Provas de BTT nos Caminhos de Santiago, eu sou contra......e voçes ???

Joseelias

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O que muitos se esquecem é que os Caminhos de Santiago são mantidos e sinalizados por associações que trabalham para os Peregrinos (sejam a pé, a cavalo ou em bicicleta, independentemente se o fazer por motivos religiosos ou outros) e não para empresas que pretendem aproveitar-se das infraestruturas do Caminho para fazerem este tipo de eventos (seja prova desportiva ou "passeio de puro prazer").

Eu entendo que para quem é religioso e trabalha voluntariamente com um objectivo de apoiar, em particular, os peregrinos se sintam usados e até "explorados". Trabalhei voluntariamente e de forma diária durante cerca de 6 anos num projecto desportivo e também não gostaria que alguém andasse a lucrar com o meu trabalho quando eu não recebia nada (nem nunca pedi para receber).

Mas como referi anteriormente porque é que não se movem de igual forma relativamente aos guias turísticos que entram nas igrejas com grupos de turistas, muitas vezes perturbando quem lá está a rezar? Esses guias estão a lucrar de uma forma muito semelhante a este caso.

Ou para todos os negócios que se alimentam à conta desses mesmos peregrinos? Por acaso estes comem de graça, ou apenas ao preço de custo quando entram num restaurante que fica no caminho? Ou pagam um preço com margem de lucro para o estabelecimento? Não estão estas pessoas também a lucrar com os peregrinos, e ainda por cima em algo tão vital como a comida?

É esta disparidade de critérios que me custa a entender. Especialmente se considerar-mos o nível de comentários dos pseudo-cristãos que se lêem naquele e noutros tópicos em que aproveitam todas as oportunidades para espalhar o ódio e não a tolerância, concordância e fraternidade.

Não se lê um único comentário a tentar que os organizadores repensem a sua ideia, ou a integrem de alguma forma no espírito do caminho e das associações que o mantêm. Não, é logo a apedrejar.
 

Jocas22

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Joseelias

mas quem organiza aquilo, e não conhece as pessoas que para lá leva a não ser que lhe depositaram uns euros na conta, responsabiliza-se se 1, 2 ou mais decidirem fazer daquilo uma maratona? desrespeitarem os peregrinos? deixarem os papeis das barras ou as garrafas de agua? contribuem pro manter com parte do dinheiro dando a uma qualquer associacao de peregrinos por exemplo? é que como já disseram se o caminho existe foi feito por pessoas que se dedicaram a ele, não é um qualquer estradão.

São coisas que se calhar deviam ter sido pensadas. Não é que não saibamos que por onde pedalamos, seja parques naturais seja o que for, são frequentes as vezes em que provas ou passeios ou o que for acabam por deixar pra tras muita coisa que não devia ficar... e depois de acontecer responsabilidades? pois é.
 

ORANGE_77

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As excursões organizadas de autocarro seja a santiago seja a fatima são para quê? dar lucro a alguém é sempre assim o caminho de s.tiago esta longe de ser um caminho sagrado. Aliás eu não estou em nenhuma associação e por iniciativa própria eu e um amigo iremos proceder à remarcação do caminho do sentido santiago-fatima (setas azuis) no nosso concelho pois julgamos que esteja mal marcado apesar de não ser dos piores fiz este ano ponte de lima fatima pelas setas azuis sem GPS foi um martírio té ao porto assim assim porto para baixo uma desgraça até que desistimos e foi gramar IC2 até pombal...
 

demorider

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Não sou religioso nem nada que se pareça mas acho este passeio uma má ideia por questões de segurança..

Para quem vive longe dos caminhos de Santiago e está a "leste" do que se passa fiquem a saber que em Agosto e Setembro os peregrinos a pé são as centenas por dia, ora a estas centenas a pé se juntar-mos uma dezenas de bicicletas todas em grupo onde alguns conseguem "transformar" a palavra passeio em competição (sim porque desenganem-se se acham que todos que andam de bicicleta são uns "fixes" porque não são) pode vir a dar em problemas para quem vai a pé porque serão sempre o elo mais fraco..

