Let's go under 8kg - Ghost HTX 29XX by David Raquel

David Raquel

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Boas pessoal!!!

Está na altura de mostrar a bicicleta que me tem andado a dar cabo das pernas!

Desde que montei uma 29er, há cerca de um ano, numa montagem relativamente modesta e contida onde o importante era poder experimentar o conceito da roda maior. Procurei montar a bike com material que me desse garantias de fiabilidade e desempenho mas que não condenasse o peso total. O resultado final foi bastante interessante e desde o primeiro dia fiquei completamente rendido às 29er. A verdade é que a daí em diante a minha tão estimada Ghost RT Lector WC raramente viu a luz do dia. Esse facto começou a pesar-me na consciência uma vez que não fazia qualquer sentido ter uma bike desse nível encostada ao abandono em casa, sem a devida atenção e mimo. Chegava então a altura da Ghost procurar um novo dono que lhe desse o andamento que precisava.

Nessa altura já a minha cabeça andava às voltas a pensar no que viria a seguir. Queria algo leve mas que não me deixe a pé a Km de casa. Perguntei-me se baixar a barreira dos 8kg numa 29er seria possível mantendo elevado o índice de fiabilidade da montagem. Vamos ver.....

Como não podia deixar de ser, a escolha recaiu sobre o novíssimo quadro HT 29 da Ghost, o HTX Lector 29. Uma vez que, segundo a Ghost, toda a gama de HTX Lector de carbono partilhava o mesmo quadro e como a marca não vende quadros em separado, avancei para a compra do modelo mais básico da gama, o 2955, para ser dissecado e aproveitado o quadro.

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Este quadro apresenta alguns pormenores interessantes como o curto comprimento das escoras que ajudam na agilidade da bike (tão criticada nas 29er), o cableamento interno total (com opção de montagem exterior do cabo de travão); direcção tapered e integrada sendo os copos onde assentam os rolamentos em carbono e parte integrante do quadro ou mesmo a tampa removível por baixo do centro pedaleiro para fácil acesso e manutenção do cableamento interno. Já desmontado, o peso acabou por não ser fascinante mas longe está de ser pesado até porque o facto de os cabos passarem por dentro do quadro obriga a que haja uma guia e reforço de algumas zonas. Claro é que se poupa peso com as espirais, mas o peso do quadro em si acaba por ser algo penalizado. Então, o quadro com dropout e guias acusou 1190gr em tamanho 44 (M).

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Para fazer par e contraste com este fantasma negro, não podia faltar a bela SID XX WC branca, já com o novo sistema solo air e eixo de 15mm para rigidez extra. Sou fã confesso desta suspensão já desde o cada vez mais longínquo tempo das SID's com bainha de 28mm, longe em todos os aspectos da irmã com bainhas de 32mm. Ainda assim, a escolha esteve até à última da hora para ser tomada devido ao grande investimento que a FOX tem feito no quesito do peso, tornando as suas suspensões cada vez mais apetecíveis a nós, doidinhos do peso! De qualquer forma, como "em equipa que ganha não se mexe", ainda não foi desta que tive o prazer de montar um exemplar da marca da raposa. Quem sabe, um dia....

Chegada a SID, hora de a submeter ao teste da balança onde passa com distinção. O peso acusado por esta SID é delicioso, tendo em conta que se trata de uma suspensão 29er, com eixo de 15mm, bloqueio no guiador e tubo por cortar!

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Depois de cortado o tubo (ainda a ajustar) o peso desceu para 1466g. Espantoso não?

Não tão espantoso é o peso do aperto fornecido pela RockShox. Para já ficou mas pondero a aquisição de um aperto Tune que pesa cerca de metade deste original, resta saber se oferece a mesma rigidez!

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A anilha de direcção de origem (em aço) também não é leve e foi prontamente substituído por um equivalente, em alumínio e com metade do peso (5gr)!

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Para completar o conjunto que forma a caixa de direcção há que somar o peso dos rolamento e da tampa superior (12gr), perfazendo um total de 70g para este componente.

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Ainda referente ao quadro e no que toca a segurar o espigão no sítio haviam bastantes opções desde Tune, MCFK, BTP,.....mas a escolha acabou por recair sobre um simples e modesto Extralite com o dobro do peso dos rivais e metade do preço. Ao ser maciço torna-se mais "carbon friendly" e como fiabilidade é a palavra de ordem, não me preocupam os meia dúzia de gramas extra neste componente.

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(Peço desculpa pela sujidade da balança, não é minha :lol: )

Neste momento a bike já rola (e bem, hajam pernas para ela) e muitos de vós já a viram mas vou actualizando o tópico assim que o tempo for permitindo, apresentando os restantes interpretes desta peça, justificando o porquê de terem passado o casting.

