Antes de tudo quero mesmo deixar aqui um grande obrigado às minhas companheiras de aventura que sofreram a bom sofrer mas tive o privilégio de as ver chegar comigo ao fim com 109 km nas pernas e muitos metros de acumulado de paredes. Foram excepcionais na valentia . Ao Luís Ricardo (Meco) o meu abraço e o meu lamento por ele não poder cumprir até final este verdadeiro empeno mas uma enorme indisposição o acompanhou durante muitos kms e o impediu de continuar para além dos 75 kms. Via-se que estava a sofrer e já não conseguia comer ou beber sendo que tomou uma decisão sensata de pedir à organização para o ir buscar. Obrigado NOKAS, Obrigado CLARA
Quanto ao passeio vou tentar deixar aqui alguma história que cada um dos outros 3 participantes ajudará a contar e enriquecer.
Começo pela organização. Esta organização foi impecável, sabem porquê? Pq só a senti no inicio, quando solicitámos apoio para o Luís e no fim quando chegámos pq até lá tinham o comando do meu carro que alguém encontrou caído ao lado do carro.
Seriamente falando, desenharam um percurso fabuloso, duro, com algumas partes que gostei menos, principalmente as sucessivas travessias do Lizandro (se não estou enganado) por entre canaviais mas faz parte.
É um percurso desenhado à volta do concelho e que ou se desce ou se sobe, penso que no fim tínhamos quase o mesmo acumulado de subidas e de descidas (espantástico) :lol: :lol: :lol: , verdadinha!!!!.
6 da manhã sair da cama, 8h chegada à Cachoeira, 8:30 organização desejava-nos sorte e bom passeio. A partir daqui foi percorrer trilhos muito bons , muito duros e alguns muito técnicos, outros até que a prudência mandou fazer a pé para evitar que o “passeio” tivesse percalços
De serra em serra, de pomar em pomar, de aldeia em aldeia, com alguma brincadeira pelo meio, a Clara já via a vida dela a andar para trás pq só começámos a soltar as línguas lá para as 10:00 :lol: :lol: :lol: .
Por volta das 13:00 chegávamos a Ribamar onde parámos para abastecermos as barrigas e os reservatórios, por ali estava a parar muita gente com quem íamos rindo e brincando e até tirando umas fotos que devem aparecer pela net.
Abastecidos regressámos ao caminho, apreciámos o esplendor da arriba sobre Ribeira de Ilhas, embrenhamos novamente para o interior e alguém passou por nós e disse “começa aqui o verdadeiro empeno”, ui que animador depois de almoço
:lol: :lol: . Se assim tem de ser que seja. Ele tinha alguma razão. Fomos andando e o Luís começava a das mostras de alguma indisposição, parámos um pouco para tentar que se recompusesse, desculpa Luís mas enquanto tu te debatias com o “Gregório” :lol: :lol: :lol: nós divertíamo-nos a tirar fotos e na brincadeira os 3, na verdade nada mais podíamos fazer por ti do que esperar que arribasses. Lá demos corda aos pedais e fomos subindo, descendo, subindo , sem grandes sobressaltos até que o Luís decidiu deixa-nos avançar para cair sozinho num buraco cheio de silvas , só para não nos rir-mos dele :lol: :lol: :lol:, Piada é q eu tinha avisado a Ana, “cuidado não cais para a direita, ela “rabujou” comigo e lá seguimos, dei por falta do Luís e gritei e ele não respondia, voltei atrás e ele já lá vinha com cara de poucos amigos a tirar picos *lol. Por esta altura o sol alto já fazia estragos na moleirinha da Clara que já trocava aboboreiras com batateiras e perguntava se já havia plantas da batata frita :lol: :lol: :lol: (ora Clara toda a gente sabe que não) :lol: :lol: :lol: as pescadinhas também não nasceram de rabo na boca :lol: :lol: :lol:.
Por volta das 16 e muitos minutos chegámos a BOCO, isso mesmo, ao café Simões, aí é que o Luís disse que não dava mais, tratámos das coisas com a organização que se prontificou a ir buscá-lo , ele lá se “gregoriou” mais um pouco despedimo-nos (com lencinhos brancos e tudo) e partimos os 3. Nem ele imagina o empeno que perdeu FOGO. Se até aí tinha sido duro , a partir daqui a coisa “melhorou”. As meninas começaram a dar sinais de algum cansaço acumulado, o caso não era para menos. Lá continuámos naquele infernal sobe-desce-sobe. Era muito desgastante, talvez mais para elas por estarem menos preparadas fisicamente, mas eu também ia sentindo a dureza. Por essa altura que já estaríamos perto da Malveira, devo registar um single de muitos metros, sempre a descer, em que deixei as meninas para trás e desci aquilo a gozar a bom gozar. É um daqueles sigles que se apanham poucas vezes na vida, com tanto de técnico como de perigoso, simplesmente fabuloso, pedra atrás de pedra, drop após drop, curva seguida de outra, fabuloso!
O cansaço acumulava-se e a minha vida começava a correr perigo, comecei a escolher a árvore onde poderia vir a ser linchado, estava tentado a escolher uma baixinha para …. não ficar pendurado muito alto. A situação complicava-se, as raparigas acumulavam cansaço e impaciência, eu só lhes dizia que faltava pouco, para aí 10 kms, o problema é que faltavam sempre 10 kms :lol: :lol: :lol: a dada altura apareceu o “Carpinteiro” (a Clara parecia ter uma visão: aquele não é o homem da mota da organização?") na sua mota e disse que o total rondava 112 e o conta kms da Ana mascava 91 :lol: :lol: :lol:. Nessa altura até a linha do comboio serviria :lol: :lol: :lol: . Mas o tipo lá disse quue já não havia mais subidas, nisso ele foi bom, só por isso já não fui linchado. Continuámos o percurso até ao seu final onde por volta das 20:00 e de onde “fugimos” o mais rápido possível para tomar um bom banho repor energias com um bom jantar.
A registar: muitos arranhões das silvas e um verdadeiro empeno; uma satisfação enorme por ter-mos concluído a aventura, zero avarias, maravilhosos trilhos, fenomenal companhia.
Ps: Netinha, quem é amigo quem é? O avozinho, pois claro *lol que prometeu um empeno e cumpriu. T’avisei rapariga *lolol
ps1: muito haveria mais para escrever mas não quero ques digam q escrevi tudo e não lhes dou oportunidades para contarem a sua versão dos acontecimentos.