Respondendo ao Demorider,
Realmente andas mesmo muito confuso...
Defender a aplicação equilibrada e ponderada da justiça não é defender nenhuma categoria profissional. É apenas defender o que é justo. Defender a aplicação de uma sanção sem sequer conhecer a versão do visado é tão só uma face da tirania. Andas confuso, mas não confundas justiça com tirania.
E agora vamos aos pontos:
1. Segundo o artigo 38º, nº 2, al. e), do Código da Estrada, o condutor do veículo que ultrapasse o velocípede e não respeite a distância lateral mínima de 1,5 mts é punido com coima de 120 a 600 euros. Parece-me óbvio, das imagens, que foi cometida esta infração (sem prejuízo de melhor análise, de acordo com a defesa que o GNR tem direito a apresentar). Logo, aplique-se a lei: coima de 120 a 600 euros ao GNR. Como a qualquer pessoa.
Mas o que está em causa é se, para além da coima, se pode ir ainda mais longe e punir disciplinarmente uma pessoa, no seu trabalho, por esta ter cometido uma infração estradal. É que se a lei fosse para todos igual (e não é, nem pode ser, porque um GNR tem direitos e deveres que um cidadão comum não tem) eu diria que não conheço ninguém que tenha sido despedido no seu trabalho por ter praticado esta infração ao código da estrada quando ia a conduzir fora do seu trabalho.
2. Se fosse o civil de carro e o GNR de bicicleta cantaria de maneira diferente. De certeza. Neste momento estariamos a falar que o civil teria de pagar uma coima. Como é o GNR, estamos a discutir se ele deve ser despedido. Despedido sem ao menos ouvi-lo primeiro. Como nos piores exemplos de um regime totalitário. Emigra para a Coreia do Norte. Vais-te dar lá muito bem.
E por fim, respondendo à demagogia barata:
- um ladrão é um ladrão. Não há justificações para o ato de roubar. O padeiro que se levanta de noite para te pôr paozinho quente na mesa pela manhã merece ser remunerado pelo seu esforço. E para isso precisa que lhe paguem os pães que ele fez durante a noite;
- em todo o caso, o exemplo que deste é apenas uma mentira: desafio-te a encontrares um caso, um só caso, em que alguém tenha passado meses na prisão porque tinha fome e furtou um pão;
- sobre esses que falas, que alegadamente roubam milhões... é um exemplo tão ridículo que eu nem sei como responder. Aquele GNR é um deles? Ou é apenas um desgraçado que recebe uns 800 a 1000 euritos mensais, e que tem as mesmas dificuldades que a maioria da população? O carro dele parecia-te um topo de gama? Era ele que conduzia ou tinha um motorista privado?
Comparar aquele GNR com esses exemplos... ridículo... voltamos ao início: realmente, andas muito confuso...
No demais, para que fique claro: não sou, nem nunca fui, policia.