[Crónica] Umas férias a solo no Gerês

É

é já ali

Guest
INTRODUÇÃO:

Este ano tive direito a uma semana de férias só para mim. Inicialmente inscrevi-me numa travessia que ameaçava não se realizar por falta de inscritos. Assim, optei por adiantar a referida semana de férias para 13/07/2009 e fazer uma brincadeira a solo no Gerês.
Como não estou em grande forma, vai para dois anos (desde que a minha filha nasceu) que não faço uma maratona e nunca pedalei a sério durante mais de dois dias seguidos tomei as seguintes considerações enquanto delineava os trajectos:

- a quilometragem seria no máximo de 50 kms/dia;
- o desnível acumulado não deveria nunca ser superior a 1500 mts;
- para minorar o desnível acumulado optaria por começar a pedalar em zonas de elevada altitude.
- apenas iria fazer trilhos em zonas totalmente desconhecidas.

Assim, surgiram com naturalidade as zonas de Castro Laboreiro e Montalegre onde nunca tinha pedalado.
Juntei uma quinzena de tracks (como a minha gaveta de tracks já conta com mais de 250 acabo por desconhecer a origem de muitos deles), eliminei alguns traços, criei mais alguns no Google Earth e cheguei ao resultado final que passo a descrever.


Dia 1: Castro Laboreiro – Entrimo - Castro Laboreiro

O dia começou nas calmas, saída de Famalicão ás 8.00 e arranque de Castro Laboreiro a 950 m de altitude ás 10.00.
A primeira fase do trajecto prometia uma descida longa até Entrimo (a 500 m de altitude), no entanto os primeiro 7 kms até á fronteira eram em asfalto. Felizmente, e já em Espanha, o asfalto deu lugar a um caminho estreito que foi piorando progressivamente o piso. Era uma espécie de caminho rural muito estreito com alguns troços empedrados que chegavam a ser trialeiras.
Toda esta descida tinha um enquadramento paisagístico fabuloso. Tratava-se de um vale profundamente cavado com escarpas graníticas. Em frente tinha como pano de fundo a serra do Gerês desde as antenas da serra Amarela até aos picos junto a Pitões.

dia1laboreiro003.jpg


dia1laboreiro004.jpg


dia1laboreiro008.jpg


dia1laboreiro010.jpg


dia1laboreiro012.jpg


dia1laboreiro014.jpg


semnome2.gif


A passagem por Entrimo fez-se novamente em asfalto até que depois de uma zona arborizada muito bonita (onde tive um encontro imediato com um pequeno corso) começou a longa subida do dia que me levaria dos 500 m até ao ponto mais alto da jornada - o marco geodésico nº 34 a 1334 m. Foram uns bons 17 kms compostos por uma sucessão infindável de rampas íngremes em piso escorregadio intercalados por curtas zonas rolantes (que serviam para aliviar as pernas) que proporcionavam um misto de dor e prazer na dose certa. A paisagem de altitude continuava soberba.

dia1laboreiro018.jpg


dia1laboreiro021.jpg


dia1laboreiro027.jpg


dia1laboreiro030.jpg



Os últimos Kms da subida seguiam uma cumeada que acompanhava a linha de fronteira até que após os 1334 m, em pleno planalto de castro Laboreiro, optei por virar á esquerda atravessando pelo meio todo o planalto até o ponto de partida. Era possível continuar mais uns kms pela cumeada de fronteira e virar mais tarde mas decidi manter-me fiel ao plano inicial de não ultrapassar os 50 kms. Rapidamente me congratulei com a decisão. O trilho escolhido era um quase sigle-track com muita pedra que serpenteava a uma cota constante de 1250 m todo o lindíssimo planalto de Laboreiro. Para mim foi a zona mais bonita do dia.
A aproximação a Castro Laboreiro voltou a ser feita em asfalto.

dia1laboreiro031.jpg


dia1laboreiro032.jpg


dia1laboreiro033.jpg


dia1laboreiro034.jpg


dia1laboreiro037.jpg


dia1laboreiro038.jpg



Na preparação para esta semana tinha lido muito sobre a necessidade de uma boa alimentação. Vários autores consideravam crucial fazer um jantar à base de carbohidratos (massa) e uma uma boa base de proteínas (carne magra tipo frango). Eram ainda aconselhados um sem número de complementos tipo Wey, Glutamina, Creatina, Carnitina e o não sei o que mais acabado em ina. Vai dai, cheguei ao restaurante e pedi uma de cabrito assado no forno .Não sei se correspondia aos parâmetros desejáveis, mas, lá que parecia calórico parecia.

