eoX240 - Ultra travessia do Alentejo - 18 Junho 2011

Trilhos Vivos

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O caminho fez-se... pedalando!

Foi no passado sábado 18 de Junho que 73 audazes partiram às 6h de Vila Verde de Ficalho, tendo como objectivo a chegada à Zambujeira do Mar.
Entre um ponto e o outro 248Km de distância com 4158m de desnível acumulado para percorrer o nosso país de um lado ao outro, numa só etapa.

O melhor tempo coube à equipa SnakeBite constituída por Tiago Silva e Rodrigo Machado, que percorreram a totalidade do percurso em 10h57m.
A solo o melhor registo foi de Luís Guerreiro (Sportzone/Altimetria).

Bem dentro do tempo regulamentar, mas já noite dentro, chegaram os últimos participantes, com 16h49m Luís Cabaço e Luis Bandeira, fizeram jus ao nome da sua equipa (Pedalar para descontrair) e chegaram à Zambujeira do Mar bem descontraídos e com um grande sentimento de realização e superação pessoal.

Ao todo foram 59 pioneiros que atingiram novas metas, e suplantaram este desafio numa jornada épica!

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Depois de em 2008 termos estabelecido novos patamares com o SRP160, voltámos a elevar a fasquia com esta ultra travessia este-oeste, para os que procuram novos desafios, muitas horas passadas em cima do selim a usufruir da bicicleta, dos trilhos e dos locais mais recônditos de um país cheio de ruralidade por descobrir.

Deixamos este tópico em aberto para que os que estiveram presentes, partilhem o seu testemunho.

As tabelas classificativas podem ser encontradas no site da prova em www.eox240.com

Boas pedaladas a todos!
 

Nuno Machado

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EOX 240 - A Surf Trip mais estranha do Mundo


Estimados

Chegou a hora de vos falar da Surf Trip mais estranha do Mundo.

E se não vejamos. Esta Surf Trip saiu do Porto com dois surfistas de ondas grandes, Ricardo Pereira (Nitro) e o Sílvio Silva (para os amigos Sílvio Silva), seguiu em direcção a Torres Vedras onde entraram mais 3 loucos por ondas épicas Nuno Machado e Bruno Espinha do TEAM MOVEFREE e o Renato Ventura - Um herói que gosta de ondas épicas mas mais curtas e a descer ou aos saltos. Ou melhor, gostava! Porque já prometeu que na próxima Surf Trip não vem de roupa larga, mas que vai vestir licra e capacete aberto.

Em Lisboa ainda entraram na "Ivone" (a nossa montada para estas surfadas) os dois Masters da Surf Trip. O Tiago Nuno Silva e o Rodrigo Machado. O facto de o Tiago ser Nuno e o Rodrigo ser Machado não tem nada a ver com o resultado que conseguiram. Ou se calhar tem tudo a ver. Estes dois são mesmo os gurus dos dias épicos, altamente Zen e sem stress. Típico que quem vive intensamente estas Surf Trips.

E só depois é que seguimos para o local mítico das Surf Trips. Um Secret Spot. Mas eu vou revelar. Fomos na "Ivone" até Serpa onde nos esperava mais um clássico "Sua Alteza Real o Rui Paiva Lima".

Chegados a Serpa foi só tempo para um faustoso jantar no "Alentejano" e correr para a Residencial "Serpínia" para dormir bem e depressa. Porque no Alentejo o Swell entra muito cedo como devem calcular não se pode fazer Surf em Serpa. Como tal ainda não eram 5h30m da manhã e já estávamos em Vila Verde de Ficalho. Sentados nas nossas pranchas aguardamos pacientemente pela chegada do melhor set da manhã. E eis que às 6h em ponto o Luís Silva da "Trilhos Vivos" nos informa que as melhores ondas do dia estão na praia da Zambujeira do Mar. Só tinhamos de seguir o trilho que ele nos deu e completar os 251 Kms entre Vila Verde de Ficalho e a Zambujeira.

