Passoa transcrever o texto que está no blog da Mula da Cooperativa que mais não é que o relato (por alto) do meu trajecto de eleição dos últimos tempos.... Trata-se de um percurso entre Castro Daire e Viseu, passando pela "Serra de Moledo".
Peço desculpa pelo facto do texto ter sido transcrito tal e qual como está no blog (mas ele é extenso)... As fotos do percurso podem ser vistas no blog (elas são muitas e carregá-las todas em dois locais dá muito trabalho)...
Em principio hoje ou amanhã vou finalmente actualizar o track do percurso e colocá-lo tanto no blog como no tracks... Abraços!
E passo a citar: :mrgreen:
Alguns dos nossos (poucos e de gosto duvidoso) leitores e visitantes já terão algures ouvido falar na travessia Castro Daire - Viseu... Esta foto reportagem (não muito exaustiva mas que dá uma boa ideia do que se trata), vem tentar explicar e mostrar o que é então este percurso...
Para começar, há que dizer que o percurso da travessia não é feito pelo trajecto mais natural, isto é, em linha recta... Em vez disso, o percurso toma um desvio para Este de modo a atravessar toda a Serra de Moledo (com picos em torno dos 900 metros). T
Esta opção, além de proporcionar paisagens bem mais bonitas, poupa as pernas do (desgraçado) ciclista ao vale da Ribeira de Cabrum, cuja inclinação é, digamos, penitenciosa. Isto, porém, pouco ou nenhum consolo dá, pois subir a Serra de Moledo (ou de S. Lourenço) e depois o troço final até ao Aerodromo de Viseu é castigo mais do que suficiente!
Esta opção faz também com que o percurso (que termina na Cava de Viriato) passe de uns previsiveis 35 km, para uns mais respeitáveis 50 km!
Como já foi dito, o percurso começa em Castro Daire, bem no meio do centro histórico. Recomendo, vivamente, que se faça o aquecimento antes da partida, pois passados alguns metros de descida a pique, surge logo a primeira dificuldade!
O percurso sai então da vila de Castro Daire através de uma antiga via romana, a qual, desce até à Ponte Pedrinha que atravessa o Rio Paiva. As vias romanas por natureza já são dificeis de fazer de bicicleta, no entanto esta é especialmente dificil devido ao facto de ser composta por lages de grandes dimensões (originais) e pedras de calibre bem menor que ali foram colocadas como remendos ao longo dos séculos. Pala além disso, devemos somar a este facto alguma terra e uma inclinação maluca e temos como resultado um dos troços mais perigosos desta travessia
Depois da descida de cerca de 500 metros, chegamos junto do Rio Paiva, de onde se tem uma vista fantástica sobre o rio e a Serra do Montemuro. Aqui começam as dificuldades, visto que depois de uma descida existe sempre uma subida (acção reacção), e o vale do Paiva está ali para ser vencido.
Assim, tem que se subir e atravessar S. Domingos (uma pequeninca aldeia junto ao rio) e apanhar novamente a tal via romana (já sem lages) que sobe o vale até Ribolhos, desta feita de forma mais suave, mas que serve para aquecer os musculos...
A seguir a Ribolhos vira-se para Levante, e damos inicio ao tal desvio da linha recta dque ligaria a vila de Castro Daire a Viseu.
Fazemos alguns metros em alcatrão e entra-se num caminho que atravessa uma zona de campos agrícolas e que vai dar a Grijó (a minha aldeia natal)... Aqui sobe-se mais um bom bocado, mas aceitável, para depois vir a segunda parte muito engraçada do percurso. Uma descida em caminho agrícola mal parido, de curva e contra curva a pedir uns bons malhos no chão.
Mais uns metros e voltamos a subir para Vila Boa e depois para a Vila de Mões.
Esta ligação é feita em alcatrão visto a alternativa em terra ser extremamente inclinada, além do terreno ser muito solto. De qualquer das formas, são apenas algumas centenas de metros.
Chega-se a Mões e é aqui que se tem acesso a água potável (numa fonte) pela última vez no percurso, sem recorrer a desvios.
Também é no final desta pequena vila que as dificuldades a sério surgem co a subida da Serra de Moledo.
O primeiro troço desta subida além de muito inclinado, tem alguma sombra e muito mato a dificultar a progressão, no entanto, não é muito extenso, terminando numa zona de "planalto" muito rápida (a rolar) e com alguns afloramentos graniticos a servirem de rampa para uns saltinhos!
