Treinos:Cadencias baixas com aumento da potencia ou vice versa

Toquim

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Quando treino tenho preferencia em utilizar cadencias baixas com aumento da potencia de pedalada.O que verifico e que quando faço o contrario a minha frequencia cardiaca aumenta para valores bem superiores(o treino torna-se mais duro).No final o tempo gasto para realizar o mesmo percurso e identico.A minha duvida e a seguinte:Deverei intercalar os dois tipos de treino.Quais as vantagens de um e outro.(nas maratonas tenho tendencia em optar pelas mesmas cadencias(baixas) que utilizo nos treinos tendo dificuldades em dosear o esforço pois as distancias são bem maiores que as dos treinos).Elucidem-me se souberem. :)


Bons treinos para todos.
 

paulo marinheiro

Utilizador Banido
Toquim,

Vou-te dar a minha visão que pode ser diferente de outras. Quando te referes a potencia, referes-te mal pois é força o que fazes mais, pois potencia é o resultado da multiplicação da força pela velocidade (força em newtons X velocidade= potencia).
Quando tens um hábito de pedalar em baixa cadencias realmente é dificil subires as cadencias sem fazeres estragos, no aspecto da frequencia cardiaca. Mas as cadencias mais elevadas são mais económicas pois permitem atinjir uma mesma potencia com um menor esforço real, ao fazeres menos força efectiva. Agora, não é fácil e de um dia para o outro que o nosso organismo habituado a fazer cadencias baixas, aceita cadencias mais altas sem protestar. Eu pedalava em baixas, pois é mais fácil no aspecto neuro-muscular e a nível de coordenação, devagar habituei-me a pedalar mais rápido e acho que me poupo mais agora, pois no inicio desta mudança, sofria um pouco com a falta de hábito de rodar bem as pernas. Mas tens o caso mais flagrante do Armstrong que revolucionou o ciclismo imprimindo cadencias muito mais rápidas que o normal à época, com sucesso, e o Ullrich mesmo sabendo isso, fazia por se calhar não se adaptar, aquelas subidas dolorosas a 65/70rpms que nós viamos. É muito mais fácil aprender isto em novo, porque está directamente ligado ao nosso "sistema eléctrico", que tem que ser treinado também, por isso aconselho a criançada a rodar os pedais como ventoinhas, pois se te habituas quando novo, andas rápido quase sem custo, e prinipalmente no BTT, pois digo-te que esta é uma das principais armas do Ricardo Marinheiro, que chega a ter provas com 100rpms de média, que acho que é 20 ou 30 superior aos adversários, mas quem tente, sem ter o hábito de novo de pedalar rápido, queima as placas electro-motoras de certeza.
O treino de baixas cadencias é essencialmente um treino de força na bike (para mim o melhor treino de força pois é específico trabalhando os musculos certos na posição certa, que vai de encontro ao aconselhado pelo Prof. Algarra). Se intercalares velocidade, aí sim é um treino de potencia. Irei colocar no tempo certo o treino de potencia no "via fácil".
Espero ter-te elucidado e como tu também gostava de ouvir mais colegas para perceber outras experiencias ou conhecimentos.

paulo marinheiro
 

Alf

Active Member
Eu pedalo sempre em cadência, porque prefiro e porque sou aconselhado.

Mas as vantagens são: melhoria da técnica de pedalada (mais redonda), menos esforço (muita força aplicada de maneira errada pode provocar lesões, no meu caso provoca cãimbras e daquelas :s), trepa-se melhor, quase nunca precisas de desmontar porque usaste a mudança errada.

Às vezes vejo "smashers" que imprimem tanta força e com tão pouca cadência que vão a abanar a cabeça e o tronco :roll:

Cada um tem a sua pedalada, eu vejo mas vantagens numa cadência elevada.

Com cadências mais elevadas e pedalada redonda é bastante mais fácil dosear o esforço.

