Olá Miguel,
Não sei porque te arrependeste em relação à Flash, mas suponho que deve ser em relação à falta de conforto. Se assim é, com a Flash roda 29, vais ter ligeiramente mais conforto pois a roda é maior, mas vai ser mínimo.
Quanto à Scalpel e como já disse, aquilo é uma autêntica bike de competição, muito direta. Hoje fiz o Festibike com 48km e nunca tinha andado tão rápido. No final da prova até me parecia que pilotava uma semi-rígida. Depois de levar porrada durante umas dezenas de km, ela não é muito confortável, mesmo com o amortecedor aberto, até parece que vai fechado.
Quanto medes? Se tens menos de 1,70m podes esquecer a roda 29, mesmo com 1,75m podes não te adaptar. A roda 29 tem vantagens e também desvantagens sobre a roda 26. Para mim, que acabei de comprar a roda 26 ainda cheguei a ponderar a roda 29 mas desisti por várias razões. Mais cara, mais pesada. Depois a roda 29 tem menos equipamento por onde podes escolher, principalmente rodas e pneus.
A roda 29 devido ao diâmetro maior da roda, rola mais naturalmente perante as irregularidades do terreno, tem maior velocidade em estradões sendo também mais confortável. Em trilhos não muito técnicos também é mais rápida. Onde ela perde para a 26 é onde tudo é técnico, pois exige mais leveza e uma resposta mais direta da bike como os single tracks. O arranque da roda 26 também é superior.
Aqui a física aplica-se na perfeição. Para os nosso tipos de terrenos a roda 29 pode ter vantagens por exemplo no Alentejo com os seus estradões ou mesmo em algumas descidas pouco técnicas de muitas serras. Agora quando a técnica aparece é mais complicado pois a roda devido ao maior diâmetro flecte mais e isso é um problema.
A Scalpel portou-se melhor do que esperava apesar de ter andado com ela antes da prova e no espaço de 9 dias 230km. Agora já tem a bonita soma de 280km.
O peso dela importa e muito pois isso reflete-se nas pernas no fim. Os punhos são mesmo muito maus e vão para o lixo, se de inicio ainda tinham algum conforto agora é ferro.
Consegui andar muito bem com ela e tenho hoje uma confiança que pensei nunca vir a ganhar. A bike é muito racing, direta, obdece muito bem sem torções. Nos single tracks consegui ultrapassar pessoal, bastava-me ver uma abertura de 5m e passava, Quando pedalamos com força vai tudo para a roda imediatamente e ela arranca, parece que tem um motor, literalmente. Houve uma subida em que rolavamos só no meio, de lado era 2 valas fundas feitas por tratores e ninguém ia lá, como o grupo ia muito devagar e compato bastou-me cerca de 20m, entrei pelo rego, dei-lhe gás,e passei cerca de 7 bikes. A malta até comentou que com motor não valia, lol. Claro que depois fiquei cansado, mas passei à toa e consegui sem perder tração.
Na parte quase final onde havia muita pedra, foi quase sempre a fundo. Consigo ir sentado a pedalar sem perder o controlo e com tração, mesmo em pé...
Na última subida de todas, aquela a direito no Vale de Santarém ao lado da linha de água, quase toda a gente desmontou e consegui fazê-la toda, mesmo quando tive de entrar no cascalho solto, nem patinou.
Por tudo isto e ter sido a minha 2º participação em maratonas onde fiquei em 339 com 2h30m, sem quedas nem material partido foi muito positivo.