Ciclovia alma lisboa

Joseelias

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FMCurto

A questão é mesmo criar a massa critica. Estar a pedir desde já uma ciclovia na ponte 25 de Abril é estar a colocar o carro à frente dos bois. Acredita que um projecto destes teria mais força a partir do momento que, fantasiemos, a Fertagus depois já ter chegado ao ponto de ter uma carruagem apenas para bicicletas esta demonstrasse que já não era suficiente para todos os que queriam embarcar.

Aí sim, não só haveria mais gente a fazer pressão como os responsáveis começavam a ver utilidade neste projecto.

No teu caso não sei em que condições usaste o comboio. Há algumas variáveis que podem ou não facilitar o uso diário da bicicleta mesmo em hora de ponta. Que tipo de bicicleta se usa, uma dobrável ou uma Btt de XC com Bar-ends e a cremalheira sem protecção? Hora de ponta pura ou um bocadinho antes ou depois (20 minutos por vezes fazem muita diferença). Sair em Campolide ou em Roma-Areeiro, ou até fazer o percurso em hora de ponta mas em sentido contrário...

A questão do uso da bicicleta não pode ser desligada da temática dos transportes públicos e só tinha a ganhar em colaborar com esses movimentos a meu ver. Numa perspectiva optimista até seria possível criar a ciclovia na ponte usando uma das faixas dos automóveis.

Por exemplo, se houvesse uma aposta forte no transporte público com um aumento exponencial do número de autocarros (biodiesel / eléctricos, etc) e comboios, seguros e confortáveis a preços quase simbólicos. E uma taxação penalizadora para quem gosta de ir de pópó todos os dias para o trabalho, como por exemplo a cada 5 passagens na ponte o preço da portagem aumentava substancialmente para autocarros de passageiros normais, em conjunto com zonas de circulação restrita no centro da cidade em que novamente haveria acesso a transportes muito baratos ou até gratuitos. Veículos de carácter profissional ou particulares com três ou mais pessoas não teriam penalizações por exemplo.

Estas medidas, entre outras possíveis, fariam baixar imensamente o número de carros dentro de Lisboa e reduzir drasticamente os 150.000 veículos que passam na ponte 25 de Abril todos os dias. Na Golden Gate passam 110.000 só para se ter uma comparação...

Com uma baixa substancial, como disse, até seria possivel reservar uma faixa para bicicletas. As cinco restantes seriam usadas duas para cada lado e uma central variável consoante a hora de ponta fosse para entrar ou sair de Lisboa ou em caso de acidente numa das faixas. Algo que, salvo o erro, até já existiu no passado.
 

NewRzoig

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FMCurto

Continuo a dizer:
São ideias engraçadas (se exequíveis! aonde? Por cima não me parece possível e por baixo menos ainda), mas o investimento deve ser (estamos a falar de uma estrutura com mais de 2.200 metros) muito elevado. Possivelmente na casa dos milhões!

Por esse preço comprava-se 2 cacilheiros e fazia-se viagens à borla durante 50 anos (descontei 150 dos 200 anos iniciais como verba para os barcos! :D)

Eu continuo a dizer:
Vamos é realizar uma petição para viagens gratuitas aos domingos, para os ciclistas, entre Belém e Trafaria!
Investimento? ZERO!

Vá... talvez algumas centenas em publicidade.

'Bora lá pessoal!
 

FMCurto

Active Member
Até dou de barato que não existe actualmente massa critica que permita ponderar o investimento, no entanto se o que está a suceder em Lisboa serve de alguma indicação houve uma subida exponencial de utilizadores de bicicleta de há 3 anos para cá, podem explicar isso da maneira que quiserem com preços do gasolina e tal mas a verdade é que só depois de começar a febre da construção das ciclovias é que a maioria das pessoas venceu a barreira psicológica de tentar e muitos continuam-"If you build it they will come"
Agora o cacilheiro como alternativa?Nem sei por onde começar,se nos sorvedouros de gasóleo ou no disparate económico: então a Transtejo dá prejuízo e depois de todos os cortes de pessoal e salários ainda consegue ver crescer a divida a banca e vamos pôr mais cacilheiros e ainda por cima a viajar a borla? E eu é que tenho ideia engraçadas?

