CCP - Caminho Central Português - de Lisboa a Santiago [FotoReport]

Pedro Augusto

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Tenho andado desligado aqui do fórum, mas notícas deste pessoal é que é mentira!
Vi isto:

imgp7005.jpg


Foi desta que o homem morreu? O homem está bem e aquilo foi só um esquema elaborado para ficar com o número de telemóvel do sr. Bombeiro, ou ele atirou-se mesmo ao chão sem querer?
 

Speças

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2 de Abril de 2020 - 3º dia no Caminho

O terceiro dia iniciou-se com a tristeza própria da despedida…
Arrumámos a trouxa, montámos os alforges e após agradecermos aos Bombeiros Voluntários de Alvaiázere, seguimos juntos até ao primeiro cruzamento…
O João Carlos tinha de abandonar e, seguindo por estrada, dirigir-se-ia para sul (Tomar ou Entroncamento) ao encontro da sua esposa que o viria recolher.
Nós seguiríamos para norte, no Caminho.





Após sairmos de Alvaiázere e já com a cafeína reposta (a propósito, passem no café D. Sancho e peçam ao sr. Virgílio, proprietário, para vos recitar alguns dos seus versos), sabíamos que teríamos a Serra de Ariques para trepar e vários trilhos para desfrutar…






Ansião seria a nossa próxima paragem, pois seria lá que iríamos procurar carimbar as credenciais.
Enquanto eu e o Filipe, depois de percorridas as duas igrejas, já vínhamos da casa do sr.Padre (mais uma dica, fica na casa logo após a tabuleta dos Correios), finalmente com o carimbo, o Malhas acabava de descobrir mais um motivo fotográfico e quase “auto-pseudónimo”…





Já à saída desta vila, após passarmos a famosa Ponte da Cal (séc. XVII), eis que nos cruzamos com mais um camarada das bicicletas; o Ramiro dos Ansibikers. Que estava de saída para mais uma voltinha “alcatrónica”.


Após esta vila, percorremos alguns trilhos e caminhos vardadeiramente fantásticos, dignos de duendes e gnomos. E inspiração pura para todo aquele que faz este Caminho…











A manhã estava a ser extraordinária, com trilhos e caminhos rodeados de natureza, interesse e paisagens belíssimas e quando assim é, não há estômago que se aguente apenas com barrinhas e líquidos…
O Filippus e o Malhas deram o sinal de partida numa pequena capela num pequeno lugarejo



Alvorge estaria algures adiante e seria lá que iríamos procurar uma mercearia ou mini-mercado onde haveríamos de comprar o nosso almoço.
Logo á entrada, junto ao cruzeiro dessa aldeia, encontrámos o que pretendíamos e lá fizemos o nosso “avio”. A simpática rapariga que nos atendeu, acabaria por ouvir as nossas lamúrias face ao facto de já não haver pão, indicando-nos porém a padaria ali da própria aldeia, onde talvez nos safássemos… Nesse pequeno trajecto, talvez 200 metros, o Caminho tornou a acontecer. Eis 3 momentos únicos:

- um pátio antigo



- um instante bucólico



- e o Diogo, a sacar um “jump” frente ao café-padaria-laboratório de análises do seu pai.



Como que por sorte, ainda restavam 3 ou 4 bolas/pão.
Celebrámos o facto com três “copos de 3” de tinto carrascão que, não fosse a sandes de iscas que tinha guardado da noite anterior em Alvaiázere e que reparti, deixariam os nossos estômagos em “carne viva”.
Vimos mais um salto do Diogo e lá nos dirigimos em busca de um “parque de merendas”…
Após um pequeno mas formidável trilho, descemos em direcção à várzea e às ruínas da Quinta da Ladeia (séc XV) e ali estava o “dito”: um muro, mesmo junto a um barracão e a uma estrada nacional, onde para além da companhia de uma nogueira, reparem só, haveria ainda de passar o amigo Ramiro, já a caminho de Ansião.



A ementa constou de dois pratos:
um belo chouriço (escolha do Filippus)
e

(escolha minha e do Malhas)
Acompanhou com coca-cola e rematou com laranjas e bananas.

Uma vez saciada a fome, arrancámos em direcção à famosa vila-queijeira de Rabaçal.
Consulta-se o Guia…
 
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Speças

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(continuação...)

