Dia 14 (Viterbo – Campagnano) 71Km
De manhã ao tomarmos o pequeno almoço no convento, sempre sob o olhar atento da freira, reparamos que mais 5 betetistas estavam a fazer a via, mas pela sujidade das bikes e como estavam carregadas estavam a fazer uma pequena parte e por estrada.
O dia de hoje adivinhava-se fácil, sem grandes declives, assim que saímos da cidade deparamo-nos com uma estrutura vidrada que segundo estava escrito na placa seria uma tumba etrusca, aproveitei para dar uma vista de olhos já que a porta se encontrava aberta.
Lá continuamos viagem após estes momentos de cultura e de repente enquanto iamso calmamente a pedalar soaram 2 tiros que pareciam ter sido disparados mesmo ao nosso lado, por instinto baixamo-nos em cima das bikes, após este susto continuamos a pedalar ora entre prados verdes ora entre aveleiras,
Como não podia faltar apareceram alguns portões a barrar o trilho, neste caso tivemos de dar uma volta de alguns quilómetros de modo a encontrar o caminho mais adiante.
Almoçamos num cafezito onde nos prepararam uns hambúrgueres que estavam divinais, o filho do dono mesmo tendo na casa dos 20 anos, só falava mesmo italiano, achei curioso não se preocuparem em saber outra língua, lá seguimos.
Ainda nos passou pela ideia torcar de montada
Para nós foi scalata pericolosa
Hoje o dia foi muito cultural, demos uma vista de olhos pelo mitreo e circo.
A parte da tarde foi bastante plana praticamente sempre por caminhos de terra batida ou então simplesmente pelo meio de terras ( GPS rules)
Seguimos por onde???
Os italianos gostam mesmo de dificultar a vida aos peregrinos!:tungas:
O que vale é que o pessoal do btt arranja, quase, sempre solução
A chegada a Campagnano é feita pelas traseiras da vila onde temos literalmente de escalar uma encosta para conseguirmos entrar na povoação
Ao chegarmos fomos abordados por um habitante que nos perguntou se éramos peregrinos e ao ver a nossa resposta ofereceu-se para nos levar até à casa paroquial que seria o nosso albergue, lá fomos atrás do carro até ao edifício, onde estavam alguns seminaristas que nos levaram a divisão onde iríamos dormir.
Já se encontrava um peregrino, desta feita dos States que também estava a percorrer a Via, lá conversamos um pouco onde me disse que tinha a mesma ideia dos italianos (afinal o defeito não era nosso), estávamos a trocar ideias quando apareceu o padre da diocese, que não falava nada de inglês mas arranhava o francês, lá tive de servir de interprete ao americano, depois de nos cumprimentar disse-nos que hoje não iríamos comer ao restaurante, mau pensei eu, queres ver que vão-me proibir de sair do edifício, mas não, havia um encontro de seminaristas com a população e estávamos convidados a jantar com eles.
Após este dialogo fui tratar das nossas inscrições e ao quando entro no escritório deparo-me com 4 seminaristas que conversavam, quando disse que era portuga, começaram logo por exclamar Eusébio, Rui Costa, Ronaldo e eu disse José Mourinho, um lançou uns impropérios e uma cuspidela para o chão (à boa moda italiana), pelos vistos não é muito acarinhado por estes lados. Lá consegui inscrever-me e fomos dar um giro pela vila, comer um geladito e como já tinha reparado que eles tem por habito ao fim do dia beber no café um copo de espumoso também resolvi experimentar, mas nada de especial.
Dirigimo-nos para a casa paroquial para irmos à janta, quando entramos vimos que estavam presentes cerca de 2 dezenas de seminaristas e também alguns habitantes, o jantar consistiu em pizza com fartura, cerveja (bem boa), sumo e coca-cola, estivemos na conversa com um seminarista que ia passar uns tempos ao Brasil e por isso queria treinar um pouco o português.
Depois deste reapsto e serão bem passado fomos finalmente descansar, que amanhã se tudo corresse conforme planeado e os deuses do Olimpo assim o permitissem, iríamos chegar ao nosso destino.