Cannondale Scalpel 2 2012 (Upgrade)

Rui Marçal

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Boas malta,

Quem é que manda esta chuva da treta embora?

Recapitulado e falando em pouco da Cannondale como marca e como assistência, parece-me que estão a resolver os seus problemas de que a malta se queixava, as demoras e falta de assistência.

No meu caso, parece que está tudo a correr bem, ou quase tudo...

A bike saiu de Santarém no dia 27 de Janeiro e no dia 27 de Fevereiro chegou a Santarém, reparada, lavada e encerada...

Pois é, depois de ter a bike em casa, reparei que lubrificaram os eixos, caixa do pedaleiro e mais alguns sítios que não descobri.

Lavaram a bike melhor e até a engraxaram...lol...devem ter posto um pouco de silicone pelo quadro todo...

Quanto ao barulho, experimentei na oficina, meti mudança baixa, encostei a roda da frente à parede e vai de fazer força, nada, silêncio, nenhum barulho. parece que o problema foi resolvido.

O que fiz assusta. Com certeza já muita malta o fez, mas um quadro de carbono "mexe" muito, é incrível. O quadro da Scalpel, devido às escoras Save, é demais, as escoras traseiras sobem e descem mais de 1 cm. O problema é quando vamos a descer e lembramo-nos destas cenas e começamos a pensar "e se esta ***** parte?"...Às vezes é melhor um gajos não saber das cenas, lol...

Outra curiosidade é a leveza dos quadros de carbono, no geral. Passei um quadro Cannondale Flash para as mãos da minha mulher. Aquilo é mesmo muito muito leve, depois como tem algum tamanho, temos sempre a ideia que é demasiado leve, muito, muito leve. Quando a minha mulher pegou nela até se passou, muito leve e começou a dizer que éramos malucos andar montados num bocado de plástico às velocidades que às vezes vamos...lol...Quando ela conhecer a Diagonal de Porto de Mós ou o Trilho dos Moinhos e visse como eu desço aquilo, nunca mais me deixava andar de bike, lol...

Resumindo, não sei ainda o que eles arranjaram na bike, pois não vem ada escrito. Vai-se mandar um mail para lá para tentar saber isso...De resto parece-me tudo bem. O tempo de espera de 1 mês é aceitável...Portanto, Cannondale está positivo...
 

essence_s

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Muito bom, afinal sempre trabalham bem quando querem!!
Esses quadros de plastico, realmente deixam a malta a pensar que n fariam o que vão a fazer com um quadro desses, mas a verdade é que eles passam no mesmo sitio!
 

Rui Marçal

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Boas essence_s,

Parece que ainda não foi desta que vou desancar a marca, que da fama não se livra.

Quando comprei a bike, a assistência ainda era um dos problemas. O tempo de entrega de bikes novas também. Na altura, fui informado que eles estavam a tentar corrigir a "fraca e demorada" assistência e do que tenho visto e agora sentido, parece que estão no bom caminho.

Quanto ao tempo de espera também me parece que tenham melhorado. Neste momento, vendem-se Cannondale como nunca. Tem bikes já com lefty a partir dos 1500€. Há 2 anos atrás era impensável isto. Qualquer Cannondale com lefty era em carbono e custava para cima de 3000€. Vamos a ver se a assistência acompanha o nível de vendas.

Passando para o tema do "plástico". É preferível não lhe tomar o peso, senão começamos a correr o risco de fazer aquele single bué técnico e cheio de drops e o fator cagaço começa a vir ao de cima, lol...
 

Rui Marçal

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Lol,

Talvez logo à noite.

Mas desta vez o meu discurso é "obrigado" a mudar um pouco em relação às 29'. Esta Lapierre XR529 foi a melhor 29' que já experimentei e gostei...mas...mais logo mais algumas informações e sensações. Como de costume, vou ser o mais isento possível e não vou puxar a brasa a nenhuma sardinha...



 

kanoysta

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Se puderes testa as 2. lol
Eu tenho a XR729 e estou satisfeitíssimo... mas também curioso de como seria com o sistema electrónico.
 

Rui Marçal

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Eu testei as 2...num terreno que conheço bem...ainda não tive foi tempo de escrever sobre isso, que são mais que 2 frases, lol...

Mas já ouvi ecos de que esse sistema apresenta falta de fiabilidade...
 

