não tenho nada contra, costumo comprar lá coisas.

Não me diga que nas suas passeatas foi ultrapassado por "burros" montados em Rockrider's.
Por onde eu ando não encontro bikers. Ainda bem, acho que não conseguia lidar com uma ultrapassagem dessas, principalmente se fosse a descer :D

Será que a ER2 tb tem suspensão "desprogressiva"?
Era aí que eu queria chegar. De facto o sistema NEUF é muito bom a eliminar o bombeio! Disso não há duvida! E porquê? Porque com este desenho de suspensão, o efeito de alavanca é pequeno no inicio de curso. Isto significa que para mecher o inicio do curso é preciso alguma força. Não bombeia a pedalar, mas em contra partida é pouco sensível. O problema maior vem quando entramos no meio do curso para a frente. Nessa posição o efeito de alavanca começa a aumentar. O que significa que torna-se cada vez mais fácil de avançar no curso e de esgotar. Esse sistema des-progressivo faz com que os últimos milimetros da bike sejam mal aproveitados, pelo que iremos estar a dar 2200€ por uma bike que na pratica tem uns 100mm úteis.

Teoria a mais? Até pode ser, mas há quem a confirme, e não sou eu:

"Bombeio reduzido mas curso pouco disponível"
http://www.bikemagazine.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=637&Itemid=88

Para quem não percebeu muito da conversa, o "efeito de alavanca" tem a ver com a razão entre o movimento vertical da roda, e a quantidade de amortecedor que esgota para esse dito movimento da roda. Se a roda mecher 30mm verticais e se o embolo do amortecedor so comprimir 10mm, significa que temos uma razão de alavanca de 3 (30:10). Essa razão de alavanca varia ao longo do curso como já referi. Nas bikes com suspensão linear, essa razão permanece praticamente constante ao longo do curso.

E pronto era só isto que tinha para dizer :) Se puxarem muito por mim eu até faço aqui os gráficos do efeito de alavanca para este quadro. Mas sejam gentis comigo porque tenho mais coisas que fazer. :D
 
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(...)

Teoria a mais? Até pode ser, mas há quem a confirme, e não sou eu:

"Bombeio reduzido mas curso pouco disponível"
http://www.bikemagazine.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=637&Itemid=88

Para quem não percebeu muito da conversa, o "efeito de alavanca" tem a ver com a razão entre o movimento vertical da roda, e a quantidade de amortecedor que esgota para esse dito movimento da roda. Se a roda mecher 30mm verticais e se o embolo do amortecedor so comprimir 10mm, significa que temos uma razão de alavanca de 3 (30:10). Essa razão de alavanca varia ao longo do curso como já referi. Nas bikes com suspensão linear, essa razão permanece praticamente constante ao longo do curso.

E pronto era só isto que tinha para dizer :) Se puxarem muito por mim eu até faço aqui os gráficos do efeito de alavanca para este quadro. Mas sejam gentis comigo porque tenho mais coisas que fazer. :D

Ora aqui está algo interessante sobre a alguma da técnica por detrás de uma suspensão total. Se puderes explicar mais alguma coisa ou aprofundar, agradeço (e os outros penso que também), visto que é sempre bom aprender mais sobre a técnica das coisas.
O que dizes é que as bikes da Decathlon ao terem o sistema N.E.U.F. não permitem tirar total partido dos amortecedores, não permite usar uniformemente o curso disponível dos amortecedores.
 

andrextr

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Sim, porque para tirarem partido duma boa capacidade de pedalada, o inicio do curso é duro (e portanto bombeia menos), mas à medida que o curso avança, vai sendo cada vez mais fácil de esgotar.
Isto acontece porque neste desenho de suspensão a escora faz pouca alavanca no inicio, e aumenta a alavanca ao longo do curso. A alavanca corresponde à razão entre o curso vertical da roda vs curso do embolo do amortecedor . Ter pouca alavanca no inicio do curso significa que mesmo com o amortecedor com o SAG correcto de 25%, o curso na roda traseira correspondente a esse SAG de 25% é pouco. Assim, para além de ser um inicio duro (mas bom para pedalar) a roda tem pouco SAG e não vai colar tanto ao chão nos buracos e depressões.

