Infelizmente acho que venho participar neste tópico um pouco por descarga de consciência, poderia remeter-me ao silêncio, mas acho que estaria a ser hipócrita comigo mesmo, e com os princípios que defendia (e continuo a defender) antes de organizar eventos.
A lamentável verdade é que só há dois dias atrás, passados 3 meses e 3 dias do SRP160 é que os mais de 250Km de trilhos que foram marcados ficaram totalmente limpos de marcações utilizadas.
Acabei também por limpar marcações de outros eventos que passaram em alguns dos troços antes, e depois do SRP160, um pequeno contributo para a natureza, em jeito de compensação pelo que deveria ter sido feito já há mais tempo.
As desculpas esfarrapadas são as mesmas que todos os outros usam, não há disponibilidade para a desmarcação, a malta trabalha, a malta estuda, a malta tem 1001 coisas para fazer, mas a verdade é que a malta arranjou maneira de nos 5 dias que antecederam e na própria madrugada do evento marcar os tais 250km e picos km's, sendo que a organização do evento não acaba no dia, mas bastantes dias depois.
Aqui tenho a agravante de serem muitos mais km's que na maioria dos sítios, mas não considero que seja uma desculpa legítima, e em 2008 por não ter ido remover as fitas numa herdade (numa das zonas extremas do percurso dos 160km) este ano foi-me negada a passagem, e com toda a legitimidade.
Já houve melhorias na limpeza de marcações de 2008 para 2009, os 80Km estavam integralmente desmarcados uma semana depois, e espero que em 2010 a 25 de Abril, 8 dias depois da 3ª edição do evento não haja um único km marcado.
Agora como é óbvio, isto vai sobretudo da minha consciência (que me pesa) e da consciência das pessoas que me rodeiam que felizmente comungam da mesma opinião, se as fitas não estavam lá antes de nós as colocarmos, não existem razões plausíveis para lá ficarem depois de cumprirem o seu propósito.
Evidentemente a celeridade da desmarcação está profundamente ligada às pressões que podemos ter, penalizações que vão contra os interesses das organizações, a denúncia aqui no fórum é boa, na medida em que dá uma má imagem ao evento e nenhum organizador quer isso, julgo inclusive que as formas e sugestões de manifestação contra este tipo de situações que foram feitas por alguns e aqui expostas, concretamente através de vias e organismos oficiais, são as correctas e acertadas, se não desmarcarmos por compromisso próprio, então que o façamos por receio às penalizações e consequências que daí poderão advir.
Congratulo a existência deste tópico e particularmente a insistência de algumas pessoas nesta iniciativa e neste assunto (sobretudo o cagaréu e o Faísco) :yeah:
Esta minha auto-denúncia pública (que espero que não me prejudique no futuro), serve-me para descarregar a consciência e assumir um compromisso perante um vasto público de melhorar este aspecto nas próximas edições dos eventos organizados pela Trilhos Vivos, nos dias que correm a palavra já não vale muito, mas quando dou a cara assumo, e assim arranjei maneira de me pressionar a mim mesmo
Bem hajam pela vossa atitude! :yeah:
Sobre o lixo em si, deixado pelos participantes, posso dizer com muita alegria que as pessoas que vieram a Serpa estes dois últimos anos foram impecáveis, e que na totalidade dos dois percursos não tive que recolher mais do que 20 embalagens (barras e geis), como o fornecimento de água é feito com garrafões de 5L e garrafas de 1,5L também não tenho problemas com garrafas espalhadas pelo campo.
Diga-se ainda que este lixo plástico recolhido (fitas, embalagens e garrafas/garrafões) é depositado no ecoponto para reciclagem, não custa nada.