Deu-nos ainda indicações importantes como o estado do vento e excelentes locais para reforçarmos a nossa condição de "Surfistas". Que nesse dia se iam chamar ZA - Zona de Abastecimento, onde pessoal muito boa onda ia estar à nossa espera para nos atender. Típico de Surf Brother. Decidimos todos que em vez de irmos de prancha devíamos era ir de Bicicleta de Todo o Terreno (vulgo BTT) até à Zambujeira. E assim foi às 6horas e aproveitando o set que entrava naquele momento os cerca de 70 amigos que estavam em Vila Verde de Ficalho partiram em busca de ondas melhores na Zambujeira do Mar.



Tudo à espera da primeira onda

Arrancamos com muita vontade de chegar cedo, queríamos surfar ainda de dia, e o ritmo que colocamos foi forte. O Tiago e o Rodrigo desapareceram logo e só teríamos noticias deles através do nosso esquema de informação montado nas ZA. O Renato teria a tarefa de colocar em todos os ZA o que nos iríamos necessitar ao longo do dia. E posso dizer-vos que fez um trabalho excelente. Tanto que já é conhecido como o "Master ZA", uma espécie de Kelly Slater das ZA's. Não falhou nenhuma em algumas delas conseguiu fazer tubos magistrais, além de beber umas imperiais.

No terreno e entre ZA's seguíamos todos juntos; Nuno; Bruno; Ricardo; Rui e Sílvio (de referir que o Sílvio tem uns óculos espectaculares para este tipo de swell. Que é um swell com muito pó.)


Nuno Machado e Bruno Espinha a tentar perceber o estado do vento

Antes da primeira ZA, a dos 63 Kms eu e o Bruno Espinha aproveitamos o facto de o vento estar contra ( vulgo "against wind") e aumentamos um pouco o passo. E nesta zona passavamos a pouco mais de 10 minutos do Tiago e do Rodrigo que seguiam no grupo da frente em direcção ao mar.

Lá fomos derivando entre cearas e campos com milhões de girassóis até chegarmos a SERPA.


Como se pode ver o campo estava mesmo "flat"

Voltamos ao terreno atravessamos mais umas quantas zonas de muita água e swell brutal, mas nunca nos distraíamos, o destino era a Zambujeira.

O Vento continuava "Against" e rapaidamente cruzamos o Guadiana. Desta vez pela ponte. E já quando seguíamos em direcção a Salvadas, ao KM 90 sou picado por uma abelha, bem por baixo da língua. (Acho que tão cedo não haverá fotos minhas de língua de fora). Com a paragem para me recompor e beber a primeira cola do dia. O Ricardo, o Silvio e o Rui voltam a "passar" a rebentação ficam de novo junto de nós no "outside" Alentejano.

E bastaram apenas mais 10 kms para perceber que sou alérgico ao veneno de abelha. Comecei por sentir duas picadas nas pernas, que pensei serem cãimbras, de seguida a língua e o lado esquerdo da cara ficaram dormentes, a pressão no olho esquerdo ficou insuportável e começaram os tremores nas pernas e nos braços e levar a LongBoard (StumpJumper HT 29'er) começou a ser penoso até ser impossível.

Abandonei os companheiros de SurfTrip e o Bruno Espinha fez questão de ficar comigo e avançarmos mais devagar para ver se a coisa se compunha. Obrigado Azul!!! Não deixaste o Bro' a morrer no meio da rebentação.
E que me lembre mesmo com a companhia do Espinha foram os 14 kms mais penosos que já fiz de bicicleta. Tive mesmo de desistir. Foi a primeira vez que desisti por problemas físicos. Confesso que deixa um amargo de boca. Mas não podia mesmo!

Sílvio Silva e Ricardo Pereira combinam como vão passar a rebentação


Liguei para o Luís Silva que se meteu com a "Ramona of the Beach" pelo trilho dentro e tal como um verdadeiro nadador salvador me veio socorrer para me levar para a ZA2 de onde passei a ser companhia do Renato no resto da Surf Trip. Obrigado Luís e obrigado Renato.

E obrigado a todos os que se preocuparam em parar para saber como é que eu estava. E de todos os que passaram não houve ninguém que não tivesse parado. Este é o verdadeiro espírito das Surf Trip.

Nos trilhos a luta por um bom "spot" para o melhor "drop" no "pico" da onda continuava e o Tiago e o Rodrigo continuavam na frente e ao km 130 decidiram atacar para seguirem sozinhos até ao final.