No entanto, é ao chegar a esta zona, que se vê ainda o que nos espera pela frente. O Alto de S. Lourenço está ali mesmo em frente e embora possa parecer fácil, a verdade é que no final de apenas cerca de 18 km já se fizeram quase todas as subidas dignas desse nome, o que vai deixar marca nos últimos km.
Também é nesta zona que as paisagens começam a ganhar uma maior imponência, sendo claramente visiveis as serras do Montemuro (a norte), Estrela (a Sul) e da Freita (a Oeste)... Começamos a ficar mais pequenos!
Chegando ao Alto de S. Lourenço temos mais um período de algum descanço merecido, com mais uma zona rolante, muito bonita e que vai levar-nos à aldeia de Casais do Monte... Aqui, e após alguns metros no alcatrão chegamos a um cruzamento... Pela direita iriamos para Calde, pela esquerda para Cota, mas em vez disso seguiremos em frente.... Por um corta fogo, cuja inclinação épica obriga qualquer um a alçaro rabinho do selim (pago uma grade a quem suibir aquilo à minha frente)...
Depois desse corta fogo, mais uma zona de planalto, muito rolante com uma descida extremamente rapida em linha recta onde se chega facilmente aos 50 km/h sem pedalar. E Assim chegamos a uma zona onde existe uma torre de vigia e que marca o meio da travessia...
A partir daí, e depois de comer o farnel, é a "pu** da loucura"... São sete km sempre a descer, por entre rochedos em xisto, com uma paisagem fantástica para qualquer lado para onde se olhe... Fantástico. E faz valer bem a força dispendida nas constantes subidas até então...
Muito xisto (como eu disse) que como sabemos não é amigo dos pneus, pelo que se aconselha levar pelo menos uma câmara e os pneus com slime (ou outra mistela qualquer do género)... Já perto do final da dita descida, surge o ponto mais perigoso de toda a travessia...
Mais uma vez um caminho que mais parece (e deve ser) um corta fogo, em linha recta e grande inclinação... Mais uma vez sem pedalar chega-se facilmente a 50 km\h.
A meio da descida a primeira armadilha para quem vai lançado (o que é facil)... O corta fogo é atravessado por um outro caminho florestal o que cria uma rampa que facilmente nos faz voar/saltar mais de 3 metros! Para quem não vai preparado (como eu não ia) é facil aterrar com a roda da frente (o que não é desejável) e apanhar um enorme susto... Para quem vai preparado e sabe saltar, tem ali um dos momentos altos de todo o percurso...
No final desta descida surge a segunda e mais perigosa armadilha... Curva à direita, a qual desce muito entre pedras com 10 a 20 cm de calibre e que facilmente nos atiram para o chão!
Aqui o melhor é mesmo alçar o rabo e descer à mão de modo a não acabar a voltinha mais cedo!
em baixo surge-nos a barragem de Várzea da Serra... Mais um local muito bonito e onde existe um percurso pedestre.
Bem, e após mais umas descidas, mais uns troços rolantes entre a floresta, eis que chegamos ao antigo troço de rali, o qual marca o inicio da subida para o aerodromo de Viseu... A qual é a
ultima e grande dificuldade do dia, tendo em conta os quase 40 km que se levam nesta altura.
A inclinação da subida não é dramática, no entanto a extensão pesa muito sobre as pernas, sendo que a chegada ao aerodromo, bem lá acima, é como ganhar a lotaria tal o nível de cansaso na altura.
A chegada ao aerodromo, além de marcar o final das dificuldades, dá inicio a mais uma espectacular descida por um trilhofantástico e que vai dersembocar perto do IP5, altura em que se regressa pela última vez ao alcatrão, o qual nos vai guiar até à Cava de Viriato e assim terminar a ligação....
Em resumo, estamos perante um percurso bastante variado, de dificuldade (para mim) elevada, extremamente divertido e que deve ser feito com tempo... O ideal será sempre sair de manhã de modo aalmoçar ou lanchar em Viseu.
Para quem estiver interessado em realizar o percurso, as mulas qualquer diz vão tentar organizar o mesmo... Se o quiserem fazer a solo, ficam desde já a saber que a Empresa Guedes que faz as "carreiras" de autocarros entre Castro Daire e Viseu transporta as biclas no porão de carga.... isto desde que caibam!!!