O pequeno efeito de alavanca inicial, que é próximo ou até mesmo inferior a 2:1 (roda:amortecedor), explica por completo esta critica escrita pela bike-magazine:
Fiz experiências várias, tirei-lhe pressão, testei com diferentes sag até chegar a afundar excessivamente, não chegou nunca a uma sensibilidade que a deixasse ler o terreno como se espera de um quadro destes. Uma consequência deste N.E.U.F. é um deslocamento grande no amortecedor face ao deslocamento na roda. Mesmo quando medes o sag parece-te sempre que tens menos (sag) do que realmente existe.
in http://www.bikemagazine.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=637&Itemid=88

Se me arranjarem uma foto com o quadro da ER de perfil com os pivots à vista, eu posso criar um modelo para essa bike. Até lá, vamos ver aqui esta Rockrider 9.1 NEUF modelo antigo. Tem diferenças na localização dos pivots comparando com a ER, mas existem muitas semelhanças até porque são sistemas idênticos, e portanto acredito que o perfil final das linhas de forças e alavancas não irá fugir muito a isto:

neuf.jpg


A curva do "leverage ratio" (efeito de alavanca) é completamente contrária aos outros sistemas de suspensão do mercado, e como tal comporta-se de forma totalmente diferente! Normalmente o leverage ratio nos outros sistemas é grande no inicio do curso (tipo 3) e vai descendo ao longo do curso. No NEUF é precisamente ao contrario. Ou seja, no NEUF o inicio de curso tem pouca alavanca (o que o torna menos sensível mas bom para pedalar) e à medida que a bike esgota, aumenta o efeito de alavanca, ou seja torna-se cada vez mais fácil de esgotar à medida que se avança no curso.

Na esmagodora maioria de sistemas, o efeito de alavanca é grande ao inicio (bombeia um pouco mais, mas tem melhor desempenho de amortecimento, que é o que se quer numa bike de enduro) e ao longo do curso a alavanca diminui (o sistema torna-se progressivo e evita esgotar facilmente, o que para mim é o conveniente). Exemplo da Trek Fuel EX:

treky.jpg


Para que fique bem claro: Não tenho nada contra ou a favor em relação a alguma marca em particular. Isto é apenas uma interpretação pessoal das curvas simuladas pelo software, que pode estar correcta ou não. De qualquer forma bate certo com a analise da bikemagazine que postei anteriormente.
 
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BikeBrother

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Huou...isto é que é uma explicação de mestre ...:clap::clap::clap:

Onde arranjas-te esse software, se não é indiscrição claro está?
 
Muito bom. Até podias criar um tópico só sobre este tema.
Então significa (uma aproximação grosseira) que as Rockrider precisam de maior carga para se poder tirar partido do amortecedor.
Têm menos sensibilidade a pequenos resssaltos, actuando nestes casos o sistems N.E.U.F., mas consegue-se melhorar a resposta da roda traseira com maiores oscilações, maiores amplitudes. No entanto, o ponto negativo é que quanto maior o ressalto, mais rapidamente (mais rápido que noutros sistemas) se chega ao fim de curso (claro que seria necessário um grande ressalto).
Eu praticamente repeti o que disseste na explicação, mas serviu também para eu perceber.
Assim, os "outros" sistemas têm a particularidade de absorverem com menos capacidade as maiores pancadas, tornando-os mais secos em maiores amplitudes.
Como disse é uma aproximação grosseira, mas parece-me lógica.

Então será que o sistema da Rockrider tem tantas virtudes para um all-mountain mais agressivo, no sentido de "maiores ressaltos", enduro "duro", como outros sistemas?
 

andrextr

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Excêntrico confesso que não consegui perceber bem tudo o que disseste!...