E após algum alcatrão, entramos numa formidável via romana que, entre olivais, vinhas, pastagens e pomares, nos haveria de levar até Zambujal. Pelo caminho, avistámos ao longe e lá no alto as ruínas do Castelo de Germanelo e, sempre numa quota muito baixa e junto à Ribeira Baixa, vamos desfrutando desta via milenar, apreciando a paisagem e arranjando motivos “para mais tarde recordar”…







Haveríamos ainda de atravessar as localidades de Fonte Coberta onde encontrámos este registo


E de Casas do Poço, da qual deixo dois “postais”:




Após a subidinha, lá vamos seguindo ao longo da margem do Rio de Mouros, ora a subir, ora a descer, por vezes, quase vertiginosamente, em direcção à romana Conímbriga.


Aproveitámos para descansar um pouco e para várias outras tarefas: carimbar credencial; repor valores de cafeína e alcoóis, utilizar instalações sanitárias, refrescar pés e pernas no pequeno lago, estender roupa, enfim… só o Filippus parecia já estava pronto para se fazer ao Caminho.


Acabámos por “zarpar” e a julgar pela imagem

já bem mais animados e com a esperança de bom tempo…

Após passagem e paragem em Cernache, onde um padre jesuíta nos carimbou as credenciais e se efectuou novo reabastecimento de líquidos, desta feita, à base de concentrado de fermentação de cereal, seguimos em direcção a Coimbra, onde nos haveríamos de encontrar com o Pedro Augusto, que vindo de “Bijeu”, se nos juntaria no Caminho.
Agora numa zona mais urbana, por entre bairros e casario, alcançámos a localidade de Cruz de Marouços, e mais concretamente, o largo da Capela, onde haveríamos de ter motivo para permanecer durante alguns minutos…


Primeiro, a tasca do sr. Amândio Lopes, onde com o motivo de “regarmos” a sandocha do lanche, acabaríamos por conversar um pouco com o Luís Pinto, o Luís Rocha e o bttista Telmo.


Depois, no miradouro Celestino Augusto Gomes, com a primeira vista sobre a cidade de Coimbra e na companhia de mais um jovem de bicicleta, cujo pai, para além de bttista, também é frequentador aqui do fórum


Como já vem sendo hábito, duas ou três rodadas depois, estávamos de novo a rolar em alcatrão – e que descida!!! – a caminho de Bordalo e Mesura, passando por este ex-libris

E em direcção à cidade capital do Mondego, sempre a descer pela magnífica calçada de Santa Isabel, passando ao lado do Convento de Santa Clara e “desaguando” junto ao Portugal dos Pequeninos. Dirigimo-nos ao meeting-point, neste caso as ruínas do Convento de S. Francisco, onde tínhamos combinado com o Pedro Augusto.

Foi já na sua companhia que acabaríamos por cruzar a ponte do Mondego e nos dirigimos à igreja de Santiago (sec. XII), onde pretendíamos carimbar as credenciais.

Passagem ainda pelo antigo Hospital Real (séc XVI), com a Mérida “panisguinhas”=carbónica do Pedro a seguirnos

Seguidamente, rumaríamos ao quartel dos Bombeiros Municipais de Coimbra, onde pernoitaríamos. Após visita guiada aos nossos “aposentos” (imagens reais no dia de amanhã) e banhinho da ordem tomado, foi altura de irmos “testar” a nossa mais recente “aquisição”:

Teste 1 – “Diz-me o que comes, dir-te-ei quem és!”


Teste 2 – “Grão a grão, enche a galinha o papo”


Teste 3 – “A descer, todos os santos ajudam”


Teste 4 – “Se não os podes vencer, junta-te a eles”


E o Caminho continua…
 
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filippus

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Boas,

Amigo Speças tava a ver que não vinhas acabar a crónica...eh eh.

Continua assim, a crónica tá excelente.

Abraço
 

Speças

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03 de Abril de 2010 – 4º dia no Caminho

O dia amanheceu assim… tal qual havia terminado a noite!



4 sacos-cama estendidos no chão, numa pequena arrecadação no quartel dos Bombeiros Municipais de Coimbra. Ao que parecia a camarata destinada a visitantes estava lotada com tropa… tivemos que ficar no único espaço possível. Felizmente, a sirene nunca tocou de noite e apenas a dureza do “colchão” e o frio (pois tivemos de dormir com a porta da “suite” aberta!) foram obstáculos ao repouso dos guerreiros.
Como a imagem documenta, o “hóme de Bejeu”, para não chorar, até ria…

A foto seguinte documenta o “aparelhar das mulas”…



Como uma desgraça nunca vem só, Coimbra acabaria por nos trazer a chuva! Eis o Filippus a impermeabilizar os seus alforges. (Não fosse o IKea…)
Depois de tomado o pequeno-almoço no bar do quartel, foi debaixo de água que acabaríamos por nos despedir e agradecer a hospitalidade.