Se acham tão normal porque é que não organizam um passeio ou la o que quiserem numa pseudo-pista de motocross numa hora em que andem lá umas motinhas a acelarar? Pois é as motinhas pesam 10x mais que as nossas bikes e deslocam-se a uma velocidade muito superior e as coisas podem correr muito mal para as bikes, pois neste caso não é muito diferente, uma bicicleta desloca-se muito mais rápido que uma pessoa a pé, logo em caso de haver problemas quem paga a maior parte a factura é quem vai a pé e leva com uma bike em cima..

Depois também acho uma tremenda graça acharem tudo normal quando é para puxar a brasa a nossa sardinhas mas depois há os tópicos a reclamar das motas, gipes e pessoas que entram nos "nossos" trilhos e ficamos fo****, há também aqueles tópicos sobre as novas regras do código da estrada em que toda a gente quer direitos iguais aos carros mas não quer nenhum dos deveres que os carros têm, reclamamos quando os propriatarios dos terrenos fecham os mesmo e nos impedem a passagem, etc... E isto só para citar alguns..

Se queremos direitos temos de assumir os deveres, se queremos respeito temos de respeitar coisa que muitos de nós não sabe fazer porque acham que por andarem de bicicleta têm direito a tudo e mais alguma coisa mas com 0 (zero) deveres...
 

ORANGE_77

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Demorider já organizei peregrinações a de bicicleta até s tiago éramos cerca de 15 em Junho de 2013 não tivemos qualquer tipo de problema. A questão que levantou das centenas de peregrinos nesta altura é verdade eu uso os caminhos de s. tiago como zona de treino todo o ano, nesta altura e isso depende da cabeça de cada um vou precavido ou seja sei que lá andam peregrinos aliás apenas faço os caminhos no sentido ascendente evitando as descidas onde as velocidades são maiores quando desço e por conhecer bem a zona já vou com os travões accionados.... A questão é seremos todos assim? e porto s.tiago em três dias não é nada de especial não é preciso ir a medias de 20 km/h ou sempre a dar o caminho é fácil.
 

Joseelias

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@ Jocas22 e demorider

Mas a questão da responsabilização sobre quem uma organização leva, seja a pé, de bicicleta ou de autocarro, é igual em praticamente tudo. Os organizadores podem tentar controlar as coisas mas em última análise não têm poder de policia para ameaçar e até restringir as pessoas.

Se uma organização religiosa de peregrinos a pé levar um bêbado que passa os dias alcoolizado o que pode fazer? O caminho é público e ele pode ir o tempo todo a melgar. E o que fazem? Devolvem o dinheiro e proíbem-no de entrar nos albergues? Dorme na rua e no dia a seguir continua a chatear... Isto só para dar um exemplo extremo mas potencialmente (ou até) real.

O mesmo se passa com uma organização de bicicletas. A organização pode tentar controlar o andamento, mas em último caso, como sempre, depende do civismo de cada um. Se dois ou três estúpidos decidirem andar a fazer uma corrida a organização de um passeio de bicicleta tem tanto poder como outra organização. Mesmo religiosa. Estar a colocar essa dúvida sobre uma organização só porque leva especificamente bicicletas parece injusto.

Até digo mais. Pode acontecer não-religiosos portarem-se de forma respeitosa, enquanto religiosos em peregrinação a ir por conta própria sem dar lucro a ninguém portarem-se da forma que estás a dizer. O civismo não é exclusivo de um ou outro grupo.

Daí que eu falava que as associações ligadas ao Caminho ao saberem desta organização, em vez de ficarem escandalizados a apontar dedos acusatórios estando já a reunir pedras "virtuais", poderiam tentar contactar com a organização e conversar com eles e com outras organizações que pretendem fazer esse caminho. Convidem esses eventos a partilhar uma actividade no fim uma etapa que seja. Nem que seja uma pequena conversa sobre o caminho e o seu significado. Essas organizações, melhor que ninguém, conseguirão sensibilizar quem por lá passa da importância religiosa do espaço e incutir o respeito necessário.

Porque a história do lucro para mim não faz sentido. Há dois mil anos que a igreja come fartamente à conta das pessoas, e muita outra gente lucra à conta da igreja (vejam aquela aberração que são as lojas em Fátima), e agora escandalizam-se por causa de um passeio de bicicleta...

