Boas,
Depois de 2 voltas na nova maquina resolvi fazer um resumo das primeiras sensações e comparações com o que eu considerava serem bicicletas de BTT até agora.
Primeiro escolhi um percurso que realizo muitas vezes e que apresenta um tipo de terreno bastante diferente entre o tempo seco e o tempo chuvoso.
Em relação às bicicletas a comparação é feita entre a Tallboy, a Ibis Mojo (principalmente), a Blur XC Carbon e em algumas situações com a Epic 29 que tive oportunidade de experimentar neste mesmo percurso.
Dados técnicos do percurso:
40km com 600m de acumulado positivo e negativo.
Peso das bicicletas:
Tallboy – 10,8kg
Ibis Mojo – 12,2kg
Blur XC Carbon – 10,00kg
Epic 29 – 12,20kg
O percurso à saída de minha casa começa com uma descida de escadas de madeira relativamente longa, aqui surgiu a primeira surpresa na Tallboy, parecia que ia na Ibis. Com a Blur tinha que ir sempre a travar.
De seguida temos um percurso em alcatrão, cerca de 10 minutos onde pude perceber que em plano parece que a Tallboy pede sempre mais velocidade, é realmente impressionante o andamento que conseguimos manter, muito superior a qualquer roda 26.
Durante este percurso em alcatrão apanho um subida curta mas muito inclinada, mas como vinha lançado subi bastante bem, aparentemente, sem ter sentido qualquer diferença para pior em relação à 26.
Entro no percurso de terra batida com uma subida de cerca de 2km em terreno compacto, mesmo nesta altura, com uma inclinação elevada a muito elevada em algumas zonas. O sitio ideal para perceber se a 26 tinha verdadeiramente vantagens neste seu terreno. Penso que tem, mas atenção não é assim tão simples, é verdade que cheguei bastante mais cansado, a nível cardíaco, ao final da subida com a Tallboy, mas a diferença em tempo foi muito reduzida para a Blur. Atenção que com a Tallboy nesta subida, apenas tive que me preocupar com a pedalada, enquanto que na Blur e na Ibis tinha que me preocupar constantemente com a posição na bicicleta por forma a ter uma melhor aderência ao terreno.
Depois de uma subida uma descida de 2 km com muita pedra e buracos por toda a parte, um verdadeiro desafio. Quase não consigo expressar o que aconteceu. No tempo seco, apenas tinha conseguido realizar a descida montado na Ibis e com alguma dificuldade na Epic 29, no Inverno, impossível com qualquer uma delas, tinha sempre que desmontar e fazer uma parte a pé. Hoje pensei, vamos ver o que vales, e foi fabulosa, desceu tudo. Quando o curso não dava mais estavam lá as rodas, uma rigidez impressionante para este tipo de rodas e acima de tudo uma facilidade tremenda na colocação da roda no lugar certo sem perder o controle.
Agora terreno a direito, com bastantes irregularidades, durante cerca de 10km alternado com 3 subidas curtas mas muito duras com bastante pedra solta, buracos, etc. No térreno a direito como foi dito anteriormente a Tallboy pede sempre mais e a facilidade com que absorve as irregularidades do terreno é impressionante. Devo realçar que uma das bikes que também me impressionou bastante neste tipo de terrenos foi a Ibis, pedala mesmo muito bem a direito em terrenos irregulares, conseguindo inclusive uma melhor performance que a Blur, 2 kg mais leve. Nas 3 subidas, nunca tinha conseguido, no Inverno, subir sem desmontar e mais uma vez impressionante. Neste caso nem interessa discutir se a roda 29 desenvolve mais ou menos a subir, não era um estradão, simplesmente a Tallboy foi a única a consegui-lo.
Chegou mais uma subida de 3km, numa fase inicial com muita pedra e buracos e na ultima fase muita lama. Na semana passada com a Ibis foi um desespero, não subia, parava, arrancava, voltava a parar e por fim à mão na parte com lama. Com a Tallboy na parte inicial com pedra e buracos, parei uma vez , voltei a montar e nunca mais parei, inclusive na zona com lama, impossível numa roda 26, mas na Tallboy, devagarinho é verdade, mas surpreendentemente sem desmontar.
No regresso a casa ainda tempo para um trilho bastante técnico, com curva e contra curva, onde me pareceu ter uma boa resposta. Talvez inferior à Ibis , mas não muito. O resto do percurso é feito em ligeira descida sem dificuldades, mas deu para apreciar o comportamento fabuloso em terrenos muito moles, inclusive com lama, nada parou a Tallboy e eu e os meus sapatos limpinhos, agradecemos (na semana passada tive que retirar a lama dos sapatos com agua com pressão, tantas foram as vezes que tive que desmontar).
Conclusão: quando me perguntaram se eu tinha a certeza que queria trocar a Ibis pela Tallboy, eu disse que sim pois acreditava que a Tallboy podia ser uma verdadeira maquina em termos de polivalência. Agora tenho a certeza que fiz uma excelente escolha.
Mas a Tallboy faz efectivamente tudo melhor que qualquer 26 entre 100mm e 140mm de curso? Talvez não.
Para mim se alguém procura uma bicicleta para se picar com os amigos nas subidas tipo estradões, a Tallboy não é a bicicleta aconselhada, mesmo numa montagem leve como a minha.
Mas se alguém procura uma bicicleta polivalente que faz quase tudo melhor do que as outras, mas acima de tudo proporciona um gozo enorme de condução, inclusive no inverno em situações de terrenos muito moles, a Tallboy é a melhor bicicleta que o nosso dinheiro pode comprar.
Para finalizar e apenas por curiosidade, nesta volta, a semana passada demorei 2h36mim na Ibis, na Tallboy hoje 2h06mim.
Vou tentar tirar uma fotos do percurso para juntar imagens às palavras.
Tiago