Boas!
Eu sou muito suspeito para falar do assunto, mas acredito sériamente no trabalho que faço.
Hoje em dia, e como sabem e já foi referido, podemos tirar cada vez mais informações do treino dos nossos atletas, e que bem trabalhadas nos ajudam a ter um acompanhamento aprofundado do trabalho que cada atleta tem vindo a fazer, evolução, proguessão nas variantes carga/volume de treino.
Todos temos acesso aos mais sufisticados meios de treino! Quando estamos a fazer testes com os nossos atletas, podemos controlar quase tudo. Coisas que eram impensaveis alguns anos atrás.
Tanto nos testes como nos treinos, sabemos com exactidão a velocidade a que o atleta se desloca, a potência que exerce nos pedais que reflecte a capacidade de trabalho instantânea, a FC, a altimetria, o percurso e localização no mapa, percentagem de gordura e outras medidas antropométricas, etc... etc...
Juntando todos estes recursos e utilizando-os em nosso proveito, temos a plenitude de capacidades para poder realizar um trabalho à distância. Também é possivel realizar esse trabalho e com muitíssima qualidade, sem algumas destas ajudas, se bem que outras são indispensaveis hoje em dia.
É claro, que para que tudo funcione, é necessário realizar controlo do treino com regularidade por forma a controlar tanto o treino do atleta e seus efeitos, bem como o trabalho do treinador, verificando onde estivemos bem, no que o treinador falhou e verificar no que o atleta precisa mais nesse momento desenvolver. Além destas questões, o contacto e actualizações de questões relacionadas com o treino, não se pode nem deve singir a e-mail's de longe a longe, mas sim em todos os microciclos e mais que uma vez, conforme o momento da época em questão.
Dá trabalho? claro que sim! são muitos dados para analisar! dá resultados? obvio que sim! os atletas estão conscientes do que têm que fazer e como têm que fazer? Claro, sempre! é da responsabilidade do treinador esclarecer todos e quaisquer pormenores acerca do treino para que tudo seja realizado com a máxima exactidão. Além de explicar o como e quando fazer, torna-se ainda mais importante, o treinador explicar o porquê de fazer estas séries e com determinadas intensidades. Assim, o atleta sabe ao certo que ao realizar aquele treino, está a melhorar o VO2, o o limiar, o a técnica, ou.... esta explicação torna o atleta cumplice e ao mesmo tempo comprometido com o treino. O compromisso aumenta, e o atleta sabe o que tem que fazer para conseguir os seus objectivos.
Sobre esta última parte, posso partilhar com voçês que, o que me dá mais gozo em todo este trabalho que realizo apenas por paixão, é receber um sms ou um telefonema a meio da confusão do nosso dia-a-dia com um dos nossos atletas a comentar: Tiago não consegui realizar o treino como previsto (ou por doença, ou por cansaço, ou qualquer outra coisa), o importante é que o atleta sabe até onde quer chegar e que aquela peça, aquele treino, pode condicionar muito do resultado final!
Para terminar, um conselho: Treinem, mas treinem bem! Com qualidade, em vez de quantidade! Com compromisso, em vez do deixa andar e logo se vê!
Esqueçam tudo o que vêm e lêem sobre FC teóricas, fórmulas de calculo de treino a 75% ou 87% da FCmáx, por aí fora. Para treinar assim, aconselho sériamente fazerem todas as contas e depois irem treinar sem pulsómetro... Não estraguem as vossas capacidades -> maximizem-nas.
Um Abraço a todos,
One life... Ride it Well
Tiago Aragão