@ demorider

No meio ciclistico há quem só queira direitos, mas também há quem respeite os deveres. Quanto aos que só querem direitos tenho a tua opinião. Mas há muita gente que também mostra respeito pelos outros utentes da via, sejam peões, automóveis ou peregrinos.

Neste caso em particular não sabemos se vai ou não acontecer algum problema. De facto, quando as coisas correm bem ninguém fala. Mesmo que corra bem 1000 vezes seguidas. Mas quando correm mal é falado e repetido 1000 vezes. O pior é que quando corre mal se classifica toda a gente como infractores mesmo aqueles que nunca criaram chatices.
 

Jocas22

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se eu for pedalar responsabilizo-me por mim
se organizar um passeio gratis tento dentro das minhas possibilidades responsabilizar-me pelo que puder, se vir alguem a deitar algo pro chão digo algo
se organizar um passeio pago devo responsabilizar-me pelos que levo e pelo que fazem se vamos usar algo que ainda sendo publico foi feito por outros e ainda pra mais de graça pra que todos beneficiem

como já disse tem a ver com o contexto da religião mas não acaba ai. Esquece isso. È um caminho cuidado por muita gente de borla com um sentido, que não é o do "puro prazer" e que uma organização usa pra ganhar dinheiro enfiando lá um monte de pessoal de bicicleta que não conhece não controla nem quer conhecer ou controlar, se forem um monte de malucos que atropelem 2 ou 3 peregrinos porque achavam que pagando podiam andar ali a rasgar a organização obviamente ai vai dizer que não tem nada a ver com isso. aposto o que quiseres. Ou partir tabuletas, deixar lixo ou seja o que for.
Claro que eles tambem podiam faze-lo de modo individual sem pagar nada a ninguem. Mas neste caso da organização paga, a responsabilidade é tambem deles.

como já ai disseram havia um topico sobre o pessoal das bikes abrir trilhos e o pessoal das motas ir pra lá, Aqui ainda temos o pormenor de quem organiza cobrar pelo serviço

Boas pedaladas não comento mais isto. Espero que se divirtam e que corra tudo bem. Um dia quero lá ir mas não nestes termos, estava completamente fora de causa, e como disse sou ateu pelo que a questão religião só me diz algo na medida em que respeito as crenças dos outros mesmo que não me digam nada.
 

demorider

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Orange77 não digo que não seja possível uma grande grupo de bicicletas com um grande grupo de pedestres mas uma coisa é um grupo de amigos que vão na boa e na descontra, outra é um grupo de pessoas que se calhar a maioria nunca se viu na vida onde há sempre "picardias" ou alguem é ultrapasado por alguém que se calhar até tem uma melhor condição fisica e fica fo****.. O resto da história já se sabe..

Joseelias Pelos vistos fizeste voluntariado... Agora pergunto-te o que ias pensar se através do teu voluntariado houvesse alguem de braços cruzados a meter dinheiro ao bolso?

Mas eu já nem falo do lucro fácil ou lucro através do trabalho de outros que a organização terá porque para entrar por esse caminho tinha também de falar do lucro (para não chamar roubo) fácil que os cafés, restaurantes e afins têm com os estrangeiros, ainda a semana passada tive a meter conversa com um grupinho Inglês que estava no café e na zona do porto chegaram a cobrar 5€ por um refrigerante de lata e 3€ por uma garrafinha de agua de 50cl, isto é uma vergonha..

Se o passeio fosse noutra altura do ano não tinha nada contra porque contam-se pelos dedos das mãos as pessoas que passam, agora nesta altura do ano não concordo porque há muitas mais pessoas a fazer os caminhos logo há uma muito maior probabilidade de algo correr mal... Só para comparar, o passeio nesta altura do ano é como ires circular de bicicleta numa estrada em plena hora de ponta onde devido ao alto fluxo de carros a circular torna a circulação de bicicletas muito mais perigosa..
 

Medroso#78

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Boas,

Caro camarada Jocas22 , as câmaras municipais, juntas de freguesia, etc.. etc... quando se lembraram de "abrir" os trilhos de Santiago, foi com intenção de virem a lucrar, e não de ter prejuízo. Ou tem dúvida?! É uma mais valia para as terras onde passam estes trilhos.....

