Caminho Português Interior de Santiago

helio69

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No passado sábado acabei a minha (primeira) peregrinação de bicicleta a Santiago.

Fomos três betetistas a sair de castro Daire, e a percorrer os mais de 300 kms que nos separaram de Santiago.

Na preparação tivemos algumas dificuldades em recolher informação sobre o caminho e é por isso que agora, peregrinação terminada, comecei a elaborar um guia (que é mais um relato) sobre o CPI.
A ideia é fornecer toda a informação que nos foi útil e ir acrescentando, conforme o tempo permitir e os conteúdos estiverem disponíveis, novas matérias.

Espero que seja útil.

Já agora, deixo também a minha disponibilidade e das restantes "mulas da cooperativa" para ajudar quem necessite no concelho de Castro Daire.

fica o link então:

http://mulasdacooperativa.blogspot.pt/

Na página do facebook das mulas podem ser vistas as fotos.

www.facebook.com/mulasdacooperativa
 

emsfc

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Obrigado pela partilha! No domingo passado terminei a minha primeira peregrinação Porto-Santiago. A próxima quase de certeza será Farminhão (Viseu)-Santiago pelo CPI e este guia vai dar muito jeito.


Abraço,
 

helio69

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A intenção é ainda melhorar.

Vale mesmo a pena. Gostei tanto que, de certeza que volto para o ano, e se puder ainda lá vou este...
Pelo que o meu primo disse (fez comigo este e já fez o francês), o CPI é bem mais duro. Eu não posso comparar, mas posso garantir que o concelho de Castro Daire é MUITO duro e depois toda a subida da Régua para Vila Real...
 

Vhl

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No passado dia 1 de Maio, um grupo de 4, saiu de Cantanhede, com direcção a Farminhão para iniciar o Caminho Português do Interior.
Foram 5 dias, 520 km e mais de 12000 D+.
Caminho até Vila Real Duríssimo. Se fizerem o caminho primitivo, pois há alguns desvios, há partes nada cicláveis, mas é o caminho.
Foi um excelente desafio.
Bom caminho.
 

texranger

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Caminho primitivo e original.........sempre !!!!! Nem que seja com ela à mão durante 20 km. Não há cá alcatrão para ninguem. lol

Estou na expectativa se este é mais complicado e duro que o Caminho Primitivo que fizemos em 2011.........Vamos ver......
 

D.Neto

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Boa noite pessoal do pedal,

Acabamos de fazer o CPI. Muita dureza e muita beleza.
Maiores dificuldades no lado de Portugal. Algumas, muitas passagens só possivel com a bike à mão e ás costas. Nestes locais a dificuldade é tanta que é possivel que
a vegetação, silvas e outras acabem por tapar o caminho. Daqui por algum tempo se não limparem o caminho este deixa de estar visível, algumas setas já começam a ficar ocultas pela vegetação.Antes de Pedras Salgadas ainda se passa de bike, a pé só com botas de rega.
Apanhamos as quatro estações do ano, nestes cinco dias e meio. Aconcelho o caminho a partir de meados de junho. Muita chuva, frio e neve.
Subidas grandes de Peso de Régua para Vila Real e à saída de Ourense.
Quanto a albergues-Ribolhos-Pensão em Peso de Régua-Quartel Bombeiros Vidago-Rincom del Pelegrino-Dozon. Alguns quase novos à estreia.
De resto tudo bem. Alguns furos, raios partidos, travão com fuga de óleo.
Missão cumprida.
Caminho aconselhável para quem gosta de dureza. Dificuldade Média/Alta. (no meu caso)

Bom Camino,
DNeto
 

D.Neto

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Olá Amigo,

O trajeto até Chaves esta bom.
Dificuldades com temperaturas baixas. Levem calças, luvas compridas e casacos.
Passamos por Verin,mas fomos dormir a Albergueria no Rincom del pelegrino. Têm salamandra que deu muito jeito. Chegamos debaixo de chuva encharcados até ao osso.
Levantar ainda de noite e almoço volante, sandes e outros.

Bom Camino,
DNeto
 

texranger

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CPI nos dias 20, 21, 22, 23 e 24 de Maio 2013

Agora que já terminou a nossa aventura, deixo aqui algumas impressões que mais nos marcaram e que devem servir para o pessoal que irá fazer este caminho no futuro ter em atenção.

1. É um caminho com muita dureza de trilhos e com subidas grandes, como já foi referido antes. Já estava à espera disso e não fiquei decepcionado. É ao meu estilo de fazer BTT e menos que isto era uma desilusão. Não gosto de fazer trilhos com ela à mão e aqui houve muito disso, nada a fazer para quem como nós tentamos fazer o caminho na integra, como se fossemos o normal e tipico peregrino a marchar que percorre este caminho com mais frequencia. Não gostamos muito de alcatrão e tentamos evitar essa vertente, mas também há muitos troços só de alcatrão, alguns bem longos.

