Os "problemas" dos sistema 1 by X

lucard

Member
Estou numa de espírito video-gráfico. Partindo do principio do Hardskin e de um outro user cujo nome já se foi embora da minha memória (peço desculpa) em que publicaram vídeos bastante educativos, sobre matérias interessantes.

Este vídeo já o tinha visto à uma ou duas semanas, e só hoje me deu aquele "click" para vir aqui fazer uma posta, é um tema para mim muitíssimo interessante! Porque ele aborda pelo menos um pormenor que me intrigou.

-Não "torcer" muito a corrente com as mudanças. Ou seja, não usar o prato maior à frente e atrás não meter no prato maior (eu não sei os nomes de nada, espero que entendam). E de facto nos sistemas 1 by X só há um prato, somos obrigados a torcer a dita cuja!? Fique intrigado, o que acham desta e das situações por ele expostas?

POR FAVOR: não façam off-topic, nem estraguem isto, estou mesmo MUITO interessado no tema!

[video=youtube;Ew03wbHOHS0]https://www.youtube.com/watch?v=Ew03wbHOHS0&t=448s[/video]
 

Hardskin

Well-Known Member
Queres saber um dos "problemas" que eu tenho com o 1x11!?
Hoje vai ter que sair mais uma corrente com apenas 2200km.:mad: Só para poupar a cassete porque apesar do medidor já entrar nos 0.5 ainda não se nota diferença no trabalhar da coisa.
Na 3x10 (o prato grande só lá anda praticamente a fazer peso) vai sempre aos 3500km e o resto da transmissão a aceitar novas correntes sem problemas.
 

edununo

Well-Known Member
Acho que já vi este vídeo.
Ter a corrente na talega (prato grande) num sistema 3x10 e também no carreto maior da cassete não é a mesma coisa que ter só um prato e ir até ao carreto maior da cassete. Apesar de existir alguma torção da corrente, acaba por ser menor que o exemplo do 3x10.
A parte do backpedaling também não concordo.
Tenho 1x11 SRAM X01 e 1x12 SRAM Eagle em nenhum acontece esse problema.
 

pamoreira

Member
Se a linha de corrente for má, ou o desviador não estiver bem afinado, é mais susceptível de acontecer a descida da corrente no backpedalling.
Eu quando andei a experimentar vários pratos que tinham offsets ligeiramente diferente (e consequentemente mudava a linha de corrente), conseguia em alguns casos fazer descer a corrente como ele. Mas só quando estava com a bike no suporte a "pedalar" para trás depressa e durante algum tempo.
Na prática e no monte nunca tive isso, porque ninguém vai fazer backpedal a alta cadência durante uns segundos que é basicamente o que ele mostra no vídeo. Já estava no chão eu antes de a corrente descer na cassete :D
 

Joseelias

Well-Known Member
Penso que dois dos factores mais importantes poderão ser o desgaste acelerado dos componentes, e os saltos na cadencia entre cada velocidade.

A partir do momento em que se tenta meter mais velocidades num espaço inicialmente projectado há 25 anos atrás para levar um cepo com 8 velocidades, todo o material tem que estreitar. Mesmo havendo um aumento do comprimento do eixo (cubos Boost?) para se poder montar um cepo mais largo, este dificilmente compensa o aumento do número de velocidades e o material será sempre mais estreito e frágil que anteriormente. E criar um cubo com um cepo mais comprido mas com o tamanho "standard" significa que os raios do lado da cassete ficarão ainda mais verticais e poderão comprometer a resistência da roda. E isto tem custos.

Pelo que tenho lido, mesmo as alterações feitas das 9 para as 10 velocidades já tornaram este problema evidente ao terem que tirar material do lado de fora das placas da corrente nas 10 velocidades, estreitando-as e reduzindo o tempo de vida destas.

E por muito barato que o material 1x? venha a ser, uma cassete de 11 ou 12 velocidades será sempre mais cara que uma de 9 ou 10, mesmo que fossem da gama Acera.

Outra questão tem a ver com os saltos na cadência entre cada velocidade. Ainda não fiz uma comparação entre cada desmultiplicação, mas parece-me pouco provável que um sistema 1*12 consiga uma modulação ou gradação de esforço tão suave com um sistema com dois ou três pratos à frente. Para muita gente até pode não fazer diferença, mas no meu caso é uma das coisas que mais me chateia. Aquela sensação de estar a precisar de passar para uma mudança mais leve e quando o faço fico a dar às pernas com uma cadência demasiado alta para não perder velocidade, ou para ficar com a cadência certa a bicicleta fica quase "parada" é algo que me enerva particularmente.

De resto, o desviador dianteiro sempre foi um componente pelo qual sempre nutri um ódio particular, e o conceito de um sistema 1x? é algo que me agrada.
 

edununo

Well-Known Member
Joseelias, num sistema 2x10 ou 3x10 é muito comum usar-se cassetes 11-36. A cassete 10-42 da SRAM é uma 11-36 de 10v, à qual trocaram o carreto de 11 por um de 10 e acrescentaram o 11° de 42. A Eagle é uma 10-42 à qual acrescentaram o 12° carreto com 50 dentes.
Os saltos são por isso idênticos.

