A minha nova bike com caixa de velocidades Pinion

papalagui

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Olá a todos,

Tenho máquina nova de 29er e com uma particularidade um tanto exclusiva pelo momento, tem caixa de velocidades Pinion. Como certamente não devem haver muitas bikes com este tipo de transmissão (www.pinion.eu), abro este post para compartir a minha experiência com a mesma. O quadro foi feito à medida em titânio, no quero fazer referencia à marca que o fez para que não exista problemas ou queixas por publicidade.

A bike está montada com um quadro em titânio feito à medida, preparado para levar alforjas traseiras, cableado eléctrico interno para luz traseira. A forqueta também é em titânio e também está preparada para alforjas, cableado eléctrico interno para cubo tipo dínamo e suporte para montagem da luz dianteira. As rodas estão montadas com cubos Pinion fabricados pelos alemães Across, sendo o traseiro tipo singlesspeed. As jantes são Velocity Burn de 29er e os raios DT Swiss. O espigão e o guiador são também em titânio. Os travões Avid BB7 mecânicos. A caixa de direcção é uma Crhis King.



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Como disse ao inicio, só vou exclusivamente falar sobre a caixa de velocidades e sobre o seu funcionamento. Acerca do quadro, não perguntem porque não vou responder nada ao seu respeito.

Primeira saída - 25 km

Depois de efectuar os retoques habituais antes da primeira saída com uma bike nova, por fim dou as primeiras pedaladas com a caixa de velocidades. Esta tem 18 relações, separadas 11% entre elas.
A selecção das velocidades faz-se através de um manipulador rotativo tipo gripshift. A primeira impressão que tenho deste sistema é a suavidade com que selecciono as velocidades, tanto se subo como se baixo de velocidade. Cada uma das velocidades é engrenada soltando apenas um ligeiro clic como ruído. Ao dar aos pedais, outra surpresa, ausência igualmente de ruído. Selecciono a relação mais indicada para os primeiros metros da pista de terra plana por donde circulo. Ao chegar à velocidade nº7, noto que tenho que aumentar o esforço no manipulador e, uma vez engrenada essa relação, ouve-se um cli, clic ao dar aos pedais. Por momentos penso que algo está mal, mas rapidamente recordo que no manual do fabricante faz-se referencia a que tanto a 7º como a 13º velocidade produzem ruído. Depois de umas quantas pedaladas nesta velocidade, fico com a impressão que este ruído é tolerável (que não é o mesmo que aceitável). Vou trocando de velocidades em função das caracteristicas da pista donde circulo e sinto como o sistema de transmissão é totalmente transparente para mim, nada de ruídos estranhos, a corrente não choca com a escora nos buracos, tudo funciona perfeito. Chego à primeira subida e outra surpresa. Ao apertar os pedais, sinto como a zona da caixa da pedaleira é extremamente rígida, comparada com a minha anterior bike. Não se nota a típica sensação de deformação desta zona ao dar com força nos pedais. Baixo uma velocidade e encontro a primeira limitação da caixa de velocidades. Para passar de uma velocidade mais longa a uma mais curta, tenho que aliviar ligeiramente a força que exerço nos pedais. É uma questão de milisegundos, donde devo sincronizar essa diminuição de força com a actuação sobre o manipulador, como se de uma embraiagem de uma moto se tratasse, mas que ao inicio resulta raro. Realizada esta operação umas quantas vezes mais e já parece como algo habitual. Em realidades, quando uso um sistema, digamos tradicional, também costumo aliviar um pouco a pressão sobre os pedais (vícios de quando os sistemas eram bastante rudimentares e funcionavam daquela maneira que todos sabemos), mas neste caso, esse compasso de espera é um pouco maior. Para subir de velocidade não é necessário realizar esse ponto de embraiagem e entram todas as velocidades com uma facilidade e precisão digna de uma caixa de velocidades de uma moto de competição (que não necessita embraiagem). Depois da primeira subida, também chego à conclusão que a caixa não gera nenhum tipo de resistência interna (drag) ou pelo menos não consigo apreciar esse efeito. Fui utilizados durante uns 5000km de um cubo traseiro Rohloff e, além do ruído que faz nas primeiras 7 velocidades (tem 14 velocidades), nas primeiras 3 relações nota-se claramente que tem resistência (drag). Nas descidas, com relações mais longas, também não noto esse efeito, mas sinceramente, não quis apertar muito a máquina porque era a sua primeira saída.

Com o centro de gravidade colocado donde deve ser, no ponto mais baixo e centrado da bike (pedaleira), dinâmicamente falando, nota-se como a parte traseira da bici é mais leve do habitual e sente-se como salta ao chocar com pedras e raízes. Também se nota como entra nas curvas com bastante facilidade, independentemente de não ter suspensão à frente.

Por agora é tudo o que tenho a dizer sobre este novo sistema. Pouco a pouco, segundo tenha mais km's realizados, vou colocando mais informação no post. Se têm duvidas ou querem mais informação sobre a caixa, por favor, não tenham problemas em perguntar.
 

rjferraz

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Boas papalagui,

Parabéns amigo, a bike está com muita pinta! Gosto muito destes quadros minimalistas em titânio...um dia meto-me numa cena dessas...mesmo pra curtir, ir ao café!
 

cayto

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Parabéns pela máquina! Prima pela exclusividade com uma construção que parece muito boa...

É usufruir da máquina agora ;)
 

papalagui

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Obrigado.

Ja fiz umas quantas saidas mais com a bike. Nos próximops dias coloco mais informaçao. Pelo momento, vai tudo sobre rodas e a qualidade da caixa de velocidades continua inalterada.
 

essence_s

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Ora ai está um sistema do qual nunca tinha ouvido falar, é bom a malta procurar coisas novas e falar sobre elas para todos aprendermos!
Digo mais, essa bike::clap:
 

papalagui

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Olá a todos,

Ja tenho 500km feitos com a máquina e zero problemas!!! Vai como no primeiro dia ou melhor. Muitos me têm perguntado se noto o arraste das engrenagens. Depois de varios km's, começo a notar que nas velocidades superiores, 10º até 18º, quando se faz muita força nos pedais, sim que se nota algo, como se a pedaleira transmitisse a vibraçao natural produzida pelos dentes das engrenagens a tocarem uns com os outros. É importante saber que as engrenagens têm dentes recto e nao helicoidais, portanto é normal sentir isso. Se fossem helicoidais isso nao se notaria (tanto), mas os dentes rectos têm maior eficiencia frente aos helicoidais assim que pode-se perfeitamente viver com essa ligeira vibraçao antes que perder rendimento. O cubo Rohloff tem o mesmo sistema de engrenagens, mas ao estar na roda traseira e portanto isolado da pedaleira pela corrente, nao se nota esse efeito como na Pinion.

De resto, pouco posso contar. Continuo sem sentir falta de uma suspensao à frente. Substitui os travoes por uns AVID Elixir 7 Trail de 2014 e agora tenho mais potencia e sensibilidade ao travar. Dentro de uns meses faço uma viagem de 250km com a maquina. A ver como se porta com as alforjas.

Cumprimentos,
 

matz

Member
Está realmente com muita pinta, é bem bonita... e diferente! As fotos são dignas de catálogo!

Só não conhecia esse tipo de transmissão, e ao início é até bastante confuso, mas se o feedback é bom, nada como sair do "normal" de vez em quando. ;)

Parabéns pela máquina.
 
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