Via Algarviana (continuação)
Dia 29/05/2010 - Hoje tinhamos de chegar a Bensafrim para pernoitarmos em Lagos. Em Lagos tinhamos dormida á borla por isso justificava-se um esforço extra. Conseguimos partir de São Bartolomeu de Messines ás 8.30h. Teriamos que ir até Silves depois subir á Picota, descer a Monchique, subir á Foia e descer até Lagos, fácil.... O Pecurso de Messines até Silves foi em parte feito junto a uma Barragem, muito agradável.
Chegámos a Silves relativamente cedo. Visita rápida ao exterior do castelo e partida para a Serra de Monchique. Logo á saida de Silves umas belas rampas com inclinações malucas seguidas do nosso já familiar sobe e desce. Neste dia estava mais calor e o piso era uma mistura de saibro com seixos redondos que eu detesto e é do mais desgastante que conheço. Ficámos praticamente sem água, até que numa descida, uma casa com uma senhora muito simpática nos forneceu água. Foi um regalo. Ainda não tinhamos sequer chegado ao sopé da serra de Monchique e já estávamos todos rotos.
Almoçámos sandes e barritas debaixo de uma ponte e arrancámos para a segunda parte do dia. Deu-se então inicio á subida á Picota primeiro por caminho de terra e depois por asfalto. A inclinação da subida por asfalto era enorme, hoje como nos dias anteriores a avozinha foi o prato mais usado, e eu que pensava que não servia para nada
. A subida deve ter sido feita a uma velocidade média próxima do 5km/h e pouco tempo depois já andávamos novamente á procura de água que escasseava. Foi na casa Karuma que tocámos á porta e nos deram água de uma bica. Quase tomámos banho, estava muito calor. Saimos do asfalto entrámos novamente em terra e pouco tempo depois estávamos na Picota. Atinjir o cume foi trabalho de alpinismo, assim com descer do mesmo. O percurso até Monchique foi uma sucessão de singles técnicos por bosques muito agradáveis que foram espectaculares.
O lanche foi em Monchique, mais sandes e alguma fruta. Arrancámos prontamente e subimos até perto da Foia por uns caminhos muito agradáveis novamente no meio de bonitos bosques. Á medida que iamos subindo o tempo ia acinzentando-se e lá em cima estava um vento frio, nuvems e uma humidade muito desagradável. Tivemos a sensação que o pior estava feito e que daqui para a frente seria a descer. Primeiro problema o inicio da descida foi feito com a bicicletas á mão por um caminho com tanto mato que não se via onde punhamos os pés. Depois seguimos por estradões que teimavam em manter-se á mesma cota, quase não desciamos. Vimos rebanhos de cabras, de ovelhas e de vacas que juntamente com o tempo que se fazia sentir dava a ideia de estarmos no Minho. Finalmente a descida. Primeiro por umas eólicas depois Marmelete e continuámos sempre a perder altitude. Acompanhámos depois a ribeira de Bensafrim e acabámos em Lagos já eram 20horas.
Tinhamos pedalado 8 horas, feito 117km e subido 2900m. Estávamos esgotados mas tinhamos conseguido. Depois do banho o jantar e uma bejeca no Mullens.
Dia 30/05/2010 de Lagos ao Cabo de São Vicente e volta.
Este dia foi o mais fácil. O percurso até ao cabo de São Vicente é muito agradável e tivemos a sorte de apanhar o vento a ajudar. No entanto, principalmente neste dia, ficámos com a sensação que davamos muitas voltas por campos perto de Vila do Bispo meramente a fazer quilómetros com pouco interesse paisagistico ou cultural. Nós queriamos despachar a coisa e chegar ao Cabo de São Vicente e andávamos por ali ás voltinhas. Finalmente Vila do Bispo comemos uma fatia de bolo num café e partimos. Ah, esquecia-me de referir, hoje não levávamos as mochilas tinham ficado em Lagos, que leveza.
Foi um tiro até ao Cabo de São Vicente, tirámos umas fotos e fomos almoçar a Sagres. Tinhamos acabado a Via Algarviana.
Depois de almoço parece que o nosso organismo entrou em modo de poupança. O dia até nem tinha sido cansativo, estávamos leves mas com uma sensação de cansaço que nos levou a fazer o restante percurso pela estrada. As pernas estavam sem força e o vento que nos tinha ajudado a chegar a Sagres agora dificultáva muito o regresso a Lagos. Acabámos por volta das 16 horas ainda demos um mergulho na praia. No dia seguinte seria o regresso a casa.
Foram mais 96km feitos em 5 horas com um acumulado de 1076m.
Resumo : A Via Algarviana é um percuso muito duro é tambem muito bonito. Dá a conhecer um Algarve interior desertificado e envelhecido.
Fazem falta locais para pernoitar e para comer. Acho que os habitantes do interior algarvio haviam de se preocupar em dar a conhecer os produtos e a gastronomia das sua região. Penso que a Sra. Otilia faz esse papel na perfeição na zona de Casas baixas mas fazem falta mais umas quantas donas Otilias no resto do percurso que serviriam como guardiões da Via Argarviana. A Almargem poderia dar o seu contacto e assim os interessados teriam a possibilidade de coordenar com essas pessoas dormidas e alimentação. Fica a ideia.
Boas pedaladas
Nuno Gonçalves