Foi já ao fim de cerca de duas horas que o Malhas se lembrou que havia algo muito importante em falha… (e não, não se tratava de atestar alcoóis. Pelo menos, para já!)
Faltava a foto da praxe ao Pedro Augusto…



… e que doravante, passaria a ter como nome de código: o Homem-do-saco ou o Paraquedista. É que em vez dos alforges e do suporte, este menino, iria aventurar-se no Caminho de mochila às costas…







Para além da chuva, esta manhã ficou marcada pelo muito alcatrão percorrido e pela parca quantidade de terra e lama calcorreada. Foi pois assim que demos entrada na Mealhada, onde muito mais do que carimbar, todos queriam sim, desfrutar do quase obrigatório “abastecimento”:


Ciclovia, por onde cicloperegrinámos

Igreja de Sat`Ana, onde carimbámos







Repasto, onde repusemos calorias e atestámos “níveis”
(Nota: a penúltima foto documenta, quando comparada com a antepenúltima, o “sacrilégio” da jornada… Houve um que preferiu a sandes de queijo que tinha comprado no bar dos Bombeiros em Coimbra.)

Com muita pena – sobretudo dos 3 que aparecem na foto imediatamente acima! – lá tivemos que sair dali…
Pela frente havia mais alcatrão, teríamos mais cerca de 30 km até Águeda, com passagem por Anadia (cidades intimamente relacionadas com a bicicleta), e lá colocámos a nossa “lebre “ (e mais recente aquisição = Homem-do-Saco) a puxar pelo pelotão…



A dada altura, surge outra boa notícia… a chuva começava a dar tréguas!



e, quase sem nos apercebermos, eis que entrávamos em Águeda,



local onde iríamos tentar carimbar as credenciais e aproveitámos para a foto em família





mas e onde mais 2 coisas boas iriam acontecer:








Mais um conselho a todos os futuros bicigrinos:
atenção que por estas bandas há restaurantes que, embora dispondo de menus onde constam pratos ditos normais, praticam no entanto uns preços “anti-peregrinos”…



Uma vez limpos os pratos e travessas, secos os copos e garrafa da outra foto, lá nos encontrámos, conforme combinado, com mais um amigo que fazia questão em nos acompanhar aqui pelo seu “quintal”.
Foi pois na companhia do amigo Cagaréu, bttista das redondezas e frequentador aqui do fórum, que haveríamos de efectuar uma grande parte do percurso vespertino deste nosso dia de Caminho.

[/URL
 

Speças

New Member
(... continuação...)



Na verdade, dificilmente poderemos esquecer os momentos que com ele passámos. E prova disso, são as imagens que documentam aquelas cerca de 2 horas que pedalámos juntos:

- primeiro, apareceram os “paparazzi”. Bem!… Parecia o Tour de France…



- depois e ainda como se do Tour de France se tratasse, encontramos o Bob, o Construtor...



- seguidamente, leva-nos à descoberta da ponte medieval sobre o rio Marnel e da paisagem agro-florestal dominante






- por fim, e uma vez chegados a Albergaria-a-Velha, tem o mérito de deixar o “Homem-do-Saco” no estado que a imagem documenta…



Amigo Cagaréu,
Um grande bem-haja à sua pessoa! Foi muito bom termos podido conhecer-nos e pedalado juntos. Grande abraço do Speças.

Uma vez despedidos, lá prosseguimos o nosso Caminho e, claro, sempre com motivos de interesse e boa disposição, que fazem dele algo único e inigualável:










Estávamos a poucos quilómetros de terminar mais um dia do nosso Caminho…
As bikes lá iam aguentando,



e nós também.
O Caminho seguia agora junto à linha do Caminho de Ferro e aqui e ali surgia algo a prender-nos o olhar… Após uma descida vertiginosa, seguimos pelo antigo caminho medieval e cruzámos a antiga ponte do Senhor da Ponte. Oliveira já se ia deixando adivinhar, bem lá em cima…







Eis-nos diante da Igreja Matriz de Oliveira de Azeméis, local que marcava o términus do nosso dia. Carimbámos a credencial, pousámos para a fotografia, a “Marina” do Filippus também e conversámos durante alguns minutos.