Mas é como em tudo, não convém exagerar, uma maratona a 100rpm mata qualquer um. Já em XC pode ser uma vantagem, como é o caso do Ricardo :wink:
 

Tomac98S

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Boas,

é um tema interessante mas que me leva à seguinte questão: e os treinos em força? não são também importantes para depois utilizar essa força "adquirida" quando se pedala em cadências mais elevadas?

Ou se para a pedalada em cadência elevada só conta a parte cardio?

Cumpts
 

Toquim

New Member
Com os esclarecimentos dados pelo Paulo e Alf vou começar a treinar com o objectivo de aumentar de forma progressiva a cadencia de pedalada para estimular as fibras musculares de contração rapida( com os treinos que tenho feito as de contração lenta já estarão bem desenvolvidas).Será correcto afirmar que as FMCL* são responsaveis por um aumento da resistencia e as FMCR** por um aumento da velocidade.Vou fazer com que os treinos de força sejam exepção e não a regra.Acho que assim estarei no caminho certo.Fico a aguardar pelo post do Paulo sobre Treino de Potencia no Via Facil(É para não esquecer :) ).

*Fibras Musculares de contração Lenta
**Fibras musculares de contração Rapida.

No Btt como na vida estamos sempre a aprender.Fiquem bem.

Toquim
 

H.Costa

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boas!
nao sou grande expert na matéria ,mas por experiencia propria e por algum aconselhamento,considero ambos os tipos de treino importantes .é essencial começar sempre pela rotaçao, depois sim a força.tenho 1 colega com muitos km feitos na serra da estrela e segundo ele nas subidas longas (10 a 15km) podes ter uma força bruta mas sem o habito de uma boa cadencia nao se chega lá acima.nao estou a dizer nada de novo é so mais 1 opiniao ok! cumps!
 

paulo marinheiro

Utilizador Banido
Toquim,
Fazes bem, pois primeiro deves criar a base em todos os aspectos, sejam a nível cardio-vascular seja a nível dos ligamentos e tendões, com o treino de base que deves fazer nesta altura, pedalando leve, incluindo também trabalho geral de força no ginásio se quiseres, pois se começas logo em força bruta especializada, o teu corpo vai reagir mal. Todos os trabalhos de base de pré época que conheço, usam a mesma regra que diz que o prato grande não entra. Depois, e por isso a sequencia no "via fácil", deves fazer um trabalho de força especializado, e direccionado aos grupos envolvidos directamente na pedalada, com a ideia de transpôr a força adquirida no ginásio para o pedal, trabalhando na posição e angulos identicos ao do movimento que fazes a pedalar, em que o melhor é fazê-lo mesmo na bicicleta (atenção a quem só tem bicicleta de Btt, que o "pequeno" prato 44, pode ser curto para este trabalho, devendo pensar arranjar bike de estrada, com os seus mega andamentos 53-11). Neste tipo de trabalho, há quem faça só trabalho de força, eu faço trabalho de força, misturado com velocidade no mesmo treino, seja, trabalho de potencia. Depois de teres a força específica adquirida, vais trabalhar o consumo de oxigénio e a tolerancia ao ácido láctico, para depois poderes com tudo isto adquirido, fazeres um ciclo de potencia máxima aeróbica, PMA, que te vai afinar e sacar os cavalos todos cá para fora ou rebentar contigo, se saltaste etapas. Por isso, se queres aproveitar o "via", e tirar proveito dele, não tropeces nas etapas. Segue-as na sequencia certa.

