04 de Abril de 2010 – 5º dia no Caminho
O quinto dia estava referenciado, desde o início e devido à data, como um dos dias inesquecíveis do nosso Caminho, especialmente, para o Malhas. Mas vamos à sua história…
Eu acabava de acordar, olho em redor e duas primeiras constatações:
- O casal de espanhóis já tinham “levantado acampamento” e o Filippus parecia ter desaparecido com eles (deixando para trás todos os seus pertences)…
- E no outro lado o Homem do Saco e o Malhas lá continuavam…: - “1 carneirinho, 2 carneirinhos, 3 carneirinhos…”
Depois do pequeno-almoço tomado no bar dos Soldados da Paz (o qual recomendamos vivamente!) apresentámo-nos na linha de partida, que coincidia com a de chegada do dia anterior…
Poucos metros adiante começámos a deparar-nos com várias perspectivas semelhantes à que a imagem documenta
É que hoje era Domingo de Páscoa e todos aguardavam a vinda do compasso e do sr. Padre às suas casas.
Nós lá íamos seguindo por várias povoações, quase sempre em alcatrão ou calçada, e sempre com tempo para apreciar o que nos rodeava:
Entre saudações (trocadas com gente em traje domingueiro e festivo) eis que surge o primeiro toque de telemóvel do dia… Era um amigo bttista que, já desde há muito tempo atrás (logo mal começámos a preparar o Caminho), se tinha disponibilizado a vir ao nosso encontro e nos acompanhar durante alguns quilómetros no seu “burgo”.
Eis o 1º momento especial do dia, o nosso encontro com o Filipe Bragança:
Seguimos pela bonita e ciclável cidade de São João da Madeira, da qual seleccionei estes “postais”
Depois da vila de Azinhaga (no coração do Ribatejo), eis o 2º testemunho do uso da fiel amiga=bicicleta. (Já agora, atenção que existe um outro ciclista na imagem…)
Estátua-homenagem aos trabalhadores da Fábrica do Chapéu
À entrada da matriz para a missa Pascal (Em busca do carimbo para a Credencial de Peregrino – parte I): “óH meus caros, agora tenho uma missa para dar…”
À entrada de uma outra igreja um pouco mais abaixo (Em busca do carimbo para a Credencial de Peregrino – parte II): “óH meninos, vós estais no 12º ??? e a ti, até te deixava entrar, que tens uma sacola pequenininha, mas esse aí do saco amarelo cheio de criancinhas…”
Lá tivemos de arrancar em busca de outra “capela”…
Alguém se lembrou que talvez fosse boa ideia irmos ao primeiro tintinho da manhã e além disso até houve quem prontamente se oferecesse para pagar a despesa, pois hoje cumpria mais um aniversário. Poucos metros adiante, o Caminho tornava a acontecer…
Alguém grita: “ – Óh Malhas, olh`aqui esta “capelinha” (sita junto às antigas instalações da Oliva e na Rua da Fundição)
À porta as flores e verdura denunciavam o dia e a visita esperada. Perguntámos se podíamos entrar e uma vez concedida a autorização, “encomendámos” logo ali um bolo de aniversário, que acompanhámos com os habituais “licores”
Cantámos os “Parabéns”, o Malhas soprou a vela e pousámos para a posteridade: Filippus, Felipe Bragança, Malhas, eu e o PedroAugusto.
Estávamos em animada festa quando, vindo lá de dentro e irrompendo pelo balcão, o dono do estabelecimento atira para o ar:
“- Quem é que faz anos?... Faço questão que abra esta garrafinha que ofereço eu!!!”
O Caminho acontecia!
Tornávamos a cruzar-nos com gente boa e simpática (a ponto de nem sequer nos cobrar o que havíamos pedido), que ajudariam a tornar este dia inesquecível. Eis a merecida foto:
Carimbámos ali mesmo as nossas Credenciais e saímos de alma cheia (uma vez mais, o nosso obrigado à família Sousa – patriarca, esposa, filho e nora - que tão gentilmente nos acolheram no seu café) e de coração e espírito ainda muito mais abertos… O Caminho estava a superar as expectativas!
Ainda de sorriso no rosto, passámos junto à capela da Sra. Do Ó e ainda fizemos “um prémio de montanha de 2ª categoria”:
A hora do almoço aproximava-se e o Filipe Bragança tinha de nos abandonar a fim de se juntar à sua família, que o aguardava para o almoço de Páscoa. Filipe, obrigado pela tua companhia e disponibilidade! Quando venhas às nossas bandas = “Mourama” sabes que poderás contar connosco. Grande abraço!
Despedimo-nos dele na Malaposta, mesmo à entrada da antiga calçada romana (e posteriormente Estrada Real)
(cont.)