Estava a pensar mais numa alternativa sustentável, e se não for pedir muito que não causa-se poluição.
O comboio é de todos o menos mau, apesar de tb termos de importar energia e o facto de a fatia de leão da produção vir do carvão:

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No entanto como isto é um salto muito grande e estas coisas não se fazem em dois dias porque demora a mudar a mentalidade das pessoas e pegando na dica do Joseelias, via com bons olhos que pelo menos se experimentar-se um fim-de-semana por mês (menos no Inverno) reservar uma faixa na ponte para peões e bicicletas. Porque depois se as pessoas gostam querem mais. ;)
Com passinhos de bebé talvez se lá chega-se.
 

NewRzoig

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FMCurto

Que grande baralhação! Olha que 'tava no gozo com a história de comprar cacilheiros, heim!!

Mas já gostei dessa ideia de reservar uma faixa.

Ainda assim, e pensando na logística associada a colocar protecções nessas faixas (vai para lá tu sem uma qualquer barreira entre ti e os malucos dos automobilistas, livra!), continuo a gostar mais de viagens gratuitas ao domingo nos cacilheiros. Como existe aos domingos de manhã para os museus.

Ok, podia começar com um domingo por mês.
Baby steps, right?
:D
 

Phoobus

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Pode ser se sempre avançarem com uma terceira ponte sobre o tejo, venha ja com essa questão resolvida, até lá, apostava mais na viagem gratuita de cacilheiro ou de comboio!!!
 

jjcn

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Notícias BTT/Ciclismo
Ponte 25 de Abril tem espaço para ciclovia, garante engenheiro promotor de nova petição
por António Martins Neves

A instalação de uma via para bicicletas e peões na Ponte 25 de Abril é uma ideia que começa a recolher apoios. Há uma segunda petição pública a apoiar o projeto, promovida por um engenheiro civil que considera possível desenvolver o projeto com 70 por cento de fundos comunitários e garante haver espaço para a ciclovia no tabuleiro onde circulam os comboios.

“No tabuleiro, a obra é simples, as saídas são o mais difícil”, mas não deixa de ser um projeto “simples”, que “não é transcendente”, garante António Pinto, 56 anos, gestor operacional da concessionária de auto-estradas Brisa e residente em Coimbra.

Em entrevista ao Pedais.pt, o ciclista recreativo e promotor da página eletrónica Alma Lisboa, onde argumenta a favor da circulação de bicicletas naquela travessia do Tejo e pretende reunir apoio para a ideia, António Pinto considerou que é possível construir a ciclovia quase a custo zero, embora não tenha feito contas ao investimento necessário.

Os parceiros no projeto devem ser, no seu entender as câmaras de Lisboa e Almada, os concelhos ligados pela ponte, que iriam reaver o investimento que fizessem no retorno proporcionado pelo acesso de turistas à travessia.

O melhor sítio para observar Lisboa é a Ponte 25 de Abril, a exemplo do que sucede com S. Francisco, nos Estados Unidos, onde uma estrtura semelhante proporciona também a melhor vista sobre a cidade, sendo por isso o local mais visitado daquela urbe situada na Califórnia.

Foi precisamente em S, Francisco, depois de visitar a ponte Golden Gate, “há um ano e tal”, e ao ver os ciclistas fazerem a travessia, que ocorreu ao engenheiro civil a pergunta “e porque não na Ponte 25 de Abril”.

Garante que no tabuleiro inferior, onde circulam os comboios, há duas faixas laterais onde se podem instalar ciclovias com três metros de largura cada sem grande dificuldade. Para razões de segurança, defende que uma seja dedicada a ciclistas e a outra a peões.

Para que o funcionamento não tenho custos para o erário público, propõe a criação de concessão de uma loja de apoio para ciclista no lado de Almada, com um espaço de restauração com vista para Lisboa, e no outro extremo a instalação de um elevador num dos pilares da ponte que assentam em terra, o que permitira descer diretamente para a zona das docas, em Alcântara.

Esse elevador iria facilitar o acesso de turistas, ainda mais numa altura em que na zona são frequentes concentarem as centenas ou milhares de visitantes que chegam a Lisboa em navios de cruzeiros.

A disponibilização de bicicletas para alugar à saída dos navios poderia ser uma forma de proporcionar um modo rápido e sustentando de conhecer Lisboa e ir observar a cidade da Ponte, onde chegariam sem dificuldade através do elevador, acrescenta António Pinto.