Quanto ao desgaste, eu fiz um pouco mais de 7000 kms com uma X01 10-42. Acho um bom valor.
 

edununo

Well-Known Member
Pamoreira, é verdade que a linha de corrente interfere com essa situação. Eu como só usei Cranks SRAM one by, a linha de corrente é a especificada pela SRAM. Nunca tive esse problema.
 

pamoreira

Member
O que se vê muitas vezes é que a malta faz conversões de 2x/3x para 1x ou compra crank + prato de marcas diferentes sem se preocupar muito com a linha de corrente - que é crítica nos sistemas 1x - e depois queixam-se que não funciona bem.

Quanto ao espaçamento de carretos na cassete é exactamente como diz o ednuno. Pouco mudou de 10 para 11 e agora para 12. Aliás até diria que é mais linear porque não há ali o salto na troca de pratos na frente.

Eu estou completamente rendido ao 1x em termos de funcionamento, simplicidade e durabilidade desde há bastante tempo. Neste momento, só voltaria para 2x com um sistema 2x11 Di2 em synchro-shift, que na prática se transforma num 1x com 13 velocidades em termos de operação.
 

Joseelias

Well-Known Member
@ edununo

Estive agora a fazer um comparativo entre as relações de mudanças que tenho com o espaçamento da cassete 10-42 da Sram usando um prato de 32, e os resultados são curiosos.

Para começar o espaçamento da cassete 10-42 é exactamente igual ao da minha, entre a 9ª velocidade (12 dentes), e a 3ª velocidade (32 dentes) da SRAM. A diferença é que o meu carreto de 11 (9ª) passou na SRAM a 10, e no caso das mudanças mais leves a cassete da SRAM simplesmente acrescentou dois carretos (sim, ser old-school implica ainda ter um sistema 3*9... :D ).

Como o meu prato do meio é de 32 dentes isso significa que usando um sistema 1*11 com um prato igual e a cassete referida seria tudo exactamente igual ao que tenho agora, e nem daria pela diferença excepto nos extremos. Perderia sim, duas velocidades mais pesadas pois tenho um prato de 44 dentes e a diferença aí é grande, e uma mudança no lado mais leve. Mas sinceramente, e ao tipo de andamento com que ando agora, em termos práticos acho que não ia notar qualquer diferença.

7000km parece-me bom, apesar de com a minha transmissão já ir talvez com pelo menos 9000km, com uma troca de corrente aos 5000km e umas roldanas de desviador já depois disso. Mas para falar verdade o meu prato de 32 está na maior miséria já que é o que eu uso actualmente 99% do tempo. Mas esta é uma questão relativa, pelo tipo de uso e abuso que é dado ao material. E considerando que não sou o maior fanático das limpezas não sei o que seria de material mais "anoréctico".
 
Last edited:

lucard

Member
Estou a gostar do que a malta tem vindo a dizer conclusões muito interessantes para a minha leitura na cama! Assim sim :) vale a pena.

O que VI no vídeo da outra vez e achei completamente bullsh1t foi aquela parte do backpedalling, a velocidade que é preciso rodar para trás e a quantidade de voltas que o gajo da.. É ridículo, ninguém pedala assim.. Nos primeiros exemplos, sim salta fora mas aposto que com uma boa afinação não acontece. Parece me muito exagerado, e portanto ignorei esse facto, não tinha argumentos suficientes.

A questão de torcer a corrente é que me intrigou bastante. Num sistema 3by, se meter a corrente na prateleira do meio, e na k7 colocar na mais em cima, não estou a torcer demasiado? O que é verdade é que nunca usei a mudança mais pequena da frente (até me atrapalha a pedalar) e a mãozinha já usei umas quantas vezes... A descer :D de resto vou sempre na do meio, mesmo sabendo que não devo saber. Tendo a ignorar o manipulo esquerdo... Se calhar quando comprar a próxima menina já opto por uma 1by. Aliás se cLhar não, faço mesmo essa questão as opções que estão na mesa já são 1by por defeito.
 

Joseelias

Well-Known Member
@ Lucard

Nos sistemas 3x? o prato do meio percorre a totalidade da cassete. Sempre o fiz e nunca tive problemas. O prato grande só deve de ser usado nos 3 ou 4 carretos mais pequenos/pesados, e o prato mais pequeno nos 3 ou 4 carretos maiores/leves.

