[Rescaldo] GEO-RAID SERIES 2009 - 1ª Etapa (S. Pedro do Sul)

ruimssousa

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Olá.

Estou aqui a escrever um relato e lembrei-me de uma coisa...

Do pessoal que acompanhei no fim, todos sem excepção tinham bicicletas de suspensão total (FS).

E a equipa que ganhou usa bicicletas rígidas (HT)...

Ora no meio de tanta pedra as FS não deveriam ter uma grande vantagem???? :twisted:


Rui Sousa
 

ruimssousa

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Olá.

Aqui fica o meu relato do Geo-Raid, visto de trás para a frente, pois fui o ciclista-vassoura:

Dia 0:
Esperava chegar a S. Pedro do Sul por volta das 21:30, para assistir ao briefing…infelizmente só consegui chegar às 23:00, ainda a tempo de carregar o GPS, levar as tralhas para o quarto e ir à reunião da organização, que acabou perto das 2 da manhã. Pensei: “Espero que haja por aí alguns empenados, senão nem os últimos vou acompanhar!”


Dia 1:

Partida: Já estão todos? Vêm lá mais 2….e mais 2…e mais 2….
Como dormi pouco, nem me custou acordar às 6:30. Fui tomar o pequeno-almoço, preparar a bicicleta e meter uns reforços alimentares no carro (ser vassoura tem as suas vantagens).
E lá chegaram as 8:30. Partiram todos e arranquei também. Foi quando vi que ainda vinha uma equipa lá do fundo. E mais outra! Mais ninguém? Lá arranquei, é logo a subir!!! Quando passo em frente à Pousada da Juventude ainda vi mais uma equipa. Voltei para trás e tive que fazer outra vez a rampa. Mas agora era de vez!

Apita o comboio (versão TGV)
Depois de uma pequena montanha russa, entrámos no antigo ramal de Viseu da Linha do Vouga (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ramal_de_Viseu). A equipa atrasada quis recuperar o tempo perdido, pelo que começou logo a todo o vapor, parecendo mais um TGV do que os antigos comboios que usavam aquela linha. Eu tinha de parar em várias estações, para avisar membros da organização e da GNR que era o último, não foi fácil acompanha-los!

Onde está o Track?
Logo após a saída da linha de comboio encontro uma equipa encostada. Estavam com problemas no GPS, o track tinha desaparecido. Liguei para o António Malvar, para tentar arranjar uma solução e disse à equipa para ir comigo, pois um novo GPS deveria ser entregue no CP0, que não estava longe.
Aqui passámos por um pequeno jardim à beira rio, com um caminho a fazer lembrar as levadas da Madeira. Pouco depois começamos a abandonar a civilização e a ver as montanhas que nos esperavam.

Rumo a Norte pelo Rio Sul
Fomos subindo pouco a pouco, por vezes com algumas subidas complicadas e descidas divertidas, com curvas e alguma pedra. Fomos acompanhando o rio Sul e passámos nas aldeias de Oliveira e Sul.
Quando apanhei a equipa sem GPS tentei forçar um pouco o andamento, para que não perdessem muito tempo. Felizmente eles tinham um ritmo parecido com o meu, pelo que pude abrandar um pouco.


Agora é sempre a subir
Após a aldeia de Sul abandonámos o rio com o mesmo nome e começamos a subir a sério. Para azar dos meus guiados sem GPS, alcançamos outra equipa com um andamento mais lento. A boa noticia é que me ligaram a dizer que tinham um GPS à espera no CP0.
Fizemos um pequeno troço de alcatrão e ao passar por um parque de merendas a paisagem começou a mudar. Já quase não há árvores, apenas vegetação rasteira toda florida e muitos calhaus brancos, que até parecem neve!
Chegamos ao CP0A e com a troca de GPS fiquei apenas com a equipa mais lenta. Passámos pela aldeia de Macieira e a subida continuou, rumo a São Macário.

