Caminho da Geira e dos Arrieiros

Boas,

algum bicigrino que já tenha feito esta variante do Caminho?
Terminei há dias este percurso, mas ainda estou a digerir bem as sensações com que o terminei.
 
...e a palavra digerir aplica-se na perfeição a esta variante do Caminho de Santiago!
Fiz este percurso na companhia de um familiar, ou seja, fomos duas pessoas...o que para uns é gente a mais e para outros é gente a menos, pelo risco de poder tornar-se mais monótono. Neste caso, acho que foi perfeito. Porquê? Porque, tendo em conta que apanhamos chuva e vento durante todo o caminho, se fosse sozinho ia desmotivar consideravelmente, assim como se fosse mais gente a probabilidade de existirem atritos aumentaria. Não tive sorte nas condições meteorológicas, mas tive sorte com a companhia. E, neste caminho tão desgastante, a companhia não é um pormenor; é muito importante (a não ser, lá está, que se vá sozinho).
Então, porquê o uso da palavra "digerir"? Porque esta variante é, e eu já fiz outras, de longe, a mais exigente física e mentalmente (refiro-me a variantes nacionais); porque as etapas são um carrossel de sensações, ora de entusiasmo, ora de desanimo; porque tecnicamente é bastante exigente, o que obriga a um monta/desmonta com maior frequência que a que seria desejável; porque...porque sim... É aventura que requer o seu tempo para "digerir".
 
Last edited:

davidream

Well-Known Member
bOAS!
Infelizmente nunca fiz esta rota. Dos relatos de amigos que já fizeram, é muito exigente fisicamente e tecnicamente!
Pessoalmente adoro as "geiras" pelo que representam da história, quer pelo desafio de ultrapassar numa Bike.
Esta rota por todos os motivos descritos, será melhor numa suspensão total e num ritmo ajustado ás condições. Quer meteorológicas quer da capacidade física de cada um.
Um dia quem sabe....
Cumps!
 
bOAS!
Infelizmente nunca fiz esta rota. Dos relatos de amigos que já fizeram, é muito exigente fisicamente e tecnicamente!
Pessoalmente adoro as "geiras" pelo que representam da história, quer pelo desafio de ultrapassar numa Bike.
Esta rota por todos os motivos descritos, será melhor numa suspensão total e num ritmo ajustado ás condições. Quer meteorológicas quer da capacidade física de cada um.
Um dia quem sabe....
Cumps!
Viva!
Sim, sem dúvida que a bicicleta de suspensão total é mais adequada para um percurso destes. Curiosamente, tanto eu como o meu familiar levamos bicicletas com suspensão apenas à frente!
 
É aventura que requer o seu tempo para "digerir".
Já totalmente "digerida", dizer resumidamente o seguinte: sensações não se explicam...e todo este caminho são sensações.
Mas quero escrever algumas coisas sobre os 3 dias, em parte como uma espécie de catarse emocional (sim, teve esse peso), mas também pelo espírito de partilha próprio deste fórum.
 

popteam

New Member
Fiz esse caminho em 2017, eu e um amigo meu, na semana que houve os incêndios em Pedrogão Grande :-(, por isso, já podem imaginar o calor que estava! O caminho é fantástico mas muito exigente fisicamente. É preciso uma preparação decente mínima senão é penar o caminho todo!!! O que me marcou mais foi a parte da Gueira que é fenomenal e a parte que se passa a fronteira pela segunda vez, por Castro Laboreiro. Fá-lo-ei de novo, com certeza!!! :)
 
Fiz o Caminho em 3 etapas:

Braga - Castro Laboreiro (84.68K)
Castro Laboreiro - Forcarei (101.46K)
Forcarei - Santiago de Compostela (53.89)

Se foi a melhor divisão, tendo em conta o meu nível de preparação (ou falta dela)? Não, não foi!
Mas existiam dois pressupostos que fazia questão de cumprir: dormir a primeira noite em Castro Laboreiro e chegar cedo a Santiago de Compostela; logo, foi assim que a logística foi preparada e acertada.
 
Braga - Castro Laboreiro (84.68K):

Este dia pode ser dividido em várias partes, tendo em conta as diversas tipologias deste percurso.
Sendo de Braga, já estava familiarizado com a parte inicial, desde a Sé até ao mosteiro de Rendufe...percurso maioritariamente a descer e em estradas pavimentadas, o que faz com que os primeiros quilómetros nem para aquecer as pernas sirvam :) E como estava a chover, foi até desagradável.
Adjacente ao mosteiro percorre-se uma calçada muito antiga que funciona como "abertura das hostilidades", para logo a seguir continuar por desinteressantes estradas interiores até Caldelas. E a partir daqui, na minha óptica, o percurso começa a ganhar outro interesse, e daqui até à localidade de Covide o percurso torna-se gradualmente mais bonito, na exacta proporção em que se torna também mais duro; começa o rompe-pernas da Geira!
Após Covide e até à Portela do Homem, passamos pela magnifica Mata da Albergaria, que para além de ser um regalo para os olhos (pena a chuva), dá para descansar as pernas e ganhar fôlego para a dura subida até à fronteira, feita em alguns pontos com a bicicleta às costas. Entramos em Espanha.
Daqui até Baños, percorre-se um trilho que tem tanto de técnico como de espectacular! Singletrack por entre pedras, com alguns pontos de água e uma vista deslumbrante tornam esta descida um "rebuçado". E aqui aconteceu-me o maior contratempo (físico) do Caminho; rebentei o aperto Boa do sapato! Não fosse ter levado (conselho de um amigo) um rolo de fita isoladora, e a aventura terminava ali. Enfaixei o sapato com a dita cuja, e lá seguimos viagem.
Já tendo pedalado por estrada por estes lados, julguei que Lobios "seria já ali"...mas não é bem assim. Ainda se percorrem uns trilhos naturais bastante apelativos, com direito a uma valente parede onde se começa a perceber que a passagem da Geira já deixou mossa nas pernas.
Ultrapassadas as ruas de Lobios, algumas delas denotando alguma desertificação, e chegando ao posto de abastecimento a seguir à ponte da estrada nacional, começa aquilo que pode ser resumido desta forma: 1000m de acumulado em cerca de 20 Kms!
A continuar...
 
Last edited:
Top Bottom