Dados do GPS:
Uns saudáveis 49 Kms com 1280 m de desnível acumulado feitos em 6 horas (5 a pedalar).


Dia 2: Castro Laboreiro – Peneda - Castro Laboreiro

O dia começou ainda mais nas calmas do que ontem, arranque de Castro Laboreiro ás 9.45 depois de uma noite bem dormida e um pequeno almoço principesco .
Como estava com medo da reacção das pernas a vários dias seguidos de esforço tinha planeado para hoje um percurso mais soft recorrendo a alguns kms de asfalto. O objectivo era explorar a serra da Peneda até Bouça dos Homens e depois logo se via.
Depois da ligação de asfalto até Lamas de Mouro tinha á disposição uma dezena trilhos gravados no gps. Optei por evitar os trilhos que subiam a eito o parque eólico e fui contornando a serra pela vertente oeste. Era um percurso misto que variava entre single tracks e estradões de acesso ás torres eólicas. A paisagens mantinha-se espectacular e penso que nunca ultrapassei os 1100 mts. No entanto, nos pontos mais altos, soprava um vento forte muito frio e desagradável. Rapidamente cheguei à Branda da Aveleda (apartir daqui já conhecia bens os trilhos que levam à nascente do rio Vez, Mezio, Cabreiro, etc).

dia2laboreiro002.jpg


dia2laboreiro004.jpg


dia2laboreiro005.jpg


dia2laboreiro008.jpg


dia2laboreiro009.jpg


dia2laboreiro011.jpg


Aqui tinha várias hipóteses. Podia voltar para trás pelo topo do parque eólico ou mais abaixo pela estrada de asfalto ou ainda tentar uma ligação um pouco maluca à senhora da Peneda por um trilho que à vários anos tinha debaixo de olho. Como ainda era cedo, as pernas estavam a portar-se bem, no topo do parque eólico soprava um vento muito frio e não me apetecia engatar já no asfalto tentei a ligação ao santuário da Senhora da Peneda.
Bom, visto no Google parecia um caminho razoavelmente bem marcado mas, na realidade, acabou por ser um single track trialeiro ao jeito de calçada romana. Um dos mais espectaculares que fiz até hoje. Partindo dos 980 mts e, pós um gancho inicial muito íngreme e em mau estado onde tive de desmontar, o percurso até que era todo ciclável. Rapidamente atingia a cota dos 1100 mts onde atravessava a montanha para o lado nascente entre dois grandes maciços rochosos. O enquadramento paisagístico era fora de série e o trilho tornava-se um misto de pedra e terra. Curiosamente era a zona mais perigosa pois nas transições entre a terra e a pedra por vezes surgiam sucalcos mais profundos. Por precaução desmontei 3 ou 4 vezes para evitar passagens mais perigosas. Finalmente a descida final. E que descida. Imaginem uma parede de 230 mts (dos 980 aos 750 do santuário) numa muito íngreme calçada romana. Um verdadeiro massacre para os braços e mãos mas em compensação um deleite para o espírito. Por precaução fui fazendo pequenas pausas para aliviar as mãos, tendo conseguido descer tudo montado.

dia2laboreiro013.jpg


dia2laboreiro014.jpg


dia2laboreiro018.jpg


dia2laboreiro019.jpg


dia2laboreiro020.jpg


O trilho desembocava no parque de estacionamento mais a norte do santuário e, dai, voltei directo a Castro Laboreiro onde cheguei ainda não eram 3 da tarde. Meti a bicla no carro e arranquei para Montalegre onde esperava fazer mais dois percursos.
Ao jantar continuei com a dieta muito cuidada – bacalhau com migas de pão centeio barrosão.



Dados do GPS:
Uns saudáveis 45 Kms com 1040 m de desnível acumulado feitos em 5 horas (4.06 a pedalar).




