Em vinte anos de btt já vi de tudo e pelo caminho foi adquirindo uma bonita colecção de bicicletas desde a velhinha Peugeot rígida em cromoly (agora transformada em singlespeed) até á montra tecnológica da génius ltd em carbono.
Quadros em cromoly, alumínio, carbono, rígidas,hardtail, fulls, BMX, pasteleiras ....Trek, Scott, Specialized, BH ... são o recheio da garagem (não tenho automóvel). Todas as minhas meninas têm comportamentos diferentes umas das outras e retiro também um prazer diferente na condução em trilho delas. A titulo de exemplo a Peugeot em cromoly RIGIDA e singlespeed é brutal nos trilhos mais sinuosos e técnicos, a facilidade na entrada e saida das curvas o poder de arranque a rigidez do conjunto é insuperável, mas..... está limitada a pequenas voltas, a trilhos "lentos", com subidas curtas e não muito agressivo. Com a Spz Enduro com 160 de curso, tudo o que seja a descer, com muito drop, rápido e agressivo é dia de festa, mas....pesa que se farta é terrivel a subir tem algum bonbing que a torna lenta e "desconfortável" em estradão. A genius é a mais polivalente permite atacar trilhos técnicos e sinuosos com a mesma facilidade com que sobe ( o twinlock faz milagres) macia, confortável, extremamente honesta nas descidas, permite erros de condução que nenhuma outra permite, levezinha, ideal para maratonas, mas..... lenta, não é uma hardtail pura nem tem a geometria ideal para descidas com muitos drops.
Podia estar aqui a enumerar as diferentes qualidades e defeitos dos diferentes tipos de quadros, materiais, geometrias, guiadores, selims, etc ,etc que a conclusão seria sempre a mesma, dependendo do tipo de condução dos trilhos do terreno da distancia assim seria a bike a conduzir. Não há bicicletas perfeitas, pode-se gostar mais de uma ou de outra mas perfeita é coisa que não existe.
Tive o privilégio de testar uma Cannondale roda 29 durante um mês perto de 900 Km e encontrei defeitos e virtudes e na minha opinião a roda 26 terá um futuro mais promissor que a 29. O facto de ser mais confortável, superar melhor os as irregularidades ter mais tracção ser mais estável em alta velocidade, não esconde os seus defeitos. Se se tiver menos de 1.70m esqueçam, não há milagres, por mais que o vendedor diga que a geometria é igual ao de uma 26 ...TANGA, para manter a distancia entre eixos aceitável, diminuem a distancia do top tube e aumentam o ângulo da testa (direcção) , baixam a testa do quadro e o eixo pedaleiro, é a eterna questão do cobertor, para tapares a cabeça destapas os pés . O que se ganha em estabilidade pelo tamanho da roda perde-se depois com o ângulo de direcção tornando esta "esquesita"demasiado directa, e esta coisa de diminuir curso de suspensão para baixar a testa , no btt é completamente ilógico ou testas curtíssimas como se vê nalguns quadros que só trazem problemas de rigidez, ou a colocação de guiadores invertidos ???????WTF. Ao baixar o eixo pedaleiro para valores próximo dos de quadro de roda 26 dizem que baixam o centro de gravidade.... QUE TANGA , o ponto de rotação das rodas está pelo menos a 1.5 pol acima do quadro 26 (longe do chão)é como guiar um kart com rodas de um golf e dizer que é a mesma coisa. Em 1999 comprei uma Trek 8900 hardtail para a minha mulher que tem exactamente a mesma geometria da Trek 9.9 de 2011 NÃO HÁ NADA PARA INVENTAR a evolução tem sido nos materiais e nos periféricos .
Fiz o teste drive em trilhos que normalmente utilizo no Monsanto em Sintra e Loures e num passeio perto de Gouveia e a tive a sensação que a bina ficava curta, tenho 1.80m e mesmo assim acho que a roda é grande de mais para mim. Com equipamento de primeira linha a Cannondale Scapel é um mimo a 29 absorve melhor as irregularidades têm uma melhor tracção dá, imensa confiança em trilho muito rápido e em descidas que não tenham curvas muito apertadas , mas, não sobe melhor pelo menos em subidas curtas, tem pouco “disparo”, em trilho sinuoso é exasperantemente molengona, nas curvas em esse têm de se puxar pela frente ela recusasse a deitar . Não é maquina para mim.