Esta empresa, organizará este (e outros) eventos, arranjarão restaurantes, estadias, prestarão apoio em caso de avaria a quem entender ir com eles.... não vejo mal algum em que se organize este evento. Acredito que quem vá tenha o mínimo de respeito com quem se cruzar.... acredito que não deixarão lixo no chão... pq pensar o contrário?! Creio que quem tenha intenção de fazer estes trilhos seja gente minimamente decente (independentemente da sua religião). Este evento organizado não será o primeiro, nem o último, e os trilhos lá estão, e estarão por muitos e longos anos... podemos estar descansados. ;)

Este ano fui pela 1ª vez a Santiago, (nem de carro lá tinha ido), foi um evento organizado por um clube do qual faço parte (sou sócio, ajudo em tudo que posso), paguei pela dormida, refeições, e gasóleo da carrinha que nos deu apoio (poderão ou não ter tido algum lucro, não sei nem me interessa), o que importa é que não me falto NADA em momento algum. Não choro 1 único cêntimo daquilo que paguei.... não nos faltou nada... só me preocupei em ter a bike afinada, foi um espetaculo. Fui, gostei, quem sabe um dia volto lá apenas com mochila às costas... mas só para que seja uma aventura diferente. Não significa que de mochila às costas vá com mais ou menos fé.
 
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Medroso#78

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Caro camarada demorider , da maneira que fala aí num ponto, deve acreditar que o grupo de bêtêtistas que essa organização irá levar a Santiago, serão só "prós", irão pedalar todos em debandada...... atropelando tudo e todos..... Calma, irão sim, muito naturalmente dividir-se em grupos..... grupos divididos por andamento! Logo stress OFF.

Na minha viagem a Santiago, éramos cerca de 20 mamíferos naturalmente divididos por andamento, stress OFF. Ao cruzarmo-nos com outros e quaisquer peregrinos.... houve sempre um sorriso, uma palavra amiga de ambas as partes. Não nos podemos esquecer, que rumamos TODOS no mesmo sentido.. o objetivo, o destino, será SEMPRE o mesmo... chegar bem à catedral de Santiago. ;)

Não vamos complicar o que é realmente simples.... PLEASE.
 

Joseelias

Well-Known Member
@ Jocas22

Olha que em termos legais, e se as coisas derem para o torto, não sei se teres organizado um evento grátis será visto de forma diferente de algo pago. Isto claro se a organização grátis for a uma escala e com uma estrutura semelhante a um evento pago e tu colocares as pessoas em más situações.

De qualquer forma não estou muito por dentro das responsabilidades que recaem sobre quem organiza uma coisa destas a nível profissional. Mas admito que na maior parte dos casos não possam ser responsabilizados por actos individuais irresponsáveis. Pelo menos desde que se prove que a organização tentou fazer o possível para os evitar. Agora se conduzires as pessoas para zonas perigosas ou em desrespeito por propriedade privada a coisa já está má para o teu lado. Se disseres a um participante para ir devagar e ele andar a 20 ou 30km/h não o podes algemar. No máximo devolves o dinheiro e deixas as coisas dele no chão se forem transportadas numa carrinha a meio do percurso.

Quanto à promoção da coisa usando a expressão "Puro Prazer" já disse anteriormente que ou foram honestos ou parvos, e a meu ver reside aí a maior ofensa ao espírito do local. Não tanto a questão do lucro.

O deixar lixo ou estragar a sinalização, isso pode provir de qualquer pessoa, forma de deslocação, em peregrinação, passeio ou apenas de passagem. Estar a imputar isso automaticamente a uma organização só porque não conhece quem para lá leva não me parece justo. Não sei que regras impõem e informam eles aos participantes. Não é que o caminho de Santiago seja até hoje apenas percorrido por pessoas respeitosas e que se conhecem todas umas às outras e este é o primeiro grupo de forasteiros que por lá se aventura.
 