Dia 3: Montalegre – Pitões das Júnias - Montalegre

O dia começou como de costume, arranque de Montalegre a 1000 mts de altitude ás 9.45 depois de uma noite bem dormida e a barriga bem cheia .
O objectivo era atingir Pitões e para isso arranquei seguindo um track do Indy.
Mal se saía de Montalegre entrava-se logo em caminhos rurais de terra e após uns rápidos 5 kms, na freguesia de Sabuzedo (950 mts), ainda com as pernas dormentes o track lembra-se e, bota e vira serra acima sem contemplações.
Em pouco tempo estava perto dos 1200 mts e tinha um dilema. Ou continuava no mesmo track para depois engatar noutro para Tourem e depois subir noutro para Pitões ou tomava um atalho que tinha criado no Google que me levava mais a eito para Pitões via outro track. Como a primeira hipótese ameaçava ser uma maratona com um desnível elevadíssimo tomei a segunda hipótese.
O atalho era um caminho que serpenteava pela montanha, subindo gradualmente e mantendo sempre uma paisagem lindíssima.

dia3pites003.jpg


dia3pites006.jpg


dia3pites007.jpg


Após uma rampa muito íngreme chegava ao topo (o Rochão a 1400 mts) e ao passar para o outro lado da montanha o pano de fundo, ao longe, passavam a ser os picos da Serra do Geres. Aqui tomava outro track que acompanhava a linha de fronteira primeiro a descer depois a subir e por fim uma descida final até Pitões (a 1100 mts).
A paisagem mantinha o mesmo nível de sempre e os picos do Geres iam ficando cada vez mais perto.

dia3pites010.jpg


dia3pites011.jpg


dia3pites013.jpg


dia3pites014.jpg


dia3pites020.jpg


Cheguei a pitões ás 12.30 com 26 kms. Como era cedo e estava a sentir-me fisicamente muito bem decidi conhecer o famoso mosteiro abandonado de Pitões de que tanto tinha ouvido falar. Seguindo as tabuletas e após descer uma rampa em calçada uma última tabuleta indicava o mosteiro a 350 mts. Começo a descer uma trialeira tipo a da Peneda, só que em pior estado, e, a certa altura tenho que desmontar tal era o estado da dita. Talvez desmotivado por ter desmontado ou preocupado por pensar que ia ter de subir aquilo tudo com a bicla ás costas, comecei a achar que os 350 mts se estavam a alongar demasiado. Divaguei que se calhar quem pôs a tabuleta tinha a mesma mania que eu de por pôr as distâncias em termos de desnível acumulado. Mas não, o mosteiro lá estava e suplantou todas as expectativas. A zona era idílica.

dia3pites024.jpg


dia3pites033.jpg



Saí de Pitões ás 13.30 e só tinha estudado duas hipóteses para regressar a Montalegre. Ou voltava pelo mesmo caminho até ao Rochão para depois descer por outro lado até à barragem do Alto Cávado, ou ligava directamente à barragem por asfalto. Como a primeira hipótese cheirou-me a potencial empeno tomei o asfalto.
Enquanto descia aconteceu um episódio caricato. Ia a grande velocidade e vejo no mapa militar do gps um atalho a tracejado. Sem pensar duas vezes entro num caminho quase tomado pela vegetação que descia a encosta a eito. A certa altura o carreiro dividia-se em dois, um a subir e outro a descer. O tracejado virava para cima mas como já via a estrada mais abaixo, virei para baixo. Azar, fui parar ao meio dum campo mesmo por cima da estrada só que separado por um alto valado cheio de silvas. Para conseguir um ponto de passagem tive de atravessar vários campos, rastejar com a bicla por baixo duma cerca de arame farpado e passar por cima de outra. Bom, sempre foi melhor que descer tudo por asfalto.



A parte final até Montalegre era em caminhos rurais ora em terra ora em asfalto e os últimos 5 kms comuns ao início do trajecto.
Cheguei a Montalegre às 15.30 e o gps acusava uns menos saudáveis 56 Kms com 1320 mts de desnível acumulado feitos em 5.45 horas (5 a pedalar).



Como me estava a sentir muito bem e em equipa que ganha não se mexe, ao jantar continuei com a típica suplementação Barrosã – costeleta de vitela com açorda de presunto.





