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Jocas22
Nunca viste regos e marcas daquele género feitas por bicicletas? E em locais onde não passam motas pelas dimensões e características do local? Pois eu já e não foi pouco. Por exemplo, no Monsanto isso era claramente visivel em imensos lados. Já lá não vou há 15 anos e não sei como aquilo agora está.
E o estado em que ficam os traçados das provas de Btt em alguns locais? Não são as motas que o fazem. Tens ali um exemplo condensado do que acontece a longo prazo noutros locais. Repara nesta foto. Não é visível já ali alguma erosão provocada pela prova? Não é muita claro, mas está lá. Noutros locais muito utilizados é muito pior.
Claro que a água é sempre um dos factores presentes e que se inclui no processo de erosão. No verão as Btt vão cavando o trilho pelas passagens consecutivas, e no Inverno a água acaba por canalizar mais fortemente por esse rego. Entretanto, no inverno o pessoal continua a passar e como o terreno está mais mole agrava o buraco. Multiplicas isto por anos e por milhares de passagens e não precisas de motas para nada. Em alguns dos sites que visitei haviam muitos conselhos para evitar criar regos que as chuvas iam agravar.
E não te esqueças dos milhares de trilhos novos que foram abertos pelas Btt nestas últimas décadas. Durante muito tempo vi o slogan a dizer para não se andar em trilhos, mas para criar os nosso próprios trilhos (dito de uma forma mais atractiva).
Na Apostiça, só para dar um exemplo aqui ao lado, nas áreas de piso mais duro os regos criados pelas bicicletas (sem dúvidas) no período húmido ficaram cheios de água e quando secaram demoraram meses a desaparecer. Quando tal aconteceu ficou em algumas áreas um pequeno declive que quando vieram de novo as chuvadas já criou uma pequena poça. E em alguns locais as poças ficaram maiores. Ora, a Apostiça quase não é frequentado e portanto o desgaste é muito limitado e não é um local que permita grandes exageros em termos de andamento. Mas como o solo é frágil por ser muito arenoso a acção torna-se evidente em pouco tempo. Em locais muito concorridos isso é pior e acontece o que vemos naquelas fotos.
Uma mota é muito destrutiva, mas temos que contar que no Btt estamos a falhar de milhares de adeptos. Cada passagem faz pouco estrago, mas tudo somado é outra conversa. E os estragos que as e-bikes podem fazer não tem a ver com os arranques. Tem a ver com quem antes tinha que usar uma bike de XC para conseguir chegar ao topo, e depois descia a 20km com a sua suspensão de 100 ou 120mm e com a travagem adequada à velocidade. E agora já consegue levar uma destas bikes todas artilhadas, atinge velocidades muito superiores em descida com a travagem correspondente.
Posso estar engano, aceito isso. Logo se verá.