Stumpjumper para converter

[Nuno Prazeres]

Tenho uma Specialized Stumpjumper de 1996 que quero converter em singlespeed.

O plano é o habitual: aproveitar o material possível e sem grandes invenções adquirir o material em falta.

A primeira dúvida é óbvia: esticador ou half-link?
O que acham?

Depois vem o tema das pedaleiras. Tenho uma velhinha Middleburn com aranha de 5 e parece-me que necessito de parafusos mais curtos caso queira manter apenas o 32.

Finalmente há a questão das relações mas aí parece-me evidente que 32x18 é o que se aplica já que conto dar uso à menina aqui em Lisboa no Monsanto (eventualmente fazer as 24 horas com ela).

Estou tentado a colocar-lhe o garfo original mas a prioridade mesmo é acabar com as mudanças.

Resumindo: qual o melhor sistema de garantir o bom funcionamento da corrente? Há half links para corrente 9s? Encontram-se em Lisboa?
E os parafusos para o pedaleiro? Há à venda por cá? Finalmente, também encontrarei kits de conversão dos carretos?

Muito obrigado pela ajuda.

 

[ignite]

quanto aos parafusos do pedaleiro, podes limar para que fiquem com o tamanho adequado ao aperto que teriam caso usasses os 3 pratos, foi assim que resolvi com um pedaleiro alivio pra converter a 1 prato.

 

[BEJIX68]

Boas Nuno.
Quanto a possibilidade de montares um half-link, ele funciona no inicio, mas depois, como a corrente vai esticar, ou tentas acertar com outro half-link, ou, e na minha opinião devias começar por aí, o melhor é colocares um tensôr.
Quanto à possibilidade de adquirires por cá o tensôr e os half-link, não te sei dizer se tal é possivel.
Quanto aos half-link, penso que poderás encontrar em lojas especializadas em BMX.
Quanto aos tensores, podes vêr no http://www.chainreactioncycles.com/

 

[ignite]

quando esticar metes um elo (rápido ou não) normal

mas nunca será uma boa solução.
o ideal, à ausência de pedaleiro excêntrico ou quadro com ajuste na escora, será mesmo um tensor, como dito pelo BEJIX68

 

[350plus]

Olá Nuno, é com agrado que vejo que afinal o projecto que me falaste há uns meses largos atrás está a começar a rolar.

Os half-links, como o BEIJIX68 já disse, são uma solução imperfeita e pouco útil para quem quer andar a sério. Garanto-te que durante uma corrida de 24 horas ias ver a corrente aumentar significativamente sem hipótese de corrigir a tensão rapidamente.

O que eu recomendo, para máxima fiabilidade, é um tensor de rolete fixo. Algo deste género:

(Exemplos: Rennen / DMR STS / On-One Other Doofer )

Com os tensores que usam mola nunca consegues a mesma tensão de corrente inicial que consegues neste e existe informação que mostra que a eficiência de uma corrente aumenta com o aumento de tensão.

É provável que devido ao desgaste da corrente tenhas que fazer um ou dois retensionamentos durante o curso da corrida de 24 horas, mas são operações simples com uma chave allen.

Os tensores de mola permitem mais movimento da corrente e menos tensão. Têm também mais probabilidade de falha.

Para parafusos e outro material pequeno, normalmente a melhor fonte é o site CharlieTheBikeMonger, que tem essas peças específicas em stock e portes decentes.Vais precisar de 5 parafusos de pedaleiro com 6.5 mm de comprimento. Opta por parafusos de aço. Parafusos de alumínio e singlespeed não combinam.

Outra coisa que se calhar ainda não pensaste foi na largura dos pratos e carreto a usar. O meu conselho é que compres tudo na largura 3/32 polegadas, para ser compatível com as correntes de 9 velocidades que se usam nas multi-speed.

 

[joaquim afonso]

Boas a todos.