David
 

joao.f

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ansioso por mais um grande projeto :pipocas::pipocas::pipocas::pipocas::pipocas::pipocas::pipocas:, fico a espera de mais
 

Polegar

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ès um nojento :( hehehe. Essa dá vontade de chorar :) Parabéns mas também depois da tua 2er FS tinhas de fazer uma de topo como tu sabes. Mas ao ver a tua a minha parece tijolo hehehe
 

cayto

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Isto cheira mesmo a um projeto daqueles :D

Força nisso, vou acompanhar como é óbvio, só por este cheirinho ficasse logo com água na boca...
 

petiagos

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Ora bem !!! Só vem de tempos a tempos ... mas ao menos quando chega é em grande !!!:D A afirmação de que quando experimentou esta 29 quase que não pega na 26 ... é que me assusta.:D Eu nem quero fazer isso ... ainda me acontece o mesmo:rolleyes:
 

pimentoski

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Vindo do David Raquel tenho muita curiosidade agora em ver 2 detalhes na bicicleta, nomeadamente as rodas escolhidas e se a transmissão é XX1... De resto acredito numa escolha sempre muita boa dos restantes componentes e sem dúvida nenhuma que a 29er ficou/vai ficar abaixo dos 8kg.
 

ricabike

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Boas

Excelente Bike, pois tenho uma lá em casa que vai fazer dois meses e nao pára de me surpreender pela versatilidade, agilidade e desempenho em varios tipos de trilhos ... vou estar atento a este tópico para ver se aprendo algo e copiar ( eheheh) para a minha burra.

PS: aquela foto do aperto com a balança suja por causa do dono dela ( ehehhe) tira ai umas 5 gramas que é da sujidade .

Parabens

RM
 

pimentoski

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antes de se pesar mete-se a balança a zero... isto é uma balança de cozinha, imagina que tinhas de por 100 gramas de farinha dentro de um prato, se não houvesse maneira de meter a zero estavas a pesar o prato e a farinha...
 

David Raquel

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Pimentoski, curioso como acertaste precisamente nos componentes que mais dúvidas me deram!

As rodas são ainda um capítulo em aberto. Começam a aparecer opções muito interessantes (e caras) neste campo. Se, por um lado, uns aros AX Lightness me iriam encher as medidas, por outro, esta bike foi montada com o intuito de não ter limitações em qualquer tipo de terreno/duração. E isto para dizer o quê? Por mais que me quisesse atirar de cabeça para uma montagem com estes aros, o facto de serem tubular trazem algumas desvantagens para uma bike pensada para andar sem preocupações.

Já tive oportunidade de ter um set de rodas tubular e adorei a experiência. A verdade é que são, de facto, limitadas para um uso diário seja pelo preço de cada tubular, seja pelo facto de caso haja um furo (que o líquido não tape) não há mesmo nada a fazer senão pedir a alguém que nos resgate. O problema é que, normalmente, esse alguém é a cara-metade o que leva aos posteriores problemas/raspanetes que todos sabemos. :lol:

Assim sendo, decidi que pelo menos para uso diário não iria apostar nas tubulares, o que acabou por fechar mais um pouco o leque de opções. Os principais candidatos ao lugar foram:

- Xentis squad 2.5 CC
- Bor XMD 333
- Ryde Edge Mc1

Os Bor seriam uns aros para apostar com confiança: peso aceitável, olhais, tudo para dar certo! Por outro lado surgiu a novidade chamada Edge MC1, uma aposta da Ryde (recentemente comprada pela Sapim) com um peso declarado inacreditável para um aro 29er em alumínio!
Confesso que o que realmente me agradava eram os Xentis mas o preço quase 10x superior aos restantes pesava na consciência. Juntando a isso o facto de ter tido a oportunidade de ser um dos primeiros a conseguir um par dos novos Edge, fez com que a decisão fosse algo mais fácil.

Quando chegaram, foi com satisfação que confirmei que o peso era ainda inferior ao declarado!

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No que toca aos cubos, ponderei os Extralite Hyperhubs mas, em época de contenção de custos, há que usar a prata da casa e este foi um dos exemplos de componentes que transitaram diretamente da RT para esta nova HTX 29. Sem necessidade de apresentação, os Tune Prince/Princess são uma aposta muito leve, segura, que me transmite confiança e como tal fazia todo o sentido mantê-los.

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Para unir os cubos aos aros e um pouco precipitado pela loucura do peso encomendei um conjunto de raios CN SPOKE AERO 360 que, não entrando no campo do titânio, são talvez os raios aero mais leves do mercado. São indicados para uso exclusivo em estrada e acabaram por serem trocados, na roda traseira pelos “normais” CN SPOKE AERO 424 (com um acréscimo de 20g) por não terem demonstrado a rigidez pretendida. À frente mantiveram-se pois não demonstraram problemas de falta de rigidez.

