5ª Travessia da Serra de Sicó - 16 & 17 de Junho: Roda Pedaleira

antoniojcramos

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Naquela manhã de sábado, 16 de junho do corrente ano, logo pela manhã cedo, levantei-me com o mesmo nervosinho miúdo que horas antes teimava em não me deixar dormir. Chamei o meu rapaz, Filipe, de 11 anos, e provoquei-o: "Vamos lá levantar!! Queres ir ou não à travessia?" Num salto levantou-se e com aquela expressão de entusiasmo genuíno respondeu-me convictamente "Claro que sim!!". Tomámos o pequeno almoço e às 08h05, lá estavamos nós em casa do Nuno "Xenifi", amigo e companheiro do pedal de longa data. "Então, isto é que são 08h00!!" Perguntou-me há chegada, seguido de um abraço único entre grandes amigos. "Bora p'ra Condeixa", disse-me depois de carregar a burra". "Siga", retorqui-lhe eu, "não vamos chegar atrasados duas vezes no mesmo dia!!"
Lá chegámos ao local combinado, ainda antes da hora, e já lá encontramos alguns amigos e companheiros do pedal. Entre cumprimentos e brincadeiras de ocasião, tivemos também a oportunidade de conhecer novos companheiros, que cedo pudémos considerar amigos.
A travessia iniciou-se, diria sem falhar muito à verdade, há hora combinada, e lá fomos nós rumo a Ansião, onde chegámos ao fim do dia. De queixo caído, não pelo cansaço, que já se fazia sentir, mas sobretudo pela paisagem deslumbrante, pela diversidade dos trilhos e, sobretudo, porque mais uma vez, pela quinta vez consecutiva a vitória foi para... o espírito de equipa. "Talvez amanhã esta confirme a vitória", pensou cada um para si.
Depois de uma noite de descanso maroto, com a descoberta de talentos escondidos nas artes da expressão corporal, a alvorada não tardou a chamar por nós, ainda as 07h00 não tinham batido. "Estava ver que não, a cama já me fazia doer o corpo" foi o comentário comum entre o maranhal.
Não querendo faltar à verdade, diria que no domingo a saída foi, à semelhança do dia anterior, há hora combinada. Deu-se continuidade à aventura que se iniciara no dia anterior, mais dura, mais fascinante e desafiante. Mais uma vez, por cenários deslumbrantes, entre a arte humana e as maravilhas da natureza, fomos nos deixando levar até às ruinas de Conimbriga, onde as nossas familias nos esperavam, e onde nos despedimos, não sem antes repor as energias e os líquidos. Comprovou-se o que todos esperávamos, e foi com alegria que confirmámos a sua vitória.
Quando regressávamos a casa, de alma cheia e corpo dormente, olhei para o Filipe e senti no seu olhar a confirmação do que esperava "Uma experiência única na vida", que este Homem em construção acabara de viver. Duas lições, atrevo-me a afirmar, ele levou para casa. Em primeiro lugar, que as maiores vitórias são aquelas em que o homem se supera a si próprio. A segunda, é que em equipa o homem supera-se!!
Viva a Roda Pedaleira!!
 
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