Apesar de bem longo (95 km), este dia tinha sido muito bem passado. Só faltava o banhinho da ordem…
O quartel dos Bombeiros (onde iríamos pernoitar) ficava mesmo ali ao lado e para além do banho quente e retemperador, de uma máquina de secar roupa, de termos ao dispor uma sala com tv e computador com ligação à net (o Filippus vibrou!!!), ainda tivemos direito a 3 desejos…

Desejo 1
“Óh Génio, gostava que nos cruzássemos com mais alguém que também estivesse a fazer o Caminho Português”
(Não há foto, mas… não é que no mesmo quartel estava já instalado um casal de espanhóis que se encontrava a fazê-lo.)

Desejo 2
“Óh Génio, o qu`eu gostaba era de poder cher prejedente lá da A.D.C.P.V.M., nem que foche chó pum dia, pa meter aquela jubentude toda lá minha aldeia a roçar fetos e silbas peu poder passar lá ca minha bicicleta”




Desejo 3
“Óh Génio, por favor, não nos deixes dormir no chão, apenas com o saco-cama!



Ah! E pó jantar… pode ser mesmo um bocadinho de broa e uma sopita!!!”



E o Caminho continua…
 

cagaréu

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- por fim, e uma vez chegados a Albergaria-a-Velha, tem o mérito de deixar o “Homem-do-Saco” no estado que a imagem documenta…



Amigo Cagaréu,
Um grande bem-haja à sua pessoa! Foi muito bom termos podido conhecer-nos e pedalado juntos. Grande abraço do Speças.

Speças, o homem do saco é um menino à vossa beira :) ainda tem de aprender a repôr os níveis de alcois :)

Grande abraço, foi um prazer ter-vos por cá.
 

Malhas

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As saudades que eu já tenho de tudo isto...
Grande Speças, ainda bem que voltaste à carga e logo com o relato de 2 dias. Venham os restantes 5!

Grande abraço e também o meu renovado agradecimento a todos os que nos acompanharam nesta aventura.
 
Aí estão eles de volta ao rescaldo,confesso que já estava com saudades e que temia por um abandono de uma viagem que ainda não terminou.
Venham daí os relatos dos outros dias.

Saudações Betetistas
Filipe Bragança
 

katitaContessa

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Amigos,

Desculpem lá mas até que enfim!!! Já estava a desesperar!

Que belas crónicas, ai essas fotos... gostei particularmente das fotos das mesas fartas dos vossos jantares e aquela garrafinha de gatão sim senhora! Ainda não chegou o dia em que recebi um sms super animado em que só ria da vossa alegria!

Continuem que eu fico encantada com as vossas crónicas!

A minha aventura começa no dia 3 de Agosto e Malhas já sabes quando chegar a Santiago ligo-te!!!

Beijos
 

Speças

New Member
04 de Abril de 2010 – 5º dia no Caminho

O quinto dia estava referenciado, desde o início e devido à data, como um dos dias inesquecíveis do nosso Caminho, especialmente, para o Malhas. Mas vamos à sua história…

Eu acabava de acordar, olho em redor e duas primeiras constatações:
- O casal de espanhóis já tinham “levantado acampamento” e o Filippus parecia ter desaparecido com eles (deixando para trás todos os seus pertences)…
- E no outro lado o Homem do Saco e o Malhas lá continuavam…: - “1 carneirinho, 2 carneirinhos, 3 carneirinhos…”



Depois do pequeno-almoço tomado no bar dos Soldados da Paz (o qual recomendamos vivamente!) apresentámo-nos na linha de partida, que coincidia com a de chegada do dia anterior…



Poucos metros adiante começámos a deparar-nos com várias perspectivas semelhantes à que a imagem documenta




É que hoje era Domingo de Páscoa e todos aguardavam a vinda do compasso e do sr. Padre às suas casas.
Nós lá íamos seguindo por várias povoações, quase sempre em alcatrão ou calçada, e sempre com tempo para apreciar o que nos rodeava:






Entre saudações (trocadas com gente em traje domingueiro e festivo) eis que surge o primeiro toque de telemóvel do dia… Era um amigo bttista que, já desde há muito tempo atrás (logo mal começámos a preparar o Caminho), se tinha disponibilizado a vir ao nosso encontro e nos acompanhar durante alguns quilómetros no seu “burgo”.
Eis o 1º momento especial do dia, o nosso encontro com o Filipe Bragança:




Seguimos pela bonita e ciclável cidade de São João da Madeira, da qual seleccionei estes “postais”


Depois da vila de Azinhaga (no coração do Ribatejo), eis o 2º testemunho do uso da fiel amiga=bicicleta. (Já agora, atenção que existe um outro ciclista na imagem…)


Estátua-homenagem aos trabalhadores da Fábrica do Chapéu


À entrada da matriz para a missa Pascal (Em busca do carimbo para a Credencial de Peregrino – parte I): “óH meus caros, agora tenho uma missa para dar…”


À entrada de uma outra igreja um pouco mais abaixo (Em busca do carimbo para a Credencial de Peregrino – parte II): “óH meninos, vós estais no 12º ??? e a ti, até te deixava entrar, que tens uma sacola pequenininha, mas esse aí do saco amarelo cheio de criancinhas…”

Lá tivemos de arrancar em busca de outra “capela”…
Alguém se lembrou que talvez fosse boa ideia irmos ao primeiro tintinho da manhã e além disso até houve quem prontamente se oferecesse para pagar a despesa, pois hoje cumpria mais um aniversário. Poucos metros adiante, o Caminho tornava a acontecer…


Alguém grita: “ – Óh Malhas, olh`aqui esta “capelinha” (sita junto às antigas instalações da Oliva e na Rua da Fundição)
À porta as flores e verdura denunciavam o dia e a visita esperada. Perguntámos se podíamos entrar e uma vez concedida a autorização, “encomendámos” logo ali um bolo de aniversário, que acompanhámos com os habituais “licores”



Cantámos os “Parabéns”, o Malhas soprou a vela e pousámos para a posteridade: Filippus, Felipe Bragança, Malhas, eu e o PedroAugusto.



Estávamos em animada festa quando, vindo lá de dentro e irrompendo pelo balcão, o dono do estabelecimento atira para o ar:
“- Quem é que faz anos?... Faço questão que abra esta garrafinha que ofereço eu!!!”
O Caminho acontecia!
Tornávamos a cruzar-nos com gente boa e simpática (a ponto de nem sequer nos cobrar o que havíamos pedido), que ajudariam a tornar este dia inesquecível. Eis a merecida foto:



Carimbámos ali mesmo as nossas Credenciais e saímos de alma cheia (uma vez mais, o nosso obrigado à família Sousa – patriarca, esposa, filho e nora - que tão gentilmente nos acolheram no seu café) e de coração e espírito ainda muito mais abertos… O Caminho estava a superar as expectativas!

Ainda de sorriso no rosto, passámos junto à capela da Sra. Do Ó e ainda fizemos “um prémio de montanha de 2ª categoria”:





A hora do almoço aproximava-se e o Filipe Bragança tinha de nos abandonar a fim de se juntar à sua família, que o aguardava para o almoço de Páscoa. Filipe, obrigado pela tua companhia e disponibilidade! Quando venhas às nossas bandas = “Mourama” sabes que poderás contar connosco. Grande abraço!
Despedimo-nos dele na Malaposta, mesmo à entrada da antiga calçada romana (e posteriormente Estrada Real)




(cont.)
 

Speças

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(Cont.)



Rolávamos já a bom rolar e em busca do almoço (excelente recomendação feita pelo Filipe Bragança) quando numa pequena localidade, tornamos a cruzar o nosso Caminho com alguém verdadeiramente único e que dificilmente esqueceremos: a Dª Maria, figura castiça nesta localidade e típica mulher do Norte.
A começar pelo convite, efectuado à nossa passagem: “- Eeehhhh, binde cá tomar um coopo!”
Travões quase a fundo, meia volta às burras e vamos lá viver e “saborear” o Caminho…

Respondendo ao convite que nos tinha feito, em boa hora decidimos parar e conviver, acabando esta paragem por durar bem mais do que pensávamos. Esta senhora já de idade, mas com uma jovialidade e espírito incríveis, ali nos foi mimando, entre um e outro copo, muita e animada conversa, acabando mesmo por nos oferecer almoço em sua casa, onde o prato a degustar seria “pito… assado”. Entre gargalhadas e abraços e beijinhos, lá nos despedimos, recusando o seu amável e divertido convite. Já de saída, e durante a realização desta chapa, nova gargalhada geral…: “- Os outros já não, que tão casadinhos. Mas tu… ai não me escapabas!”