Dia 4: Montalegre – Larouco - Montalegre

O dia não começou tão bem como de costume. Pela primeira vez em 4 dias saí da cama com uma sensação de empedernimento.
Ainda por cima o objectivo era atingir o ponto mais alto da semana – o Larouco a 1536 mts. O percurso previamente estudado passava por arrancar de Montalegre seguindo um track que após um atalho traçado no Google desembocava directamente no track do Indy, aquele que tinha começado a seguir ontem, mas já bastante perto do Larouco, poupando assim alguns kms.


Mais uma vez mal se saía de Montalegre entrava-se logo em caminhos rurais de terra e após uns rápidos 3 kms começam as subidas. Até nem eram tão íngremes e longas como as de ontem mas as pernas já não gozavam da mesma saúde e a progressão custava. Em compensação o trilho tornava-se cada vez mais espectacular enquanto rodeava um profundo vale emerso numa vegetação luxuriante.


dia4001.jpg


dia4002.jpg


dia4006.jpg



Após descer o referido vale, em Padroso, deparo de frente com mais uma parede, desta vez um estradão em montanha nua. Sentia as pernas completamente empedernidas e a visão daquela subida desmoralizou-me completamente. Vai dai dou uma espreitadela ao gps e decido tomar uma estrada que rapidamente apanhava o track do Indy mais à frente, perto de Padornelos. A partir daqui era sempre, mas mesmo sempre a subir até ao alto do Larouco. A subida até que nem era muito difícil. Tratava-se dum bom estradão com uma inclinação muito constante. Procurei a relação de transmissão mais confortável (1ª:1ª) e fui subindo. Não sei porquê, mas, enquanto olhava o altímetro lembrava-me duma slot machine a rolar números – 1100…1150…1200…1250…1300…1350…1400…1450…1500…1525. O caminho podia não ser interessante, mas a paisagem, resultante do aumento de altitude, tornava-se avassaladora. É interessante como as montanhas feitas anteriormente de repente se tornavam minúsculas. Até o alto do Rochão, feito ontem, parecia pequenino e, por cima dele, distinguiam-se perfeitamente os picos do Gerês. Distinguia-se também a barragem de salas e a dos pisões parecia ser ali à beira.

dia4010.jpg


dia4011.jpg


dia4014.jpg


dia4018.jpg


dia4019.jpg


dia4020.jpg


dia4021.jpg



Para voltar tinha estudado duas hipóteses: tomava uma junção de dois tracks que davam uma grande volta à montanha por Espanha ou descia logo seguindo o trilho que vinha a fazer.
Como as pernas estavam no estado que estavam e o trilho visto de cima tinha um aspecto superlativo nem pensei duas vezes.
Há!!! Obrigado Indy, fico-te a dever esta. Dos 1500 aos 950 sempre a abanar o esqueleto.
Facto curioso, enquanto descia deparo-me de repente com um ninho de perdiz no meio do trilho. A mãe sai a voar, mantendo-se sempre por perto a piar, e os filhos pareciam pequeninos ratos a fugir por onde podiam. Cheio de remorsos por interromper a harmonia familiar sai rapidamente dali.

dia4024.jpg


dia4025.jpg



A ligação final até Montalegre foi feita rapidamente em asfalto .
Cheguei a Montalegre às 14.30 e o gps acusava uns singelos mas empenados 36,5 Kms com 900 mts de desnível acumulado feitos em 4.45 horas (3.50 a pedalar).

Por via das dúvidas, mudei de restaurante seguindo a recomendação de um amigo. A suplementação escolhida foi – lombinhos de vitela Barrosã na brasa com presunto acompanhados com arroz de feijão e batata a murro.




