Volta ao Concelho de Mafra
Quando tenho dificuldade em começar, mais dificuldade terei em concluir, vai ser o caso.
Em 2010 fui acompanhado de duas senhoras e um cavalheiro fazer este “passeio”, no final todos concluímos que havia sido um enorme empeno e salvei o pescoço por uma unha negra. Em 2011 voltei a estes trilhos e desta vez o meu pescoço não esteve tanto em risco porque só me fiz acompanhar de uma dama looooooooooooool . Sem dúvida que também desta vez gostei bastante e reconheço que é um pouco penoso para quem não treina regularmente como é o caso da Ana. Mesmo assim nota positiva. Parabéns para ela pela valentia.
Não prometo que lá irei para o ano, apenas por algumas destas razões: não faço planos a tão longo prazo; há mais vida (locais a visitar) para além de Cachoeira. Mas cá estaremos para ver.
Pelo caminho dizia-me o amigo Léo que esta é umas das iniciativas a acarinhar e apoiar. Sem dúvida. Numa época em que brotam do chão empresas a explorar este mercado das corridas/passeios de BTT e aparece alguém disponibilizar este evento “à Borliu” merece um público louvor. Parabéns malta da Cachoeira.
Quanto ao evento.
Local: frio p’a caraças;
Briefing: Deixou o orador rouco;
Partida: Quase a horas;
Abastecimentos : impecáveis – a minha autonomia de quase 5 kg, o cafézinho pelo caminho e o amigo da fruta que apareceu com uma carrinha pelos 70 km, com a sua simpática filhota (ver foto);
Sistema de classificações: impecável;
Trilhos: Fantásticos
Marcações/Controles: do melhor que já vi !!!!!
Claro que isto é a brincar mas podia ser a sério.
Pelas 7:35 já estava pela Cachoeira e sentia-se que o dia não seria de grande calor, aliás, tinha muitas dúvidas de que o que ali se sentia seria um micro-clima ou uma amostra do que iríamos ter pelo dia fora.
O primeiro homem a cumprimentar foi o meu amigo Victor Gomes, é sempre bom começarmos a ver caras conhecidas. Já havia por ali uma avaria que, eventualmente terá ficado resolvida, colaborei no que pude.
Lá apareceram os meus amigos do Clube BTT Lisboa e combinámos fazer o evento em “voo de grupo”. “Avisei” que ia para passear e por isso cada um teria a liberdade de fazer o seu passeio de acordo com os seus objectivos. Afinal eu estava ali para me divertir, fazer umas horas sentado na minha burra, tirar umas fotos e regressar a tempo de jantar. Assim foi.
Partimos e começámos a desbravar belos trilhos, de tudo um pouco mas com coisas muito engraçadas para percorrer. Como eu adoro percorrer este tipo de serras, campos e vales. Pelas bandas de Mafra é mais sobe para tornar a descer e desce para tornar a subir, mas tem paisagens muito do meu agrado. Km sobre km as fotos iam acumulando o divertimento também, ora passa um ora passa outro e em pouco tempo começámos a avistar o mar. Sim avistar, disse bem, chegar lá é que foi pior. Mas se ultrapassado o canavial foi fácil e agradável, subir a rampa seguinte já foi um pouco menos fácil, que o diga a Ana que me perguntou quantos kms faltavam . De facto, para os menos preparados começava a ser angustiante. Nada que um reconfortante almoço não apagasse de imediato. Quem fez esta metade do percurso ganhou o direito de poder desfrutar da viagem de regresso. Os meus dois amigos do BTT Lisboa, Eduardo e Léo, continuavam fazendo o seu passeio e de vez em quando iam esperando por mim pela Ana e um companheiro, desprovido de GPS, que se nos tinha juntado. O Amigo Francis havia decidido regressar a partir de Mafra por razões pessoais. Chegados a Ribeira de Ilhas/Ribamar, arregalámos os olhos, enchemos o peito e encetámos o regresso. Já tinha combinado com os amigos que estariam à-vontade para imporem o seu ritmo atendendo a que o meu a da Ana seria um pouco mais lento e portanto lhes tiraria a possibilidade de regressarem a casa um pouco mais cedo. Perto de Ribamar tirei-lhes a última foto já de costas lol , sabia que era ali que definitivamente eles iria “soltar as amarras”, tratava-se de regressar e isso dá um novo fôlego. Obrigado pela companhia até Ribeira De Ilhas.
Entretanto alguns novos amigos se iam juntando e outros tomando novos rumos. Juntou-se-nos um pequeno grupo que não estava a entender-se com as tecnologias, nestas coisas há sempre encontros e desencontros, deles um continuou comigo e com a Ana, o amigalhaço João Pinto, que nos acompanhou até final. Bom companheiro por sinal. Como o mundo é muito pequeno vim a constatar que residimos escassas centenas de metros de distância, enfim, o mundo é mesmo pequeno.
De Ribamar à Cachoeira é uma “distância psicológica”, é o regresso, é o descontar. A dificuldade foi diminuindo mas o cansaço aumentando e a espaços lá aparecia uma rampa de “primeira categoria”. Por volta dos 70 km , salvo erro, vimos uma furgoneta na beira da estrada e pensei “abastecimento” lol . Obrigado amigalhaço, o melão era bem bom a vossa disponibilidade também e ver os sorriso simpático e alegre a tua pequenota foi das boas coisas que aconteceram neste passeio. Um abraço daqueles. Estão 2 fotos na galeria para registar esse belo momento. Obrigado.
E nós os 3 cá íamos palmilhando kms em direcção à Cachoeira. O Amigo João poderia ter chegado bem mais cedo se tivesse um GPS ou se tivesse acompanhado alguns grupos que nos iam passando. Apesar de se perceber que estava bem fisicamente preferiu continuar connosco até final. Refiro que o João já tinha mais 20 kms do que nós, reflexo de um erro de navegação antes de te ter juntado ao nosso grupo. Os trilhos continuavam maravilhos mas com um pequenos senão, muito curtos a descer e muito longos a subir :lol:
Pouco mais tenho para dizer, mas muito mais poderia dizer.
Chegámos à Cachoeira sãos e salvos com 103 kms 2500 mt de acumulado (??????) eventualmente o meu GPS não está bem aferido. Foram 9:03 h a pedalar e um empeno moderado.
Obrigado Ana pela Companhia e pelo sacrifício;
Obrigado amigos que nos acompanharam;
Parabéns Saloios da Cachoeira.
Fotos à cobrança. Não esqueçam de enviar os euritos por mail.