Peço desculpa pelo facto do texto ter sido transcrito tal e qual como está no blog (mas ele é extenso)... As fotos do percurso podem ser vistas no blog (elas são muitas e carregá-las todas em dois locais dá muito trabalho)...
Em principio hoje ou amanhã vou finalmente actualizar o track do percurso e colocá-lo tanto no blog como no tracks... Abraços!
E passo a citar: :mrgreen:
Alguns dos nossos (poucos e de gosto duvidoso) leitores e visitantes já terão algures ouvido falar na travessia Castro Daire - Viseu... Esta foto reportagem (não muito exaustiva mas que dá uma boa ideia do que se trata), vem tentar explicar e mostrar o que é então este percurso...
Para começar, há que dizer que o percurso da travessia não é feito pelo trajecto mais natural, isto é, em linha recta... Em vez disso, o percurso toma um desvio para Este de modo a atravessar toda a Serra de Moledo (com picos em torno dos 900 metros). T
Esta opção, além de proporcionar paisagens bem mais bonitas, poupa as pernas do (desgraçado) ciclista ao vale da Ribeira de Cabrum, cuja inclinação é, digamos, penitenciosa. Isto, porém, pouco ou nenhum consolo dá, pois subir a Serra de Moledo (ou de S. Lourenço) e depois o troço final até ao Aerodromo de Viseu é castigo mais do que suficiente!
Esta opção faz também com que o percurso (que termina na Cava de Viriato) passe de uns previsiveis 35 km, para uns mais respeitáveis 50 km!
Como já foi dito, o percurso começa em Castro Daire, bem no meio do centro histórico. Recomendo, vivamente, que se faça o aquecimento antes da partida, pois passados alguns metros de descida a pique, surge logo a primeira dificuldade!
O percurso sai então da vila de Castro Daire através de uma antiga via romana, a qual, desce até à Ponte Pedrinha que atravessa o Rio Paiva. As vias romanas por natureza já são dificeis de fazer de bicicleta, no entanto esta é especialmente dificil devido ao facto de ser composta por lages de grandes dimensões (originais) e pedras de calibre bem menor que ali foram colocadas como remendos ao longo dos séculos. Pala além disso, devemos somar a este facto alguma terra e uma inclinação maluca e temos como resultado um dos troços mais perigosos desta travessia
Depois da descida de cerca de 500 metros, chegamos junto do Rio Paiva, de onde se tem uma vista fantástica sobre o rio e a Serra do Montemuro. Aqui começam as dificuldades, visto que depois de uma descida existe sempre uma subida (acção reacção), e o vale do Paiva está ali para ser vencido.
Assim, tem que se subir e atravessar S. Domingos (uma pequeninca aldeia junto ao rio) e apanhar novamente a tal via romana (já sem lages) que sobe o vale até Ribolhos, desta feita de forma mais suave, mas que serve para aquecer os musculos...
A seguir a Ribolhos vira-se para Levante, e damos inicio ao tal desvio da linha recta dque ligaria a vila de Castro Daire a Viseu.
Fazemos alguns metros em alcatrão e entra-se num caminho que atravessa uma zona de campos agrícolas e que vai dar a Grijó (a minha aldeia natal)... Aqui sobe-se mais um bom bocado, mas aceitável, para depois vir a segunda parte muito engraçada do percurso. Uma descida em caminho agrícola mal parido, de curva e contra curva a pedir uns bons malhos no chão.
Mais uns metros e voltamos a subir para Vila Boa e depois para a Vila de Mões.
Esta ligação é feita em alcatrão visto a alternativa em terra ser extremamente inclinada, além do terreno ser muito solto. De qualquer das formas, são apenas algumas centenas de metros.
Chega-se a Mões e é aqui que se tem acesso a água potável (numa fonte) pela última vez no percurso, sem recorrer a desvios.
Também é no final desta pequena vila que as dificuldades a sério surgem co a subida da Serra de Moledo.
O primeiro troço desta subida além de muito inclinado, tem alguma sombra e muito mato a dificultar a progressão, no entanto, não é muito extenso, terminando numa zona de "planalto" muito rápida (a rolar) e com alguns afloramentos graniticos a servirem de rampa para uns saltinhos!
