Mais uma aventura, mas uma volta.

noody_here

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Boas


Na sequência da minha anterior aventura a solo, que na altura estava mais ou menos pensada para ir de Troia a Sagres e que acabou por se tornar no Troia - Santiago do Cacém, e depois das "acusações" dos meus colegas de trabalho que o uníco Sagres que tinha existido era a jola Sagres que eu tinha bebido com a bifana, começei a aliciar um dos meus colegas, que é um regular praticante de BTT e tb gosta de participar em provas e aventuras.

Quando começamos a planear a coisa, acabamos por decidir que o Troia - Sagres era muito "fácil" e assim começamos a planear o respectivamente, Almada - Lavradio - Sagres.
Começamos por decidir que era para fazer nas calmas, apreciar e gozar um fim de semana prelongado em 2 rodas; Ficou alinhado 3 etapas, das respetivas casas até Porto Côvo, no 2º dia até Aljezur e no 3º dia, Domingo, aquela que o meu companheiro Nuno apelidou da "etapa do champanhe" até Sagres.
O regresso ficou alinhado com as respectivas Marias de irem ter a Aljezur e depois no Domingo irem "pescar" o que tivesse sobrado de nós a Sagres.


E assim, na já distante manhã de dia 9 de Maio, Sexta-Feira, saí de casa no Barreiro, mochila no suporte de bagagens, camelback ás costas, toca a montar na minha super bike de supermercado, a Rockrider 6.2 e avançar até Coina para me encontrar com o Nuno; 08:02 aí estava ele a chegar a cavalo da sua Radon Black Sin, 2 dedos de conversa e toca a avançar até Setúbal para apanhar o barco.


Rápidamente se apanhou o ritmo e cerca das 09:15 já estavamos a comprar os bilhetes; toca a embarcar, viagem rápida, vista de olhos nas bikes para ver se estava tudo ok, e cerca das 10:00 já se rolava pela península de Troia fora; na Comporta viramos para os arrozais toca a pedalar, o tempo estava porreiro, sem muito calor,
vento fraco, belo sol, todos os ingredientes para uma boa aventura em duas rodas; paramos para uma necessidade e uma trincadela numas bolaças, atestar de água e toca a seguir.


Paragem no Carvalhal, para um cafézinho, um docinho e um cigarrinho para rematar, toca a montar e toca a seguir caminho, sempre a rolar a bom ritmo, passamos rápidamente Pinheiro da Cruz, Melides e acabamos por parar no Restaurante onde eu da outra vez tinha degustado a bela da bifana; toca a parar cerca das 12:40, para encher a barriguinha, que de pança vazia o pedal fica pesado.
Optamos por seguir esta parte por estrada, pois esta ia ser a etapa mais comprida e quer eu quer o meu companheiro, nunca tinhamos passados dos 3 dígitos numa volta, e esta ainda ia passar um bom bocado disso, daí optarmos por poupar as forças e não estragarmos o passeio com uma desistência forçada.


Acabamos de comer, toca a montar, e dali a pouco já rolávamos naquela "antipática" via rápida até Sines, cuja monotonia era quebrada pela conversa que ajudou bastante a passar aqueles kms; nesta altura, já se começava a notar que ambos estávamos a ficar um pouco cansados, já fomos andando, parando de vez em quando uns breves minutos, para "retirar" o selim dos respectivos rabos,e lá avistamos São Torpes onde paramos para mais um atestanço de água, umas fotos e preparar os últimos kms.


Como já tinha acontecido comigo, o rolar junto ao mar, nessa bela paisagem, permitiu recuperar mais umas forças e dali a mais um bocado já estávamos a entrar em Porto Côvo; fomos até ao centro "botar a nossa bandeirinha", e log se decidiu que para comemorar aquele feito de ambos, precisávamos de um belo petisco e umas valentes canecas; muito mais animados e "destruídos" lá fomos até ao nosso alojamento, onde o merecido banho, refeição e reparador sono nos esperavam.


Resumindo, saída de casa cerca das 07:30, chegada cerca das 16:00 a Porto Côvo, média de 21 Kms/hora e 130 kms nas pernas, foi o nosso registo, pela minha parte ficou pela primeira vez uma volta desta quilometragem, sem problemas a rolar bem, cansado mas muito satisfeito.



