Fibras de contração ultra-rápida: muita força em pouco tempo. fibras do tipo IIb, esgotam em muito pouco tempo, sendo sobretudo anaeróbicas. Sprinters, corredores de velocidade nos 100mt chegam a ter 85% destas fibras nos seus musculos. No btt servem para os arranques e ataques fortíssimos. Um super atleta velocista com 85% destas fibras, no btt, perdia até com a minha avó.
Fibras de contração rápida: fibras do tipo IIa. Fibras rápidas que já possuem capacidade para trabalho aeróbico também, já com uma duração de tempo de esforço, maior, e sendo já uma arma do crossista, mas ainda assim rápidamente fatigáveis.
Fibras de contração lenta: São as que funcionam melhor no metabolismo aeróbico das gorduras e do glicogénio, pois são as que têem mais enzimas aeróbicas, mitocondrias, e mioglobina. Grande resistencia ao trabalho, conseguindo armazenar muito glicogénio e triglicéridos. Apesar da pouca força e velocidade que possuem, pelo tempo, e resistencia nesse tempo, ao trabalho, são a nossa fibra de eleição representando cerca de 70 a 75% do total de fibras no atleta de btt.

Portanto Toquim, quando fazes um treino de 2 horas em baixa cadencia fazendo muita força, ou em alta cadencia imprimindo muita rotação, estás a usar exactamente os mesmos tipos de fibras que são predominantemente as lentas e algumas rápidas do tipo IIa. Claro que num topo ou num ataque "puxas" mais das rápidas IIa e vais buscar as IIb que só duram muito poucos segundos, levando 5 minutos a recarregarem-se de fosfato de creatina.
É genética a distribuiçao de fibras, e não se pode modificar, pois não há intermutabilidade, embora as IIb possam adoptar caracteristicas das IIa. Por isso o Armstrong numca poderia bater o Bettini no sprint, e a um sprinter puro e duro, não se lhe pode exigir que suba bem, pois a sua percentagem de rápidas é demasiado alta, faltando-lhe as trabalhadoras lentas para aguentar bem a subida, ou esforços prolongados. Veja-se o completo e equilibrado Candido Barbosa, que sendo essencialmente um grande sprinter, defende-se bem em todos os campos, mas perde as voltas no contra relógio, onde os adversários menos rápidos, mas com maior percentagem de lentas, suportam maior tempo em esforço. XCO=Lentas trabalhadas para serem bem oxigenadas e ricas em glicogénio, mas com rápidas sempre em grande forma e preparadas para a guerra, por isso sempre metes meia duzia de sprints de 6 segundos em treinos de baixa intensidade, e fazes acelarações fortes, em toda a época, mesmo na pré época, pois estas raparigas rápidas gostam de se manter activas, e assim não se esquecem que também fazem muita falta.
Mas como já nascemos com a distribuição que temos, escolhida pelo papá e pela mamã, não nos devemos preocupar muito com isto, pensando a tartaruga, que algum dia vai bater o coelho em velocidade, mas se só fizeres treinos de velocidade, apesar de manteres a mesma proporçaõ com que nasceste, só estando a trabalhar as rápidas, só estas vão evoluir e ficar em forma, fazendo parecer que te transformaste, assim como se trabalhares só as lentas, duras daqui até França, mas assim que rodares o punho, e abrires um pouco de gaz, para atacar uma subida, ou passar um adversário, ou sacudir o chato da roda, abafas logo, por as tuas rápidas de sempre, não estarem treinadas... mas que estão lá na mesma quantidade de sempre. Em Portugal há a mania de só treinar as lentas, com medo que as rápidas sejam tão rápidas que se vão...

Bons treinos,
paulo marinheiro
 

187mkv

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Boas

Paulo Marinheiro, tudo isso está correcto, mas não tocas-te num ponto. Como medir a potência?
Eu trabalho com atletas de triatlo e estrada, e eles já começam a estar mais atentos a este factor de treino, sendo que os treinos de ciclismo já são todos baseados na potência.
O problema é que os atletas de BTT em Portugal que nem sequer sabem o que é isto que eu estou a falar.
Os potênciometros já são amplamente usados em competição, tendo começado no triatlo passado para a estrada e a começar agora a entrar no BTT, mas como por cá estamos sempre atrasados.....
Para quem não sabe do que eu estou a falar:

http://www.ergomo.net/?module=start&lang=en
 

paulo marinheiro

Utilizador Banido
Os atletas de Btt, sabem do que falas...
...porque vivemos no mesmo país e somos todos gente "informada", façamos BTT, triatlo ou pião, apenas faltam meios para adquirir um aparelho fiável tipo SRM que custa € 3.000, o que por vezes representa o valôr da bike que sonhamos para trocar o charuto. Dois dos atletas que eu mais admiro no Btt são, um cadete da guarda que este ano andava com uma bike com desviador da frente Sachs, ou coisa parecida, e foi traído pela montada várias vezes, que o impediram de ir lá mais para a frente, e outro do Cacem que pelo mesmo motivo perdeu a meio da ultima volta a 1ª prova da taça de Portugal. Infelizmente a malta do btt não tem uma federação como a do triatlo... não temos ninguém no Centro de Alto Rendimento, numca tivemos, nem prevejo termos, e temos também excelentes valores com miudos que ganham provas nas maiores taças da Europa, sendo que por vezes somos 500 atletas em prova, quando se juntam o XC e o DH, como em Trofa 2006 e muitas outras, sendo que soube o triatlo ter 100 atletas por prova, mas tem uma GRANDE federação. E a malta da estrada e até do Btt, na maioria nem usam o Cárdio, como ferramenta. Qualquer outro potencímetro mais barato tipo Polar, dá tanto erro, que mais vale poupar os euros. Além disso eu pessoalmente considero o potencímetro um fetiche caro da moda, pois até ao limiar anaeróbico, não tem melhor coorelação com a intensidade de esforço, que a frequencia cardiaca. E acima do limiar, nos esforços máximos, a faixa de potencia é tão estreita já, que fácilmente deslizamos da que queremos, mesmo usando um SRM, praticando sempre o esforço máximo e penso que não olhando para o potencimetro, quando metemos um sprint de 600watts. É muito útil quanto a mim em esforços entre os 2 e os 4 minutos, pois não se conseguindo coorelacionar o esforço com uma frequencia cardiaca, é dificil acertar na potencia certa sem fazer o erro de começar demasiado acima do pretendido para acabar abaixo do mesmo, sendo que aí a potencia é um indicador mais fiável, pois não sofre da "inércia" do coração. Problema agrava-se com quem tem duas bikes sendo uma de estrada, como se usa no btt.
Mas claro que a nível de atletas de topo internacional de BTT, todos usam e os treinos são todos baseados em percentagens da PMA.
Mas se sabes, num teste de esforço máximo para determinar limiares, coorelacionas uma determinada quantidade de produção ácido láctico, com um determinado valôr que pode ser potencia, frequencia cardiaca, ou mesmo velocidade. O ácido láctico, é que verdadeiramente determina a tua intensidade de esforço. Logo se no teste o teu limiar aeróbico que é considerado quando atinjes 2mmol/L de ácido láctico, tu estiveres a fazer 180 Watts, a 160 pulsações por minuto, e a 30 km/h a direito, quando tiveres a treinar no limiar aeróbico, se tiveres o aparelho da moda, o potencímetro, vais querer estar a 180 watts, mas se olhares para o cárdio de soslaio, vais ver que aquilo marca 160 pulsações na mesma, e se fores a direito, vais concerteza a mais ou menos 30 Km/h, pois acima de tudo e de todas as modas, a potencia segue sendo uma coorelação entre a produção de ácido láctico e a potencia impressa, coorelação igual que a frequencia cardiaca ou a velocidade. Se de hoje para amanhã houver alteração na produção de ácido láctico por qualquer motivo, que seja má absorção da carga, cansaço, ou mesmo uma melhoria da forma que te fará produzir menos ácido láctico na mesma potencia, e tu continuando a treinar nessa potencia, vais errar tanto quanto se tiveres a seguir a pulsação ou a velocidade, muito usada na estrada, pois todos são valores coorelacionados e não directos. O derradeiro aparelho e aí sim sem coorelações, será o medidor instantaneo e com actualizações várias ao segundo, da produção de ácido láctico... no que enquanto esse aparelho não for inventado, recomendo aos bttistas abastados, o potencímetro...nem que seja para mostrar aos amigos, mas muito pedal que aquilo não faz andar mais que o cárdio e não vão depois ficar desiludidos com o investimento, e aos que como quase todos lutam por ter uma bike melhor, e orçamento para ir às melhores provas, uma aplicação máis rentável do ponto de vista do rendimento fisico, desse dinheiro, nem que seja num treinador pessoal, pois só num nível que ainda não temos esse aparelho fará a diferença...