ORANGE_77

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Este ano quando fui a fatima ficamos a segunda noite nos bombeiros de pombal por cortesia dos mesmos o nosso motorista tinha lá um bombeiro amigo que gentilmente falou com o comandante e nos deu premissa para um banho e pernoitar por lá claro que ao fim deixamos o nosso contributo, contudo perguntei lá aos bombeiros porque não ficavam lá peregrinos a resposta foi simples estão proibidos pois já tivemos más experiências, torneiras partidas chuveiros rebentados etc etc.
Teoricamente quem vai a fatima vai com fé é catolizo tudo mais mas no meio disto tudo há sempre alguém que arma alguma coisa, muitas vezes coisas que ninguém à partida iria prever .

se dissessem que um grupo de peregrinos a caminho de fatima provocou estragos a resposta seria impossível.
 

demorider

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Caro camarada demorider , da maneira que fala aí num ponto, deve acreditar que o grupo de bêtêtistas que essa organização irá levar a Santiago, serão só "prós", irão pedalar todos em debandada...... atropelando tudo e todos..... Calma, irão sim, muito naturalmente dividir-se em grupos..... grupos divididos por andamento! Logo stress OFF.

Caro camarada Medroso#78 se ler o meu post anterior a esse vai reparar que eu não me referi a todos, disse sim que há sempre algum chico esperto lá no meio que passeio ou competição para ele é o mesmo..

Joseelias a organização uma vez que se trata de um passeio pago tem sempre de ser responsável pelos danos causados quanto mais não seja com um seguro para os participantes.. Uma vez que é um passeio pago as leis não são muito diferentes de uma prova onde a inscrição inclui um seguro e os menores de idade têm de ter um termo de responsabilidade assinado pelos pais para que em caso de qualquer acidente a organização não seja responsabilizada.. Não tem qualquer cabimento organizar-mos algo e depois não sermos responsabilizados pelos prejuizos que o evento causou..
 

Joseelias

Well-Known Member
Joseelias Pelos vistos fizeste voluntariado... Agora pergunto-te o que ias pensar se através do teu voluntariado houvesse alguem de braços cruzados a meter dinheiro ao bolso?

No meu caso pessoal posso dizer-te que não gostaria que alguém andasse a lucrar com base no meu trabalho voluntário. E o lucrar nem precisava de ser em dinheiro. Se alguém me roubasse atletas depois dos meses que investia em cada um e depois conquistasse os campeonatos acredita que ia ficar lixado com F grande... Mas o meu trabalho voluntário acabava por ter características diferentes do Caminho de Santiago. É uma coisa mais terrena se assim quisermos.

Neste caso especifico do Caminho penso que o lucro que as organizações devem de tentar obter é o expandir a sua fé. Tentar aproveitar esta popularização do percurso para de alguma forma tentar chegar a quem o faz mesmo que apenas pelo desafio (aliás especialmente a estes), e de alguma forma evangelizar. Se as pessoas que o começaram a fazer apenas pela aventura, o acabarem com um maior respeito pelo que o caminho significa e simboliza porque contactaram com quem o vive e não apenas pelo que os guias debitam automaticamente ao chegar a um local, já é um bom "lucro" para as pessoas que trabalham nele.

E é por isto que eu tenho vindo a comentar que quem trabalha no Caminho podia tentar chegar a estas organizações e colaborar de alguma forma com elas e participar num momento do percurso. Do ponto de vista religioso porque é disto que se trata, acho que é mais importante chegar a quem lá vai sem noção do que aquilo representa, que aqueles que sabem o que é o caminho e partilham da mesma visão.

Do meu ponto de vista estarem a reduzir tudo isto a questão monetária, quando o caminho se trata de um percurso espiritual é redutor para o próprio caminho e diria mesmo um pouco mesquinho.

E digo isto sendo ateu/agnóstico e não tendo simpatia alguma pela igreja enquanto instituição. Terei por algumas pessoas ligadas à igreja e apenas isso. Mas com base do que sei do cristianismo e da mensagem que a igreja tenta passar não me parece estar errado. Digo eu...

A questão da altura do ano escolhida penso ser muito válida. E quanto ao que acontece com os turistas acho abominável.
 

Joseelias

Well-Known Member
Joseelias a organização uma vez que se trata de um passeio pago tem sempre de ser responsável pelos danos causados quanto mais não seja com um seguro para os participantes.. (...) Não tem qualquer cabimento organizar-mos algo e depois não sermos responsabilizados pelos prejuizos que o evento causou..

Há casos diferentes. Imagina que organizas um passeio com 500 pessoas e pela quantidade de gente que passa numa rua os canteiros e vasos nas janelas das pessoas ficam todos partidos. Aí a organização tem que se responsabilizar pois foi uma caso de má organização.

