Apenas um desabafo...
O que me invadia antes do início dos Caminhos...
Foram inúmeros os emails trocados durante meses e meses... a logística de 13 aventureiros a caminho de Santiago de Compostela!
O transporte, as dormidas, a alimentação tudo fez parte de um conjunto enorme de e-mails que nos tornou num grupo super organizado, só nos restava começar a aventura!
No mês que antecedeu a aventura, o grupo estava eufórico, já não dizíamos coisa com coisa tal era o nervoso miudinho! A boa disposição, o espírito de grupo estava presente a cada email que trocávamos.
Era então chegado o grande dia! Durante a viagem até ao Porto, começo a perguntar-me: estás consciente da maravilhosa aventura que tens pela frente? É então que as minhas perninhas tremem... Um misto de confiança e de nervoso estava a tomar conta de mim! Iria pedalar com um grupo que já se conhece algum tempo (eu fui a intrusa), a dificuldade física, o estar ou não preparada! E aí obtive a minha resposta: estás sim, mais que o físico o teu psicológico está preparado para atingires este objectivo!
Se muitos dos peregrinos encaram o Caminho como algo religioso, outros encaram-no como um meio a atingir fisicamente ou então apenas uns dias de reflexão sobre a sua vida em que se busca forças para enfrentar o dia-a-dia. E esta última foi sem dúvida o meu objectivo. Não sou religiosa, apenas decidi me aventurar pela mística que o Caminho transporta tornando o seu fim um acto de força e coragem!
Muitos foram os peregrinos que se cruzaram com o nosso grupo. Iam no seu silêncio, em busca de algo que os fez ter coragem para enfrentar a dureza do Caminho. As setinhas e as vieiras estiveram sempre presentes, não há como enganar! Siga a seta amarela!
Gostei imenso dos pormenores religiosos que fomos encontrando, devolvendo o espírito do caminho a todos aqueles que passam por ele. A beleza natural dos vários bosques por onde passamos também foi algo que me encantou! Fontes fresquinhas... Notei que muitos dos albergues tinham uma construção recente e com excelentes condições para os peregrinos. E até há quem deixe uma frutinha para os peregrinos, soube tão bem...
A crónica está em construção...