Depois de uns tantos dias off-line em reconhecimentos para as próximas provas que andamos a preparar, vamos lá então ao rescaldo.
Começando talvez, pelo fim, a questão dos recibos atrasados. Houve efectivamente falhas da nossa parte, e os que foram afectados directamente já obtiveram resposta e justificação.
Não havendo a necessidade de justificar publicamente esta situação, e porque ao longo dos últimos anos haverá bastantes participantes que podem atestar que receberam os devidos recibos sem problemas, avançamos para uma das insinuações aqui deixadas, porque desonestidade não é o nosso mote!
Junte-se ao meu clube e de mais dois colegas da minha equipa que ainda estamos a espera do recibo de Serpa, com uma quantia muito inferior ao valor da inscrição, previamente acordada com a organização.
E não é menos verdade, que lhe foi dado como resposta que por nós passávamos o valor total dos recibos, e não apenas parcial porque a associação que vos apoia só paga parte.
Num tópico anterior sobre a prova do Serpa160 a empresa Trilhos Vivos, alertou e bem que trabalhava com fins lucrativos, bem como dos 40€ da inscrição 23% eram para pagar o IVA. Mas este valor só vai para as finanças a que pedir recibo e a quem a Trilhos Vivos se decida a passar, logo uma percentagem muito pequena.
As nossas inscrições são pagas ou por transferência bancária ou cheque endossado à empresa, não recebemos dinheiro "pela porta do cavalo". Qualquer um dos dois métodos obriga a que o dinheiro dê entrada na conta bancária da empresa, deixando registos, escusado será dizer que esses registos têm forçosamente que ser coerentes com as declarações.
Mas mesmo que assim não fosse, os seguros de acidentes pessoais nominais que efectuamos para cada um dos participantes das nossas provas, também são um bom indicador do nº de participantes que temos nas provas.
Não, este não é um bom negócio para fugir ao fisco.
Parece que o facto de assumirmos com transparência que somos uma entidade com fins lucrativos que comercializa um serviço que são os eventos desportivos BTT continua a fazer alguma confusão.
É uma actividade laboral tão legítima como a das lojas que vendem as bicicletas e acessórios com que pedalam, ou das gasolineiras que vendem os combustíveis que gastam nas vossas deslocações, ou dos restaurantes que servem as refeições que consomem quando vão para fora.
É inclusive um trabalho que normalmente dinamiza a economia das regiões onde se desenvolvem os eventos, através do consumo de alojamento, restauração, etc.
Agora sobre a prova e algumas das opiniões aqui deixadas.
Antes de mais, importa esclarecer que mesmo a cobrar 65€ por participante, fazer provas para 62 participantes é insustentável.
Ainda assim, isto não significa que descuremos no que é proporcionado aos participantes, e que andemos a tentar "poupar ao máximo", até porque os participantes são a razão da nossa existência enquanto organizadores.
Mas mesmo sendo insustentável, acreditamos no potencial desta prova! Poderá levar alguns anos, até que o mesmo seja reconhecido, mas há-de surgir e havemos de conseguir arranjar na Zambujeira as condições que não existem para fazer chegar esta prova em grande ambiente de festa!
É tão diferente de tudo o que se faz, e a sensação de chegar à Zambujeira do Mar depois de percorridos 240Km é tão inexplicável e recompensadora, que continuamos a insistir na realização desta prova.
Tendo em atenção a distância e o esforço necessário para a completar, esta prova, quanto a mim, tem sérias lacunas na qualidade e quantidade dos abastecimentos, e no facto de nem existir kit de 1.ºs socorros em qq. das ZA's p/a qq. eventualidade.
Aceitamos as criticas, mas para que possamos melhorar o nosso trabalho, precisamos que sejam mais concretas.
O que faltou ser disponibilizado nas ZAs ? Com o feedback das necessidades dos participantes, é que nós podemos preparar melhor as provas futuras.
O que é que tinha falta de qualidade? O que é que estava em quantidade insuficiente? Ou na quantidade, refere-se ao nº de abastecimentos disponíveis?