Rui Marçal

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Pois é malta, ao fim de muitas contas, testes e pesquisas pela net, o meu amigo Vicente já tem a nova montada e que montada. É com ele que agora mais ando e com quem mais km fiz. Depois deve vir o Marco Louro, noutros tempo e às vezes esporadicamente e também com o Nozes. O Nozes é o "melhor" de todos, o mais técnico. O Marco Louro para lá caminha, pois tem feito um BTT mais duro, allmoutain e coisas ainda mais radicais. O Vicente já anda nisto há mais de 2 décadas, percebe de BTT como poucos, tem técnica para caraças, percebe de geometria de bikes e quando compra algo, não vai nas modas, testa, lê, pesquisa, etc...por isso, esta Lapierre XR529 deixa-me muita curiosidade para experimentar como uma máquina para XC ou XCO. É com esta malta, que eu ao fim de 4 anos tanto aprendi e ainda aprendo. São estes gajos que me levam para os maus caminhos, malditos sejam...

Mas falando do que mais interessa...

Visualmente gosto, gosto bastante desta Lapierre. Marca para mim nostálgica pois foi a minha 1ª bike e gostava muito dela. Era uma Prorace 300 de alumínio com 10,9kgs...



A Lapierre do Vicente é esta:




Aqueles pneus enormes ficam simplesmente a matar e tornam a bike mais pequena, muito porreiro. Eu vi-a com outros pneus mais estreitos e ficava muito pior.

O local do amortecedor é que é mau, pois vai levar com lixo e pó ate mais não como se pode ver por aqui. Gosto do pormenor do guarda lamas.


Experimentei-a, não muito, mas nos singles de Almoster que conheço muito bem e tinha acabado de os fazer na Scalpel.
Mal a montei, senti-me logo muito bem. Adaptei-me muito facilmente, pois a posição de condução é menos agressiva que a Scalpel, o guiador é enorme e mesmo na parte inicial, single estreito com muitas curvas entre eucaliptos estreitos passou sem tocar em nenhum e sem precisar de grandes manobras. Esperava aqui ser mais lenta do que foi. Quase não se nota o tamanho da roda nas manobras. Aqui, concordo com o Vicente que se nota sim as rodas pesadas, eu digo mais, também se nota os vários kgs a mais que tem para a Scalpel, são quase 2,5kgs. de diferença, mas como disse, são bem disfarçados pela transmissão com uma avozinha digna desse nome com 22 na frente e 36 atrás. Não vejo uma roda 29' com outro tipo de transmissão que não este...

Aprecie a diferença de tamanhos entre uma e outra. Parece o Golias contra David, ou a sorte grande e a terminação, lol...


Depois da parte mais sinuosa e apesar de ter prometido ao Vicente que não iria acelerar, não resisti. A confiança que a bike oferece é muita e facilmente estamos a "abrir" sem estarmos inseguros.
Comecei a subir e 1º defeito aparece. O amortecedor muito macio, relembro que estou habituado a uma Scalpel rija que nem cornos atrás, por isso não admira que eu estranhe ainda mais porque gosto disso na Scalpel. Bloqueie o amortecedor sob pretextos do Vicente, lol...e para mim melhorou bastante. Mesmo assim, experimentei a levantar-me e o bombeio atrás quando pedalo irrita-me, pois sei que estou a desperdiçar energias...isso na Scalpel não existe, o que muito aprecio, principalmente na frente, onde mais uma vez a lefty bloqueia e bem e a Reba bloqueia mais ou menos.

Que diferença de alturas, a Scalpel é um L e a Lapierre é um M ainda para mais.


Depois entrámos na parte a descer com pedra. Para quem não conhece, é a parte com mais pedra, redonda e grande e estreito fazendo uma curva no final. Amortecedor desbloqueado vai lá vai disto. Desci muito rápido, não sei se mais rápido que na Scalpel, mas talvez. As diferenças de uma para a outra? Mais segurança na 29'. mais adrenalina da 26'.

Aqui notei que a Reba lê pior o terreno que a lefty. A lefty obriga a frente a estar sempre no chão, é suave, não salta. A Reba não consegue isso, a frente, talvez devido também a um rebound muito rápido salta mais e a frente só não fica mais imprecisa porque o diâmetro da roda é maior e anula um pouco esse efeito. Seja como for, dificilmente a 26' será mais rápida nesta situação e mais segura que esta 29'.