Não sei se vou ajudar em algo mas o pouco material que necessitei até agora mandei vir da www.legendbikes.com.pt que é uma loja nacional, salvo erro da zona de Lisboa ou arredores.
Têm uma seção especifica para single-speed onde se podem adquirir Kits de carretos para SS, tensores fixos ou de mola e inclusivamente foi de lá que mandei vir o Half-link 3/32 que necessitei para a minha. Claro que não terão a diversidade de material que se pode encontrar nos sites referidos anteriormente mas para desenrascar...
Os portes são o normal para encomendas nacionais.

Boas festas a todos.

 

[Nuno Prazeres]

Muito obrigado pelas respostas.

A novidade é que já tenho a máquina em protótipo de single embora ainda cheia de tralha inútil agarrada. Dei umas marteladas numa cassette velha (9 speed) mas que ainda tinha uns kms pela frente e usei como espaçadores os restos dum carreto Campagnolo de estrada dos inícios dos anos 90! A corrente é uma 8 speed. O prato é um 9 speed. Era o que havia. Logo veremos como funciona. É apenas um protótipo. Depois penso fazer um upgrade geral.

Uma noite bem dormida afastou-me da ideia do half link até porque é certinho que vou ter que mudar o meu carreto de 18 para 16 com alguma frequência. No limite até posso ter que meter um 21 se levar a bike para a Ericeira. Ali não há subidas com menos de 10%. Um tensor ajusta-se melhor à mudança frequente de carretos. Com um bocado de sorte consegue-se apenas manipulando o tensor sem ter que meter ou retirar um elo na corrente.

O desviador está a servir de tensor mas obviamente que não é solução. Tenho que me atirar a uma joia como essa cuja foto o 350plus fez o favor de colocar.

Quanto a parafusos, vou usar mesmo a “prata da casa” nem que tenha que limar as fêmeas como foi sugerido.

O custo inicial da obra irá portanto resumir-se ao tensor.

Como houve muito corte e costura e se usou algum material desgastado, não vou estranhar se ficar apeado na serra por isso no testdrive que se segue vou levar uns elozitos a mais.

Mais uma vez muito obrigado e fica a promessa de que, assim que a menina estiver pronta, coloco fotos na galeria (face ao que lá tem aparecido vai parecer uma bike daquelas que se compram no hipermercado mas enfim...)

Quanto ao link da loja online, vou já ver se encontro algo que sirva.

 

[Nuno Prazeres]

Novidades:

1 - já mandei vir o tensor da legendbikes

2 - já tenho o protótipo terminado e... milagre dos milagres... a corrente fica perfeita com aquela tensão óptima em que forma apenas um ligeiro arco garantindo que não está a ser demasiado esticada. Até vou retirar o protector de escora.

Já tinha testado na minha garagem primeiro com o desviador a sevir de tensor e a corrente saltitava no carreto em carga agora está PERFEITA

Não devo estar a dizer nada de novo mas a sensação de puxar um sprint nesta bicha é a da resposta directa e imediata da transmissão sem deixar de ser estupidamente suave. É como se a passagem de força dos pedais para a roda se fizesse por magia. E depois, como está incrivelmente leve, sai disparada. Nem um saltinho de corrente, nada... Antes estive a reposicionar os espaçadores e a linha de corrente à terceira tentativa parece-me finalmente perfeita.

Segundo os meus cálculos retirei perto de 700 a 900 gramas. Quando sair o garfo devo "ir buscar" mais um quilinho. O peso final deve ficar um pouco abaixo dos 10 kgs, talvez perto dos 9,5.

Infelizmente não posso fazer o que queria: levantar-me de madrugada e ir puxar uma horinha na lama do Monsanto. O meu irmão ficou-me com o poste de selim. O teste terá que ficar para o fim de semana.
:cry:
Logo que chegue o poste, coloco fotos.

Obrigado a todos pela ajuda.

Devo ao pessoal do Forum o facto de me ter despachado tão rápido e com resultados aparentemente tão bons. Se os testes correrem bem o tensor nem sequer vai entrar para já e quanto a upgrades, adiam-se. Ou seja: tudo aponta para que tenha conseguido montar a minha 4S (Specialized Stumpjumper Single Speed) a custo zero.