No entanto, é ao chegar a esta zona, que se vê ainda o que nos espera pela frente. O Alto de S. Lourenço está ali mesmo em frente e embora possa parecer fácil, a verdade é que no final de apenas cerca de 18 km já se fizeram quase todas as subidas dignas desse nome, o que vai deixar marca nos últimos km.
Também é nesta zona que as paisagens começam a ganhar uma maior imponência, sendo claramente visiveis as serras do Montemuro (a norte), Estrela (a Sul) e da Freita (a Oeste)... Começamos a ficar mais pequenos!
Chegando ao Alto de S. Lourenço temos mais um período de algum descanço merecido, com mais uma zona rolante, muito bonita e que vai levar-nos à aldeia de Casais do Monte... Aqui, e após alguns metros no alcatrão chegamos a um cruzamento... Pela direita iriamos para Calde, pela esquerda para Cota, mas em vez disso seguiremos em frente.... Por um corta fogo, cuja inclinação épica obriga qualquer um a alçaro rabinho do selim (pago uma grade a quem suibir aquilo à minha frente)...
Depois desse corta fogo, mais uma zona de planalto, muito rolante com uma descida extremamente rapida em linha recta onde se chega facilmente aos 50 km/h sem pedalar. E Assim chegamos a uma zona onde existe uma torre de vigia e que marca o meio da travessia...
A partir daí, e depois de comer o farnel, é a "pu** da loucura"... São sete km sempre a descer, por entre rochedos em xisto, com uma paisagem fantástica para qualquer lado para onde se olhe... Fantástico. E faz valer bem a força dispendida nas constantes subidas até então...
Muito xisto (como eu disse) que como sabemos não é amigo dos pneus, pelo que se aconselha levar pelo menos uma câmara e os pneus com slime (ou outra mistela qualquer do género)... Já perto do final da dita descida, surge o ponto mais perigoso de toda a travessia...
Mais uma vez um caminho que mais parece (e deve ser) um corta fogo, em linha recta e grande inclinação... Mais uma vez sem pedalar chega-se facilmente a 50 km\h.
A meio da descida a primeira armadilha para quem vai lançado (o que é facil)... O corta fogo é atravessado por um outro caminho florestal o que cria uma rampa que facilmente nos faz voar/saltar mais de 3 metros! Para quem não vai preparado (como eu não ia) é facil aterrar com a roda da frente (o que não é desejável) e apanhar um enorme susto... Para quem vai preparado e sabe saltar, tem ali um dos momentos altos de todo o percurso...
No final desta descida surge a segunda e mais perigosa armadilha... Curva à direita, a qual desce muito entre pedras com 10 a 20 cm de calibre e que facilmente nos atiram para o chão!
Aqui o melhor é mesmo alçar o rabo e descer à mão de modo a não acabar a voltinha mais cedo!
em baixo surge-nos a barragem de Várzea da Serra... Mais um local muito bonito e onde existe um percurso pedestre.
Bem, e após mais umas descidas, mais uns troços rolantes entre a floresta, eis que chegamos ao antigo troço de rali, o qual marca o inicio da subida para o aerodromo de Viseu... A qual é a
ultima e grande dificuldade do dia, tendo em conta os quase 40 km que se levam nesta altura.
A inclinação da subida não é dramática, no entanto a extensão pesa muito sobre as pernas, sendo que a chegada ao aerodromo, bem lá acima, é como ganhar a lotaria tal o nível de cansaso na altura.
A chegada ao aerodromo, além de marcar o final das dificuldades, dá inicio a mais uma espectacular descida por um trilhofantástico e que vai dersembocar perto do IP5, altura em que se regressa pela última vez ao alcatrão, o qual nos vai guiar até à Cava de Viriato e assim terminar a ligação....
Em resumo, estamos perante um percurso bastante variado, de dificuldade (para mim) elevada, extremamente divertido e que deve ser feito com tempo... O ideal será sempre sair de manhã de modo aalmoçar ou lanchar em Viseu.
Para quem estiver interessado em realizar o percurso, as mulas qualquer diz vão tentar organizar o mesmo... Se o quiserem fazer a solo, ficam desde já a saber que a Empresa Guedes que faz as "carreiras" de autocarros entre Castro Daire e Viseu transporta as biclas no porão de carga.... isto desde que caibam!!!