Quem abriu a porta? Está corrente de ar.
O tempo estava espectacular. O sol quase sempre a ganhar às nuvens, não havia vento e não estava nem calor nem frio.
Mas tudo isso mudou ao chegar ao topo da serra de São Macário, a rondar os 1000 metros de altitude. Deixamos de estar protegidos do vento norte forte que se fazia sentir, bem gelado e a dificultar a deslocação da bicicleta.
Mas a paisagem que se via para o lado norte fazia esquecer tudo isso. Montes e montes sem fim, muitos com aerogeradores a funcionar a toda a velocidade e aldeias perdidas no fundo dos vales. Não consigo descrever melhor, é preciso mesmo lá ir!
A seguir ao São Macário descia-se rapidamente por alcatrão até ao CP1A, onde o Pedro (o outro vassoura) estava à minha espera, pois eu ia atalhar por estrada, de modo a chegar ao CP1B antes do fecho desse CP.

Que faz aqui o meu carro?
Apesar de com este desvio ter falhado o Portal do Inferno e a aldeia de Drave (assim já tenho um pretexto para lá voltar), a vista da estrada também é espectacular. Segue a cumeada, não se sabe bem se deva olhar para a paisagem da direita ou da esquerda!
No local onde se reencontra o track estava estacionado o meu carro, com umas sandes e uns sumos lá dentro. Que bem que soube o lanche, apesar do olhar invejoso de quem passava. E muito gente passou, apesar do atraso que já levava e de só ter atalhado 10 km, o troço que cortei não deve ser nada fácil.
Até à aldeia da Coelheira o percurso seguia pela Serra Fadeira e pela Serra da Arada, num percurso sem grandes subidas, que poderia dizer-se que era fácil, não fosse a muita pedra solta a travar a marcha da bicicleta. Mas a paisagem, com a serra toda florida, faz esquecer as dificuldades.

Frio, frio, frio
Cheguei ao CP1B na Coelheira e fui para dentro do jipe enquanto esperava pela hora de partir. Estava um vento gelado, felizmente que antes tinha trocado para uma roupa mais quente que tinha dentro do meu carro. Quando chegou a hora de fecho do CP ainda não tinham chegado todas as equipas. Saí do jipe e uns metros mais à frente estava uma equipa a remendar um pneu. Perguntei-lhes se queriam atalhar, pois já não iriam chegar a tempo ao CP seguinte, mas fizeram as contas à média que teriam de fazer e não parecia impossível. O problema é que os próximos km foram parecidos com um passeio pedestre.

Pedra, pedra e mais pedra. Vende-se bicicleta!
Quando pneu ficou pronto e arrancamos, tremia por todo o lado. O vento norte estava gelado e o percurso era desabrigado e a descer.
Mas isso rapidamente mudou. Virámos à esquerda e começamos a subir por um caminho muito bonito, onde se ouvia um ribeiro a correr no meio de um bosque de carvalhos. O caminho estava cheio de pedra solta, pelo que apesar de ser ciclável não valia o esforço. Para contrastar, acabava numa cancela que dava acesso a estradões típicos de parques eólicos. Soube muito bem e permitiu vencer uns bons metros rapidamente.
Mas a indicação D23 não deixava dúvidas. Era para deixar o estradão e entrar num caminho manhoso à direita, com um pouco mais de 2 km de pura diversão, pedra solta, raízes, lama, regos, ramos e ganchos apertados. Descemos nesses 2 km mais de 200 metros e ficámos à porta da aldeia de Cabreiros.

Fixe, alcatrão!
Para recuperar da descida, fizemos um troço de alcatrão, passando ao largo da aldeia de Tebilhão, com os seus belos e férteis campos agrícolas virados a Sul. Apesar do asfalto este troço não era fácil, pois subia, subia, subia. Já estávamos em plena serra da Freita e não demorou muito a sairmos do asfalto e a comprovarmos a fama desta serra.