Se me puser a vender algum material excedente até posso dizer que ganhei dinheiro com a operação, LOL!

Falta-me converter as rodas em tubeless mas isso sai ao preço de comprar um rolo de fita já que válvulas e selante já tenho.

 

[max]

Viva Nuno

Parabéns pela excelente ideia em converter a SSpecialized, porque ficam umas grandes maquinas, quanto à corrente desculpa lá mas não te entusiames muito e não demores a colocar o tensor, porque a corrente como sabes vai alargar e podes dar cabo dos dentes do carreto e da pedaleira, além de que te podes aleijar.

E não te esqueças...fotos. :mrgreen: :lol:

 

[Jazz]

Quanto a bikes de supermercado, não te preocupes, a minha nesse aspecto ganha a todas! Até tive de cortar os pratos da pedaleira de rebarbadeira, que aquilo era tão foleiro que nem parafusos tinha, era soldado!

O tensor, pela minha parca experiência, é necessário. Eu pús uma corrente só de meios elos (pesa imenso, mas pensava que ia evitar o tensor) e nem assim. Com tensor é muito melhor.

http://www.forumbtt.net/index.php/topic,64916.msg732678.html#msg732678

 

[Nuno Prazeres]

Boas!

O tensor a seu tempo vai entrar.

O gozo inicial de andar ali com a corrente perfeitamente ajustada e sem ponteiras xpto ou eixo excêntrico é que ninguém me vai tirar. :wink: :wink: :wink:

Agora já sei que é sol de pouca dura. Quando começar a ir para o monte o camelbéque levará elos e o próprio tensor... :wink:

 

[Nuno Prazeres]

Já recebi e coloquei o tensor só que o raio do apoio do desviador está torto (e eu nem sabia) e o tensor fica perfeitamente em ângulo.

A primeira pedalada de oficina (levantar a roda de trás e dar ao pedal com a mão) fez logo saltar a corrente quando sem tensor estava perfeita. Como sou um optimista tenho a dizer que o evento teve a enorme vantagem de me ensinar a repor a corrente depois de ter saltado fora, coisa que me parecia complicada sem desviador ao barulho.

Ou seja: tenho que endireitar a "pata" do desviador (aquilo é aço CrMo). Sei que até há uma ferramenta para fazer isso mas acham que é coisa que possa tentar fazer em casa?

Se sim, há algum "truque" especial para o conseguir?

Obrigado mais uma vez.

 

[ze_zaskar]

Boas
A questão que levantas é muitas vezes quase tida como magia negra para os que temem dropouts não substituíveis. No entanto, a solução não podia ser mais básica.

A receita é simples. Antes de mais nada, tens de por a roda traseira no sitio e aperta-la firmemente. Se não o fizeres podes alterar o espaçamento do cubo traseiro, e acredita, não queres isso.
Posto isto, tudo é fácil agora. Tenta arranjar a chave inglesa mais comprida que encontrares. Pega numa régua metálica de oficina ou num esquadro, encosta-o à face plana externa do dropout e tenta perceber qual a direcção do empeno, comparando a ferramenta com o eixo longitudinal da bike.
Agora é só agarrar o dropout com a chave inglesa, e, aos poucos, ir retirando o empeno nas direcções pretendidas. Com a comparação continua com o eixo da bicicleta e alguma paciência, é possível alcançar resultados bastante precisos, muito eficazes mesmo com desviadores. Como a intenção em causa nem é a de um desviador, basta por aquilo razoavelmente direito e a coisa fica impecável.

:wink:

 

[Nuno Prazeres]

Obrigado. Segui as tuas indicações e ficou fixe.
A estreia foi no encontro nacional. Correu tudo pelo melhor excedendo mesmo as expectativas mas isso fica para um post no tópico respectivo.
Entretanto, cá vai uma foto do que interessa (ainda sem esticador).

 

[ignite]

e uma foto da bike completa?