Há cerca de uma semana, e sem saber da existência de outra proposta no mesmo sentido, o diretor da Brisa criou uma petição pública dirigida aos presdientes das câmaras de Lisboa e Almada.

Entretanto, o candidato do CDS à presidência do Município da margem sul, Fernando Sousa da Pena, considerou, solicitado pelo Pedais.pt, que “a ideia de uma travessia ciclável (e pedonal) sobre o Tejo é muito apelativa”

A iniciativa “carece”, contudo, de “confirmação da viabilidade técnica da solução, dado poderem ser colocadas questões óbvias de segurança”, além de que “no extremo sul a ponte termina em autoestrada, em que a circulação de bicicletas é interdita”, diz o candidato do partido de direita.

Apesar de ser “difíci assumir neste momento uma posição definitiva”, Fernando Sousa da Pena assume o “compromisso de promover essa discussão”.

Até agora pronunciaram-se, em sentido idêntico, os candidatos à presidência da Câmara de Lisboa pelo Bloco de Esquerda, João Semedo, e do Partido peos Animais e pela Natureza, Paulo Borges. Os candidatos às duas autarquias pelos maiores partidos, embora solicitados pelo Pedais.pt, ainda não se pronunciaram sobre a proposta.

Fonte: Pedais.pt

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commendatore

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Continuam sem me explicar como resolvem a questão mais grave... ventos laterais. Até as motas se torcem todas quanto mais as bicicletas.
E fazer a travessia a pé... por favor. a ponte não muito longa, mas levar com um comboio ali ao lado deve ser algo de extraordinário.

E políticos em tempo de eleição ainda são100 vezes mais mentirosos que em tempo de mandato.
gostava de saber quantos deles pedalam...
 

miguelcarromeu

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Não há políticos envolvidos nesta campanha ;)

Em relação aos ventos, mais alta e mais ventosa (como já se referiu) é a Golden Gate, e os peões circulam no corredor superior. Nesta ideia, num tabuleiro ferroviário, parece-me ainda menos perigoso.
 

FMCurto

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commendatore said:
Continuam sem me explicar como resolvem a questão mais grave... ventos laterais.

A meu ver a ser optada a solução de ser feito no tabuleiro inferior o problema dos ventos é um falso problema dada a orientação da ponte e a proteção da estrutura a volta do tabuleiro inferior.Só se poria com ventos de Sudoeste,muito raros em Lisboa e ao que sei nunca fortes.
 

Jocas22

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só se for fora do tabuleiro dos comboios, naquela zona lateral, que como se vê não tem piso nem protecção lateral, pelo que essa história de investimento zero, é uma espécie de contabilidade "sócrates". Depois há a questão da protecção superior, um carro pode perder óleo no tabuleiro superior por exemplo. Depois aquela zona faz um triângulo o que reduz bastante a zona disponivel. E os ventos podem ser bastante fortes em cima da ponte, tinha de existir alguém a controlar tanto os ventos como a passagem. E por fim como prai disseram as saidas, do lado sul o comboio entra num tunel onde não á espaço pra mais nada

http://www.youtube.com/watch?v=_GYkeXrLoYE

do lado norte só se passasse por dentro dos pilares da ponte

http://www.youtube.com/watch?v=Ml4ysVLlZ48

Por fim, como foi anunciado os fundos comunitários vão deixar de ser destinados a estas obras.

só sou um curioso, mas os meus parabens ao senhor engenheiro, só espero que não faça muitas obras em portugal.:rolleyes:
 
Last edited:

Joseelias

Well-Known Member
O comentário desse "inginheiro" / "contabolista" é hilariante do principio ao fim. Deve de ter sido colega do Sócrates e do Gaspar...

"construir a ciclovia quase a custo zero, embora não tenha feito contas ao investimento necessário." :rotfl::rotfl::rotfl::rotfl::rotfl: É Tuga sem dúvida nenhuma! Para quem não entende como as derrapagens orçamentais acontecem em Portugal, eis a resposta! :rotfl::rotfl::rotfl::rotfl::rotfl:

A única ideia que tem valor é a passagem facilitada dos turistas para margem-sul SE houvesse um acesso facilitado ao Santuário do Cristo-Rei, este sim o local onde se tem as melhores vistas da cidade de Lisboa. As vistas de cima da ponte são bastante pobres por comparação.

Um aparte, quem não conhece a vista que se tem do Cristo-Rei recomendo vivamente, em particular a vista do topo da estátua. Vale todos os cêntimos do preço do bilhete para subir lá acima mesmo sendo um pouco carote.