2. A marcação do caminho em Portugal é pessima e em Espanha também apresenta alguns erros. Já fiz vários caminhos (este foi o 4º) e nunca antes tivemos problemas tão grandes. Em Peso da Régua foi a gota de água. Na descida para Peso da Régua, no meio de vinhas, apareceu-nos um sitio em que havia setas para os dois lados numa bifurcação. Após alguma discussão de grupo optamos para a direita, andamos cerca de 1 km e as setas desapareceram, o caminho torna-se não ciclável e à distancia não se vê nenhuma ponte para atravessar o rio. Chatice....voltamos para trás e vamos pelo caminho da esquerda, que é o caminho certo e que vai dar às pontes. Atravessada a ponte vislumbramos de imediato as setas amarelas e em grande quantidade, sempre a levar-nos à beira rio para a esquerda da cidade. As setas continuam até uma subida impressionante, iniciada a partir da linha ferrea, subida sempre com inclinação brutal, em zigue-zague, quase sempre com ela à mão, etc, etc.....até ao topo e para abreviar pelo Alto Douro Vinhateiro até Mesão Frio..........onde as setas acabam de repente :confused::confused::confused: o que só descobrimos a seguir ao almoço (por sinal bem bom: alheiras :cool:). Após perguntar em vários sitios, descobrimos no posto de Turismo que este caminho deve seguir para Braga (sem marcação) e que o melhor seria voltar para Peso da Régua por alcatrão (20 minutos) para retomar o caminho certo. Grande desilusão, já que perdemos com isto cerca de 5 horas e 40 km de brutal sofrimento a pedalar :mad:. Em P. da Régua decidimos ir pela antiga linha do Tamega até Vila Real para tentar recuperar algum do tempo perdido e não pela marcação original que descobrimos depois. De referir que levamos 3 Gps, dos quais só eu tinha o track original gravado, mas que nunca liguei sequer porque as setas eram bem evidentes (mas falsas). Houve outras confusão de setas também em Ourense, onde havia setas para 2 lados. Optamos por seguir em frente, em direcção da estação da Renfe, mas lembrei-me do episódio ainda recente de Peso da Régua e liguei o Gps para consultar o track original. Mais uma vez descobrimos que o track original nos levava afinal para a direita. Volta para trás e cerca de meia hora perdida com esta peripécia. E houve outros enganos mais pequenos e fácilmente resolvidos, mas que só nos confirmou que era preciso ter sempre atenção.

3. Os albergues. Na 1ª noite ficamos no Albergue de Penude, da junta de freguesia, após marcação prévia e obrigatória. Condições suficientes, nada de luxos, com jantar numa pequena tasca uns metros mais à frente. Duches frios porque após o 1º cliente acabou-se o gás. Azar. Na 2ª noite pernoitamos no Albergue de Vila Pouca de Aguiar que fica mais precisamente em Parada do Corgo, uma pequena aldeia a 1 km de Vila Pouca. Albergue novo com optimas condições, quase luxuoso, mas com duches frios.....a bailarina quase nova não estava a querer colaborar. Azar. O jantar foi cozinhado no Albergue com as compras a serem feitas num pequeno minimercado da aldeia. Na 3ª noite pernoitamos no Albergue de Laza. Optimo, quase novo e cheio de peregrinos, jantar num pequeno restaurante da localidade. Na 4ª noite pernoitamos no Albergue de Oseira. Um enorme Mosteiro antigo, condições suficientes, quase pobres, mas engraçado. Duches semi-quentes-frios. O jantar foi uma enorme surpresa. Não há restaurante ou minimercado na zona e o único bar da aldeia pediu 20 Euros por pessoa a 4 peregrinos espanhois para lhes preparar uma pequena e ligeira refeição, o que eles prontamente negaram. A solução foi comprar 3 queijos na loja de ''recuerdos'' do Mosteiro e arranjar (pedinchar) algum pão e 2 garrafas de vinho a alguns moradores da aldeia (que pagamos). O bom frade Luis teve a bondade de nos oferecer meia garrafa de licor de eucaliptine, produzido pelos próprios frades do Mosteiro e que nos deixou bem quentes numa noite bem fria :cool:.

4. A variante de Oseira. A seguir a Cea optamos por esta famosa variante que podem pesquisar em vários sitios na net e que nos leva a um aumento de cerca de 9 km ao caminho original. É um caminho duro e sinuoso com poucas subidas até Oseira, mas muito técnico e cheio de rochas e pedras. O Mosteiro de Oseira é digno de se ver e mete respeito pela enormidade. O albergue fica situado num pequeno anexo do mesmo e é muito engraçado e tipico. Mas as condições do mesmo e da aldeia em si já foram descritas mais acima. A seguir a Oseira é que são elas... O traçado do percurso duro e técnico ainda fica pior porque as subidas são enormes e mesmo com ela à mão é dificil e cansativo de superar, além da vegetação fechada e espinhosa em alguns sitios. Mas depois também há algumas descidas com adrenalina para compensar....:cool:

Impressão final: se calhar gostei mais do caminho Primitivo do que deste, devido a outros factores, mas mesmo assim e mesmo tendo tido algum azar na marcação do caminho, foi uma experiência espectacular e divertida que eu espero repetir um dia....:cool:
 

cister monge tony s

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boas pessoal, este este caminho a partir de Vila Real no passado fds nos dias 24/25/26 de Maio e foi espetacular....podem ver futuramente a reportagem completa em http://www.cisterbttnoscaminhosdesantiago.blogspot.pt/ e algumas fotos já disponibilizadas em https://www.facebook.com/media/set/?...3354959&type=3 o caminho é espetacular. depois de Verìn é mto duro mas fabuloso. bon caminõ

caro texranger logo vi que tinham passado á pouco tempo pelo caminho, pois as marcas de rodados eram bem frescos :)
 

texranger

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caro texranger logo vi que tinham passado á pouco tempo pelo caminho, pois as marcas de rodados eram bem frescos

Fresquissimos...lol.

E já agora como se encontra aquele mosteiro espectacular de Oseira ? Por acaso foi lá que perdi o meu conta km da Marca SIGMA, além de ter jantado um belo queijo do mosteiro + pão + vinho + licor de eucaliptine....lol (estas são das melhores recordações que terei do caminho todo...lol) :cool:
 

Ricast

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Boas pessoal, é com uma enorme satisfação que li as vossas crónicas deste Caminho Português interior de Santiago. Na altura que fiz, era completamente desconhecido o caminho no fórum. Agora, já há mais aventureiros que viveram o mesmo que vivi o ano transacto. Para quem seguiu o Caminho do lado direito da casa do Escudo em Verín, certamente, não se irá esquecer daquela subida espectacular depois de Laza, de rochedo antes de chegar à Alberguera, penso que seja este o nome da Aldeia, que tem o Bar que pertence ao Luís & à Rosa, que está todo forrado de vieiras. Algo de tirar o fôlego. A parte Portuguesa, concordo com alguém que se referiu como a mais bela do caminho.

Irei ver com muita atenção as vossas fotos, quero matar a saudade que o caminho me deixou...

Bravo a todos que terminaram este CPI
 

RUI VENTURA

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Boas companheiros bicigrinos
No dia 22 de Julho terminei de fazer o caminho interior para Santiago com um amigo e só posso dizer que é um espectáculo. Caminho muito técnico que o torna muito duro mas é realmente um espanto pela sua beleza natural. Foi o meu primeiro caminho, saindo de bike a partir de Coimbra até Viseu em Alcatrão utilizando também a eco pista do Dão em Santa Comba Dão fomos ao encontro do caminho junto da Sé de Viseu. 5 dias, 539,50 km com 10,069 de acumulado em subida em total autonomia. Tudo correu na perfeição, sem avarias, sem problemas físicos ou quedas, infelizmente os problemas começaram mesmo foi quando quisemos utilizar os comboios portugueses para fazer a viagem de regresso. É muito triste entrar no meu próprio país que se diz um bom anfitrião e encontrar barreiras como o transportar as bikes nos comboios. Como pode ser possivel um comboio que faz a viagem do Porto para Vigo e vice versa não ser permitido a entrada das bikes com tantos bicigrinos que fazem o caminho. Passamos a fronteira de bike, chegámos a Valença entrámos na estação e mais um vez foi-nos dito pelo revisor que não era autorizado o transporte das bikes, ***** mas que país é este? É desta maneira que se é um bom anfitrião,é desta maneira que Portugal quer receber tantos estrangeiros que têm como meio de transporte a bicicleta? Se não fosse mais uma vez espanha com um expresso a dar-nos "bolei", pagando, teriamos que fazer mais uns bons Km a pedalar até sair do Minho e Douro, zonas que não são permitidas as bikes nos comboios. Não dá para perceber, mas a Refer não se livra de uma reclamação por escrito
Enfim, dentro em breve publicarei mais ao pormenor esta grande aventura e as respetivas fotos
Abraço e bom caminho
 

Ricast

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Boas Rui Ventura
Grande aventura a sua... Espero que tenha mesmo gostado...
Pois, a CP, pregou-nos uma grande partida, mas também com um governo destes, uma pessoa ja espera de tudo.
Tenho um solução para o transporte da bike, é desmontá-la logo, que se inicie o trajecto de regresso a Portugal, assim mesmo que se veja que é uma bike, está desmontada e aí, não podem dizer nada, é uma bagagem como tantas outras.

Saudações
 

RUI VENTURA

New Member
Olá Ricast
É verdade, foi uma grande aventura e a maior em tantos anos de btt. Foi uma experiência excelente, única que espero voltar a repetir. O próximo caminho, se tudo correr bem, será o caminho do norte.
Falas que a cp nos pregou uma grande partida, sim pregou, mas não acho só que tenha sido uma partida para nós ciclistas Portugueses, mas sim uma falta de respeito para quem nos visita de outros paises e trazem as bicicletas para se poder mover entre cidades e querer conhecer o nosso pais. E o pior, como tu dizes, basta tirar as rodas e envolver em plástico para que as mesmas bikes entrem no comboio como bagagem. É ridiculo
Cumprimentos
 
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