Sabíamos que poucos quilómetros adiante, em Grijó, havia um restaurante com uma ementa de se lhe tirar o chapéu. Encontrámo-lo e as 2 imagens que se seguem evitam mais palavras (FilipeBragança, tinhas razão! Um mimo!!!).




A foto anterior apresenta uma ligação – telefónica, neste caso – para uma foto que se segue.
O Malhas acabava de receber um convite de um outro bttista que se juntaria a nós no Caminho, o Jorgecem, para passarmos em sua casa, que até ficava ali pertinho, para bebermos um copo… E não é que fomos mesmo!
Tínhamos acabado de beber o café (Uuuuuuui as chávenas são de panisgas!...) e a macieira (mas os copos… É d`homem!)


E lá fomos reabastecer o depósito de “gasolina” Super “33 octanas”…


Valeu-nos o delicioso bolo/broa que a mãe do Jorge fez e o estômago já estar bem forrado do almoço.

Depois de combinadas as coisas com o Jorgecem, lá arrancámos de Argoncilhe para os últimos 25 quilómetros finais.
Após brutal descida em calçada de paralelo, rapidamente alcançámos o antigo Mosteiro de Grijó, onde segundo rezam as crónicas, em 1594, terá pernoitado o peregrino Confalonieri


Tentámos a nossa sorte, procurando ali carimbar as credenciais, mas…


Foi já em Perosinho (terra da “Banessa”), e quando o Compasso se preparava de novo para o desfile, que o pároco nos selou o salvo-conduto.


Um pouco mais adiante o “Homem do Saco” levava à letra a marcação do caminho, que entretanto começara a ver-se


Mal sabia ele, que metros adiante, haveria de facto de ter de subir.
Excelente calçada para e pela Serra de Negrelos







Pouco depois, alcançámos Gaia. E à nossa chegada, em plena Avenida, lá tínhamos uma delegação de boas-vindas… Nós éramos 4, elas também.

E ainda eu pousava cá deste lado, já o Homem-do-Saco se ria, todo prazenteiro, lá junto a elas, atrás do Ford Cortina

“Corredor do bus” abaixo e eis-nos que começamos a avistar pedaços do Douro e, na outra margem, a cidade do Porto. O Filippus começa a entrar em transe e em delírio e dirigimo-nos ao miradouro de Gaia, onde as lágrimas quase se lhe desprendem…


(Cont.)
 

Speças

New Member




Espectacular a descida em pedra até à margem do Douro e ao tabuleiro inferior da ponte D. Luís. Carimbadela numa das lojas Porto Calém e travessia do rio


A distância que havíamos estipulado percorrer hoje, estava praticamente no seu términus. Sendo o dia com menos quilómetros a percorrer, vínhamos desfrutando dele como nenhum outro até aqui. Como bem constatou o nosso homem de Viseu/Pedro Augusto ao olhar para o resumo de um conta-quilómetros “… óh, então a gente gastámos mais tempo parados, a beber e a comer, do que a pedalar!!...”
A paragem na Ribeira constava no nosso “Programa de Festas” e durante aquela horinha que por ali estivemos, mais do mesmo… conversa, postais e líquidos.


Bandeirinhas às janelas


As nossas “babes”, os rabelos, a ponte e o miradouro (onde tínhamos estado)


O Caminho desenrolar-se-ia já acima do Douro


Novo (re)abastecimento

Como o local de pernoita era a Pousada de Juventude, sita na foz, lá tivemos de nos por a caminho…


O astro-rei ia conferindo uma luminosidade típica de final de tarde e o dia ia culminando de forma bem agradável


Perspectiva da foz do Douro a partir da sala de convívio da Pousada


Depois de devidamente instalados e devidamente asseados, lá fomos em busca do jantar.
Uma vez mais, e como vem sendo habitual, tornámos a manter o regime.


Só para descontrair de tão longa prosa, vai um joguinho de “Descubra as diferenças”?...