O Espinha colou de novo ao três estarolas e seguiu com eles até à ZA3, não sem antes pararem para mais umas minis a pedido do Rui Lima e para que este pudesse dormir um pouco à sombra de um café com a cabeça pousada na mesa.


Ricardo Pereira e Rui Lima antes de atacarem mais uma "sagres mini"

Quando chegamos à ZA3, ficamos na conversa com o Paulo da Tangerina que prestava apoio a todas as bikes sem excepção para que pudessem passar os sets que avizinhavam, e que eram de facto os maiores do dia. O Sérgio Pinho ao chegar a esta ZA informo-nos que o Rui tinha dado uma de local e decidiu dormir a sesta.


Nuno Machado e Renato Ventura discutem o melhor spot perto das batatas fritas da ZA3

Enquanto aqui estávamos ficámos a saber que ao km 208 o Tiago e o Rodrigo já ganhavam 22 minutos à dupla que seguia em segundo lugar.

Nesta ZA e depois da chegada do Bruno, Ricardo, Rui e Sílvio, o Rui decidia que era um bom momento para parar e encontrar melhor swell no banco de trás da "Ivone". Lá arrancamos de novo pelas estradas alentejanas na companhia do Nuno Jales que se juntava na carrinha dos que já não conseguiam remar mais para passar a rebentação.

Nova paragem em Santa Clara a Velha para a ultima ZA desta vez ao Km 211, o Espinha, o Sílvio e o Ricardo passavam bem e com a sensação que o melhor set estava cada vez mais perto. Já só faltava passar por cima de mais umas quantas ondas e depois remar até ao final na Zambujeira para o merecido tubo.

Na ZA de Santa Clara a animação e boa disposição do Staff continuava, e os atletas iam seguindo cada um da melhor forma que podia. Até ao final de mais esta prova de superação.

Nós arrancamos também para o nosso ultimo troço antes de ver o mar, com o Renato a tomar conta do leme seguimos para o momento do dia. A chegada à Zambujeira do Mar.

O Tiago e o Rodrigo já tinham chegado e tinham vencido esta duríssima prova, demoraram cerca de 11 horas para completar os 251 kms de prova.

Rodrigo Machado e Tiago Silva erguem o troféu do EOX240 que é igual a ser o Wave Master


E pouco passava das 20h20 minutos quando chegavam os outros parceiros de Surf Trip. Ao fim de 14h e 20 m o Bruno, o Ricardo e o Sílvio cortavam a linha de chegada e percebiam que o Swell da Zambujeira já estava baixo e que não havia condições para


Bruno Espinha e Sílvio Silva explicam como tinham aproveitado o set para chegar mais cedo.

Empacotamos as bicicletas e dentro da "Ivone" voltamos para Lisboa para deixar o Tiago e o Rodrigo e fazermos uma jantarada no McDonalds da 2ª Circular. Depois seguir para Torres onde fechamos a "Ivone" às 4 da manhã. Era hora de descansar e de sonhar com o swell perfeito do Dia seguinte.

Para muitos esta é de facto a Surf Trip mais estranha do Mundo, mas para mim foi uma:
BIKE TRIP DO TAMANHO DO MUNDO.

Obrigado a todos os que estiveram no EOX240 a organizar ou a participar porque sem eles este relato era impossível.

Um abraço e pedalem muito

Para ver com fotos podem ir a http://mcshade50.blogspot.com/

--
Nuno Machado
EPIC RIDER

TEAM MOVEFREE
Eu pedalo...

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cabaço

New Member
Boas,

Deixo aqui o rescaldo do eoX240

Quando o Luis Silva da Trilhos Vivos me disse que estava a pensar em fazer uma coisa "diabólica" chamada eoX240 fiquei logo com a pulga atrás da orelha, pensei: esta é das boas, mesmo como eu gosto.
Só faltava arranjar um companheiro para esta doidice e falei com o meu amigo Luis Bandeiras e ele só me disse: Onde e a que horas?
Lá andamos nós a dar umas pedaladas juntos por aqui para ganhar cabedal para lá irmos empenar.