A minha visão, que é identica à do Prof. Algarra... mas acho que todos deveriamos andar de Porshe, mas isso já é politica, e não cabe aqui...

Paulo Marinheiro
 

Toquim

New Member
Comecei a realizar treinos com cadencias elevadas tendo obtido resultados que na minha opiniao são bastante positivos.No inicio foi bastante duro pois estava habituado aos treinos de força(cadencias baixas) tendo tido dores musculares.Passado esta fase de adaptação tudo se processa agora dentro da normalidade.Continuo a efectuar treinos de força como exepção e não regra.
Como resultado julgo que obtive um aumento na potencia de pedalada;mas ainda e cedo para tirar conclusões.Os conselhos dados neste forum foram para mim bastante uteis.

Toquim
 

rvintem

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Curiosamente comigo passa-se o contrário...sempre pedalei a baixas cadencias (70), quando comecei a ler sobre a tecnica de pedalada tentei aumentar e comecei a fazer 85-95...insisti assim muito tempo.

Entretanto arranjei um aparelho Polar com medição de potência e o que noto invariavelmente comprova o que sinto em estrada...para fazer a mesma potência, preciso de baixar a cadência.

Por exemplo no rolo anteontem fazia para 150bpm, cerca de 200Watts a 75rpm...se baixasse a mudança e aumentasse a cadência para 90rpm, fazia 180Watts e começavam já a doer as pernas...e a frequencia ia aos 155bpm, curiosamente nem subia proporcionalmente à sensação de cansaço muscular. Aliás, a sensação é essa mesmo, não consigo fazer subir a frequencia cardiaca, começo a ficar com as pernas a arder antes de chegar aos 160-165bpm (cerca de 80-85% FCM).

Independentemente dos valores serem bons ou nao (cof cof :p ) ou da calibraçao do aparelho (que nao foi assim tããão caro), a realidade é esta: aumento a cadencia e perco potencia (nao é apenas força, é mesmo potência no geral) e acabo por ser elvado a zona mais confortavel e eficiente para mim, os 75rpm.

Também tenho ouvido falar na questao do Armstrong e do Ullrich, mas sera assim tão linear? Afinal, o Ullrich pedalava a 75rpm e era mais rápido que todos nós aqui, e 99,99% dos ciclistas deste planeta :p

Não será no fundo uma questão genética do tipo de fibras ou eficiencia neuromotora para cada um, e estar a tentar alterar será bom?

Just my 2 cents (que seja a 75 ou a 90rpm pouco pedalo para mandar bitaites :pP)
 

PenduluM

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A cedencia de pedalada deve ser aquela a que o corpo se sente melhor.

È logico que uma cadencia alta gasta menos energia e aumenta a resistencia a longo prazo, mas as coisas não são tão lineares assim. Cada organismo é unico e à pessoas que conseguem manter altas cadencias continuamente e outras que não, assim como há pessoas que conseguem fazer 4h em baixas cadencias e outras não.

