PRÓLOGO
A ideia surgiu de repente a meio da semana. Há algum tempo que procurava uma ideia original para um trajecto e aquela parecia-me perfeita. Precisava apenas de encontrar aquele ponto e uma forma de lá chegar. Então... a linha do Tâmega! Era outra ideia antiga. Mas seria ciclável? Havia que testar, antes de levar o projecto para a frente. Larguei por um dia a lavoura (algo que começa a fazer escola por estas bandas) e sozinho lancei-me aos trilhos.
Depois de algumas dezenas de kms de tentativa e erro estava de regresso a casa. Trazia alguns problemas resolvidos mas também sérias dúvidas que me iriam ocupar a mente durante 2 dias.
Enviei missivas à tropa do costume: Sábado, 9:00, Mondim de Basto. Tico, Óscar, Plus e Major, acederam. E foram pontuais.
CAPÍTULO I
Sábado de manhã, um combatente do ultramar mostrava-nos a determinação com que deveríamos enfrentar a nossa tarefa. Lançámo-nos ao caminho orientados pelo sempre fiel GPS. Atravessámos o Tâmega e passados alguns minutos estávamos no primeiro ponto de interesse, a agora abandonada estação de Mondim de Basto que, curiosamente, se encontra na freguesia de Veade que pertence ao concelho de Celorico de Basto. Um misto de encanto e tristeza invade-me ao imaginar a agitação que em tempos se vivia naquele local. A linha foi desactivada em 1990, já lá vão 20 anos de abandono. Pode ser que o projecto de ciclovia entre Amarante e Arco do Baúlhe, a ser concretizado, lhe consiga restituir uma nova vida.
Havia que prosseguir a jornada atravessando a imponente ponte de alvenaria. A brita e as sulipas dificultavam a progressão montada. Alguns convivas, receosos de que isto fosse uma amostra do que os esperava durante o resto do dia, ameaçavam o guia com o arremesso de pesados pinos de ferro.
Atravessada a ponte, até Celorico não foi possível continuar a utilizar o traçado da ferrovia. Foi um curto e desinteressante percurso. No entanto a vila parece ser um local muito agradável. Parámos também nesta estação para mais uma sessão fotográfica. Uma referência da minha parte aos 1000mm de bitola da linha deu azo a uma catadupa de explicações sobre a relação desta medida com o tamanho do traseiro dos cavalos e com as dimensões dos propulsores do space shuttle!
Pusemos de novo o "comboio" em andamento. Uma espécie de macadame facilitou durante uns kms a utilização do traçado. Quando acabou entrámos nas encostas florestais da margem direita do Tâmega. O "trabalho de casa" efectuado dois dias antes permitiu percorrer este trajecto com relativa fluidez, apesar de alguns se queixarem da trepidação nalgumas zonas...
Próxima paragem: Lourido. Mais umas fotos, mais umas palhaçadas, mais umas "baboseiras e grosserias".
Ali nos despedimos do caminho de ferro e começámos a descer a encosta em direcção ao Tâmega. Era agora. Dois dos meus companheiros já sabiam o que os esperava, pois já lhes havia mostrado algumas fotos do reconhecimento. Estava curioso quanto aos outros.
Passado um pouco, lá estava ela, a Ponte de Arnóia/Lourido/Rebordelo. Das quatro pontes de arame que ainda existem em Portugal, esta é aquela que se encontra em piores condições de conservação e, se até lá não sucumbir aos rigores do tempo, deverá desaparecer submersa pela Barragem de Fridão, quando esta estiver concluída.
Gerou-se silêncio enquanto todos tentavam avaliar a segurança (ou falta dela) da estrutura. Até que o Óscar resolveu passar à acção. Pé-ante-pé, agarrado aos cabos de sustentação, lá foi avançando quase até meio e regressou. Decidimos atravessar. Afinal, se a ponte se tinha mantido firme durante 90 anos, não era hoje que ia cair. Além disso todos usávamos capacete. O Óscar obrigava-nos a relembrar o plano de contingência: "se aquilo ceder, é largar tudo, bicicleta, mochila e flutuar rio abaixo até encalhar algures". Uma pessoa sente-se logo mais segura quando nota que há alguém que tem a situação controlada. O primeiro a atravessar foi o Tico, depois eu, o Major, o Plus e finalmente o Óscar. Grande alívio quando nos encontrámos todos do outro lado. À falta de champanhe comemos do merendeiro que levávamos e bebemos água, ao som do correr irrequieto do rio, uns metros mais abaixo.