Assim sendo, o cruzamento da corrente nos sistemas 1x? é um não problema, porque fará apenas aquilo que já acontecia antes. Se a qualidade do material usado nas correntes, compensar pela menor quantidade deste no sistema 1x, não vejo razão para problemas.
 

klaser

Well-Known Member
Eu aponto um problema no eagle...o preço de uma cassete...Quem não faz competição e não é abonado ( 90% de nós ? ), dar 350 euros por uma cassete não é brincadeira...
 

davidream

Active Member
bOAS!
Correcto klaser mas neste caso,o tópico refere-se a "problemas" mais na vertente mecânica que propriamente económica(se bem que os €! é realmente um grande problema :mrgreen: )

Apesar das situações referidas como problemáticas nos sistemas 1x11,acho que em muita coisa são dores de parto de novas técnologias que se vai metendo no mercado um pouco á força(á procura do lucro obviamente)mas as próprias marcas
evoluem mais tarde ou mais cedo para corrigir essas falhas.Neste caso basta ver que já á quadros próprios/pensados para o 1x11(com a situação do chainline/boost etc)e mesmo nos anteriores há espaçadores na zona do Crank para acertar as linhas.
Muitas das vezes,será a má instalação ou material "alterado"(de 2x10) que obviamente corre mal...
De qualquer das formas penso que os sistemas 2x10 tb no inicio tinham alguma fragilidades e foram melhorando,quer em funcionalidade quer em peso.
Agora há um problema que existirá sempre no 1x12, para obter rácios de multipicação idênticos ao 2x10 as cassetes têm que andar com pratos grandes na casa dos 50 dentes...parecem serras!!! o peso tb é excessivo! aqui só mudando o material usado no fabrico e a forma de maquinação das mesmas:|
Alguma evolução no sistema de encaixe da cassete no cubo também poderá ocorrer (mas mais uma forma de termos que mudar o que temos actualemente...)
Enfim sempre atrás da perfeição:D

Cumps
 

klaser

Well-Known Member
Os problemas de linha de corrente e o backpedaling (que tb não acho muito grave ) tem muito a ver , não se esqueçam,com o tamanho das escoras,ou seja,quando mais curtas forem pior...e numa bike 29,o mal que tinha antigamente eram geometrias cuja distância entre eixos era excessiva...Agora melhoraram as geometrias, a roda traseira ficou mais perto, ficaram mais ágeis, melhores...no entanto podem prejudicar no sistema 1x....
Por isso que o mesmo "material" pode funcionar melhor numa bike e pior em outra...
Não esqueçam também o efeito polígono, carretos de 9 dentes sofrem muito disso,há uma perda de potência considerável se comparármos com uma mesma desmultiplicação obtida por um prato e carreto cuja soma de dentes seja maior.. Quem anda de estrada nota mais facilmente que é melhor (sem cruzamentos excessivos,claro) andar com o prato grande e um carreto grande a andar no prato pequeno e num carreto tb pequeno,sendo nos dois casos a desmultiplicação quase igual...
Carretos com menos de 19 dentes já acusam algum efeito polígono,bem como somas de relação prato+carreto inferior a 50 dentes....
 

edununo

Well-Known Member
Não acho que a cassete Eagle seja pesada. São 355g para um monstro 10-50. Uma cassete XT 11-36 de 10v pesa quase o mesmo.



O tamanho da Eagle pode "assustar" ao inicio mas já me habituei.
 

pamoreira

Member
O Eagle a início estranha-se, depois entranha-se. É como as rodas 29.
O custo elevado do Eagle resume-se ao facto de apenas existir nos grupos de topo. Eventualmente vai-se massificar como aconteceu com o 1x11 e aparecerem opções para todos os price ranges.
O que mais impressão me mete no 1x12 é o tamanho da caixa do desviador em si, que tem que ser maior para estes carretos enormes.

Problemas de juventude, limitações (em alguns casos) e preferências pessoais à parte, há uma grande vantagem trazida pelo sistema 1x. E isso foi o facto de ter feito avançar e muito a tecnologia nas transmissões, especialmente a SRAM (a Shimano anda mais entretida a brincar às electrónicas). O cepo XD, os métodos de maquinação (a cassete XX1 continua a ser um marco de engenharia a meu ver), os pratos narrow-wide, as correntes, a eficiência.
São mudanças de paradigma como estas que fazem avançar a tecnologia e fazem os engenheiros das marcas trabalharem realmente a sério. Caso contrário estabelece-se um certo marasmo e os grandes fabricantes (que são os que têm realmente os meios todos para fazerem avançar a tecnologia de forma regular) contentam-se em lançar produtos apenas ligeiramente evolutivos todos os anos com um pequeno ajuste de imagem.

Olhando para o Eagle, toda a gente se focaliza no acrescentar de mais um carreto gigante e ter uma velocidade, mas o que me ressalta a mim é o acrescento de durabilidade e suavidade do grupo. E isso é algo que a termo vai ser aplicado ao resto das gamas, sejam elas de 11 ou 12 velocidades. Basta olhar para o prato do Eagle e o formato dos dentes em comparação com o XX1 anterior, e tem ali imenso trabalho de investigação e desenvolvimento:

 

Jocas22

Active Member
o preço e considerar que é impossivel ter uma cassete 1*12 a um preço normal sem pesar um quilo faz com que pro comum mortal seja impensavel, digo eu. Compram uma bike nova e traz 1*12, optimo, é usar até gastar e depois logo se vê. Mudar conscientemente pra 1*12 sem ter patrocinador a por a nota, ou se tem muito dinheiro e entao siga ou entao já é gastar dinheiro á toa.
Se baixarem o preço e houver uma k7 1*12 com pesos absurdos, é levar uma ancora na roda de tras parece tudo menos sensato.
 
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