Isto já foi explicado em vários pontos deste fórum, mas volto a tentar dar umas luzes.
A fibra de carbono é um compósito constituído por, obviamente, fibras de carbono e por uma matriz de resina epoxi. Usando uma analogia do user 350plus, podemos entender este compósito da seguinte forma: imaginem uma peça feita de cabos de aço, embebidos numa massa de espuma elástica. Se comprimirem os cabos, estes vão-se torcer, absorvendo a força da pressão. No entanto, se puxar-mos os cabos de aço, estes vão ficar em tensão, tendo uma resistência e rigidez enormes. É isto que se passa, e que permite que peças em fibra de carbono sejam rígidas numa direcção e flexíveis noutra. Tudo depende da orientação com que se disponham as fibras do carbono nas suas varias camadas. É devido a isto que discussões sobre se o carbono é rígido ou não não fazem sentido, já que ele vai se-lo ou não de acordo com as opções de construção.
Tudo isto soa mesmo muito bem, mas na verdade tem limitações. Apesar da enorme resistência a forças directas, de sentido e direcção previstas no projecto, as peças em fibra de carbono têm problemas de resistência ao dano. A matriz que segura as fibras do carbono é algo frágil. Continuando com a analogia acima referida, reparem que é fácil arrancar-mos bocados da espuma à mão, deixando os cabos de aço soltos. Uma pedra, ou qualquer outro tipo de impacto, ou mesmo fricções prolongadas têm o mesmo efeito numa peça em fibra de carbono.
Outra consideração pratica. Pode-se argumentar que o carbono é muito resistente. No entanto é preciso não esquecer que as peças neste material que estão disponíveis no mercado estão no limiar da resistência estrutural, de modo a atingirem pesos extremamente baixos.
Um quadro rígido em carbono com 2kgs seria incrivelmente resistente, um verdadeiro tanque de guerra. No entanto não é isso que o mercado nos oferece, sendo antes quadros e peças que aproveitam a resistência do compósito para andarem no limiar da sua força, resultando em coisas leves.
A aplicação do carbono numa peça tem de ser algo profundamente estudado, de modo a determinar-se as direcções ideais das fibras de acordo com os esforços previstos, bem como as camadas de fibras necessárias para tal, etc. O problema é que o btt é por natureza imprevisível, e esforços imprevistos acontecem constantemente nos trilhos.
E já agora não se esqueçam que existem mais materiais alem do carbono e do alumínio. E também que factores, como a famosa rigidez de um quadro, são muitas vezes amplamente sobrevalorizados.