Olá, nanex!
Ainda bem que disse o que sentiu, pois é sempre bom saber a opinião de todos, quer sejam positivas ou negativas, desde que construtivas.
Não querendo estar a defender outrem, pois eles saberão defender-se por eles próprios, posso assegurar que foi feito um esforço enorme por parte da organização para não falhar nada, ou para falhar o mínimo. O que é certo é que falhou, sobretudo com os abastecimentos. Ninguém ia adivinhar o calor que esteve (no dia anterior quase choveu e esteve o céu todo nublado o dia inteiro).
A realidade é que uma semana antes do passeio estavam inscritas 40 pessoas e dois dias antes estavam cerca de 150 pessoas. No total apareceram cerca de 270 inscritos! Como se compreende, não é fácil para um pequeno grupo de "carolas" fazerem a gestão de uma situação destas, pois nem a encomenda da comida é fácil de fazer (Ao Domingo os talhos não estão abertos e comprar 1 kg de carne a mais cada vez que vêm 5 pessoas no Sábado não é fácil). Isto apesar da informação sobre as inscrições ser bem explícita que as inscrições fechavam dois dias antes para dar tempo de organizar atempadamente todos os pormenores logísticos. Quando o pessoal da organização se apercebeu já tinham mais pessoas do que as que estariam preparadas para dar assistência. Pode acreditar que o esforço foi enorme por parte da organização, mas que houve falhas, houve! Por isso, para o ano serão corrigidas, certamente.
O ano passado existiram outro tipo de falhas que foram corrigidas este ano. Será sempre assim. O problema foi ter-se colocado o patamar alto demais para um clube de gente boa e honesta que tenta sempre fazer o melhor, mas que ainda denota alguns pormenores a corrigir, apesar do enorme esforço de todos. O limite de 350 participantes foi demasiado ambicioso. Para se ter tanta gente, deverá existir uma estrutura um pouco mais numerosa, para que se consiga chegar a todo o lado. Por exemplo, o ano passado só existiu um trajecto de aproximadamente 40 km, como a dificuldade intermédia entre as duas distâncias deste ano. Em 2010 tentou-se aumentar a oferta e, a esse nível, o objectivo ficou amplamente conseguido, mas faltou uma logística um pouco mais elaborada para dar assistência a 270 pessoas. A propósito, um erro que a organização terá tido foi não saber quantas pessoas iam para os 33 km e para os 53 km. Como se deve compreender, sem se saber esta informação, como se consegue garantir um eficaz abastecimento para os 53km? De certeza que para o ano isto será corrigido, pois a organização do passeio deve ter pensado que dava conta do recado como nos outros anos. Só que nos outros anos, havia pouco mais de 100 pessoas e, mesmo no ano passado, chegou às 170, aproximadamente. Pode parecer que não, mas mais 100 pessoas a participarem, mas com o mesmo número de pessoas a trabalhar, claro que vai gerar problemas logísticos.
Quanto aos trajectos, a não inclusão da Serra de Sintra é muito simples. É que não é permitido fazer passeios organizados na Serra de Sintra sem uma licença para tal, pois trata-se de uma zona de reserva nacional, sendo protegida legalmente. Para se pedir uma licença para o efeito, para além dos enormes custos inerentes, também o tempo de resposta seria de vários meses, se é que se conseguiria obter, pelo que ficou de fora logo à partida, por muito que custe a todos. Passeios à Serra de Sintra só se não forem organizados, o que não é o caso. Claro que incluir a Serra seria acrescentar muita qualidade paisagística e mesmo técnica aos percursos, mas tem-se sempre a limitação de ser uma prova organizada.