O peso de 32 raios CN SPOKE AERO 360 é muito bom.

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Aqui, o peso da roda traseira ainda montada com os Aero 360, com os Aero 424 o peso aumentou exactos 20gr!

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A roda dianteira também aparece na foto ainda com o eixo de 9mm, mas o peso mantém-se uma vez que o eixo de 15mm tem o mesmo peso que o de 9mm.

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O peso total do par de rodas é de 1240gr o que para um par de rodas 29er é bastante animador! Confesso que é um dos componentes mais sujeito à minha exigência pois o peso dos aros é mesmo muito baixo para uns aros em alumínio. Até agora, tirando a dificuldade que foi conseguir centrar/tensionar as rodas correctamente ainda não tive qualquer problema mas veremos a longo prazo como se comportam.

Tutti-frutti wheels :lol:

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Mais logo vou tentar mostrar a transmissão e respondendo ao pimentoski o porquê de não ter montado o XX1! Sintam-se à vontade para perguntar/comentar/criticar!

David
 

pimentoski

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esses aros da EDGE tem um letering tipo ENVE... :D muito fixes, e o peso é excelente!

o XX1 é espectacular mas tem dois problemas, o preço estupidamente caro em relação ao resto e a ligeira limitação de "andamentos" para uma utilização convencional/banal em que a bicicleta serve para tudo. Mas com o X01 e com preços mais baixos acredito que vai tornar-se mais popular as transmissões 1x10 (1x11).
 
Parabéns pela bicicleta (ou projeto que vai encerrar numa bicicleta) que será, certamente, um espanto para a visão de qualquer um de nós e um prazer para quem usufrui...

Mais logo vou tentar mostrar a transmissão e respondendo ao pimentoski o porquê de não ter montado o XX1! Sintam-se à vontade para perguntar/comentar/criticar!

ohh! Pensei que a escolha recairia mesmo no XX1, mas talvez identifique algumas razões plausíveis para não o ser:

- o cubo de trás escolhido não está apto a receber uma cassete de 11V, ou pelo menos teria de ser adaptado com novo cepo;

- ficariam a sobrar buracos no quadro resultantes da não passagem de cabo do desviador da frente;

- esteticamente, a zona de aperto do desviador da frente não ficaria muito bem conseguida sem este último no lugar;

- etc...

o XX1 é espetacular mas tem dois problemas, o preço estupidamente caro em relação ao resto e a ligeira limitação de "andamentos" para uma utilização convencional/banal em que a bicicleta serve para tudo. Mas com o X01 e com preços mais baixos acredito que vai tornar-se mais popular as transmissões 1x10 (1x11).

Quanto ao ser caro, não posso concordar na totalidade, porque é bem mais barato do que o XX, embora não se possam comparar por não terem o mesmo número de componentes (menos um desviador da frente e respetivo manípulo de mudanças no grupo XX1). Fonte da caserna informa que do X01, vai compensar apenas a cassete com um preço bem mais acessível para quem tem o X01 e precisa de a substituir. Quanto ao resto dos componentes, e individualmente falando, as diferenças de preço não são tão abruptas comparando X01 com XX1...

Depois, a limitação de andamentos também não é assim tão assinalável. Falando por experiência própria, diria que dificilmente se esgotam os andamentos pesados numa configuração de dois pratos convencional de 39x11, e na configuração XX1 32x10 consegue-se rolar, com uma cadência bem mais apurada é certo, muito perto dos 45km/h, o que me parece bastante suficiente.

Quanto aos andamentos leves a configuração XX1 32x42 situa-se muito perto da normalidade das montagens de 2 ou 3 pratos (sim, fica ligeiramente mais pesado a subir, e muito provavelmente, as paredes que tínhamos muita dificuldade em fazê-las, desta feita serão com a bicicleta pela mão ou às costas):

3 pratos (frente 22x32 trás): rácio 0,69
2 pratos (frente 26x36 trás): rácio 0,72
1 prato (frente 32x42 trás): rácio 0,76

Cumprimentos,
 

artsite

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Parabéns pelo excelente projecto, principalmente quando se consegue peso/fiabilidade, o que é sempre o mais importante na minha opinião.

Depois da feedback dos aros, existe quase nenhum comentário na net e os que existem parecem não ter a tua experiência e exigência na bike :), são uma das minhas escolhas além dos BOR no campos dos 650b.

Estou curioso nos pneus, eu pessoalmente já desisti de pneus sub 500grm, as laterais não aguentam todos os trilhos......

Cumps
 
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