A questão é? Neste tipo de trilho, com pedra, o meu preferido sem dúvida, qual a melhor bike?
Resposta: As 2. Pesam vocês...resposta politicamente correta. Digo eu que não, resposta sincera. Enquanto que na Scalpel, o kit de unhas tem de ser melhor, a adrenalina é maior e a diversão é semelhante. A diferença é que na Scalpel posso demorar mais tempo a divertir-me, pois devo ir mais devagar, lol...ou seja, é um orgasmo mais prolongado. Na 29' como se vai mais depressa a diversão é idêntica, demora é menos tempo.


Quanto aos travões XTR, ambos com discos de 160mm não me impressionaram. Não os achei diferentes dos meus Hope Race Evo X2. Talvez com outros discos, embora estes sejam uns bons Formula, ou talvez com o disco da frente maior, com 180mm, ou talvez seja mesmo por ser uma roda 29' e custar mais a travar. Não estou a dizer que são maus, muito longe disso. A travagem chega e bem, mas esperava mais. Se calhar estou mal habituado com os meus Hope que serão tão bons como estes.



Mesmo assim, trocava estes discos por outros, nem que fosse só pela estética diferente, uns mais fixolas...



Quando cheguei aos drops, mais uma diferença. O tipo de geometria desta bike dá mesmo confiança, por isso, nos drops nem precisei de me mandar muito para trás, como faço na Scalpel, foi levantar-me e deixa-te ir...fácil, muito fácil, se calhar fácil demais...Mas em drops mais agressivos, devia de agradecer, lol...Com esta bike a descer a diagonal (http://www.forumbtt.net/showthread.php?44846-A-Diagonal), deve ser a fundo, lol...

De seguida subimos um drop (não sei se chama assim, um drop ao contrário, lol). Neste caso foi necessário lançar-me a auxiliar com o corpo para a bike levantar e passar melhor. Aqui nota-se a desvantagem para a mais leve Scalpel, a Scalpel é uma pena...




De seguida, uma subida com muita pedra e baixa velocidade. Mais um local onde esta 29' não é rainha. O peso sobrepõe-se ao diâmetro da roda 29'. Nestas condições, posso parar na leve roda 26' e arrancar a fundo e ela dispara, a 29' já não é bem assim... mais lenta, mas nada de preocupante.

Penso que o pior, será aos fim de muitos km e o cansaço já pesa, como neste dia, e pedalar numa 29' ou numa 26' deve fazer moça mais cedo na 29'.
Curiosamente a rolar, a minha Scalpel ainda é relativamente mais rápida que a 29'. O Vicente diz que são das minhas rodas, eu acho que deve ser dos Ikon, ou dos 2...

Sempre achei a Lapierre com alguns pormenores de muito bom gosto, como este:


Resumindo, foi realmente a melhor bike 29' que já pilotei. A transmissão está muito bem escalonada. Os gatilhos Shimano muito suaves, já me tinha esquecido desta suavidade de mudanças a entrar.



Se trocava pelos rotativos, não, mas são muito bons. A bike é confortável, para mim até demais. Mas é rápida, muito rápida. Muito fácil de pilotar de adaptei-me muito facilmente a ela. Acho que foi uma excelente compra que o Vicente fez e melhorando a afinação da suspensão vai melhorar mais um pouco. Trocando as rodas, melhor ainda. Depois ao longo do tempo, uma coisa aqui, outra ali e fica um espectáculo. Mas não precisa de muito mais.

Só no fim da volta, reparei que tinha este peso extra, lol...


Realmente esta bike, ainda me tirou umas horas de sono.

Agora várias perguntas que se podem fazer? Se eu não tivesse bike, e quisesse comprar uma bike para andar, comprava roda 26' ou roda 29'?
Compra 26' em 2ª mão que estão tão baratas.

Um rider com pouca experiência nota diferença entre uma roda e outra ou tira partido do diâmetro da roda?
Não, não tem sensibilidade para isso e por norma faz estradões e não se mete em atalhos, onde a roda 29' trás ao de cima o que de melhor tem.

Se eu fizesse competição, neste caso XC comprava roda 29'?
Sim, comprava se suspensão total.

Se eu fizesse competição, XCO comprava roda 29'?
Talvez não...

Se eu não faço competição, ando só com a malta aos domingos e pouco mais, tenho pouca técnica, comprava 29'?
Não, não vale a pena gastar tanto dinheiro só porque que sim. É preferível comprar um guiador maior para a 26', trocar os pneus por outros mais largos e experimentar outras afinações de amortecedor e suspensão.

