Este seria o meu último passeio antes do Natal. Certamente poderei chamar ao evento o passeio natalício e então, para comemorar o Natal, resolvi levar os meus colegas do pedal a um local especial…como se fosse uma prenda …uma prenda que Deus nos deu, pela possibilidade de andar de bike pelas bandas do Alvados.
A protecção Civil, devido ao frio, aconselhou a não saírem de casa (a não ser em caso de estrita necessidade) e muito bem agasalhados.
Estava eu deitado…e por um lado ouvia os conselhos da Protecção Civil…por outro…parecia que ouvia as rodas a passarem nas poças geladas e o gelo…como pedaços de cristal a estalarem como que de mil brindes se tratassem (com o melhor champanhe).
Claro que a escolha foi fácil. Às 8:00 já tinha a bicicleta dentro do carro, nos confortáveis 16 graus do interior da garagem. Daí telefonei ao Telmo e disse-lhe para não sair de casa que eu ia busca-lo (escusava de congelar primeiro que os outros).
Na casa dele, já o termómetro marcava -2º C e pode sentir realmente o frio que estava, dando todo o crédito à Protecção Civil. Estava frio pra cacete!!!
Dirigimo-nos ao ponto de encontro Chegou o Tó, o Casacão e por fim o Luis Oliveira, e estando todos presentes rumamos à Serra de Santo António. Pelo caminho pensei que seria melhor não começar logo por uma grande descida e então deixamos os carros a 2 km do ponto onde tinha planeado começar o passeio. Serviria para aquecer um pouco, até porque eram dois quilómetros a subir. Aqueceu-se as pernas e ouvi as primeiras bocas :” Não podíamos trazer o carro até aqui?”
Os carros ficaram no átrio da igreja da localidade e lá fomos a pedalar até à Pizzaria Vieira. Já quentes com a ajuda da subida, deixamos o alcatrão e tivemos o primeiro contacto com a pedra…a rainha cá do sítio.
Passamos ao lado da antiga reserva de burros…agora sem burro (ouve alguém que disse que tinham ido todos para a Assembleia da Republica) e seguimos, quase sempre a descer até à povoação.
Passamos na rua do Castelejo, na rua D. Fuas Roupinho. Todos estes nomes associava a outras voltas outros percursos e um pouco mais à frente entramos num carreiro mágico, um trilho de mil cores…qual presépio encantado…afinal é Natal.
Floresta adentro, num trilho com muita pedra onde é necessária alguma técnica para vencer os obstáculos. A beleza e a magia do PNSAC em todo o seu esplendor.
No fim do trilho…o estradão que nos conduz ao inicio da subida para a parte de cima da Fórnea. A imponente serra à esquerda, salpicada de grossos cristais de gelo…afinal foi por isto que cá vim!
Já não havia frio, apesar do gelo espalhado pelo chão…e assim, se o percurso tivesse uma parte que pudesse ser rotulada como “ a mais dura”, penso que era a dita subida. Aí estava ela à nossa frente. Cada curva contornada neste caminho aos SSS, ia alargando o horizonte. A altitude ia mudando e o céu limpo permitia avistar lá em baixo e relativamente perto, o Castelo de Porto de Mós, Cruz da Légua, e lá ao fundo o mar…algures para Paredes de Vistória, S. Pedro de Muel. A norte vislumbra-se outros trilhos de outros grandes passeios no Reguengo do Fetal e no Parque eólico. Que saudades que tinha deste local.
Mais umas pedaladas a paramos para contemplar a Fórnea. De olhos colados no vale, pensa-se na força da água e no passar do tempo. Aqui a expressão “água mole em pedra dura…” ganha outra dimensão. Sentimo-nos pequenos no meio do silêncio, mas a alma agigantasse. Afinal subimos e estamos cá no alto. Sem asas, sem motores…só a força de vontade e de pernas.
Seguimos pela “crista” da montanha até ao parapente e pouco passava do meio-dia e ainda as poças de água e os bebedouros dos animais estavam em gelo. A paisagem é indescritível. Em cada pedalada, em cada metro percorrido, cada pedra galgada…esboça-se um sorriso.
Estou feliz por estar aqui…Este é um local único e qualquer passeio que por aqui se faça, é especial.
Aos que me acompanharam. Obrigado.