Dia 5: Boticas - Leiranco

Depois do empeno de ontem estava com algum receio para hoje.
Para o último dia, e aproveitando o caminho de regresso a casa, tencionava fazer mais um trilho do já muito colunável Lobo Solitário. De facto já à muitos anos tinha o Leiranco atravessado na garganta. Sempre que passava na sua base a caminho de chaves (de carro naturalmente) olhava aquele majestoso maciço granítico e engolia em seco mas hoje havia de desfazer o caroço.
O problema era que o Major ameaçava com 50 kms e 1700 mts de acumulado. Os kms ainda que não vá, agora o desnível seria o maior da semana. Por via das dúvidas, na véspera, tinha remodelado o percurso de modo a atalhar para o carro no fim da descida do Leiranco.
Podem encontrar a descrição completa do percurso com fotos em http://gpsbtt.planetaclix.pt/index.htm.
Vou só adiantar que o percurso correspondeu totalmente ás expectativas, muito bonito e com muitos rebuçados de vários sabores. Aproveito a oportunidade para agradecer ao Major todos os empenos sofridos, perdão gozados, até hoje à sua custa (isto parece quase porno!).


leiranco002.jpg


leiranco003.jpg


leiranco007.jpg


leiranco010.jpg


leiranco013.jpg


leiranco015.jpg



Afinal os receios mostraram-se infundados e as pernas voltaram a estar ao seu melhor nível (o que corroborou a teoria que tinha desenvolvido sobre a proveniência duvidosa da suplementação de quarta feira). Só efectuei o tal atalho porque já se estava a fazer tarde e tinha prometido estar em casa cedo.
Nos últimos kms a caminho de Boticas levantei o rabo do selim e pedalei com quantas forças tinha. Ou eram as endorfinas a trabalhar ou a suplementação da véspera tinha sido mesmo boa pois as pernas não soltaram um único queixume.

No final o gps acusou 43 Kms com 1075 mts de desnível acumulado feitos em 4.15 horas (3.50 a pedalar).





APONTAMENTOS FINAIS:


1ª- Porquê o Gerês e porquê sempre pelos pontos mais altos?
Como se costuma dizer, a 1ª vez marca-nos para sempre. A minha primeira vez em alta montanha foi à 14 anos. Na altura (sem o recurso de mapas militares nem tão pouco de gps) juntamente com um amigo e analisando um bom mapa das estradas decidimos explorar uma contorcida estrada que aparecia a tracejado. Estão a imaginar qual era? A dos Carris.
Desde esse dia os parâmetros ficaram muito elevados e das inúmeras vezes que voltei ao Geres (ou a qualquer outra montanha) foi sempre com o intuito de chegar ao ponto mais alto possível.


2ª- Trajectos a repetir.
Fiquei com vontade de explorar melhor a zona do planalto de Castro Laboreiro.
Se alguém me puder disponibilizar mais traks da zona fico desde já muito agradecido.
Mal me sinta com coragem para voltar às maratonas volto a desafiar um certo membro cá do fórum para a volta completa entre Pitões e Montalegre – mas desta vez escolho eu a ligação.


3ª- O factor Fátima Lopes.
Depois de estudar atentamente uma fórmula do empeno, recorrente aqui no fórum, e perante a necessidade de adquirir uns novos calções tomei em cuidada consideração o factor FL. De facto logo no primeiro dia, enquanto fazia a longa subida, notei que algo estava melhor e no segundo dia saí da cama sem qualquer empeno. No entanto houve uma variável que me escapou. O sol a 1300 mts de altitude aperta mais um bocado e naqueles 5 cms extra de perna ao léu apanhei um grande escaldão. Nos dias seguintes tive de voltar a usar os velhos e compridos monos do costume.


4ª- O GPS.
Andava à muito tempo a ponderar a substituição do velhinho Legend. No mês passado finalmente decidi-me pelo novo Garmin Oregon 300 e, só tenho a dizer que estou maravilhado. Imaginem a utilidade dum gps com um ecrã táctil grande e que mostra ao mesmo tempo a última cartografia da rede viária e os mapas militares à escala 1:25000.
Por várias vezes optei, no momento, pelo caminho a seguir, entre a miscelânia de Tracks que tinha carregado em função da análise ás curvinhas. Da mesma forma, quando me senti empenado, pude escolher uma estrada asfaltada para encurtar caminho. Basta pôr na escala correcta, arrastar o mapa com o dedo no sentido pretendido e pronto em 20 segundos temos uma opinião formada.
O único senão é a visibilidade com a incidência directa do sol. Mas, basta não stressar que arranja-se sempre solução para o problema.