Saímos da Sertã na sexta feira em direcção a Serpa para o ultra empeno. Para mim e para o meu colega o objectivo era chegar ao fim nem que fosse de gatas :rotfl::rotfl:
Para nós, fazer tantos km era mesmo um grande desafio. Temos algum tempo para treinar mas não é o suficiente e ao ver muitos participantes que foram para esta aventura que têm muito mais tempo para treinar, e muitos deles, a vida é quase só andar de bike, pensámos: estamos LIXADOS! Mas o nosso lema é PEDALAR PARA DESCONTRAIR , por isso lá fomos nós, há-de ser o que for.

No sábado por volta das 5h 30m lá estávamos nós em Vila Verde de Ficalho, tirámos as nossas burras da carrinha preparámos as coisas todinhas como deve de ser, e às 6h foi dada a partida.
Logo no inicio aquilo ia tudo doido, iam todos com um andamento :choneh::choneh: disse para o meu colega: estamos lixados, nós não aguentamos este andamento para ir fazer tantos km!!!
Mas com o passar dos Km, já ia tudo mais calmo, e nós lá fomos cantando muito caladinhos para não assustar o pessoal :wink:

Parte do trajecto até Serpa já conhecia do SRP160 2010 , parámos em Serpa na 1ª ZA para por óleo na corrente e comer qualquer coisa , e lá vamos nós para mais uns kms, a partir dai era tudo novidade.
Seguimos em direcção a Entradas onde era o próxima ZA , chegámos lá com hora e meia de vantagem para fechar o controlo, e pensámos: epá isto está a correr bem.
Comemos mais uma sandocha, umas talhadas de melância, laranjinhas, bananinhas :pipocas: :pipocas: e bebemos mais umas bebidas, ficámos prontos para mais uns kms rumo à Aldeia das Amoreiras onde era a próxima ZA. Seguimos para a próxima paragem , que seria no intermarche de Castro Verde para beber uma pretinha fresquinha, estava mesmo a apetecer com o calor que se estava a sentir, caiu que nem ginjas :cheers::cheers::cheers:
Retomámos viagem e lá chegamos a Aldeia das Amoreiras, para mais um pouco de óleo na corrente e comer qualquer coisa , depois de tudo tratado continuamos com o nosso PEDALAR PARA DESCONTRAIR.
A partir dai era tudo subidas que com o passar dos kms já fazia mossa, mas não havia nada que não se fizesse era sempre a bombar até a ultima ZA que seria em Santa Clara, chegamos com algum tempo de avanço sobre o controlo, era eu para o meu colega: ESTÁ NO PAPO vamos acabar este passeiozito :tungas::tungas:
Disse ele: vamos embora! Lá fomos fazer o resto do passeiozito até a Zambujeira do Mar, quando faltavam cerca de 10 km para o final o pneu de trás do meu colega começou a perder ar, demos duas bombadas e dissemos agora nada nos para vamos embora, mas mais a frente o pneu já ia outra vez vazio, pusemos ar outra vez e lá se aguentou ate ao final. Faltavam uns 3 ou 4 kms toca o telemóvel , era o Luis Silva a perguntar "então está a correr bem ?" Eu só disse tudo numa boa já estou a ver a LUZ DO FAROL mais um pouco estou ai ,e dai até ao fim as pernas já nem doíam foi sempre a bombar até junto do mar.

Quando começámos a fazer a última descida de paralelos para a praia foi uma sensação que não tem palavras , para nós uns reles amadores chegar ao fim de uma prova destas, ficámos mais contentes que os que chegaram em primeiro lugar disso não tenham dúvida :cl::cl::cl:.

Quero agradecer a todo o STAFF pela simpatia e pelo apoio que nos deram BEIJOS E ABRAÇOS .

E QUE VENHA A PROXIMA


LUIS CABAÇO

PEDALAR PARA DESCONTRAIR
 

Stevenson

New Member
Aqui fica o rescaldo da minha participação no eoX240. Não me vou pôr para aqui a dar notas às várias vertentes que são frequentemente classificadas nas provas habituais, porque este evento está nos antípodas das provas comuns. Esta prova não foi um passeio, não foi um raid, não foi sequer uma ultramaratona, mas sim uma grande travessia, um desafio único e, no final, uma experiência inesquecível.