Espero que tenham gostado tanto quanto eu. Se não...paciência. Não venham para a próxima
Um Grande Natal e um Ano Novo cheio de km's nas pernas.
Boas Festas.
Paulo Martins
A protecção Civil, devido ao frio, aconselhou a não saírem de casa (a não ser em caso de estrita necessidade) e muito bem agasalhados.
Estava eu deitado…e por um lado ouvia os conselhos da Protecção Civil…por outro…parecia que ouvia as rodas a passarem nas poças geladas e o gelo…como pedaços de cristal a estalarem como que de mil brindes se tratassem (com o melhor champanhe).
Claro que a escolha foi fácil. Às 8:00 já tinha a bicicleta dentro do carro, nos confortáveis 16 graus do interior da garagem. Daí telefonei ao Telmo e disse-lhe para não sair de casa que eu ia busca-lo (escusava de congelar primeiro que os outros).
Na casa dele, já o termómetro marcava -2º C e pode sentir realmente o frio que estava, dando todo o crédito à Protecção Civil. Estava frio pra cacete!!!
Dirigimo-nos ao ponto de encontro Chegou o Tó, o Casacão e por fim o Luis Oliveira, e estando todos presentes rumamos à Serra de Santo António. Pelo caminho pensei que seria melhor não começar logo por uma grande descida e então deixamos os carros a 2 km do ponto onde tinha planeado começar o passeio. Serviria para aquecer um pouco, até porque eram dois quilómetros a subir. Aqueceu-se as pernas e ouvi as primeiras bocas :” Não podíamos trazer o carro até aqui?”
Os carros ficaram no átrio da igreja da localidade e lá fomos a pedalar até à Pizzaria Vieira. Já quentes com a ajuda da subida, deixamos o alcatrão e tivemos o primeiro contacto com a pedra…a rainha cá do sítio.
Passamos ao lado da antiga reserva de burros…agora sem burro (ouve alguém que disse que tinham ido todos para a Assembleia da Republica) e seguimos, quase sempre a descer até à povoação.
Passamos na rua do Castelejo, na rua D. Fuas Roupinho. Todos estes nomes associava a outras voltas outros percursos e um pouco mais à frente entramos num carreiro mágico, um trilho de mil cores…qual presépio encantado…afinal é Natal.
Floresta adentro, num trilho com muita pedra onde é necessária alguma técnica para vencer os obstáculos. A beleza e a magia do PNSAC em todo o seu esplendor.
No fim do trilho…o estradão que nos conduz ao inicio da subida para a parte de cima da Fórnea. A imponente serra à esquerda, salpicada de grossos cristais de gelo…afinal foi por isto que cá vim!
Já não havia frio, apesar do gelo espalhado pelo chão…e assim, se o percurso tivesse uma parte que pudesse ser rotulada como “ a mais dura”, penso que era a dita subida. Aí estava ela à nossa frente. Cada curva contornada neste caminho aos SSS, ia alargando o horizonte. A altitude ia mudando e o céu limpo permitia avistar lá em baixo e relativamente perto, o Castelo de Porto de Mós, Cruz da Légua, e lá ao fundo o mar…algures para Paredes de Vistória, S. Pedro de Muel. A norte vislumbra-se outros trilhos de outros grandes passeios no Reguengo do Fetal e no Parque eólico. Que saudades que tinha deste local.
Mais umas pedaladas a paramos para contemplar a Fórnea. De olhos colados no vale, pensa-se na força da água e no passar do tempo. Aqui a expressão “água mole em pedra dura…” ganha outra dimensão. Sentimo-nos pequenos no meio do silêncio, mas a alma agigantasse. Afinal subimos e estamos cá no alto. Sem asas, sem motores…só a força de vontade e de pernas.
Seguimos pela “crista” da montanha até ao parapente e pouco passava do meio-dia e ainda as poças de água e os bebedouros dos animais estavam em gelo. A paisagem é indescritível. Em cada pedalada, em cada metro percorrido, cada pedra galgada…esboça-se um sorriso.
Estou feliz por estar aqui…Este é um local único e qualquer passeio que por aqui se faça, é especial.
Aos que me acompanharam. Obrigado.
Espero que tenham gostado tanto quanto eu. Se não...paciência. Não venham para a próxima
Um Grande Natal e um Ano Novo cheio de km's nas pernas.
Boas Festas.
Paulo Martins