Totalmente de acordo com o Nozes. Já disse várias vezes e continuo a dizer, os atletas que competem no XCO deveriam em pré-época fazer, pelo menos, 2 ou 3 provas de ciclocross de forma a poderem trabalhar vários aspectos que lhes poderão ser úteis, nomeadamente andar em percursos com muita lama, correr com a bike à mão e saber fazer rapidamente as transições montado-desmontado-montado.
Essa foi uma das razões para o vencedor em elites masculinos ter sido o espanhol, sub-23 de segundo ano, Pablo Rodriguez, um especialista em ciclocross. Venceu com mais de 1 minuto de vantagem e a diferença só não foi maior porque teve um furo na 4ª volta.
Por outro lado, tenho de destacar a prestação do meu conterrâneo Luis Moura. Este sub-23 de primeiro ano é um atleta totalmente desconhecido no XCO até porque é a primeira época que está a competir na modalidade. Poucos são os crossistas que têm o nível técnico do Luis, fruto de alguns anos no downhill. Na primeira prova a nível nacional conseguiu alcançar um brutal 11º lugar, ficando somente a 23 segundos do 10º lugar e consequentemente dos pontos UCI. Só não conseguiu melhor classificação porque saiu praticamente no fim de um longo pelotão de mais de 80 atletas. Ficou bem à frente de outros sub-23 de primeiro ano bem mais conceituados como o Gonçalo Amado ou o José Dias.
Destaque também para a júnior Ana Tomás que, tal como na prova de abertura em Rans, voltou a fazer um prova excepcional. Para termos ideia do andamento desta atleta basta dizer que acabou quase com a mesma média das duas primeiras elites e com uma média claramente superior a todas as elites portuguesas. Com o trabalho que a Federação tem desenvolvido para impulsionar o cross feminino parece-me que se deveria fazer um esforço para levar esta atleta às principais provas internacionais (Taça do Mundo, Campeonato da Europa e do Mundo). O futuro do cross feminino passa, a meu ver, por esta atleta e pelas duas júniores de primeiro ano, Ana Rita Inácio e Ana Sofia Silvestre.
Nos júniores masculinos grande prestação do João Santos. O João Cabral apesar dos problemas que teve, para mim, continua a ser aquela máquina e penso que tem todas as condições para conseguir bons resultados internacionais. Como já disse anteriormente, o júnior de primeiro ano Bruno Machado tem um potencial enorme e confirmou isso nesta primeira etapa da Taça de Portugal com um espectacular 3º lugar apesar de não sair bem colocado no pelotão.