Mas muito resumidamente, não gosto do NEUF pela simples razão que a única coisa que têm de bom é o pedalar. Falta-lhe sensibilidade inicial aos pequenos impactos (a suspensão é seca no inicio do curso e não lê bem o terreno). Também lhe falta resistencia ao esgotanço (esgota facilmente com impactos moderados... o que torna o curso útil pequeno.... e portanto em vez de ter 150mm vai parecer que tem 100mm).

Nas outras bikes / sistemas, normalmente são boas a ler o terreno no inicio do curso (e bombeiam mais a pedalar), mas são resistentes ao esgotanço, e portanto o curso é mais progressivo e mais bem aproveitado.

Exemplo hipotético exagerado:
:arrow: Numa bike "normal": sobes uma raiz, esgota 15% do curso da roda nem sentes a raiz. Desces um passeio com 10cm de altura sentado, esgota 50% do curso da roda. Desces outro passeio com o dobro da altura e esgota 90% do curso da roda.
:arrow: Sistema Neuf: sobes uma raiz, esgota 5% do curso da roda sentes uma porrada no selim. Desces um passeio com 10cm de altura sentado, esgota 50% do curso da roda. Desces um passeio com apenas + 2cm e já esgotou quase tudo. Se o passeio tiver o dobro da altura vai esgotar fortemente, e sente-se uma porrada valente no selim acompanhada com o som do estalo do esgotanço em seco. Portanto os últimos 50% do curso é um curso "morto" que é mal aproveitado.

Seria interessante se alguém se desse ao trabalho de comparar um sistema normal com o NEUF e confirmar ou não se o meu exemplo hipotético se aproxima da realidade. Mas atenção, o SAG de ambas as bikes têm de ser igual para a comparação ser justa (e convêm que os cursos e o amortecedor de ambas as bikes sejam iguais ou idênticos).
 
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Jorge S

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Boas,

Concordo no geral com a descrição das caracteristícas e funcionamento deste sistema. O NEUF tem como objectivo principal anular o bombeio de uma forma simples, eliminando a necessidade de bloquear/desbloquear o amortecedor em subidas/descidas consecutivas e permite a montagem de um amortecedor simples e leve. Tem vantagens a nível da simplicidade mecânica e manutenção mas, claro que não há bela sem senão, neste caso a falta de sensibilidade inicial é um facto. Eu consideraria a segunda metade do curso mais linear do que "morto", uma vez que raramente esgoto o curso da minha, nunca tendo batido no fundo, talvez também por usa-la um pouco dura.
Em suma, quem estiver habituado a um sistema "normal" irá sentir a diferença neste sistema mais espartano mas, para alguém como eu, que não necessita de muita sensibilidade e preza mais a simplicidade e fiabilidade, é o ideal. Digamos, de um modo simplista, que o seu comportamento fica algures entre o de uma rígida e o de uma FS convencional.
 
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Kamoes

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Este andrextr sempre a ensinar o pessoal! :D

O programa está excelente, já tive a dar uma olhadela.

Pelo que percebemos então, as 9.X e esta ER agora, são más suspensões totais!

O sistema é rijo no princípio do curso, e demasiado mole do meio para o fim. Quanto mais curso, menos pancada precisa para esgotar.


Já aprendi aqui muita coisa! Obrigado! :D

Abraço ;)
Marco Camoes.
 
Não perceberam o que eu disse?
Pela descrição (nunca experimentei uma 9.z) parece-me que é necessário amplitudes grandes (ou seja, maiores que noutro sistema) para se tirar total partido do amortecedor. Daí dizer que estas bikes sejam mais indicadas para caminhos mais sinuosos, mais altos e baixos, mais montes, do que propriamente XC e passeios mais suaves.
Mas também duvido que seja fácil esgotar o curso. A não ser que se faça downhill, ou se abuse dos saltos, coisa que não me parece que seja a utilização destas bikes.
O ser demasiado mole do meio para o fim também vai depender (se calhar o principal) da pressão no amortecedor. Daí até ser uma má suspensão total.....
 
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