O que mais detesto são os picanços e as competições malta a mostrar que sobe melhor desçe melhor isso irrita-me!!Já cheguei a ver em passeios tipos a provocarem açidentes por ultrapassarem em sitios técnicos!!
Esse é também o meu maior receio, nas poucas vezes que vou a maratonas e passeios! Já tomo o cuidado de partir sempre no fim, para dar todo o espaço e avanço do mundo a quem quer competir a todo o custo! Há pessoal que vai para eventos, como se estivessem numa prova de Downhill! Já vi casos de pessoal, que fazem as subidas a pé ou a muito custo, param no cimo uns minutos para descansar ou reagrupar o seu grupo; e depois lançam-se a toda a velocidade nas descidas a gritar "Sai da frente!", sem respeito nenhum pelos outros! Muitas vezes um indivíduo ou sai da frente e do trilho em 1 ou 2 segundos, ou arrisca-se a ser abalroado por alguém a 60 ou 70 km/h! Num passeio em 2009, sem classificações, fui tocado na roda de trás 2 vezes no espaço de 5 minutos, pelo mesmo indivíduo e na segunda caí e felizmente parei com a cara a um palmo antes de um monte de silvas!
Sinceramente, é por estas coisas que já não me admiro nada, quando vejo relatos de eventos em que 2 ou 3% dos participantes vão parar ao hospital!
Sinceramente, não me revejo em termos como "Bttista" ou "Estradeiro"! Ao longo da maior parte da minha vida, sempre fui um
Utilizador de bicicletas! Quer por desporto, quer por utilidade, quer por necessidade (só tive carro aos 25 anos) ou mesmo por economia! Aliás, na minha juventude (12-25 anos), andava muito mais de bicicleta do que ando agora, muito mais mesmo! Inclusive, comparecia de bicicleta, sem qualquer tipo de vergonha ou inferioridade, em locais ou actividades onde quase todos os outros frequentadores já iam de carro!
Já tive várias bicicletas, de vários tipos:
- A de criança, com as rodinhas de lado no início!
- Começei a andar mais aos 10 anos, com uma velha "city bike" usada, enferrujada e fora do comum (espécie de bicicleta de corrida ou de estrada, misturada com uma pasteleira), dos anos 60 ou 70, trazida da Alemanha e oferecida por um familiar emigrante a outro familiar meu!
- Tive 3 bicicletas de estrada, aos 12, 18 e 24 anos (esta comprada usada)! No caso das duas primeiras, como os pneus e aros tinham mais do dobro da largura dos de agora, permitiam andar muito por estradões e caminhos de terra batida! Só deixei de usar as duas primeiras, porque qualquer uma delas já estava bastante danificada e desgastada em vários dos componentes, por muitos milhares de km's de uso!
- Tenho uma velhinha de BTT de aço, sem suspensões, comprada há uns 12, mas penso que fabricada há uns 20! Resistente e com quase todo o material de origem! E muito útil! Com a grelha de aço atrás e uns fios ou elásticos de fixação, já carregou muitas vezes canas de bambú, baldes com líquidos, ferramentas agrícolas, sacos de rações para animais, ferragens, etc...! Foi com ela que fui aos primeiros eventos de BTT, para experimentar, em finais de 2007! E ainda lá vai, emprestada a amigos e conhecidos que estão a experimentar a modalidade! Com ela, há uns 10 anos atrás, nas tardes de Verão, era frequente eu fazer voltinhas de 80-100km pelos caminhos florestais, lagoas e praias da minha zona! Bons tempos! :mrgreen::mrgreen::mrgreen:
- E uma Trek 4900, comprada em finais de 2007, com que pratico Btt!
Sempre andei na minha vida por todos os tipos de terrenos, excepto esses tipos de trilhos totalmente extremos, frequentes nos eventos de BTT modernos, que acho que só servem para espatifar material e que só serão do agrado de pessoas com boa capacidade económica! Só passei a frequentar esses tipos de trilhos nos últimos dois anos, em Maratonas e Passeios de BTT! Acho que numa maratona de 80 km podem perfeitamente colocar 10 ou 15km assim para diferenciar os melhores competidores! Mas percursos totalmente extremos em toda a extensão do evento, e muitas vezes não cicláveis, não gosto muito! Houve eventos, até bem organizados por excelentes organizações; a que fui no passado; mas não volto lá, porque sei que é só espatifar material! E eu até ando lá só mesmo para chegar ao fim, nos últimos lugares, com a satisfação pessoal de concluir!
Aliás, nestes percursos extremos, acho que cada vez mais o Btt em Portugal é uma competição entre contas bancárias e não entre capacidades físicas, técnicas e mentais de desportistas! Um indivíduo pode ser boas pernas, bons pulmões, boas técnica e boa motivação psicológica; mas se não tiver excelente material caro, como bicicleta leve e resistente, boas suspensões, pneus aderentes, suplementos e alimentos energéticos (e sabe-se lá que mais); dificilmente conseguirá resultados! E noto que há um "lobbie" que pressiona cada vez mais as organizações para definir percursos, em que BTT é apenas sinónimo de percursos extremos (lamaçais, descidas alucinantes com piso escorregadio e pedregulhos soltos; grandes saltos que rebentam quadros, raios e aros; caminhos estreitos à beira de precipícios ou hipotéticas grandes quedas em altura, chão cheio de tojos e silvas onde os furos abundam, etc...)!
E foi o meu testemunho pessoal! Fim do testamento!