Queriam pedra a sério? Ora aqui vai!
Para quem achava que ainda não se tinha apanhado muito pedra hoje, aqui vai mais uma dose bem reforçada. Afinal estávamos na Freita, que mais se podia esperar! As subidas eram quase todas feitas à mão e mesmo em plano a progressão não era fácil.
Por aqui encontrei uma equipa que estava um bocado desanimada, tinha uma suspensão bloqueada e já tinham encontrado pelo caminho o homem da marreta! Pediram para ser resgatados de carro, pois não queriam continuar. Mas naquele local, atrás do “Sol posto”, ainda não chegaram os telemóveis, pelo que lhe pedi para continuarem mais um pouco até estarmos mais próximos de uma aldeia.
Essa aldeia era Albergaria das Cabras, bem perto da conhecida cascata da Frecha de Mizarela. Foi aqui que deixamos de nos deslocar para Oeste e virámos para Este, de volta a São Pedro do Sul.
Perguntei se sempre queriam desistir e disseram que não, faltavam poucos km para o CP seguinte, até talvez desse para o passar a horas. O problema era o tipo de piso que nos esperava….
Pois, continuou pedra, pedra e mais pedra. Mesmos pelas aldeias rurais onde passámos e onde ficámos parados no trânsito do fim de tarde (transito de vacas, como é obvio), os caminhos agrícolas estavam cheios de pedra solta. Essas aldeias foram Gestoso, Gestosinho e Abundância, onde chegávamos depois de passar uma ponte de pedra.
Até Manhouce, onde estava o CP1D, foi sempre a descer por asfalto. Dado que o CP já estava fechado há algum tempo, voltei para São Pedro do Sul por estrada, pois quem já tinha feito o percurso de carro tinha-me dito que era sempre a descer. Já sábia que era mentira, mas as subidas não eram muito más!

Em breve o relato do 2º dia.

Bons treinos para a Serra!


Rui Sousa
 

jlalmeida

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Entretanto enquanto o amigo Rui prepara o relato do 2º dia DELICIEM-SE.

http://picasaweb.google.pt/georaid2009/

Espreitem por trás das letras e já não é mau :lol: :lol:

Pois Meu caro Rui Sousa a equipa que apanhaste na Coelheira a remendar era a BIOPARQUE S Pedro do Sul/BTTLisboa e da qual eu fazia parte, o tipo de azul q tinha furado.
Como vez fiz bem as contas, a última coisa q costumo fazer é desistir. Reparei o furo só ali exactamente para controlar e continuar, outras avarias já nos tinham acontecido, já estavamos com uma penalização devida a assistência. Consegui rebocar o meu parceiro até manhouce, controlámos dentro do tempo e o parceiro ia com fome foi ao café :mrgreen: depois claro o tempo escasseou fizemos todo o percurso final para tentar chegar a S Pedro dentro do tempo mas... há coisas q não se podem fazer e depois faltaram-nos cerca de 12 minutos. Mas fiquei bem contente pq mesmo só contando 92 kms consegui fazer todo o percurso, os 108.
Foi boa a tua companhia, ainda conversámos um pouco sobre GPS's, mas fiquei contente quando tiveste q ficar com a outra equipa azarada e pensei cá para mim: assim o meu parceiro já não tem com quem conversar e pode ser q dê ao "chinelo". Foi como se me tivesse saído uma carraça do pelo :mrgreen: :mrgreen: (brincadeira). Mas o meu parceiro é do diabo para comer barritas :mrgreen: e quase não dava para chegar a Manhouce. Aquele homem come que se farta, nunca tinha visto :roll:
O dia seguinte fiz a "solo" e já foi diferente, não tive q "suportar" os ciclistas vassoura . Que melgas !!!! :mrgreen: :mrgreen:.
Na crónica do dia 2 não vou estar na tua crónica :D.

Um Abraço
 

BruMau

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Quando passo em frente à Pousada da Juventude ainda vi mais uma equipa. Voltei para trás e tive que fazer outra vez a rampa. Mas agora era de vez!

Apita o comboio (versão TGV)
Depois de uma pequena montanha russa, entrámos no antigo ramal de Viseu da Linha do Vouga (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ramal_de_Viseu). A equipa atrasada quis recuperar o tempo perdido, pelo que começou logo a todo o vapor, parecendo mais um TGV do que os antigos comboios que usavam aquela linha. Eu tinha de parar em várias estações, para avisar membros da organização e da GNR que era o último, não foi fácil acompanha-los!