[video=youtube;CvuEhNyGkgY]http://www.youtube.com/watch?v=CvuEhNyGkgY[/video]
http://www.youtube.com/watch?v=CvuEhNyGkgY
CAPÍTULO II
Tínhamos começado a nossa jornada no distrito de Vila Real (Mondim), tínhamos deixado na outra margem o distrito de Braga (Celorico) e estávamos agora no distrito do Porto (Amarante). Do outro lado já tínhamos apreciado a violenta inclinação da encosta que iríamos ter de escalar até à aldeia de Rebordelo. Mas in loco foi cá duma violência! Durante largas centenas de metros, segundo o GPS do Plus, a inclinação variou entre os 20 e os 26%. Ao longo do dia o pessoal foi-se descaindo em confissões e concluiu-se que ninguém pôs o pé no chão apenas devido ao terror de, devido a isso, vir a ser futuramente enxovalhado.
Ziguezagueando encosta acima, agora pelo empedrado da aldeia, a subida parecia não ter fim. Lá em baixo a ponte já era uma visão distante.
Quando a subida finalmente amainou entrámos num longo estradão florestal que, contornando a encosta através de pinhais, nos levou até Paradança. Mondim era já ali, à distância duma rápida descida por asfalto. Mas, para nós, o dia estava longe de estar terminado e uma longa e constante subida aguardava-nos no imediato. Até o calor já se fazia sentir. Chegados a uma encruzilhada o Major achou que era um esforço inútil seguir o risco que eu traçara nos mapas e que nos apontava para um corta-fogo de inclinação absurda. Optou assim por contorna-lo enquanto nós empurrávamos as bicicletas encosta acima. Já no topo apercebi-me que me tinha desviado um pouco do percurso planeado, caso contrário talvez aquilo tivesse sido escalável. De qualquer forma a descida recompensou o esforço e passado algum tempo reuníamo-nos ao nosso companheiro, que nos aguardava num local que me transmitia uma sensação de deja vu... Ao longe Sra da Graça continuava a aguardar por nós.
A paragem da praxe no miradouro das Fisgas de Ermelo e seguiu-se o ataque à sempre dura subida para Varzigueto, lugar mítico devido a fábulas antigas que descreviam aquelas florestas como sendo o habitat natural do Homem da Marreta.
Além dos já referidos objectivos de explorar um pouco a linha do Tâmega e visitar a Ponte de Arnóia, ainda tinha um outro: a partir de Varzigueto, explorar os trilhos subindo a margem direita do Olo em direcção a Pioledo, em vez da habitual abordagem por Barreiro. Boa aposta. Fantástico trilho que se veio a revelar um dos melhores do dia, apesar dum pequeno percalço de navegação.
Avistámos Bobal. Tínhamos esperança de encontrar por ali um café onde pudéssemos repor alguns açúcares. Já a ficar desanimados por não vermos sinal de gente, eis que ao dobrar duma esquina nos deparamos com a palavra "Tasca" escarrapachada numa parede branca. Para tasca revelou-se um local bem agradável. O Major, normalmente pouco dado a crenças, começava a desconfiar que uma mão divina guia o rato quando desenhamos o track no computador. Para o bem e para o mal, pensei para comigo.
CAPÍTULO III
Mais reconfortados depois da paragem, metemo-nos de novo ao caminho. O trilho que seguíamos, fruto apenas da criatividade em cima das cartas militares, revelou-se também muito agradável. Depois de algum sobe e desce chegámos então a um caminho já conhecido por alguns de nós e que me despertou um sorriso nos lábios. Com efeito, há quase seis anos atrás, enquanto quase todo o país estava com a atenção virada para o jogo inaugural do europeu de futebol, eu e o ET apanhámos um belo empeno empeno a percorrer aqueles topos.
A certa altura o Major sugeriu que, em vez de visitar a já mais que vista Sra da Graça, tentássemos improvisar um trilho "fora de estrada" até Mondim. Mas o Óscar nunca tinha ido lá acima e, agora que estava tão perto, não queria perder a oportunidade. Era justo, por isso acedemos e lá fomos tirar a foto da praxe.
Cumprida a tradição resolvemos voltar atrás, ao longo do trilho anteriormente percorrido, em busca da tal ligação fora de estrada. O melhor que arranjámos foi o PR1. O trilho não é mau mas apenas nos permitiu evitar alguns kms de estrada. Apesar da nossa teimosia que ainda nos fez andar com as bicicletas às costas, o restante teve mesmo de ser percorrido em alcatrão.
EPÍLOGO
Chegámos. Tinha sido um passeio à antiga. A linha de comboio, a ponte, as subidas terríveis, os novos trilhos... Estava de alma cheia!
