El Solitario
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PRÓLOGO:
- Bem, amanhã não vais andar de bicicleta!? Vai chover…
- Se vai chover ou não, não sei…
Sinto um prazer especial quando, ao começar uma jornada, o Sol me encontra já a pedalar. Gosto das sombras oblíquas, do Sol rasante. Sinto que não perdi nenhum minuto, e que o dia promete ser longo e pleno. Na cabeça perpassa aquela música “bicycle… bicycle… I want to ride my bicycle… I want to ride my bike…”
Devaneios. Desta vez não foi bem assim.
O Sol, como já esperado, faltou ao encontro, e mandou a irmã chuva. Não me neguei.
Volto à questão do prazer.
Como explicar o prazer em sair de casa, antes do Sol nascer, e começar a pedalar à chuva?
Não é sair de casa e ser apanhado pela chuva. É sair de casa a chover.
Não à chuva miudinha, mas à chuva mesmo! Saber que, com um tempo destes, quem porventura encontrar a pedalar sofre do mesmo. Não sei bem do quê! Mas que não bate bem, não bate! “bicycle… bicycle… I want to ride my bicycle… I want to ride my bike…” Adiante!
Normalmente considero um trilho, ou percurso, “conquistado”, quando o fiz nos dois sentidos. Só assim posso apreciar devidamente as vistas, de frente… e da outra frente.
Este raciocínio não funciona contudo no percurso escolhido para esta Sexta-feira, dita Santa. A via Sacra "Bracara-Asturia", mais conhecida como Geira.
Em qualquer dos sentidos não se conquista nada. Somos antes conquistados… é tamanha a "bebedeira dos sentidos".
Se fosse poeta demorava-me a descrever o “verde luminoso dos líquenes agarrado às rochas seculares”, ou, “os riachos cristalinos que me saudaram sob as rodas”, ou mesmo “aquela ave de rapina que me seguiu, como já seguiu as sandálias de outras legiões”.
Não sou poeta, nem vos quero fazer perder mais tempo. Deixo as imagens possíveis.
Depois da Geira segui um trilho em busca duma ponte. Pequena é certo, fácil de transpor, é certo. Mas encaixada noutro pequeno paraíso. Outra bebedeira.
Depois, bem depois… nunca me tinha acontecido. Ao mudar um pneu, reparo que o outro está também furado. Esgotei as duas câmaras que levava. A situação exigia alteração de planos. Não podia arriscar mais caminhos atapetados com ouriços. Pedi ao GPS orientação, por estrada, e regressei a casa, 89 km depois.
EPÍLOGO:
- Olha como tu vens… todo ensopado…
- Uns pinguitos… ficaram alguns pelo caminho.
outras fotos: http://picasaweb.google.pt/viktor.moreira/BracaraAsturica#
- Bem, amanhã não vais andar de bicicleta!? Vai chover…
- Se vai chover ou não, não sei…
Sinto um prazer especial quando, ao começar uma jornada, o Sol me encontra já a pedalar. Gosto das sombras oblíquas, do Sol rasante. Sinto que não perdi nenhum minuto, e que o dia promete ser longo e pleno. Na cabeça perpassa aquela música “bicycle… bicycle… I want to ride my bicycle… I want to ride my bike…”
Devaneios. Desta vez não foi bem assim.
O Sol, como já esperado, faltou ao encontro, e mandou a irmã chuva. Não me neguei.
Volto à questão do prazer.
Como explicar o prazer em sair de casa, antes do Sol nascer, e começar a pedalar à chuva?
Não é sair de casa e ser apanhado pela chuva. É sair de casa a chover.
Não à chuva miudinha, mas à chuva mesmo! Saber que, com um tempo destes, quem porventura encontrar a pedalar sofre do mesmo. Não sei bem do quê! Mas que não bate bem, não bate! “bicycle… bicycle… I want to ride my bicycle… I want to ride my bike…” Adiante!
Normalmente considero um trilho, ou percurso, “conquistado”, quando o fiz nos dois sentidos. Só assim posso apreciar devidamente as vistas, de frente… e da outra frente.
Este raciocínio não funciona contudo no percurso escolhido para esta Sexta-feira, dita Santa. A via Sacra "Bracara-Asturia", mais conhecida como Geira.
Em qualquer dos sentidos não se conquista nada. Somos antes conquistados… é tamanha a "bebedeira dos sentidos".
Se fosse poeta demorava-me a descrever o “verde luminoso dos líquenes agarrado às rochas seculares”, ou, “os riachos cristalinos que me saudaram sob as rodas”, ou mesmo “aquela ave de rapina que me seguiu, como já seguiu as sandálias de outras legiões”.
Não sou poeta, nem vos quero fazer perder mais tempo. Deixo as imagens possíveis.
Depois da Geira segui um trilho em busca duma ponte. Pequena é certo, fácil de transpor, é certo. Mas encaixada noutro pequeno paraíso. Outra bebedeira.
Depois, bem depois… nunca me tinha acontecido. Ao mudar um pneu, reparo que o outro está também furado. Esgotei as duas câmaras que levava. A situação exigia alteração de planos. Não podia arriscar mais caminhos atapetados com ouriços. Pedi ao GPS orientação, por estrada, e regressei a casa, 89 km depois.
EPÍLOGO:
- Olha como tu vens… todo ensopado…
- Uns pinguitos… ficaram alguns pelo caminho.
outras fotos: http://picasaweb.google.pt/viktor.moreira/BracaraAsturica#
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