O que torna esta prova memorável foi o conjunto de sensações que me proporcionou, nomeadamente:
· a oportunidade de ultrapassar amplamente os limites que conhecia em mim
· a travessia do nosso país de uma assentada
· o contacto com um Portugal rural e distante e suas gentes, que de outra forma nunca teria
· as paisagens lindas e surpreendentes, que abundaram e foram diversificadas
· momentos de bom BTT, com troços variados
· a partilha destas experiências em boa companhia
· um conjunto de incidentes que durante a prova perturbaram e/ou fizeram perder tempo, mas que agora constato que serviram para dar cor à prova e a tornar mais especial
· o ensinamento sobre como gerir o esforço para garantir que se conseguem atingir feitos difíceis
· o prazer de apreciar os mimos das zonas de abastecimento (que é coisa nunca faço em provas mais pequenas)
· o prazer de concluir, chegando à praia da Zambujeira, com a noite já escura, sob os aplausos dos presentes
· a satisfação que sinto quando olho para o frontal que, orgulhosamente, pendurei no meu gabinete.

No início da prova nem tudo correu bem. Tinha necessidade de passar uma noite bem dormida, porque a semana de trabalho não me tinha dado folga, mas um conjunto de atrasos levou a que apenas tivesse dormido entre as 2h e as 4:30h. Sabendo que algo de parecido tinha acontecido em Serpa, dois meses antes, e que essa prova correu mal, não consegui deixar de estar tenso à partida. Um furo ao fim do km 1 relegou-nos logo para o último lugar. Mais uns furos com um dos meus colegas de aventura e outros incidentes menores, que geraram atrasos, garantiram que continuássemos perto do carro vassoura.

Lá fomos avançando, mais focados no momento, no trilho e nas vistas do que na distância que faltava percorrer. Ao km 148 uma arritmia forte colocou em cima da mesa a hipótese de ter que desistir da ideia de ver a Zambujeira do Mar nesse dia; foi duro pensar em encostar a bicicleta, mas já que ali estava tinha que tentar ir um pouco mais longe. O susto passou e decorridos uns 15 a 20 kms a confiança estava novamente instalada; a partir daí foi só desfrutar das zonas mais técnicas e desafiantes do trajecto e com paisagens mais arrebatadoras.

Mais uma vez ficou provado que o Alentejo não é plano. Cerca de 4200 de desnível positivo dá, aproximadamente, 17 metros de desnível por km, o que não é distante do que se encontra nas provas rotuladas como duras. Mesmo quando não existiam subidas longas, tínhamos sempre um sobe e desce constante.

Confesso que tínhamos como objectivo, legítimo mas secundário, demorar abaixo das 15h. Mas os acontecimentos inesperados, o tempo consumido nas ZA e, nalgumas fases, o ritmo da pedalada, não o permitiram a mim e ao Francisco (o Luis, com a sua determinação, acelerou para 80 kms finais em grande ritmo e conseguiu). No entanto, no final existia a sensação de que, se não fosse a falta de bateria no GPS e nas lanternas, estaríamos prontos para mais 50 kms.

Como já referi, um dos prazeres da prova foi a sua partilha com os colegas de equipa, pelo que aqui vão os meus agradecimentos ao Francisco e ao Luis, parceiros de pedal, e ao Helder, que assegurou uma assistência 5 estrelas à equipa. Ficou evidente que em equipa divide-se o esforço e multiplica-se a diversão e as garantias de sucesso.

Parabéns a todos os participantes, tenham ou não chegado à costa a pedalar.

Se ainda houver espaço, os meus agradecimentos à minha mulher por todo o apoio e paciência no meu processo de preparação para a prova. Foram muitas as noites em que me viu sair da cama às 5h para treinar. Foi preciso pedalar bastante para passar, em 6 meses, de participante em mini-maratonas para alguém que encarou o eoX240 com confiança.

Os meus parabéns à Trilhos Vivos pelo evento que organizaram pois, pelo que me pude aperceber, tudo correu bem, desde o momento em que fomos levantar os frontais até ao momento em que virámos costas à praia na Zambujeira do Mar. Muito obrigado por terem lançado o desafio, por tudo terem feito para que o conseguíssemos vencer e pelo belo trajecto que desenharam.

Já me esteva a esquecer, mas seria muito injusto se não fizesse uma referência à imensa boa disposição, iniciativa, disponibilidade e simpatia de todos aqueles que estiveram a prestar apoio ao evento.

Agora venha o Sudoex…
 
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