O exemplo do Armstrong é bom para ilustrar tecnicamente o que é uma pedalada eficiente, assim como o Ulrich pode ser bom para exemplificar o que é uma pedalada eficiente. O tipo de pedalada dos dois não podia ser mais antagonico, mas isso não quer dizer que um estivesse certo e o outro errado, ou pensam que o Ulrich não olhava para o Armstrong e não via a cadencia que ele usava? Se as coisas fossem matemáticas bastava o Ulrich aumentar a cadencia e o Armstrong estava tramado!

Cada um tem de conhecer os seus limites e saber onde se sente melhor, se no planeta Ulrich ou no planeta Armstrong!

Por ultimo gostaria de dizer que se cada um de nós estivesse tão errado como estava o Ulrich, Portugal tinha mais vencedores do Tour do que anos em que este se correu. Porque estar a usar um vencedor do Tour como mau exemplo não é um bom caminho!
 

vezinho

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Olá.

Andei a pesquisar na internet e vi, no site da polar (que tenho seguido para me preparar para os 100KM de portalegre, é a 1ª vez que vou fazer esta distância) que devia pedalar com uma cadência de 90 RPM mas nos treinos de intervalo a subir devo pedalar entre 50 e 60 RPM e descansar a 80 RPM. A minha dúvida é se, nas provas ou passeios, devo reduzir a velocidade de cadência nas subidas ou se devo pedalar sempre a 90 RPM.

Já agora! Na zona onde vivo (Alentejo) não há subidas suficientemente grandes para treinar a subir e por isso faço esse treino nos rolos (tacx sirius) para que a 50 – 60 RPM me mantenha na Z3 durante 10 minutos. É eficaz trinar a subir desta forma?
 

NCoutinho

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Se fizeres esses treinos numa fase do ano como o caso do Via Simples, ok. Agora andares sempre a subir a 50-60, não é de todo a maneira mais eficiente.
Pelo que já foi dito, não há uma cadência idela porque isso varia conforme cada pessoa e as fibras de cada um. Agora abaixo das 70rpm em plano acho demasiado baixo, mesmo a subir tirando coisas muito técnicas e curtas é que a cadência pode cair um bocado, mas raramente me vejo a andar abaixo das 70rpm.
Agora quanto ao Ulrich, ele olhou tanto para a cadência que o armstrong usava que mais tarde ainda tentou aumentar a sua, no entanto basta olhar para a físionomia dele, se não tivesse aquela massa enorme nas pernas (com EPO ou sem ela) de certeza que com aquela cadência não desenvolvia uma potência muito grande. Agora o armstrong também era o oposto.

Aquilo que se vê muito atleta a fazer, apenas alguns, trabalham nessa cadência baixa, normalmente numa fase pré-época. A maioria lá de fora trabalhar muito em bicicletas de roda livre a cadência alta, 100-110-120 com dias da semana especificos para trabalhar a cadência. Pelo que me tenho apercebido há quem ache que o subir com cadências pesadas mesmo numa fase de treino não trás vantagens, preferem treinar subida com cadência normal e meter algumas variações ao longo da subida.

Rvintem alteras-te a cadência á quanto tempo? Posso te dizer que um amigo meu teve o mesmo problema que tu e descrevia exctamente a mesma maneira. Hoje faz muito boa cadência e essa sensação desapareceu, demora muito a habituar as pernas a isso.
Quanto ao medir bem, se der basta veres velocidade, se aumentas a cadência mantendo a velocidade, baixando na mudança claro. Mas não me admira o que referes, o te corpo está habituado a uma coisa e não se muda assim facilmente. Mas vai aumentando gradualmente, para os 80, e mais tarde 85.
 
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Erdna

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Eu por exemplo estou habituado a cadencia alta, penso que era cadencia alta...porque faz tempo que não ando...
Se for o caso das fibras deve ser quanto mais fibras lentas maior duração tem de se fazer a pedalada, quanto mais fibras rápidas menos cadencia mas mais força aplicada, penso que deve ser essa a lógica, de resto concordo com tudo o que foi dito ;)


Cumprimentos Lopes
Boas pedaladas...
 
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