Boas! Escrevo estas linhas para vos expor a minha experiência com a minha amiga e o percurso que fiz na sua preparação. Faço-o apenas agora porque só com a recente aquisição de um espigão KCNC e subsequente corte à medida, o meu amorzinho anoréctico baixou os 9 kg
A história começa assim. Depois de quase dois anos sem poder pedalar devido a um tornozelo torcido numa queda feia, o meu médico lá me deu autorização para poder voltar a pedalar. No dia que ele me deu a notícia fui logo à loja comprar uma bike “como deve ser”. A loja mais perto de minha casa é a BikeZone de Odivelas onde encontrei uma das btts que desejava. Trata-se da Scott Scale 30. O peso não era mau, cerca de 10,650 kg ou 10,700 kg se a memoria não me falha, mas como é bom de ver comecei logo a pensar em maneiras de baixar dos 10 kg.
Como o médico me tinha recomendado precaução nos primeiros tempos decidi andar só na expo e ao mesmo tempo experimentar os spd (antes andava solto). Foi um erro que paguei caro. Já sei, já sei! Muitos de vocês acham os spd da Shimano o máximo, mas para quem tem “maus joelhos” como eu são um autêntico atentado à saúde. Resultado, 6 ou 7 meses sem me por em cima da minha amante :aiui:. Nem dava para acreditar! Enfim, com tanto tempo livre pude procurar peças com toda a calma.
A primeira coisa a mudar seriam as rodas. Rodas, pneus, discos, parafusos, enfim tudo a que um homem tem direito. Optei por uns aros ZTR Olympic com uns cubos DT Suisse 240s em vez dos ZTR 7000 Race com cubos American Classic com que andava a sonhar. Estas últimas eram bem mais leves mas podiam-me dar mais dores de cabeça no futuro principalmente por causa dos aros. Escolhi um par de Continental SpeedKing Supersonic 2.1 por terem um bom rasto mas ao mesmo tempo serem muito leves. Atenção que estes pneus em alcatrão são uma desgraça, parece que têm ventosas, mas não foram feitos para andar aí não é? Em terra estou satisfeito com eles, principalmente em terrenos arenosos onde demonstram ter muita tracção e no resto orientam-se bem. Como pneu direccional deve haver melhor. Juntei um par de discos Alligator de 160 mm e com o embalo levou também 3 parafusos de alumínio e 3 de titânio em cada roda. Os apertos KCNC substituíram os Mavic e a K7 Recon em alumínio substituiu uma Shimano 580. Para terminar umas válvulas da ZTR umas fitas adesivas manhosas e líquido da Joe’s. Tcharam! Tubeless! Tenho de admitir que os SpeedKing deram muita luta … muita luta mesmo, mas não foram mais teimosos do que eu. Cheguei ao ponto de ter de reforçar o líquido na roda da frente porque já o tinha perdido quase todo só na fase de vedagem dos flancos. Só nas rodas completas tirei 1310 g mesmo sem ir ao limite em termos de material leve. Roda da frente 1280 g, roda de trás 1580 g, contra 1800 g frente e 2310 g atrás das Mavic com Racing Ralph 2.25.
Mudei todos os periféricos excepto o aperto do espigão. Ficou quase todo KCNC, menos os extensores que são os Scott RC (menos bandeirosos que os KCNC, pouco mais pesados e bastante mais baratos). Já agora informo que ao contrário do que muita gente pensa a KCNC faz espigões na medida 34.9 mm. São uns tacos de basebol enormes com meio metro de cumprimento. O selim é o patinho feio, trata-se de um Decathlon Carbon (de carbono só deve ter o nome) e o meu rabo diz que gosta muito dele portanto gozem à vontade que eu não o mudo por hora. Os punhos são da BBB de espuma e cortados à medida
A transmissão ficou com desviador e gripshifts X.0 e pedaleiro triplo da KCNC. A corrente da SRAM e o desviador da frente LX mantêm-se. A corrente quero troca-la por uma autolobrificante e o desviador vai ter de aguentar. Outras coisas que mantive:
Fox 100 RL. Para que mudar? Só se for por já começar a sentir a falta de um bloqueio no volante … logo se vê.
Direcção Cane Creek. Tal como o desviador da frente, deixa andar…
Travões Avid Juicy 5. Gosto deles mas … uns formula R1 ficavam mesmo a matar.