Depois um elevador da parte de Lisboa? Um elevador com 70 metros de altura? Que teria que ser acoplado de alguma forma aos pilares de cimento da zona norte? Quanto custa construir e manter uma coisa dessas que não podia falhar dada a falta de hipóteses alternativas para quem tivesse em cima da ponte?

Por fim, engenheiro, da Brisa... não tarda nada tinhamos aí outra PPP para não dizer mais e arriscar-me a difamar a pessoa...
 

abelha2

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Não sei se já tinham respondido, mas as grelhas nada tem a ver com o peso, apenas servem para anular o efeito asa de avião que o vento provoca, e assim diminuir a oscilação da ponte.

Por falar em pontes a abanar, alguém já passou na ponte D. luiz I no porto em noit de são João?

Quanto ao tópico propriamente dito, acho que não é viável, a única forma de o fazer seria tirando uma faixa de automóveis, e pelo menos nos tempos próximos isso não acontecerá. Embora não resida na zona, seria mais "fazível" um desconto no comboio ou barco, e mais seguro para todos.

Mas apesar de nessa ponte não achar possível, acho que em alguns casos as pontes são sub aproveitadas. Apesar de não estarem a funcionar, deviam seguir um pouco o exemplo da ponte da arrabida no porto, com os seus elevadores e passeios para peões, apesar de se encontrar numa auto estrada.

Ainda recentemente, na A41, construíram uma ponte sobre o douro, que provavelmente teria o mesmo custo se tivesse uma passagem para peões\bikes, numa zona em que é preciso fazer 10/20km para passar o rio. Nesses casos sim, acho estupido não pensarem nisso.
 

abelha2

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A escala da foto engana um bocado,a passadeira tem quase metade da largura do comboio,a juntar o espaço do corrimão que deixa de ser necessário enquanto corrimão (não sei se há lá mais alguma coisa dentro) e dá mais que espaço.

Essas vias, tal como nos tuneis do metro, não podem ser obstruídas\retiradas, pois é a saída das pessoas do comboio em caso de avaria\emergência. E não seria seguro utilizar aquilo para circular sem uma protecção face ao comboio
 

Jocas22

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Primeiro acho que nem a fertagus nem a Lusoponte iam morrer de amores por essa ideia, e no fundo a ponte "é deles", está concessionada por não sei quantos anos. Imensa gente ia passar a ponte sem pagar, seja a pé seja de bicicleta. E se fosse pra cobrar (!?) existe o barco. Iam criar todos os problemas possiveis e imaginários e por o lobbie a funcionar.

isso do desconto pra bicicletas nunca acontecerá como é óbvio. O pessoal ia pro trabalho com uma daquelas bicicletas desdobráveis debaixo do braço só pra pagar menos ;)

o tempo das grandes obras acabou-se, e o que ai estava seria sempre uma grande obra, cara e complicada. Esqueçam isso. Usem os barcos. Foi falta de visão mas o Salazar nem a ponte queria quanto mais contruir um passadiço lateral pra peões e bicicletas, têm de compreender o contexto em que a ponte foi feita.
 

FMCurto

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Outra curiosidade:

Quadro 6.1 Dimensões recomendadas para Pistas exclusivas de bicicletas
Largura da Pista exclusiva para
bicicletas
1,20 a 1,50 m Pista uni-direccional
2,00 a 3,00 m Pista bi-direccional
Fonte:
Rede Ciclável de Lisboa, CEAP - http://www.isa.utl.pt/ceap/ciclovias/lisboa


A imagem não tem grande resolução mas assumindo que esse esquema está correcto,que tudo está à escala correcta, e pegando na medida de uma faixa de 3,75m , sendo metade 1,875m:
Se optarmos por uma faixa de 1,875 de largo (que obrigaria a fazer dos dois lados) fica com cerca de 2,5m de altura, como curiosidade a maioria das portas de uma casa têm 2,20m.

a5ge.jpg
 

jjcn

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Acerca do vento na ponte:
http://velocipedia.blogspot.pt/2013/09/alma-lisboa-pedalar-e-andar-pe-na-ponte.html


"Há muito que acredito nesta ideia, e sempre que se fala na mesma, há quem se ria, há quem diga que é impossível ou que não faz sentido, e há quem diga que seria fantástico.