Depois de uma viagem alucinante a bordo de um táxi, no percurso Foz-Ribeira, mas em que garantimos a “Polposition”, sentimos que se escapámos com vida àquela corrida, bem poderíamos correr o risco de nos aventurarmos vielas da Ribeira adentro


Para esta noite, estava ainda agendado o encontro com uma figura incontornável e pessoa formidável do Caminho Português, e cuja crónica neste mesmo forum nos serviu de fonte para programar o nosso Caminho. Refiro-me ao Miguel Sampaio…

Saudação “da praxe”

… que, gentilmente e desde as primeiras páginas deste nosso tópico, se disponibilizou a fornecer-nos todo o tipo de ajuda e colaboração possíveis.

Embora não tenha trazido o queijo da serra, a verdade é que veio ao nosso encontro, a fim de nos conhecermos pessoalmente e de conversarmos sobre o Caminho. Este nosso anfitrião acabou ainda por nos dar duas excelentes notícias que atestam bem a sua maneira de ser e de estar: não só fazia questão de nos acompanhar até Barcelos, na etapa de amanhã; como se predispunha a ir levar-nos à Pousada, fazendo-nos uma verdadeira visita-guiada à cidade do Porto a bordo do seu Disco. (Grande máquina, Miguel!)


Este dia, por tudo o que nos tinha proporcionado, estava a ser verdadeiramente único e marcante.
Termino com as duas derradeiras fotos da jornada que, em jeito de relatório laboratorial, legendo como:




Acção




Reacção


E o Caminho continua…
 
Boa noite Bttistas
Pertenço aos 20km de Almeirim e já algum tempo estou ligado ás bicicletas, e como este é Ano Santo ou Jacobeu( que acontece sempre que o 25 de Julho coincida com um domingo) e como o próximo Ano Santo só será no Ano 2011. Decidi e vou no fim de semana de 18/19 de Setembro partir de Lisboa (Sé lisboa) com destino a Santiago,estando previsto percorrer entre 50 a 70 km diários sem pressa,já tenho a viagem mais ou menos planeada,mas toda a informação será bem vinda.
Se assim entenderem,pode ser aqui divulgada ou para lm.dias@pluricanal.net
´Boas pedaladas
Luís Dias
 
Boa noite Bttistas
Pertenço aos 20km de Almeirim e já algum tempo estou ligado ás bicicletas, e como este é Ano Santo ou Jacobeu( que acontece sempre que o 25 de Julho coincida com um domingo) e como o próximo Ano Santo só será no Ano 2011. Decidi e vou no fim de semana de 18/19 de Setembro partir de Lisboa (Sé lisboa) com destino a Santiago,estando previsto percorrer entre 50 a 70 km diários sem pressa,já tenho a viagem mais ou menos planeada,mas toda a informação será bem vinda.
Se assim entenderem,pode ser aqui divulgada ou para lm.dias@pluricanal.net
´Boas pedaladas
Luís Dias

Nota:O próximo Ano Santo será em 2021.
 

katitaContessa

New Member
Então malta, belas fotos hein?! Vocês mantiveram cá uma dieta sim senhora!!!

Oh Malhas e tu por acaso já foste cuscar o meu tópico dos caminhos???hein??? Vocês pá, aqui a vossa interlocutora que esteve sempre com vocês e agora abandonam-me!!! Só querem comer... vejam bem aquele pratão da francesinha, nem um pedacinho para contar história!

Beijinhos amingos desnaturados...

P.S. Speças obrigda pela foto-report! Mete inveja a qualquer um...
 
Bom dia a todos;


Aqui ficam alguns ficheiros com os tracks de que já fez este trajecto (Entre Lisboa e Santiago).

Inclui inclusive locais para dormir.


Espero que seja de ajuda.


Jokas


JS

Olá Boa noite
Sou de Almeirim,
Vou realizar este caminho a 18 de setembro se puder fornecer traks/locais de dormir fico agradecido,já tenho alguma informação mas é sempre importante termos mais para comparar.
Atentamente
Luís Dias
 
Boas,
aí estão eles de volta aos reports, e logo com a foto report do dia em que tive o prazer de lhes fazer companhia.Já estava com saudades de vêr este tópico animado.Venham daí os outros dias que faltam.Talvez vá fazer o caminho ainda este ano (fiquei contagiado com a vossa epopeia)mas aina não sei,assim que souber de alguma coisa,eu dou noticias.

Saudações Betetistas
Filipe Bragança
 

jorgecem

New Member
boa noite(paulo,miguel,filipe e pedro)
entao e o resto da cronica?logo agora que eu ia juntar-me a voçes,isto nao se faz he he he
 
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