Mesmo que contrária à nossa, desde que a opinião dos outros seja feita de forma educada e que respeite o nosso ponto de vista, e sobretudo não tente fazer das opiniões dos outros "imbecilidades", sempre será desnecessária a moderação Sr. Ramos, e veja o exemplo da opinião a seguir... e em diplomacia eu não sou exemplo para ninguém, como bem sabe...
Sem querer ir contra a opinião do Prof. Tiago Aragão, trabalhar com base em velocidade é excelente e muito usado até pelo professor Algarra... no ciclismo de estrada. Aí sim, e apenas ou quase só nas categorias de formação, avalia-se pela velocidade e prescreve-se treino com base na velocidade, e não se erra muito ou quase nada, e o que se erra faz parte do treino e até é benéfico pois abrange um leque maior no mesmo treino, quase se podendo chamar de fartleck. Este método adaptado ao Btt difícilmente dará resultados, pois tanto o treino com as provas de estrada, mas essencialmente os parametros fisiológicos desta vertente, são tão distantes do BTT-XC, como o basquetebol do andebol, apesar de ambos se jogarem com as mãos. E como exemplo digo o que o colega Reivax já postou com menos palavras (só eu tenho que escrever muito para passar mensagem), e que consiste no facto de se eu fizer o teste no circuíto da malveira e ligar à velocidade e esta der 35 Km/h, como eu adaptarei esse parametro a QUALQUER treino feito em terra? Como farei subidas no limiar em terra na velocidade e condições que apanho depois em corrida? Como farei treinos de força a baixa cadencia, 5 ou 10 pulsações abaixo do limiar, e neste caso que velocidade usarei numa subida com 10% de inclinação num dia, e se 2 dias depois quiser fazer o treino mais específico em condições de prova de potencia no limiar e subir a 15% de inclinação, que velocidade terei que usar? E nesse caso de que me servirá a velocidade em pista que fiz no teste? Também se põe o problema que se usarmos então a velocidade como regulador do esforço e fizermos assim apenas treino em estrada e aí até já poderiamos aproximar e usar este valor da velocidade, como o nosso organismo reagirá em prova de XC a 17Km/h bem quente e com mudanças súbitas de ritmo, quando está apenas habituado a andar a 30Km/h bem refrigerado e a velocidade constante? Pela frequencia cardíaca, poderemos ter um indicador com mais amplitude de uso, que apenas a velocidade e usá-lo em mais situações do dia a dia do betetista.
Para quem não tenha um medidor de potencia, seja, a maioria dos atletas amadores e semi-profissionais até, a melhor forma e a mais reconhecida internacionalmente por todos de regular o esforço, sejam eles Chris Carmichael na estrada, ou Gerard Broks no BTT (o 1º treina o armstrong, o 2º treina o Absalon) é a relação entre o nível de esforço e a frequencia cardíaca. É nisso que se baseia a grande obra que eu muito admiro e consulto em 2 livros, do Prof. Algarra e tantas outras mais.
Para quem aspire a mais e queira forçar até ao limite, estando mais exposto por isso ao Overtrainning e seus problemas, e por esse motivo precise de mais certeza no tipo de esforço que faz, sobretudo para não ultrapassar o nível desejado de esforço, terá que usar um aparelho de medir em tempo real a potencia exercida, e trabalhar com base na potencia que sabe que tem na zona do limiar anaeróbico e aí sim terá a certeza que não estará a passar do prescrito, pois efectivamente o treino feito pelo pulso está mais sujeito ao erro que desta forma, pois se por vezes para fazermos 300Wtt "precisamos" de 180 pulsações, outras vezes apenas "precisamos" de 170, mas estamos na mesma via de energia. Como exemplo apenas do meu trabalho mais sério e específico em que eu aplico a minha filosofia de treino em toda a sua globalidade e todos os meus conhecimentos e a minha energia máxima, com os resultados à vista, digo que o Ricardo Marinheiro, que como todos sabem é treinado por mim, este ano começará a treinar com base na potencia, mas apenas porque os objectivos são altos, e para que os possa atinjir irá ter que trabalhar muito, muito tempo, e muito forte, pois só assim se fazem atletas de nível internacional, (a Vanessa Fernandes treina... treina... treina... e folga 1 vez de 2 em 2 meses), e agora sim, põe-se o perigo de, por trabalhar muito e muito cedo na época, ele, se não gerir bem o esforço, se não progredir bem toda a fase de crescendo de época, ou seja se não fôr bem controlada a carga de treino e a sua respectiva progressividade, poderá estar em pico de forma em Janeiro e em Abril estar acabado, e em Setembro, onde ele aponta o seu objectivo, já nem "existir" enquanto de forma física falando, mas se se poupar para evitar este último e mau cenário e não treinar forte para desenvolver capacidades de base logo desde cedo na época, não será mais que um pouquinho mais forte do que foi este ano... e isso ele sabe que não chega para os objectivos dele... isso ele sabe que os outros lá fora treinam, treinam, treinam, e neste caso para se poder trabalhar com o máximo de certezas que se pode ter de que a coisa vá a bom porto terá mesmo que ser de potencímetro, e mesmo assim máximo de certezas não quer dizer certezas absolutas que ninguém tem... por isso só 1 treinador entre tantos, em todos os desportos, é campeão olímpico. Agora fala-se de animo demasiado leve em overtrainning, como se por fazer 3 treinos mais duros eu entre em overtrainning... um atleta mesmo federado, para atingir um estado de overtrainning... tem que pedalar muito... muitos milhares de kilometros, acumular muita carga, níveis de carga inimagináveis para qualquer um de nós, e isso eu não estou em crer que seja o caso de qualquer federado actual, e muito menos de um desportista do Forum, que não precisará de ter um potencímetro para evitar chegar a um estado de overtrainning que por muito que tente numca chegará lá a não ser que possa treinar 4 ou 5 horas por dia durante muitos meses e acumular corridas em catadupa... a frequencia cardíaca será sempre um excelente meio de trabalhar com certezas, a não ser que, e nada se perde com isso, se possa fazer o investimento que é ainda forte para o efeito e estude muito para conseguir compreender a fisiologia a níveis mínimos para poder trabalhar com a máquina SRM ou similar, ou então aí sim fica dependente de um treinador e gera além do investimento inicial na máquina, uma renda mensal para o Tiago ou outro profissional que o possa ajudar a treinar com aquilo, o que recomendo para quem possa e tenha realmente objectivos altos, para a maioria do pessoal o nível de empenho que pode ter derivado à "vida" em sí, de nada servirá tudo isto para atinjir a mesma forma... apenas ficará com menor percentagem de masssa gorda na carteira...