Para que haja cada vez mais gente a dizer que acredita nesta ideia, lembrei-me de contribuir mais um pouco comparando (mais uma vez) o caso de Lisboa com São Francisco. Começando pelo vento - muitos dizem que faz muito vento lá em cima, e que por isso é incompatível. Os seguintes gráficos mostram que em São Francisco faz muito mais vento (e bem mais frio, já agora), e isso não impede que se circule a pé e de bicicleta na Golden Gate"

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Joseelias

Well-Known Member
jjcn

Mas a quem é que vai servir esta ciclovia? Ainda não li nenhuma justificação válida!

Para os queques de Lisboa ir de bicicleta até à Costa da Caparica no Verão como aqui mencionaste? É nesta quequices que se quer gastar milhões (porque não fica por menos) do dinheiro dos contribuintes?

Para meia-dúzia de utilizadores de bicicleta que moram em Almada poderem ir para Lisboa, quando o problema de acesso a Lisboa para centenas de milhar de moradores da Margem-Sul é gravíssimo e esta opção era inútil para essa causa? Algo que só se pode solucionar com investimento em transportes públicos. E é aqui que querem gastar o dinheiro?

Para os turistas que vêem a Portugal nos cruzeiros? Quanto milhões desses não precisávamos a pagar para usar a ciclovia a partir de Alcântara (como foi proposto) para recuperar o investimento? Quando tivesse paga já precisava de manutenção e voltávamos à estaca zero. E são assim tantos esses turistas a querer usar essa ciclovia, em números totais e vontade de a usar? Tendo em consideração a idade média dessas pessoas e o tempo que podem despender em cada destino e o tanto que há para ver em Lisboa?

Ou para assegurar o posto de trabalho do engenheiro da Brisa?...

Expliquem-me qual a verdadeira utilidade de um investimento tão dispendioso e quem servirá quando o país está a contar tostões e na Margem-Sul há tantos problemas mais graves para resolver. Como por exemplo um hospital em Almada feito para servir 200.000 habitantes e que serve 400.000 e chega aos 600 ou 800.000 no Verão onde se chega a estar mais de 7 horas em espera nas urgências com o segundo grau mais grave na triagem, porque o governo não constrói um no Seixal que está prometido e definido há anos?

E é neste elefante-branco que há gente a gastar tempo e a tentar que se gaste dinheiro?

Sinceramente, tenho defendido muitas vezes o pessoal de Lisboa noutras discussões contra pessoas doutras zonas do país que acusam que para Lisboa há sempre dinheiro, e que se faz nesta cidade tudo quando noutros locais não se faz nada. Acho que estou a começar a dar-lhes razão!

É que ainda não li um único argumento que justifique a construção deste projecto sem ser panel*irices de Lisboetas que querem vir visitar o "Deserto" da Margem-Sul como o anormal do Lino disse, e a sua fauna.

Meus caros, a Margem-Sul não é a Costa da Caparica que os Lisboaetas frequentam no Verão. São muito mais de MEIO-MILHÃO de portugueses estrangulados em duas pontes, sem transportes públicos de qualidade e pagos a peso de ouro. De tal forma caros que custa o dobro duas pessoas irem de transportes públicos até Lisboa que de carro pagando combustível para 30km, a portagem da ponte e estacionamento durante algumas horas num dos parques mais caros do país.

Quero lá saber se pode ou não ser feito tecnicamente. O que me interessa é se se justifica ser feito. A mim já me começa a cheirar ou a fundamentalismo cego, a egoísmo ou a defesa de algum tacho que algo tem a ganhar com projectos desta natureza.

Parem de olhar para o úmbigo que há prioridades muito mais sérias. Agradecia que esse pessoal que se está a mobilizar por este elefante-branco direccione o seus esforços para apoiar a construção de um hospital no Seixal. Esse sim um projecto indispensável e que não só melhorará a saúde dos portugueses como salvará vidas.

