1 de Abril de 2010 - 2º dia no Caminho
Após a nossa primeira noite de descanso (numa cama a sério e tudo!) ficámos ainda mais bem dispostos quando vimos o dia, pois o sol já ia raiando e o dia prometia ser longo (se tudo corresse como planeado, esta seria a etapa mais longa…) Depois de carregadas as “burras”, fomos até às Portas do Sol que até ficavam ali pertinho. E a lezíria esperava por nós, lá em baixo e lá ao fundo
Seguimos então em direcção a um outro local emblemático na vida académica do Malhas (local de muitos pequenos almoços, curiosamente – ou talvez não! - antes de ir deitar, não depois de levantar…) e que seria simultaneamente o local onde nos encontraríamos com o João Carlos/rp23 que, finalmente se juntaria a nós.
Eis-nos os 4, frente ao “Hozel”
Depois de recolhermos o primeiro carimbo do dia, fomos em busca da Porta de Santiago, a partir da qual haveríamos – mal ou bem, pelo que havíamos lido – de tentar chegar à Ribeira de Santarém… Mal passámos por baixo do arco, entrámos num “singletrack” fabuloso e onde a vegetação praticamente o ocupava
O dia ainda mal começara e já éramos brindados com um verdadeiro momento de btt, trilho espectacular, com uma vista igualmente deslumbrante, quando de repente surge uma clareira e isto…
Se até aqui, a tarefa não tinha sido fácil, (descer degraus suportando uma bike com respectivos alforges e pesando a minha e a do Malhas uns 30 kg), o abismo estaria ainda por vir…
Os degraus terminaram e deram lugar ao que se segue:
Após as risadas gerais e o célebre “Tamos f****idos!!”, acabámos ao fim dalguns minutos por tomar a decisão de abrir um trilho paralelo a um muro lateral, por onde as bikes teriam que ir chegando lá abaixo. Felizmente éramos 4, imagino a aventura que aqui passou o MiguelK2Sampaio ou todos os que por aqui se aventurem “a solo”…
Acabámos por alcançar novo trilho que desemboca junto à entrada do tabuleiro da Ponte sobre o Rio Tejo e, rapidamente, chegámos à Ribeira de Santarém. Duas fotos: uma à entrada (é só escolher!) e outra à saída (da famosa e antiga Ponte do Alcouce – séc. XIV)
A planície estendia-se-nos por diante, mas a verdade é que mesmo aqui pode aparecer sempre alguma dificuldade. Ora vejam…
Ultrapassado o obstáculo/vala de água, seguimos por entre o que por aqui é típico
E por algumas Quintas típicas deste Ribatejo (na foto a Quinta da Cruz da Légua – já pertinho da localidade de Vale de Figueira)
Após Vale de Figueira, descemos por caminhos florestais até às verdejantes margens do rio Alviela e aos campos de Pombalinho e Azinhaga
É nesta última localidade que, vindo de Riachos, se junta a nós e para nos acompanhar ao longo de alguns quilómetros, um outro bttista, ex-colega universitário do Malhas e amigo da TRUPE: o Fanã.
Seguem-se 4 “registros” bem típicos desta localidade ribatejana:
José Saramago
O uso da fiel amiga=bicicleta
O antigo hospital e albergue de peregrinos
E a antiga (séc. XIV) capela do Espírito Santo
Já à saída, e em direcção à vila da Golegã, passamos por uma outra antiga Quinta, a da Broa, e cruzamos o rio Almonda. Uma vez na Golegã, dirigimo-nos à lindíssima igreja manuelina de Nossa Senhora da Conceição (que data do séc. XIV) para aí tentarmos carimbar as credenciais. Pudemos entrar e apreciar os magníficos painéis de azulejos, mas como não estava ninguém tivemos de nos deslocar ao quartel dos Bombeiros (já habituados a este procedimento e mesmo a albergar peregrinos)
Saímos da Golegã e encaminhamo-nos para o município vizinho de Vila Nova da Barquinha (no qual vivi grande parte da minha vida e onde ainda residem os meus pais e irmã).
Era altura de percorrer caminhos e estradas bem conhecidas e um dos locais mais emblemáticos da zona; a Quinta da Cardiga.
Eis uma prova de que o GPS, por vezes, acaba também ele por não nos indicar o caminho.
Foi já diante do palácio acastelado da Quinta da Cardiga que havíamos de nos cruzar com mais uma figura que, enquanto zelador deste edifício, e ao saber da nossa aventura, acabaria por nos desejar uma Boa Viagem. Um bem-haja, senhor Jesuíno Mendes.
Depois de tiradas algumas fotos mais artísticas (pormenores de uma fachada e da antiga ponte sobre a ribeira da Ponte da Pedra), arrancámos para o almoço… que nos aguardava já ali pertinho.
Seguindo o caminho de terra e com uma excelente perspectiva de V.N. da Barquinha (à direita), cruzamos a localidade de Pedregoso, passamos diante da E.B. 2,3/secundária, atravessamos a linha do Caminho de Ferro e chegamos a Moita do Norte, local onde tive de tirar uma foto da praxe… Eu no monumento ao “Fogueteiro” (a cerca de 100 metros das traseiras da casa dos meus pais, no Cardal, vê-se uma das mais antigas fogueterias da zona)
Desta rotunda, subimos em direcção ao cemitério (efectuando o caminho que fazia há alguns anos atrás, quando ainda andava no ensino primário) e apanhámos o pequeno carreiro que da sua entrada nos leva ao Cardal “City”, concretamente ao “Cabeço” e à Rua dos Cravos, local onde a minha mãe, a minha irmã e a minha sobrinha, bem como a família do Malhas nos aguardavam para o almoço.
(continua...)