Já em casa, a curiosidade levou-me a pesquisar mais informações sobre a linha do Tâmega. Entre as coisas que encontrei, gostei muito deste vídeo, espécie de documentário, que aproveito para partilhar aqui:
[video=youtube;YvqPtONkglk]http://www.youtube.com/watch?v=YvqPtONkglk[/video]
http://www.youtube.com/watch?v=YvqPtONkglk
Restantes fotos aqui: http://picasaweb.google.com/voodoo.bokor
A ideia surgiu de repente a meio da semana. Há algum tempo que procurava uma ideia original para um trajecto e aquela parecia-me perfeita. Precisava apenas de encontrar aquele ponto e uma forma de lá chegar. Então... a linha do Tâmega! Era outra ideia antiga. Mas seria ciclável? Havia que testar, antes de levar o projecto para a frente. Larguei por um dia a lavoura (algo que começa a fazer escola por estas bandas) e sozinho lancei-me aos trilhos.
Depois de algumas dezenas de kms de tentativa e erro estava de regresso a casa. Trazia alguns problemas resolvidos mas também sérias dúvidas que me iriam ocupar a mente durante 2 dias.
Enviei missivas à tropa do costume: Sábado, 9:00, Mondim de Basto. Tico, Óscar, Plus e Major, acederam. E foram pontuais.
Sábado de manhã, um combatente do ultramar mostrava-nos a determinação com que deveríamos enfrentar a nossa tarefa. Lançámo-nos ao caminho orientados pelo sempre fiel GPS. Atravessámos o Tâmega e passados alguns minutos estávamos no primeiro ponto de interesse, a agora abandonada estação de Mondim de Basto que, curiosamente, se encontra na freguesia de Veade que pertence ao concelho de Celorico de Basto. Um misto de encanto e tristeza invade-me ao imaginar a agitação que em tempos se vivia naquele local. A linha foi desactivada em 1990, já lá vão 20 anos de abandono. Pode ser que o projecto de ciclovia entre Amarante e Arco do Baúlhe, a ser concretizado, lhe consiga restituir uma nova vida.
Havia que prosseguir a jornada atravessando a imponente ponte de alvenaria. A brita e as sulipas dificultavam a progressão montada. Alguns convivas, receosos de que isto fosse uma amostra do que os esperava durante o resto do dia, ameaçavam o guia com o arremesso de pesados pinos de ferro.
Atravessada a ponte, até Celorico não foi possível continuar a utilizar o traçado da ferrovia. Foi um curto e desinteressante percurso. No entanto a vila parece ser um local muito agradável. Parámos também nesta estação para mais uma sessão fotográfica. Uma referência da minha parte aos 1000mm de bitola da linha deu azo a uma catadupa de explicações sobre a relação desta medida com o tamanho do traseiro dos cavalos e com as dimensões dos propulsores do space shuttle!
Pusemos de novo o "comboio" em andamento. Uma espécie de macadame facilitou durante uns kms a utilização do traçado. Quando acabou entrámos nas encostas florestais da margem direita do Tâmega. O "trabalho de casa" efectuado dois dias antes permitiu percorrer este trajecto com relativa fluidez, apesar de alguns se queixarem da trepidação nalgumas zonas...
Próxima paragem: Lourido. Mais umas fotos, mais umas palhaçadas, mais umas "baboseiras e grosserias".
Ali nos despedimos do caminho de ferro e começámos a descer a encosta em direcção ao Tâmega. Era agora. Dois dos meus companheiros já sabiam o que os esperava, pois já lhes havia mostrado algumas fotos do reconhecimento. Estava curioso quanto aos outros.
Passado um pouco, lá estava ela, a Ponte de Arnóia/Lourido/Rebordelo. Das quatro pontes de arame que ainda existem em Portugal, esta é aquela que se encontra em piores condições de conservação e, se até lá não sucumbir aos rigores do tempo, deverá desaparecer submersa pela Barragem de Fridão, quando esta estiver concluída.
Gerou-se silêncio enquanto todos tentavam avaliar a segurança (ou falta dela) da estrutura. Até que o Óscar resolveu passar à acção. Pé-ante-pé, agarrado aos cabos de sustentação, lá foi avançando quase até meio e regressou. Decidimos atravessar. Afinal, se a ponte se tinha mantido firme durante 90 anos, não era hoje que ia cair. Além disso todos usávamos capacete. O Óscar obrigava-nos a relembrar o plano de contingência: "se aquilo ceder, é largar tudo, bicicleta, mochila e flutuar rio abaixo até encalhar algures". Uma pessoa sente-se logo mais segura quando nota que há alguém que tem a situação controlada. O primeiro a atravessar foi o Tico, depois eu, o Major, o Plus e finalmente o Óscar. Grande alívio quando nos encontrámos todos do outro lado. À falta de champanhe comemos do merendeiro que levávamos e bebemos água, ao som do correr irrequieto do rio, uns metros mais abaixo.