De notar que o custo de 10 euros pode parecer muito elevado, mas trata-se de um custo aproximado ao que o evento custa por pessoa. É que os patrocinadores não entraram com dinheiro, para quem não saiba, apenas com bens materiais e não houve suporte financeiro directo ao passeio por parte de qualquer entidade. Claro que o clube não pode fazer milagres e daí não se poder fazer uma gestão "à grande" não olhando a custos. Será um ponto a rever, pois os outros passeios têm sempre apoios por parte do poder local e por parte de empresas da zona, o que não foi o caso, pelo que o clube se deve ter visto limitado no que tinha para oferecer, sobretudo porque os participantes não manifestaram uma antecipação nas inscrições, como na maioria dos passeios de nível nacional. É que nestes as inscrições têm que ser feitas com antecipação, senão não se arranja lugar, mas no passeio de Cabriz, a esmagadora maioria dos participantes deixou tudo para os últimos dias, pelo que faz gerar alguma turbulência na estrutura organizativa do passeio, pela incerteza do que irá acontecer.
Outros aspectos deverão ser corrigidos e melhorados, de modo a garantir uma melhor satisfação de quase todos, pois agradar a todos é sempre impossível em qualquer lado.
Em relação ao trajecto dos 53 km, ele foi escolhido para dar alguma dificuldade técnica e física em relação aos anos anteriores, pois, para os mais exigentes, estava a faltar alguma coisa. Isso, sem qualquer dúvida, apareceu este ano, ainda para mais com o sol que estava mais difícil se tornou. Talvez tenha faltado levar o trajecto mais próximo da praia, como nos outros anos. O que poderá ser revisto para o passeio do próximo ano.
Quanto a fazer uma prova cronometrada (esta não é para o nanex), não será fácil, pois o cariz do passeio não ajuda nada. É que, nesta zona, não é fácil ter trajectos que não passem em estradas nacionais. Como não se consegue impedir isso, cada ponto de atravessamento implica ter um agente de autoridade no local, o que tornaria incomportável para um passeio de 10 euros. A juntar a isso, também teria de haver o aluguer do sistema de registo de tempos, o que ainda subiria mais os custos do evento. Ou seja, com 270 participantes, o preço de inscrição iria subir para cerca de 25 euros por pessoa, o que resultaria em quase nenhuma inscrição. Ou, então, teria que haver para aí uns 1000 inscritos para que tal fosse possível.
Um aspecto que penso que poderá e deverá ser revisto para o ano que vem é a data da realização do passeio, pois colide sempre com a data de outros eventos que o clube realiza, e isso faz com que o pessoal da organização possa não estar em todo o lado ao mesmo tempo. Eu vi a aflição que a organização teve para conseguir chegar a todo o lado, e os participantes nem se devem ter apercebido disso, na maior parte dos casos. Muito esforço foi feito para que tudo corresse bem e esse esforço não é visível, sobretudo porque é muito pouca gente para tanto trabalho que é necessário fazer.
De qualquer forma, nanex, a sua opinião foi extremamente bem-vinda e será, certamente, vista e lida pelo pessoal da organização, o qual terá isso em linha de conta para os futuros eventos.
Um abraço!
TREK2010
Viva,
Lamento nao partilhar da opiniao dos demais. Com efeito e apesar do esforço da Organização em prestar um momento de btt agradável, primando na qualidade em aspectos como a segurança principalmente, tudo o resto ficou muito aquém do expectável:
- um posto de abastecimento demasiado cedo e outro demasiado tarde (na distancia dos 50km) sem alimento (imperdoável);
- um circuito só aqui e ali com alguns pontos de interesse mas com demasiados estradões "forrados" a entulho e pedra;
- atraso na partida (uns minutos ainda se perdoam mas assim não, principalmente em dias de calor);
- marcação do percurso (embora abundante, muita estava mal colocada com excepção às plcas sinalizadoras de perigo, essas sim impecáveis);
Numa zona como esta, e até aceitando que provavelmente fugiram à serra de Sintra propositadamente, a manhã merecia muito mais.
Estas criticas vão no sentido de se tornarem construtivas para melhorar e de forma alguma pretendem recriminar, certo que essa será a preocupação principal de toda e qualquer Organização.
Um abraço e até à próxima.