Deixei para último a conversa dos pedais :mrsock:. O meu esqueleto vaidoso veio com uns Shimano 520 (maldita a hora). Como devem imaginar foram trocados por outros. Depois de muito procurar informações na net apostei nuns Look Quartz. Eram leves (273 g) e permitiam ao pé rodar 5 ou 6 graus sem fazer força na mola, algo essencial para os meus joelhos. Lá quanto a isso não tive queixas, infelizmente acabei por descobrir que quando pedalava em pé numa subida e queria desencaixar de emergência … pumba, chão! Para além de desagradável faz mal à saúde do bttista e do respectivo quadro de carbono, ainda por cima estes pedais tinham-me obrigado a cortar alguma borracha dos sapatos Spiuk, lol. Quando já me andava a passar e a querer voltar à plataforma resolvi dar uma última oportunidade aos clipless. Mandei vir uns Speed Play Frog de Inglaterra. Mais uns ajustes aqui e ali na borracha dos sapatos e pronto. Nem tem de se ter muito cuidado com a orientação dos cleats porque a flutuação é total. Atenção, são pedais apenas para quem gosta de flutuação, se gostam de andar com os pés bem presos fujam deles. O desencaixe não podia ser mais fácil nem mais rápido uma vez que não existe mola nenhuma. Quanto a desencaixes acidentais, não existiu nenhum. Evitem-nos também se andarem muito na lama. Ainda não os experimentei nessas condições mas adivinho que deve ser muito difícil encaixar depois de por os pés no chão. Não há peças perfeitas e que agradem a todos ao mesmo tempo, não é verdade?
Com todo este esforço consegui baixar dos 9 kg :#1:, mais concretamente 8950 g já com protecção de escora e ciclometro da Sigma. Como devem imaginar acelera muito rápido e a subir facilita muito as coisas. Do quadro nem vou falar muito porque já foi tudo dito acerca deste quadro em carbono que presta bons serviços à Scott praí à uns 10 anos (uma eternidade no Mundo do BTT). Se resistiu tanto tempo sem praticamente nenhumas alterações é porque é mesmo boa, sem querer estar a desvalorizar as vossas namoradas e “esponjas” :tretas:. A única coisa que tenho a dizer é que ao princípio não me estava a dar bem com a geometria do quadro. Dava a sensação de que o quadro era grande demais para mim. Tenho 1,67 m de altura e o quadro era um M, teoricamente o correcto para mim. Mas quando fazia uma curva parecia que estava a virar um camião. O problema resolveu-se com um avanço mais curto, um volante mais estreito e um espigão sem recuo.
Resta-me apenas dizer que o material foi montado na BikeZone de Odivelas e na Red Bike Store
Obrigado pela paciência para lerem este testamento e espero que gostem.
A história começa assim. Depois de quase dois anos sem poder pedalar devido a um tornozelo torcido numa queda feia, o meu médico lá me deu autorização para poder voltar a pedalar. No dia que ele me deu a notícia fui logo à loja comprar uma bike “como deve ser”. A loja mais perto de minha casa é a BikeZone de Odivelas onde encontrei uma das btts que desejava. Trata-se da Scott Scale 30. O peso não era mau, cerca de 10,650 kg ou 10,700 kg se a memoria não me falha, mas como é bom de ver comecei logo a pensar em maneiras de baixar dos 10 kg.
Como o médico me tinha recomendado precaução nos primeiros tempos decidi andar só na expo e ao mesmo tempo experimentar os spd (antes andava solto). Foi um erro que paguei caro. Já sei, já sei! Muitos de vocês acham os spd da Shimano o máximo, mas para quem tem “maus joelhos” como eu são um autêntico atentado à saúde. Resultado, 6 ou 7 meses sem me por em cima da minha amante :aiui:. Nem dava para acreditar! Enfim, com tanto tempo livre pude procurar peças com toda a calma.
A primeira coisa a mudar seriam as rodas. Rodas, pneus, discos, parafusos, enfim tudo a que um homem tem direito. Optei por uns aros ZTR Olympic com uns cubos DT Suisse 240s em vez dos ZTR 7000 Race com cubos American Classic com que andava a sonhar. Estas últimas eram bem mais leves mas podiam-me dar mais dores de cabeça no futuro principalmente por causa dos aros. Escolhi um par de Continental SpeedKing Supersonic 2.1 por terem um bom rasto mas ao mesmo tempo serem muito leves. Atenção que estes pneus em alcatrão são uma desgraça, parece que têm ventosas, mas não foram feitos para andar aí não é? Em terra estou satisfeito com eles, principalmente em terrenos arenosos onde demonstram ter muita tracção e no resto orientam-se bem. Como pneu direccional deve haver melhor. Juntei um par de discos Alligator de 160 mm e com o embalo levou também 3 parafusos de alumínio e 3 de titânio em cada roda. Os apertos KCNC substituíram os Mavic e a K7 Recon em alumínio substituiu uma Shimano 580. Para terminar umas válvulas da ZTR umas fitas adesivas manhosas e líquido da Joe’s. Tcharam! Tubeless! Tenho de admitir que os SpeedKing deram muita luta … muita luta mesmo, mas não foram mais teimosos do que eu. Cheguei ao ponto de ter de reforçar o líquido na roda da frente porque já o tinha perdido quase todo só na fase de vedagem dos flancos. Só nas rodas completas tirei 1310 g mesmo sem ir ao limite em termos de material leve. Roda da frente 1280 g, roda de trás 1580 g, contra 1800 g frente e 2310 g atrás das Mavic com Racing Ralph 2.25.