Achava que tinha tudo preparado mas, escapou-me um pormenorzito... colocar o dorsal na bike :oops: como tal arrancamos uns minutos depois do pessoal e daí ainda estarmos na Pousada. Rui obrigado por teres voltado atrás... (MulaRaiders AB).

Foi até hoje o melhor fim de semana de btt que tive, superando mesmo o da Lousã, quer pela dureza, como pela beleza e espirito vivído ao longo do fim de semana.

Venha a Estrela.
 

ruimssousa

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Olá.

As minhas poucas fotos estão em: http://picasaweb.google.com/ruimssousa/GeoRaideSaoPedroSul#

No sábado a máquina só se queixava de falta de pilhas (era nova, ainda devia estar a fazer a rodagem). No domingo nem tive muito tempo para tirar fotos, porque com o pessoal que ia desistindo ou atalhando andei quase sempre a fazer sprints!

BruMau:
Só esperei porque era esse o meu trabalho , ir no fim, :p senão tinha ido logo embora :mrgreen:

jlalmeida:
Então ainda conseguiram passar o CP-D? Pensei que já não tinham conseguido, porque vi lá tantas bicicletas no camião-vassoura. Ainda bem que passaram a tempo, tiveram de pedalar bem depressa por cima de todos aqueles calhaus! :)
 
ruimssousa, pois é aparentemente fomos companheiros de viagem no ultimo dia ( os ultimos em 2 Spz ). Passámos bons momentos, aquela de tentar chegar a tempo ao ultimo controle :twisted:...
Um Abraço
 

jlalmeida

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Feito o rescaldo desta 1ª etapa do GEO, recuperados os músculos, as emoções, feitas as criticas, parece q tudo está mais calmo e a pensar no próximo fim de semana ou na 2ª etapa do GEO. Falta fazer um enorme elogio desta vez a todos os participantes. Como já acima escrevi, fui dos que cumpri todo o percurso mesmo sem pontuar na 2ª tirada por ir a solo. O facto de andar a velocidades do "meio da tabela" implica que já leve muita gente lá para frente e me possibilitou verificar o seguinte: pude contar pelos dedos de uma mão os plásticos que encontrei provenientes dos pacotes das barritas e outros , por isso os meus parabéns pelo cuidado que se vai verificando e para o qual a organização fez questão de relembrar.
 

ruimssousa

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Conforme prometido, aqui fica o relato do 2º dia do Geo-Raide, visto de trás:

Dia 2:

Vem aí chuva
Depois de no sábado o tempo ter estado razoável, sem chuva, no 2º dia as coisas pareciam um pouco piores. Em S. Pedro do Sul o céu estava todo coberto, fazendo pensar que poderia chover durante o dia e iria estar mais frio. Vimos mais tarde que foi falso alarme, o dia esteve espectacular! Havia uma nuvem estacionada em cima de S. Pedro do Sul!

Partida...ainda não estão todos? Outra simulação de TGV!
Tal como no dia anterior, fiz várias falsas partidas! Ainda vem lá mais uma equipa! E mais outra! Resultado? Mais uma correria pela linha do comboio, já que o percurso até à estação de S. Pedro do Sul era igual ao do dia anterior, tendo ainda que parar em todas as estações para avisar a quem garantia a nossa segurança que era a última carruagem!

Lição nº 1 na construção de Linhas de Comboios. São “planas”???
Na antiga estação de S. Pedro do Sul virámos à direita, atravessando por uma ponte o rio Vouga no local onde se encontra com o rio Sul. Aí fiquei parado algum tempo, pois vinham algumas carruagens lá ao longe, mas que afinal eram de outro comboio.
Depois da passagem dessa ponte caiu por terra o mito de que as linhas do comboio são planas! É verdade que não subia muito, mas ia subindo, subindo, às voltas pela serra.
Tanto que passados 5 km, estávamos a apenas a cerca de 500 metros do local da passagem da ponte, mas 100 metros mais altos (de 170 para 270 metros)! E assim iríamos continuar, até abandonar a antiga linha aos 430 metros de altitude.
Este troço é muito bonito, com vários túneis de pequena dimensão, troços em trincheira e a paisagem a variar entre campos rurais e matas. De realçar a estação de Moçamedes, muito bem recuperada.