5ª- E por último a Scale, fiel companheira de viagem.
229,5 kms e 5.615 mts de desnível sem um único problema mecânico ou furo. Depois de 13 anos em FS o regresso ás HT está a ser no mínimo apoteótico. Só me apetece dizer:
Vivam as magricelas e escanzeladas que nos açoitam fortemente o fundo das costas mas que, em compensação, proporcionam uns mais longos momentos de prazer.
 

mpro

Member
Re:Umas férias a solo no Gerês

Que paisagens é já ali....

Será que podias me enviar o track para o mail ou entao partilhar com o pessoal aqui no forum.


Boas pedaladas
cumps
 

lobo solitario

New Member
Re:Umas férias a solo no Gerês

Uma excelente reportagem, bem ilustrada e descrita com requinte e elegância. Venham mais.

Um reparo apenas: Apesar de ambos contribuirmos para a colecção no Depósito, o trajecto no Leiranco, a partir de Boticas, foi obra do JAP (o NOX aqui no Forum). Pena é que o pateta se esqueceu da password para podermos ir actualizando o Depósito. Coisas da idade...


E uma sugestão: Seria interessante apresentar os trajectos desenhados no Google. Pessoalmente, conheço mal o planalto de Castro Laboreiro (por outro lado lembro-me de SUBIR ao Larouco por aquele "caminho" das perdizes).
 

Myrage

New Member
Re:Umas férias a solo no Gerês

Até que enfim. Alguém que pedala por aí...... e que partilha também.

Uma foto curiosa que aparece muito por aqui :
dia2laboreiro002.jpg


Obrigado
MY
 

zefacadas

New Member
Re:Umas férias a solo no Gerês

Boas,

Os tracks (pelo menos para mim) da zona de Castro Laboreiro seriam bem vindos.
Vou passar uns dias lá em Agosto ;-)

As paisagens são maravilhosas !!!

Essa é a estrada que liga a Peneda a Castro Laboreiro ou estou enganado ?
 

Myrage

New Member
Re:Umas férias a solo no Gerês

Confesso que o local me transmite alguma energia :mrgreen:

No google earth já tinha identificado o local em tempos. Mas não consigo moldar as curvas da fotos ao traçado do GE. Alguém confirma ?
Vejam o KML anexo, que aponta para uma foto inserida no GE.

MY
 

zefacadas

New Member
Re:Umas férias a solo no Gerês

olhando para os montes ao fundo, parece-me a mesma estrada.
Não é a que vai para a Peneda
 
É

é já ali

Guest
Re:Umas férias a solo no Gerês

Boas pessoal,

Vejo que já tenho vários pedidos do track.
Anexo ficheiros só com a parte realizada (apesar de faltarem atalhos que optei por fazer em asfalto). O 5º dia encontram no site do Major e do Nox. Espero que esteja tudo ok, è que eu sou um bocado lorpa nestas coisas da informática e ainda tive de ir aprender como se faz isto.
Aliás, estou desde segunda a aprender como raio é que se punham as fotografias. Um bocado complicado para este cerebro quase quarentão mas devagarinho chego sempre lá.

Já agora, aquela fotografia é tirada na Peneda. É a estrada que liga Lamas de Mouro á Bouça dos Homens.
 

pin7as

New Member
Re:Umas férias a solo no Gerês

é já ali said:
Já agora, aquela fotografia é tirada na Peneda. É a estrada que liga Lamas de Mouro á Bouça dos Homens.

passei por lá na quarta!!!
bem bonito
 

jmoniz

New Member
Re:Umas férias a solo no Gerês

Conheço alguns locais por onde pedalaste, e por isso percebo bem o que sentiste ao passar nessa região.
As fotos iniciais são do trilho da "Ruta Ecuestre", no Parque Natural Baixa Limia - Serra do Xurés, no sentido inverso.
A fabulosa paisagem do planalto de Castro Laboreiro e da Serra do Leboreiro.

Existe um caminho a subir de Entrimo (Terrachan) até à capela de S. Bieito, e depois daqui até à aldeia de Quéguas, onde depois nasce um fabuloso single track a descer cerca de 5km, serpenteando por um bonito e denso carvalhal. Não sei é como estará a vegetação entre a capela e a aldeia. :mrgreen:

Gosto muito desta zona, e por isso estou a preparar uma ligação partindo da albufeira das Conchas, no rio Lima junto ao acampamento romano de Aquis Querquennis, até ao "Porto de Outeiro das Augas", e depois através do planalto até Castro Laboreiro.