[video=youtube;CvuEhNyGkgY]http://www.youtube.com/watch?v=CvuEhNyGkgY[/video]
http://www.youtube.com/watch?v=CvuEhNyGkgY
CAPÍTULO II
Tínhamos começado a nossa jornada no distrito de Vila Real (Mondim), tínhamos deixado na outra margem o distrito de Braga (Celorico) e estávamos agora no distrito do Porto (Amarante). Do outro lado já tínhamos apreciado a violenta inclinação da encosta que iríamos ter de escalar até à aldeia de Rebordelo. Mas in loco foi cá duma violência! Durante largas centenas de metros, segundo o GPS do Plus, a inclinação variou entre os 20 e os 26%. Ao longo do dia o pessoal foi-se descaindo em confissões e concluiu-se que ninguém pôs o pé no chão apenas devido ao terror de, devido a isso, vir a ser futuramente enxovalhado.
Ziguezagueando encosta acima, agora pelo empedrado da aldeia, a subida parecia não ter fim. Lá em baixo a ponte já era uma visão distante.
Quando a subida finalmente amainou entrámos num longo estradão florestal que, contornando a encosta através de pinhais, nos levou até Paradança. Mondim era já ali, à distância duma rápida descida por asfalto. Mas, para nós, o dia estava longe de estar terminado e uma longa e constante subida aguardava-nos no imediato. Até o calor já se fazia sentir. Chegados a uma encruzilhada o Major achou que era um esforço inútil seguir o risco que eu traçara nos mapas e que nos apontava para um corta-fogo de inclinação absurda. Optou assim por contorna-lo enquanto nós empurrávamos as bicicletas encosta acima. Já no topo apercebi-me que me tinha desviado um pouco do percurso planeado, caso contrário talvez aquilo tivesse sido escalável. De qualquer forma a descida recompensou o esforço e passado algum tempo reuníamo-nos ao nosso companheiro, que nos aguardava num local que me transmitia uma sensação de deja vu... Ao longe Sra da Graça continuava a aguardar por nós.
A paragem da praxe no miradouro das Fisgas de Ermelo e seguiu-se o ataque à sempre dura subida para Varzigueto, lugar mítico devido a fábulas antigas que descreviam aquelas florestas como sendo o habitat natural do Homem da Marreta.
Além dos já referidos objectivos de explorar um pouco a linha do Tâmega e visitar a Ponte de Arnóia, ainda tinha um outro: a partir de Varzigueto, explorar os trilhos subindo a margem direita do Olo em direcção a Pioledo, em vez da habitual abordagem por Barreiro. Boa aposta. Fantástico trilho que se veio a revelar um dos melhores do dia, apesar dum pequeno percalço de navegação.
Avistámos Bobal. Tínhamos esperança de encontrar por ali um café onde pudéssemos repor alguns açúcares. Já a ficar desanimados por não vermos sinal de gente, eis que ao dobrar duma esquina nos deparamos com a palavra "Tasca" escarrapachada numa parede branca. Para tasca revelou-se um local bem agradável. O Major, normalmente pouco dado a crenças, começava a desconfiar que uma mão divina guia o rato quando desenhamos o track no computador. Para o bem e para o mal, pensei para comigo.
CAPÍTULO III
Mais reconfortados depois da paragem, metemo-nos de novo ao caminho. O trilho que seguíamos, fruto apenas da criatividade em cima das cartas militares, revelou-se também muito agradável. Depois de algum sobe e desce chegámos então a um caminho já conhecido por alguns de nós e que me despertou um sorriso nos lábios. Com efeito, há quase seis anos atrás, enquanto quase todo o país estava com a atenção virada para o jogo inaugural do europeu de futebol, eu e o ET apanhámos um belo empeno empeno a percorrer aqueles topos.
A certa altura o Major sugeriu que, em vez de visitar a já mais que vista Sra da Graça, tentássemos improvisar um trilho "fora de estrada" até Mondim. Mas o Óscar nunca tinha ido lá acima e, agora que estava tão perto, não queria perder a oportunidade. Era justo, por isso acedemos e lá fomos tirar a foto da praxe.
Cumprida a tradição resolvemos voltar atrás, ao longo do trilho anteriormente percorrido, em busca da tal ligação fora de estrada. O melhor que arranjámos foi o PR1. O trilho não é mau mas apenas nos permitiu evitar alguns kms de estrada. Apesar da nossa teimosia que ainda nos fez andar com as bicicletas às costas, o restante teve mesmo de ser percorrido em alcatrão.
EPÍLOGO
Chegámos. Tinha sido um passeio à antiga. A linha de comboio, a ponte, as subidas terríveis, os novos trilhos... Estava de alma cheia!
Já em casa, a curiosidade levou-me a pesquisar mais informações sobre a linha do Tâmega. Entre as coisas que encontrei, gostei muito deste vídeo, espécie de documentário, que aproveito para partilhar aqui:
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http://www.youtube.com/watch?v=YvqPtONkglk
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