Mas se num passeio de dimensão semelhante houver um tipo que se passa da marmita, saca de num martelo e desata a partir os vidros dos carros não podes culpar a organização pois isso decorreu de um acto individual e não de uma consequência da organização. É isto que eu quero dizer.

E ambos os exemplos funcionam seja um passeio pago ou gratuito.

Neste caso particular, se um Bttista desatar a andar a alta velocidade e provocar um acidente, apesar de no folheto informativo e na reunião antes da partida ter sido informado, e depois avisado do comportamento que estava a ter, não sei até que ponto se pode culpar a organização. Esta até pode ter que accionar o seguro para resolver logo o problema da parte lesada, mas depois pode vir a exigir ser ressarcida por quem provocou o problema. Isto é, no final de tudo resolvido a organização pode não ser de facto responsável. Penso que as coisas funcionarão assim pois parece-me lógico.
 

demorider

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Quando me referi a organização ser sempre responsável era no sentido de ser responsável por danos provocados involuntariamente como é o caso por exemplo de uma queda em que tanto se pode magoar o ciclista como pode magoar alguem..

No caso de algum dos participantes causar danos propositados não sei como se resolvem as coisas mas neste caso concordo que a organização não seja responsavel mas por outro lado seria quase impossível de responsabilizar esse indivíduo por como se sabe pode até haver centenas de pessoa a ver que no fim ninguém sabe de nada nem ninguém viu nada por isso acho que as organizações deviam ter (não sei se têm ou não) um seguro de prova/passeio que cobrisse qualquer dano causado por quem participa.. Mas acredito que apesar de haver gente capaz de tudo e mais alguma coisa ninguém iria para uma prova/passeio com o intuito ir provocar desacatos..
 

edumad

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Uma prova nos caminhos de santiago seria uma completa tolice, mas não é disso que se trata por isso o titulo é enganador.

Existem vários operadores de tours que organizam eventos desportivos em btt ou caminhadas, também muitos o fazem tendo como objectivo ou envolvência um aspecto religioso, não vejo mal nenhum nisso.

Este tipo de organização não fazer melhor nem pior do que os imensos grupos de bttistas que se fazem ao caminho. Alguns são suportados outros fazem-no em autonomia. Alguns vão sozinhos, em pequeno grupo ou até autêntico pelotão.

Cada um têm a sua preferência, eu apenas fiz o Caminho nas calmas, em autonomia e no máximo com mais dois amigos. Sempre que possivel dormi em albergues e sempre que oportuno convivi com os outros peregrinos.

O importante é lembrar que os Caminhos são frequentados por outras pessoas o ano inteiro, é preciso ter cuidado com os habitantes locais, o restante tráfego e peregrinos. O pessoal que faz o Caminho em duas rodas tem péssima reputação entre os peregrinos por tratar de forma leviana os cuidados a ter enquanto circula.
 

bl4

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Hoje enquanto caminhava por um dos troços do caminho de Santiago na zona da estela (Póvoa de Varzim), passou por mim um grande pelotão de BTT que ia a fazer o caminho de Santiago certamente com o apoio de uma organização pois iam sem o material necessário para uma aventura em autonomia. Se isso me fez alguma confusão? Não, encostei-me para eles passarem, alguns cumprimentaram-me e todos seguiram o seu caminho.

A meu ver cada um faz o caminho da maneira que quer e/ou que consegue (eu já o fiz em autonomia com mais 3 colegas e gostei da experiência), agora todos devem respeitar os restante peregrinos do caminho, na experiência que tive sei que as vezes não é facil, estar num trilho mais estreito ter pessoas a fazer o caminho a pe a nossa frente e não consegui-mos passar por elas, só nos resta ir devagar atrás delas, ou pedir se nos deixam passar, no entanto nem toda a gente faz isso e numa dessas vezes já assisti a pessoas que estavam a fazer o caminho com apoio (e por isso vão mais leves) passar por nós, pelas pessoas a pe, quase a baterem e seguir para a frente como se nada fosse.

Quanto às organizações que lucram com estes passeios organizados pelos caminhos de Santiago, julgo que deviam ajudar na manutenção dos mesmo, pois se o usam para lucrarem não lhes custava nada ajudar na sua manutenção, só lhes ficava bem.
 
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