Se eu sou um gajo com muita técnica, quero evoluir ainda mais em alguns trilhos muito técnicos, tenho uma bike velhota e tenho capital para investir, comprava uma 29'? (Caso do Vicente).
Sim, sem grandes dúvidas, mas esta 29', que há outras que já experimentei, que treta...

No meu caso, tenho uma Scalpel com menos de 9,5kgs, 3 anos, quase toda com material topo de gama, não faço competição, tenho alguma técnica e faço e gosto de singles difíceis, comprava uma 29'?
Não, sim, mas...

Não comprava esta 29' porque estou muito mal habituado em termos de suspensão. Acreditem ou não, a lefty é uma suspensão sem igual no mercado, nem há parecido, e, a minha foi ao tunning até à 88+. Se ela já era excelente, agora ficou ainda melhor. E como a suspensão é quase meia bicicleta, passo o exagero, não a trocava por esta...mas...

E por uma 29' com lefty?
Não posso que não tenho dinheiro...lol...

Acho, que dificilmente vou vender esta Scalpel, não só porque outra Scalpel é muito cara, como estamos em crise, mas também porque sou um gajo que se "agarra" às coisas. Esta bike já está muito diferente do que era na origem. Fui alterando, com ideias vossas e conselhos e está melhor do que nunca. Muita malta me questiona como eu consigo andar nesta bike com esta geometria tão agressiva. Mas foi sempre o que quis e ainda hoje gosto dela assim. Quando passei da minha para a do Vicente, adaptei-me muito facilmente a ela, como se já tivesse andado muito com ela. Curiosamente, parece-me que me adaptei mais rapidamente que ele. Mas quando passei para a minha, não me senti mal. Senti-me diferente, senti-me outra vez em casa.

Se calhar, no futuro, daqui a uns anos. Até sou capaz de me ver com uma 29' ou 27,5' ou outra coisa ou moda qualquer para fazer outro tipo de trilho, mais agressivo. Mas de certeza que esta Scalpel, a deste tópico, irá continuar na minha garagem. Posso gabar-me e orgulhar-me de ter, o último e melhor modelo em roda 26' de XC da Cannondale. Um modelo com muitas inovações, como o BB30, a lefty ou as escoras flexíveis ou simplesmente não ter rolamentos. Um modelo muito agressivo, virado para a competição. Uma bike que penso que ainda não tem modelo de comparação com ela, pois é muito macia para uma HT mas demasiado rígida para uma FS.

Este tópico ainda deve estar para durar...

Até breve companheiros...
 

Nozes

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Ah grande Marçal! :)

Boa análise,tás um ciclo-reporter feito :D

Só uma pequena correcção: O Nozes não é "melhor",quando muito pode ser "menos mau" ;)
 

kanoysta

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Boa análise. A bike é de facto muito boa.
Curiosamente, eu gosto que a bike não bloqueie a 100%. Aliás não gosto de a bloquear por completo.
Venho de uma Merida 96 que vinha com bloqueio atrás e tirei-o por não usar (era um dt swiss só 2 posições).
É certo que bombeia um pouco a subir ... mas tb é certo que ressalta menos nas pedras e raízes, perdendo por vezes tração e causando desequilíbrios.
Entre as 2 configurações (Climb ou Trail) eu prefiro deixar o amortecedor em "Trail" = "meio fechado" :)
Já a descer, com o amortecedor todo aberto, a bike simplesmente fabulosa :)
 

Rui Marçal

New Member
Boas malta,

Para descer, sem dúvida todo aberto.

Mas para pedalar com o terreno sem grandes degraus, a bombear pouco é um mimo.

Sempre que me levanto para pedalar e principalmente em bom piso, sem dúvida que a lefty bloqueada, quase a 100% é um mimo. Depois o amortecedor traseiro a bombear quase nada é excelente também, é muito eficaz a aproveitar tudo o que chega à transmissão.

Claro que se perde conforto e alguma eficácia em algumas descidas...mas não se pode ter tudo...
 

FiCaçador

Elos Rápidos
Pode-se ter tudo se for usado o EI que a Lapierre e a RockShox desenvolveram em conjunto e que é usado nos modelos de topo dessa bicicleta.
Já estive a estudar a coisa e é bem interessante, um medidor de aceleração à frente na suspensão, um sensor de rotação no eixo do pedaleiro e temos um sistema inteligente e ajustável que regula por nós a compressão consoante a irregularidade do terreno e se estamos ou não a pedalar.

Boa análise :wink:
E esse quadro Lapierre nem é dos que tem as escoras mais curtas, isto para quem receia perder agilidade.
 
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