Por caminhos rurais até ao grande single-track
Após mais um túnel virámos à direita por um caminho que claramente já não fazia parte da linha do comboio, a não ser que fosse ajudado por um guindaste!
Aqui eu já ia a acompanhar a equipa que no primeiro dia passou comigo também no 1º CP, depois de durante alguns quilómetros ter estado na sombra de outra equipa, que pensava que eu era um concorrente que tinha perdido o companheiro!
Logo após a passagem do CP a equipa que eu vinha a acompanhar resolveu atalhar, para poder ter tempo de fazer o final da etapa, que prometia muita diversão…mal sabiam eles (e eu) que estávamos a poucos metros de entrar num divertido single-track, que parecia não ter fim! Muito divertido, com muita condução mas sem ter locais perigosos ou muito técnicos. Como eu estava sozinho fiz algumas partes com especial cautela, não fosse ter algum azar….

A todo o vapor! Alto, paragem no café!
Ao sair do single-track encontro uma equipa em sentido contrário. Era a equipa do José Azurara, iam atalhar por estrada pois ele estava com uma dor no joelho e um bocado desanimado, pois estava com dúvidas se iria fazer a TransPortugal ou não. Espero que recupere depressa.
Com várias paragens para telefonar a comunicar as desistências e atalhos no percurso e o cuidado que tive no single-track, pensei que iria fazer muitos km sozinho. Por isso aumentei o ritmo, para tentar encontrar alguém antes do 2.º CP. Mas logo a seguir, ao passar na aldeia de Vasconha, vi umas bicicletas paradas à porta de um café. Afinal ia ter companhia!

S. Silvestre, o santo padroeiro da pedaleira pequena!
Até aqui a etapa foi fácil e rolante, mas a montanha estava à espreita! Para aquecer umas rampas à volta da capela de S. Silvestre. Com o aquecimento feito, a subida continuou, umas vezes mais fácil, outras vezes a convidar a ir a pé.
Atravessámos a A25 e a IP5 e fomos subindo por um estradão até à M1308. No início da subida fui com uma equipa que tinha “adoptado” mais um ciclista que ia sozinho. Mas com o decorrer da subida acabou por não aguentar a pedalada da equipa completa e ficámos só os 2, pois já ia com muitas dificuldades.
Por sorte quando entrámos na M1308 passou por nós o José Carlos, que pode dar uma boleia a esse companheiro, deixando-o mais à frente, evitando o resto da subida.

Quem disse que estava com saudades de caminhos escabrosos?
Voltei a pedalar com força para tentar apanhar novamente os últimos, que não deveriam ir longe. Abandonámos a estrada perto de Covas, onde os apanhei. Aí parei por escassos segundos e entrei num caminho escabroso, cheio de pedra solta, erva e muita lama! Pensei, estes tipos são uns malucos, um caminho destes e foram por aqui a abrir, já não os vejo e ainda agora estava mesmo atrás deles!
Mas não demorou muito a começar a ouvir barulho atrás de mim. Afinal tinham-se enganado na entrada da aldeia e eu tinha-os passado, juntamente com outra equipa que seguia também por perto!

Rumo às Eólicas!
O 2º CP estava já aí, a seguir à aldeia de Fornelo do Monte. Fizemos uns metros de asfalto como aquecimento para a subida de uma calçada rumo a um campo eólico.
Estava assim conquistado o local mais alto da etapa. A partir daí corriam rumores que seria sempre a descer até à meta…