Das 4 ZAs efectivamente a 1ª não dispunha de um estojo de primeiros socorros. Mas quer o Discovery que andou a fazer CP's (e que fez um curativo a um dos participantes), quer o Defender branco onde seguia uma enfermeira estavam devidamente equipados com material de 1ºs socorros.
Na chegada cada um vai para seu lado, a organização n/promove qq. tipo de "convívio" entre os finishers
Este convivio é promovido na medida do que é possível. Mas numa prova onde participam 62 pessoas, e chegam a existir diferenças de mais de 7h nos tempos de chegada é inevitável que "cada um vá para seu lado".
Nós também também idealizámos a prova de forma diferente, e gostávamos de montar uma tenda com capacidade para 200 pessoas na praia da Zambujeira. Com um som de "chillout" e uns puffs para os participantes poderem relaxar e trocar impressões depois da prova. E claro, com uma área de refeições que efectivamente retemperassem do esforço de 240Km a pedalar. Infelizmente com um nº de participantes muito limitado não há viabilidade para tais condições.
... e a suposta "refeição" final era uma brincadeira...
A "suposta refeição final" nunca foi anunciada como refeição. Era e foi um lanche.
Aliás, é de todo em todo incompreensível que os próprios elementos da organização comam dos magros abastecimentos existentes para os participantes, coisa observada quer na chegada, quer, por ex., na 2.ª ZA.
Não haverá por aí mais olhos que barriga?!
Quer da 2ª ZA, quer da Zona de Chegada, sobrou comida dos "magros abastecimentos", mesmo com os elementos do staff a comerem dos mesmos, e imagine.se, até com acompanhantes a petiscaram dos "magros abastecimentos".
De resto seria suposto os elementos de staff passarem fome ou levarem uma sandes e um sumo?!
A ideia que dava era que andavam a poupar no que mais pudessem, por ex. a coca-cola era a conta-gotas.
96L de coca-cola "a conta-gotas" levámos nós para a prova. 12 Packs de 4 garrafas de 2L, imagine-se, uns escassos 1,5L de coca-cola em média por participante.
Eventualmente não terá visto 5 garrafas de coca-cola em cima das mesas, mas isso tem que ver com o dia quente e as mesmas terem de estar nas geleiras o mais frescas possível.
Dúvido que haja um participante que possa dizer que queria um copo de coca-cola fresco e não havia.
Não só chegou como sobejou, mesmo com os "alarves" membros da organização e famintos acompanhantes a beberem dos magros abastecimentos.
A comida disponibilizada nas ZAs das nossas provas é sempre calculada em excesso, o lema é que mais vale sobrar, do que faltar, e por norma é o que acontece. Rara é a prova em que não damos alimentos a instituições de beneficência social.
Será que estivemos nos mesmos sítios, no passado dia 16?!
Nós não consideramos a opção de autonomia para as nossas provas. Apesar de pouparem trabalho e muitas dores de cabeça a quem organiza, acreditamos que por muito fraca ou insuficiente que uma ZA possa ser, traz sempre um conforto acrescido a quem encara tamanhas distâncias.
Aceitamos as criticas de bom agrado, e sabemos que haverá sempre margem de manobra para melhorar, não existe perfeição. Todavia, não podemos comparar esta prova, com p.ex. a SRP160, não só pelo nº de participantes, mas também pelas infra-estruturas de apoio que a Zambujeira do Mar não tem.
Podíamos mudar a chegada para uma localidade com maiores e melhores condições, mas perdia-se em diversidade de percurso, e na indescritível sensação que são aqueles 100m de rampa a descer para a praia da Zambujeira.
À parte de tudo isto, ficam histórias fantásticas para contar como a do José Gouveia, que já aqui deixou o seu testemunho. Ou do Rui Gonçalves, primeiro single speeder a superar este desafio, ou mesmo da Clara Lopes, primeira mulher a superar os 240Km, e muitas mais!
Ainda há muito mais para dizer sobre esta prova, mas ficamos por aqui agora.
Finalizamos com um agradecimento ao Paulo Rente e ao luxor, da loja Tangerina Cascais, que numa prova onde houve um infindável número de avarias, cuidaram das bicicletas, minimizaram alguns estragos permitindo que alguns ainda conseguissem chegar à Zambujeira do Mar.
Até breve, boas pedaladas!!