Mudei todos os periféricos excepto o aperto do espigão. Ficou quase todo KCNC, menos os extensores que são os Scott RC (menos bandeirosos que os KCNC, pouco mais pesados e bastante mais baratos). Já agora informo que ao contrário do que muita gente pensa a KCNC faz espigões na medida 34.9 mm. São uns tacos de basebol enormes com meio metro de cumprimento. O selim é o patinho feio, trata-se de um Decathlon Carbon (de carbono só deve ter o nome) e o meu rabo diz que gosta muito dele portanto gozem à vontade que eu não o mudo por hora. Os punhos são da BBB de espuma e cortados à medida
A transmissão ficou com desviador e gripshifts X.0 e pedaleiro triplo da KCNC. A corrente da SRAM e o desviador da frente LX mantêm-se. A corrente quero troca-la por uma autolobrificante e o desviador vai ter de aguentar. Outras coisas que mantive:
Fox 100 RL. Para que mudar? Só se for por já começar a sentir a falta de um bloqueio no volante … logo se vê.
Direcção Cane Creek. Tal como o desviador da frente, deixa andar…
Travões Avid Juicy 5. Gosto deles mas … uns formula R1 ficavam mesmo a matar.
Deixei para último a conversa dos pedais :mrsock:. O meu esqueleto vaidoso veio com uns Shimano 520 (maldita a hora). Como devem imaginar foram trocados por outros. Depois de muito procurar informações na net apostei nuns Look Quartz. Eram leves (273 g) e permitiam ao pé rodar 5 ou 6 graus sem fazer força na mola, algo essencial para os meus joelhos. Lá quanto a isso não tive queixas, infelizmente acabei por descobrir que quando pedalava em pé numa subida e queria desencaixar de emergência … pumba, chão! Para além de desagradável faz mal à saúde do bttista e do respectivo quadro de carbono, ainda por cima estes pedais tinham-me obrigado a cortar alguma borracha dos sapatos Spiuk, lol. Quando já me andava a passar e a querer voltar à plataforma resolvi dar uma última oportunidade aos clipless. Mandei vir uns Speed Play Frog de Inglaterra. Mais uns ajustes aqui e ali na borracha dos sapatos e pronto. Nem tem de se ter muito cuidado com a orientação dos cleats porque a flutuação é total. Atenção, são pedais apenas para quem gosta de flutuação, se gostam de andar com os pés bem presos fujam deles. O desencaixe não podia ser mais fácil nem mais rápido uma vez que não existe mola nenhuma. Quanto a desencaixes acidentais, não existiu nenhum. Evitem-nos também se andarem muito na lama. Ainda não os experimentei nessas condições mas adivinho que deve ser muito difícil encaixar depois de por os pés no chão. Não há peças perfeitas e que agradem a todos ao mesmo tempo, não é verdade?
Com todo este esforço consegui baixar dos 9 kg :#1:, mais concretamente 8950 g já com protecção de escora e ciclometro da Sigma. Como devem imaginar acelera muito rápido e a subir facilita muito as coisas. Do quadro nem vou falar muito porque já foi tudo dito acerca deste quadro em carbono que presta bons serviços à Scott praí à uns 10 anos (uma eternidade no Mundo do BTT). Se resistiu tanto tempo sem praticamente nenhumas alterações é porque é mesmo boa, sem querer estar a desvalorizar as vossas namoradas e “esponjas” :tretas:. A única coisa que tenho a dizer é que ao princípio não me estava a dar bem com a geometria do quadro. Dava a sensação de que o quadro era grande demais para mim. Tenho 1,67 m de altura e o quadro era um M, teoricamente o correcto para mim. Mas quando fazia uma curva parecia que estava a virar um camião. O problema resolveu-se com um avanço mais curto, um volante mais estreito e um espigão sem recuo.
Resta-me apenas dizer que o material foi montado na BikeZone de Odivelas e na Red Bike Store
Obrigado pela paciência para lerem este testamento e espero que gostem.