A depilação é obrigatória antes dos tórridos encontros com o asfalto
As convenções sociais decretaram a ditadura da depilação à maioria da população feminina, mas cada vez mais essa ‘coisa de mulheres’ está a ser adotada pelos homens. No ciclismo, como noutras altas competições, é obrigatória.
À lâmina, com cera ou outros meios mais tecnológicos, a depilação, uma vez por semana quando se está a correr numa prova, é um ato banal entre o pelotão da Volta a Portugal para facilitar as demoradas e retemperadoras massagens, para os que creem que a ausência de pelos melhora os índices aerodinâmicos do atleta e, sobretudo, para facilitar o tratamento das dolorosas feridas do alcatrão.
«A depilação... das pernas! No fim de cada etapa, somos massajados sensivelmente 45 minutos, uma hora. É uma massagem profunda e acaba por haver a exigência de a pele ser depilada porque criava uma irritação de tal ordem que tornava a massagem pouco eficaz. Daí a obrigatoriedade de sermos depilados», explicou à Lusa Cândido Barbosa, que se retirou esta temporada.
Para o ‘Ciclista do Povo’, a remoção dos pelos “também ajuda, mas ninguém depila os braços ou outras partes do corpo por causa da aerodinâmica, é sobretudo pela massagem, mas também tem essa vantagem”.
«Não, simplesmente, no meu início de carreira, a forma de me reconhecerem como ciclista na praia era por isso mesmo (estar depilado)», comentou, divertido, quando questionado se a prática originava muitas piadas por parte de amigos e familiares.
O médico espanhol da LA-Antarte, José Paz, desvalorizou a crença de que haja maior eficácia aerodinâmica, mas sublinhou as vantagens relativamente às massagens e tratamentos.
«A aerodinâmica não tem muita importância, ainda mais pelas velocidades a que andam. Se andassem a cento e tal quilómetros por hora talvez se pudesse, eventualmente, estudar se teria resultados práticos», afirmou o clínico.
Paz especificou que «tem basicamente duas funções: a primeira é facilitar as massagens que os ciclistas recebem todos os dias, a segunda é facilitar o tratamento de algumas feridas, no caso de terem sofrido uma queda porque uma ferida numa pele com pelo é atreita às infeções».
«É importante, principalmente por causa das quedas, para a cicatrização, que é muito mais rápida, mas também por causa dos óleos e cremes que se usam nas massagens. Para que não haja tanto aquecimento da nossa pele como dos massagistas, é necessário que o atleta faça a depilação», destacou André Cardoso, corredor do Tavira-Prio.
O ‘Cholas’, como é carinhosamente tratado adiantou que «uns preferem a ‘gilete’ porque é mais prático e rápido, outros preferem a cera porque o pelo fica mais fraco e aguenta mais tempo sem necessidade de fazer».
«Há sempre umas piadinhas sobre o facto de fazermos a depilação, mas nós atletas já estamos habituados e cada vez mais já se vê também no futebol e todos o fazem. É necessário para que haja uma higiene mais regrada», concluiu Cardoso.
«A depilação é feita por dois motivos: a aerodinâmica e também por, no caso de uma queda, ser mais higiénico quando procedemos aos curativos», resumiu o massagista do Onda-Boavista, Ruben Couto.
(Por SAPO Desporto c/Lusa )
As convenções sociais decretaram a ditadura da depilação à maioria da população feminina, mas cada vez mais essa ‘coisa de mulheres’ está a ser adotada pelos homens. No ciclismo, como noutras altas competições, é obrigatória.
À lâmina, com cera ou outros meios mais tecnológicos, a depilação, uma vez por semana quando se está a correr numa prova, é um ato banal entre o pelotão da Volta a Portugal para facilitar as demoradas e retemperadoras massagens, para os que creem que a ausência de pelos melhora os índices aerodinâmicos do atleta e, sobretudo, para facilitar o tratamento das dolorosas feridas do alcatrão.
«A depilação... das pernas! No fim de cada etapa, somos massajados sensivelmente 45 minutos, uma hora. É uma massagem profunda e acaba por haver a exigência de a pele ser depilada porque criava uma irritação de tal ordem que tornava a massagem pouco eficaz. Daí a obrigatoriedade de sermos depilados», explicou à Lusa Cândido Barbosa, que se retirou esta temporada.
Para o ‘Ciclista do Povo’, a remoção dos pelos “também ajuda, mas ninguém depila os braços ou outras partes do corpo por causa da aerodinâmica, é sobretudo pela massagem, mas também tem essa vantagem”.
«Não, simplesmente, no meu início de carreira, a forma de me reconhecerem como ciclista na praia era por isso mesmo (estar depilado)», comentou, divertido, quando questionado se a prática originava muitas piadas por parte de amigos e familiares.
O médico espanhol da LA-Antarte, José Paz, desvalorizou a crença de que haja maior eficácia aerodinâmica, mas sublinhou as vantagens relativamente às massagens e tratamentos.
«A aerodinâmica não tem muita importância, ainda mais pelas velocidades a que andam. Se andassem a cento e tal quilómetros por hora talvez se pudesse, eventualmente, estudar se teria resultados práticos», afirmou o clínico.
Paz especificou que «tem basicamente duas funções: a primeira é facilitar as massagens que os ciclistas recebem todos os dias, a segunda é facilitar o tratamento de algumas feridas, no caso de terem sofrido uma queda porque uma ferida numa pele com pelo é atreita às infeções».
«É importante, principalmente por causa das quedas, para a cicatrização, que é muito mais rápida, mas também por causa dos óleos e cremes que se usam nas massagens. Para que não haja tanto aquecimento da nossa pele como dos massagistas, é necessário que o atleta faça a depilação», destacou André Cardoso, corredor do Tavira-Prio.
O ‘Cholas’, como é carinhosamente tratado adiantou que «uns preferem a ‘gilete’ porque é mais prático e rápido, outros preferem a cera porque o pelo fica mais fraco e aguenta mais tempo sem necessidade de fazer».
«Há sempre umas piadinhas sobre o facto de fazermos a depilação, mas nós atletas já estamos habituados e cada vez mais já se vê também no futebol e todos o fazem. É necessário para que haja uma higiene mais regrada», concluiu Cardoso.
«A depilação é feita por dois motivos: a aerodinâmica e também por, no caso de uma queda, ser mais higiénico quando procedemos aos curativos», resumiu o massagista do Onda-Boavista, Ruben Couto.
(Por SAPO Desporto c/Lusa )