Tanta pintelh*ces técnicas sobre se se pode ou não construir e ninguém diz que vantagens factuais e reais para a população que pagará esse projecto com os seus impostos haverá. E é isso que importa.
 

commendatore

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x2. Tanto onde estoirar dinheiro... E como disse antes e volto a dizer... convém ler umas coisas acerca de estabilidade de estruras, vibrações mecânicas e ruído e dinâmica de fluidos para perceber onde está a maluquice do projecto.
Uma pergunta básica: porque razão cortam a ponte a camiões, motas e outros veículos na ponte durante alguns dias de Inverno?
E nos outros porque razão não se pode circular de mota na faixa com a grade?
Não é devido a não travarem...até trava mais que a de alcatrão... não é por terem rodinhas estreitas. É pelo peso.
Só quem não viu um SMART four2 capotar do nada na grade não acredita no que é a força do vento na 25 de abril durante o Outono e Inverno.
Qts milhões vivem em São Francisco? Quantos em lisboa e margem sul?
Quantos vão de bicicleta para o trabalho em SF? Quantos em Lx?
Então é que as portagens iam ser baratas na ponte Salazar... E para servir quantas pessoas?
Quantos e quantos kms de ciclovias são atravessados diariamente por 20-50 pessoas?

A concretizar seria numa redoma de acrílico...e ia custar 600 ou 700 % a mais do que estaria planeado. Temos malta a morrer à fome... Só não vê quem escolhe não ver.
 

Joseelias

Well-Known Member
commendatore

Subscrevo por baixo tudo o que dizes. Só fala neste absurdo quem não passa diariamente a ponte (eu passei durante cerca de 20 anos em autocarros, comboio e carro), e o conhecimento que têm da Margem-Sul é igual ao do ex-ministro Mário Lino que falou da "outra-banda" como sendo um deserto, quando no total tem mais de 600.000 habitantes só nos concelhos banhados pelo Tejo e sem contar com outros mais a sul. No total tem cerca de 800.000 habitantes! Isto é, quase 10% da população portuguesa concentra-se nesta área de Portugal.

Se contarmos que a média de veículos que passam a ponte 25 de Abril anda na casa dos 150.000 diários, muito dos quais autocarros cheios à pinha na hora de ponta ao que se soma o comboio e iguais condições só mesmo pessoas ignorantes, ou egoístas, ou com interesses económicos na coisa podem tentar implementar isto esquecendo que uma ciclovia não ia resolver absolutamente nada dos problemas de circulação de toda esta população. No Inverno então iria estar às moscas tirando o ocasional curioso.

Quanto quilómetros de ciclovias não se construíam com esse dinheiro em Lisboa, ou especialmente na Margem-Sul? Ou noutra zona do país? Isto é, junto de onde as populações vivem para que começassem a considerar a utilização da bicicleta de forma mais regular?

Por exemplo, a construção de uma ciclovia de qualidade num troço de 10km entre a Fonte da Telha em Almada e o concelho do Seixal num percurso altamente utilizado por ciclistas durante o ano inteiro num carácter desportivo/manutenção, pois cruzo-me sempre com vários ciclistas todas as vezes que lá ando independentemente da época do ano e da hora. Que durante o Verão serviria imensa gente que iria para a praia de bicicleta pois já o fazem, e só não o há mais pois o trânsito é intenso no período de Verão e as estradas são estreita na parte de Almada, já para não falar na velocidade e razantes dos carros. E que até daria acesso ao único local minimamente apto para fazer Btt nesta área, que é a Quinta da Apostiça?

Porque motivo iria a Câmara de Almada ter que gastar dinheiro neste elefante-branco quando com muito menos serviria milhares de pessoas que iriam usar esta ciclovia com frequência e diariamente?

Ainda sobre a utilidade deste projecto para os Lisboetas irem dar uns passeiozinhos até à costa da Caparica. De qualquer ponto de Lisboa até à Costa são pelo menos 20km. Gostava de saber quantos Lisboetas estariam dispostos a fazer 40km diários para ir à praia, em particular 20 dos quais após estar um dia exposto ao calor. Fiz incontáveis vezes isso quando ia à Fonte da Telha de bicicleta e apenas com 10km no regresso e posso dizer-vos que penava um bocado. E na altura estava em fantástica forma física. E se incluirmos jovens é algo que uma família faria uma vez apenas pela piada e depois esqueciam e iam de novo de carro ou autocarro.

Portugal já teve a Expo98, o euro2004 e outras tantas aberrações. Não precisamos de mais um projecto megalómano e de utilidade mais que duvidosa só porque uma cidade noutro país que tem uma ponte parecida com a nossa o fez, ignorando-se de forma grotesca todas as outras diferenças entre os dois locais. Especialmente um projecto que pelos seus custos iria virar ainda mais pessoas contra as bicicletas, que a favor.
 
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