A minha Grande Odisseia
A semana tinha sido confusa, o tempo primaveril foi presença constante mas as observações do WindGuru não eram conclusivas.
O tempo estava muito instável mas no Sábado o dito Guru teimava em prognosticar chuva e vento forte, principalmente de tarde.
E assim foi, no Sábado choveu e começou logo pela manhã.
Não facilitei levei o impermeável que me garantia mais protecção, o de plástico grosso.
Fui sozinho mas tinha encontro marcado com dois amigos de Viana.
Levantamento dos dorsais breve conversa com o Pai deste evento e fizemo-nos á estrada.
Tivemos sorte a chuva tinha dado tréguas. Primeira paragem em Ponte de Lima para um café.
Juntou-se a nós o Myrage seguimos em amena cavaqueira, até ao inicio da subida ao Corno do Bico.
Já tinha andado por estas bandas mas a subida tinha sido pelo lado dos Arcos e maioritáriamente por alcatrão, tinha sido dura mas esta era bem mais dura.
Bonita, muito bonita mesmo esta serra. O ambiente entre os participantes era familiar.
As caras não variam muito só Mentes Insanas aceitam um desafio destes num dia como o de Sábado.
Revi, entre outros, os Superfraquinhos, os Noddys, O Indy e amigos....
No topo do Corno do Bico começou a chuva que parou quando começámos a descer.
E que descida fabulosa, técnica mas não impossível, gostei muito.
Todo o percurso, mesmo com chuva foi muito bom, agradável e fluido.
Ao contrário do Go70 que tinha constantes mudanças de ritmo este era mais equilibrado, não cansava tanto.
E chegámos á Peneda. A parte inicial da subida era um desafio de força e técnica super aliciante, adorei.
Começou a chover novamente, agora com mais força.
A visão de um carro no meio do nevoeiro com uma senhora de branco a oferecer água com aquela chuva e aquele vento era enternecedora
Não , não quiz água segui em frente, nem parei.
O amargo de boca que não ter terminado o GO70 me tinha causado ainda estava presente, desta vez preferia partir que ceder.
Pouco mais á frente debaixo de chuva e vento intenso e envoltos no nevoeiro os meus amigos decidem voltar para tráz.
Eu decidi continuar, as condições eram assustadoras, decidi esperar então por um companheiro que vinha um pouco atraz.
Combinámos seguir juntos, mesmo as Mentes Insanas têm momentos de sensatez.
A subida com bom tempo teria sido muito boa, naquelas condições foi feita maioritáriamente á mão.
A visibilidade não seria mais de dez metros. O Vento entoava pelas encostas.
Vimos o Indy e amigos a reparar um furo, pelos vistos estavam com problemas com a motricidade fina
Tambem eu fiquei sem travão da frente, nem fez muita falta.
Na primeira parte da descida o vento frontal era tanto que se tinha que pedalar para avançar, na segunda parte a calçada estava tão escorregadia que foi feita quase sempre a pé.
Alcançámos novamente os Arcos e seguimos para Ponte da Barca. A Ecovia que normalmente propiciona um passeio muito agradável estava ensopada, as pontões de madeira pareciam manteiga.
Foram sete horas e meia a pedalar, adorei, obrigado Insanos, obrigado Companheiros Rui, Neiva e Helder.
Esta tambem vai para a prateleira das maiores aventuras. Foi uma das mais duras, mas tambem a que teve o percurso de que eu mais gostei.
Venha a próxima.
P.S. Nem tirei fotos, não havia condições.