Os meus parabéns pela aventura, e partilha das fotos.
Um dia destes ainda combinamos aqui uma incursão por essas bandas, antes da chegada da neve.

cps

JMoniz



é já ali said:
INTRODUÇÃO:

Dia 1: Castro Laboreiro – Entrimo - Castro Laboreiro

O dia começou nas calmas, saída de Famalicão ás 8.00 e arranque de Castro Laboreiro a 950 m de altitude ás 10.00.
A primeira fase do trajecto prometia uma descida longa até Entrimo (a 500 m de altitude), no entanto os primeiro 7 kms até á fronteira eram em asfalto. Felizmente, e já em Espanha, o asfalto deu lugar a um caminho estreito que foi piorando progressivamente o piso. Era uma espécie de caminho rural muito estreito com alguns troços empedrados que chegavam a ser trialeiras.
Toda esta descida tinha um enquadramento paisagístico fabuloso. Tratava-se de um vale profundamente cavado com escarpas graníticas. Em frente tinha como pano de fundo a serra do Gerês desde as antenas da serra Amarela até aos picos junto a Pitões.

dia1laboreiro004.jpg


dia1laboreiro008.jpg
 

BikeBrother

New Member
Re:Umas férias a solo no Gerês

Estas coisas fazem-me ficar roídinho de inveja por ainda não ter andado por este magnifico Geres e arredores...sempre que vejo estes magnificos reports fico cheio de vontade de pegar na bike e bute até ao Geres...

Parabéns....valeu a partilha :clap: :clap:
 

sognimod

New Member
Re:Umas férias a solo no Gerês

A solo não! :roll:
Mas sem duvida que são sitios para percorrer, eu tb já a caminho dos 40 ;-) :mrsock: ... mas com vontade de pisar todos esses locais.

Parabéns.
 

Remi

New Member
Re:Umas férias a solo no Gerês

As fotos são fantásticas, que sítio de sonho para pedalar :shock: .. ainda não fui ao Gerês (de bike), mas está cada vez mais perto.

Parabéns pelas aventuras e obrigado pela partilha!

Já saquei os tracks 8)
 

marky27

New Member
Re:Umas férias a solo no Gerês

Bem!!!!!! Tem aí pelos menos uma dezena de fotos que me deixaram :shock: :shock: :shock:

Este país tem paisagens mesmo bonitas.
 

pepo

New Member
Re:Umas férias a solo no Gerês

Muito bom, mesmo!
Bem relatado, com fotos lindíssimas, dá mesmo vontade de pegar na bicla e ir pedalar!
 

bpro

New Member
Re:Umas férias a solo no Gerês

:shock: bom nem era para dizer nada fquei deslumbrado, fotos 5 estrelas, muito bonito...

Parabens

Abraços
 

sagghy

New Member
Re:Umas férias a solo no Gerês

Boas,

Parabéns pelas fotos, com certeza foi uma experiência fantástica.

Também gostava de poder fazer um percurso desses durante alguns dias .... :)

Quem sabe um dia... :)
 

root

New Member
Re:Umas férias a solo no Gerês

O Gerês é fabuloso e esta reportagem também :mrgreen: :mrgreen:

Parabéns

root
 
É

é já ali

Guest
Re:Umas férias a solo no Gerês

Boas novamente,

Vou tentar responder às várias questões e pedidos que me tem feito.

1º- Estive a refazer o ponto onde coloquei os traks - coloquei um por cada dia.

2º- Hospedagem: uma noite em Castro Laboreiro(Hotel Castrum Villae) e 3 em Montalegre(Quality Inn Montalegre).

3º- JMoniz à uns anos guiaste-me (mais um grande grupo) por aquela zona num dia de chuva, nevoeiro e frio. Graças à gastro-entrite de um companheiro o percurso acabou por ser encurtado para 20 kms (felizmente pois eu estava todo empenado).
Fico a aguardar ansiosamente a incursão por essas bandas.
 
Top