Agora... pela velocidade, amplia-se de sobremaneira o problema, pois a velocidade é, mesmo na estrada, a mais fraca e antiga forma de controlar o treino, posta em desuso desde antes dum dos meus livros ancestrais de 1970 do Bernard Hinault que já nem foca essa forma de treino, pois mesmo na estrada há subidas, planos e descidas... e manter uma determinada velocidade nestas 3 situações, é correr toda paleta das vias de energia, desde a recuperação activa, ao limiar anaeróbico, ou mesmo ao trabalho anaeróbico puro, e se aparecer um topo como alguns que conheço, até a zona anaeróbica aláctica terá que se usar... e no fim do treino fizemos tudo menos o que queriamos...
Ás vezes penso que se eu tivesse aconselhado (em centenas de posts já) as pessoas a treinarem por velocidade ou potencia... o amigo Aragão contrariava com o treino pela pulsação... mas isto é só uma sensação que tenho... uma educada e cavalheiresca sensação derivada ao facto de termos chegado ao cúmulo de considerar melhor este arcáico modelo da velocidade que o do cárdio frequencímetro... que me parece ser apenas uma forma de...
Tiago, continuo esperando que me informe se possível onde se fazem os testes de campo com analizador de gazes portátil, e se puder dê-nos uma ideia até de preços. Tá difícil este parto...
Além deste teste simples dos 30 minutos que continuo a recomendar vivamente pois pela simplicidade e facilidade de fazer dá mesmo assim valôres muitíssimo aproximados e ele não foi inventado por mim, mas por gente "sabedora" a sério... aqueles em que me baseio, que eu não invento nada, há um outro teste mais fiável e quanto a mim o melhor dos 2 mundos, pois se considerarmos o teste por lactatos, consideraremos o limiar anaeróbico aos 4mmol um valor universal médio considerado o limiar anaeróbico, mas sabemos também que existe uma capacidade diferente de pessoa para pessoa e até mesmo na mesma pessoa em fases diversas de suportar esse ácido láctico, então os tais 4mmol é como qualquer outra medida generalizada, pois com toda a certeza que o meu atleta com 4mmol estará numa via de energia, ou num nível de sofrimento muito inferior a mim com os mesmo 4mmol que já estou verde quase a vomitar... e então vamos procurar o limiar anaeróbico real e individual ou pelo analizador de gases (que não engana nem tem parametros gerais, mas sim individualíssimos) ou pelo teste de Conconi adaptado ao ciclismo, que eu até poderia colocar aqui, mas um Google resolve bem e sendo relativamente fácil de compreender e de execução também fácil, mas que eu recomendo mais uma vez que seja feito em pista, dará com toda a certeza e ao "milimetro" o limiar anaeróbico real individual, que claro... terá que se relacionar com algo, seja a pulsação, ou nos mais abastados com a potencia. O teste consiste básicamente em, na pista aumentar a velocidade ou a potencia por volta de forma regular começando de um nível de esforço médio/baixo até ao final que será quando não conseguires fazer 1 volta mantendo a mesma velocidade. Tirarás dois ou três parametros e colocarás num gráfico: velocidade e/ou potencia versus pulsação. No gráfico verás que a pulsação sobe liniarmente com o aumento de velocidade ou da potencia... até um determinado ponto onde tu aumentas a velocidade ou potencia, mas o aumento da pulsação já é menor que antes e notas um deflexão no gráfico. Esse ponto de deflexão em que há aumento de velocidade ou da potencia, logo aumento de nível de esforço mas sem aumento proporcional de pulsação, indica-nos que esse novo aumento de nível de esforço pelo facto de não ter feito aumentar a pulsação não teve necessidade de mais oxigénio, então depreende-se com exactidão que esse aumento foi feito à custa de trabalho anaeróbico (sem utilização de oxigénio) e então esse ponto que coorelacionaremos com a pulsação na altura imediatamente antes, ou a potencia exercida imediatamente antes, será então o nosso real e pessoal limiar anaeróbico da altura, seja a zona limite onde o esforço é feito de forma aeróbica, pois para lá dessa deflexão já começamos a acumular ácido láctico, logo já estamos em trabalho maoritáriamente anaeróbico. Conconi adaptado ao ciclismo... Google em francês ou inglês ou espanhol ou italiano.
Mas... aceitem um conselho: não compliquem demais, o "30 minutos" chega e sobra... só pus cá este para "alguns" perceberem que talvez eu saiba um pouquito mais que o que parece, mas de que vale entrar aqui um Engenheiro e fazer uma tese sobre ligas de aluminio, temperaturas de cozedura do aluminio, e etc e tal, com termos e coisas que só ele entende, quando a gente só queria o que tipo nos dissesse qual o nome da liga que aconselharia...
paulo marinheiro