Obrigado pelo pdf tkul, estava realmente à espera de informação mais concreta sobre esta coisa.
Primeiro é preciso referir que um sistema muito semelhante já existe à muitos anos, pelo mão da Schlumpf. O sistema Mountain Drive usa exactamente o mesmo principio da engrenagem planetária para fazer a transição. O que o Hammerschmidt trás de novo é um mecanismo de selecção das engrenagens muito mais simplificado, que poupa peso, reduz a dimensão e permite maiores diferenças de rácios.
Olhando para os dados no papel tudo soa bastante bem. A minha dúvida relativa a este sistema é mais a nivel conceptual, pois tento perceber qual o caminho que a Sram procura percorrer.
Porquê concentrar esforços nas mudanças da frente, quando estas são as menos utilizadas? O próximo passo lógico seria desenvolver um cubo de 9 velocidades traseiro, derivado dos Sram i9. Penso que na vida real é muito mais importante dispor de mudanças de trás fiáveis do que as da frente. Será depois a ideia da Sram combinar os 2 sistemas?
O problema é que ao conjugar dois sistemas de engrenagens planetárias vai-se incorrer em peso e ineficiência excessiva comparada com o uso de 2 desviadores. A Rohloff já demonstrou que é perfeitamente possível obter amplitudes de mudanças mais que suficientes recorrendo a um cubo apenas. A incarnação 2.0 do Rohloff deverá estar a chegar em 2009 ou 2010 e promete algumas melhorias interessantes em peso e funcionamento, elevando a fasquia.
Para já vejo este sistema como muito limitado, que não compensa de todo o preço nem o peso só para actuar no desviador da frente.
Depois fala-se muito em futuros sistemas ultra leves derivados do Hammerschmidt adaptados para XC. A minha opinião sobre este tema é bastante conservadora. Já disse aqui muitas vezes que um sistema de desviadores é quase perfeito em termos de eficiência mecânica. Quando uma mudança está engrenada temos apenas Prato-Corrente-Carreto. Num cubo de mudanças temos Prato-Corrente-Engrenagens Planetárias-Vedantes-Etc-Carreto. Lá se vão os 5% que o tkul referiu. 5% é muito para XC. É um minuto extra por cada 20 minutos de subida.
E finalmente a questão do peso se levanta, pois é de todo impossível bater o peso de uns desviadores levezinhos, com caixas em carbono.
Vamos ver o caminho que isto toma. Penso que à força de algum marketing a Sram vai conseguir vender muitos destes mas daí a falar em revolução ainda vai um bom bocado.