 

[Nuno Prazeres]

Ora 2 anos e meio depois do último post tenho a dizer que a minha menina está cada vez melhor.

Recentemente tenho-lhe dado algum uso e sou sistematicamente surpreendido com a forma como a bicicleta dialoga com o meu corpinho que está longe da levesa de outros tempos.

Momento alto: uma hora e meia de Monsanto, Lisboa, com uma procura permanente para usar ao máximo os muitos singletracks que por ali pululam.
Honestamente, nunca vi melhor sítio para se dar uma volta em single speed já que se conseguem desenhar uns percursos variados e divertidos sem deixar de ser desafiantes. O sobe e desce é permanente pelo que não há aquelas zonas chatas de pedalar à moínho de vento e consegue-se sempre arranjar uma via de subida ajustada à relação que temos. Nas descidas ligeiras e sinuosas, a pureza da transmissão direta é um prazer absoluto. O facto de conhecer aqueles trilhos como se fizessem parte da minha pele permite velocidades impensáveis para mim mesmo com uma rígida com 65mm de curso no garfo (que um dia destes será substituído pela forquilha rígida original, ah pois).

O meu muito obrigado aos membros deste sub-fórum por me inspirarem a cometer a doideira de converter a minha primeira btt em single-speed.

Tenho tido momentos únicos com ela que devo inteiramente aqui ao pessoal da perna corajosa...

 

[iMiguel]

cadê as fotos?

 

[Nuno Prazeres]

Desculpa não ter ainda fotos mas este fórum não permite uploads de fotos e eu não tenho alojamento online nem tempo para criar um nesta altura...:fpalm:

Quando estiver mais solto, coloco foto.

Entretanto deixo aqui uma nota ao muito pessoal que, como eu, pega na pasteleira velha, saca de material usado daqui e dali, tira dois pratos, mete um esticador e pimbas, está a bombar numa SS.

Ok foi o que eu fiz... Agora se é para levar a coisa à séria, não é aconselhável. Eu hoje ia mandando o tralho mestre no Monsanto à custa de estar a usar um 18 dentes atrás que retirei à martelada (literalmente) duma cassette gasta. Ia naquela toada de aproveitar o embalo para entrar numa subida curta e atacar forte os pedais em pé quando a velocidade decaiu e a corrente salta-me atrás e eu andei ali aos papeis batendo com a parte interna da perna no quadro. Só não fui ao chão por milagre e ia pelo menos a uns 20 e tais o que ia doer. Fica a negra na perna para me lembrar da coisa.

Ou seja: para ir ao pão, até dá. Agora para abusar no monte que se lixe o gostinho de ter montado tudo a custo zero (fora o esticador) quero é ter segurança. As tensões a que se sujeita a transmissão são incomparavelmente mais desgastantes em singlespeed. Resumindo: vou ter que comprar uma 18 dentes nova e provavelmente mudar a corrente que tenho medo que ela se parta e logo no pior momento possível.

 

[Nuno Prazeres]

Aqui vai o boneco.

Devia ter arranjado um local mais apropriado mas fotografia nunca foi o meu forte...

 

[Nuno Prazeres]

Ora dei mais uma mexidela na menina para a tornar ainda mais brutinha...

Entrou a forquilha original e que bem que ficou...

Contas por alto a minha 5S "cinco esses" (Steel Specialized Stumpjumper Single Speed) emagreceu mais de 1,1 Kg com a operação.

Não tenho cá uma balança mas não me espantaria que estivesse com perto de 9kg.

Sendo de aço-crómio-molibdénio tem os tubos francamente mais estreitos do que o habitual em quadros de alumínio, carbono ou titânio o que lhe dá um aspeto anorético que se faz notar.

Antes a frente era assim:

Para se ter uma ideia da diferença:

E cá vai a clássica foto demonstrativa da natureza SS da máquina (corrente e carreto serão mudados brevemente: Shimano DX de 18t e a corrente será provavelmente uma SRAM 991 cross step usada que devo ter por aí e que ainda não estava muito esticada quando a retirei da outra BTT):