Correria para o último CP…30 segundos, está feito!
A descida foi feita em pisos muito variados. Caminhos bons, alcatrão, pedra solta, viragens a meio de descidas onde não se consegue olhar para o GPS e onde quase todos se enganaram, etc.
A equipa que estava a acompanhar já há algum tempo começou a fazer contas, tinham que dar ao pedal para ainda conseguirem passar antes do fecho do 3º e último CP. As descidas ajudavam, mas pelo meio apareceram algumas subidas que ameaçavam o sucesso do esforço. O mais complicado foi a passagem por um parque de merendas, muito bonito, com as árvores e as pedras cobertas de musgo e o chão de folhas secas…que travavam a bicicleta.
Um dos membros da equipa começou a ter cambraias e a dizer que já não iam conseguir. Mas o colega não o deixou desanimar e incentivou-o a continuar o esforço! Foi um bom exemplo do que se pretende no Geo-Raid, onde o espírito de equipa e a entreajuda é essencial para se vencer os desafios.
Felizmente apareceu uma bela estrada a descer e o CP estava logo a seguir, pelo que conseguiram passar 30 segundo antes do fecho! Parabéns pelo esforço e espírito de equipa!

Últimos metros e o regresso dos mortos-vivos!
Estive alguns minutos parado no CP para comer e trocar as pilhas do GPS e quando arranquei não virei á direita a meio da descida e tive de voltar a subir à mão uns 150 metros!
Com esse tempo perdido pensei que iria voltar a ficar algum tempo sozinho, mas logo a seguir encontrei outra equipa onde um dos elementos já tinha sido encontrado pelo “homem da marreta”. Comeu um gel daqueles capazes de ressuscitar um morto, mas devia estar fora do prazo, pois só conseguiu arranjar uma valente dor de estômago, para complicar ainda mais as coisas.
Fiz assim os últimos quilómetros bem devagar, felizmente que já só faltava subir um pouco perto da aldeia de Vila Nova e depois para a Sr.ª do Castelo.
A descida da Sr.ª do Castelo é uma daquelas que vai ficar na memória. No meio de uma mata densa, onde o Sol não entra, curva, contra-curva, um drop, outra curva, e sempre com o piso macio, que dá confiança para arriscar um pouco mais e descer depressa! Onde está o teleférico, para subir e voltar a descer?

Próxima estação: São Pedro do Sul
Após o divertimento da Sr.ª do Castelo voltámos a apanhar a antiga linha de comboio e rapidamente chegámos ao hotel, onde nos esperavam uns belos petiscos que a Berta e companhia tinham preparado para os atletas.

Agora venha a Estrela e depressa! As fotos dos reconhecimentos prometem um fim-de-semana em grande!

Rui Sousa
 
J

julio.correia

Guest
Há alguém da zona Centro (Lousã, Coimbra, Áhgeda), etc. que esteja disposto a levar um empeno no Geo-Raid da Serra da Estrela ?

Se sim envia um mail para julio2correia@sapo.pt. Tenho GPS e fui ao da Lousã e S. Pedro do Sul. O meu andamento é moderado. Acabei sempre dentro do controle.

Se houver por aí alguém com a mesma pedalada e esteja interessado é só dizer para começarmos a treinar ( é que ter algum treino ajuda e sempre se sofre menos !).
 

Un4s33n

New Member
Grandes diferenças (para melhor) para outras provas:

A selecção dos trilhos foi meticolosa,
As paisagens são avassaladoras,
O arsenal técnico tornava-se numa grande mais valia,
A experiência da prova em equipa é enriquecedora,
A gestão criteriosa do esforço é um requisito exigido a cada km percorrido,
Perfil exigente da prova (altimetria e distância).

Percorremos 180km, com 6000m de acumulado, foram mais de 13h em cima do selim…
Foi um fim de semana que deu para absorver tudo o que o BTT oferece e conhecer lugares fantásticos!

É durinho mas recomenda-se!

Os meus parabéns à organização. :clap: :clap: :clap:

Gostaria no entanto de fazer uma pequena sugestão: tentem não dispersar tanto nos Briefings e guardar um espaço para as questões apenas no parte final do mesmo. A organização já está rodada nisto e senti que haver espaço para comentários menos felizes, completamente desnecessários e consecutivamente repetidos quer pelo público que pelo staff alimentados de parte a parte é pouco profissional e frutífero.
 

vascompsousa

New Member
Apanharam-me em flagrante a abandonar a prova com a bike desmontada...mas a vingança foi terrível no dia seguinte: o pior e o melhor em dois dias eheheheh


Vasco
 
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