No 2º dia, toca a levantar por volta das 07:30, o belo do duche, fazer o Check-out e ir até á vila tomar o pequeno almoço; acabado este, comprar água, abastecer bidons e camelback e avançamos em direcção ao porto, passamos o ribeiro que levava água para molhar os pneus e toca a atacar a 1ª subida digna desse nome;
Foi aqui que me apercebi que o peso da mochila no suporte que eu trazia atrás me ia trazer sérios problemas fora de estrada; aquilo mudou completamente o equilíbrio da bike e quase fiz um cavalo a subir aquela rampa.
Chegado ao cimo estive a recuperar o fôlego, e afinar o amortecedor traseiro, assim como a suspensão frontal para tentar minimizar os efeitos indesejáveis; verifiquei tb que em areia o meu equilíbrio tb ficava um pouco instável, tendo que ter muita atenção e cuidado para não ir ao chão.

Tínhamos decidido que ao contrário da 1ª etapa que seria essencialmente por estrada, este 2º dia seria o mais possível junto ao mar e lá fomos nós estradão fora, até que ao fim de uns 5 kms á frente apanhou-se um troço de areia que não se avistava o fim e lá viramos mais para o interior; fizemos por estrada o que faltava até Milfontes, paragem para abastecer de água e descansar um pouco, e seguimos novamente até Almograve.
Paramos para um bolinho e um sumo, descansar e fomos novamente de encontro ao mar; apanhamos o estradão de terra batida e ao fim de uns 3 kms.......Surpresa.....o caminho acabava. O trilho avistava-se mais ao longe, mas impossível de percorrer de bike; recorremos a um "nativo" local para informações que nos disse que tínhamos de ir para trás, pois aquele caminho quase nem para uma pessoa, quanto mais acompanhado por uma bicicleta, bolas.........Toca a voltar para trás e apanhar a estrada até ao Cabo Sardão.

Fomos até ao farol, e aí apanhamos de novo os trilhos, soberbo, bom piso, algumas armadilhas, aquele vasto mar ali sempre ao lado, agora sim estava a valer todo o esforço; fomos sempre seguindo até que já quase á beirinha da Zambujeira do mar o caminho acabou-se e o que havia era de novo aquele trilho pedestre, que não dava hipotse de passar com as bikes, foi um balde de água fria, a estrada ali abaixo de nós e sem hipotse de lá chegar.
Lá demos meia volta, mais uns quantos kms, apanhar a estrada e cerca das 13:00 já estávamos sentado num café a degustar uma bela bifana soberbamente servido pelo simpático proprietário.


Aqui o meu companheiro Nuno, com um ar apreensivo perguntou se eu estava interessado em ouvir más notícias, é que segundo ele ainda faltavam cerca de 38 kms para Aljezur, ao contrário do que ele anteriormente tinha dito que seriam cerca de 10, 15 kms no máximo 20.............
Eu pelas minhas contas já sabia que não podia ser tão pouco, mas ele é que tinha a "responsabilidade" pela navegação.


Ele aqui estava um bocado desanimado e tb cansado pois era a primeira vez que fazia duas tiradas de bike sem um intervalo de descanso e começava a ficar segunda as suas palavras, e passo a citar " estou todo Fdx e todo arrebentado".
Aqui fica tb a nota que eu na minha aventura anterior só tinha comigo prints do percurso e um mapa das estradas, ao passo que ele, adepto das novas tecnologias, estava munido de GPS com tracks gravados e do seu "Tamagoshi Garmin, que emitida ruídos por tudo e por nada, "mais 10 kms, já fez 30 kms, faltam 50 kms, etc, etc"


Bem, ou ficavamos a chorar sobre o assunto ou então fazia-mos o que tinhamos ido ali fazer, e assim sendo toca a montar e pedalar; fomos apanhar a estrada nacional, e uns poucos kms á frente, apanhamos um atalho que nos levou mais uns quantos kms, ao lado de um canal de irrigação; passado mais uns quantos kms, o asfasto acabou-se e ao entrar em terra batida........Tchanammm, á nossa frente estava uma parede em forma de subida para trepar.
A reacção foi tal, que desatamos a rir e toca a desmontar e trepar aquilo. lá fomos andando até que voltamos de novo a cruzar a estrada nacional, toca a apanhar ritmo e lá fomos nós.

A cerca de 5 kms de Aljezur, paramos para descansar e o Nuno consultar o seu "arsenal" tecnológico e aí vem a 2ª surpresa do dia: Afinal o alojamento onde íamos ficar não era bem em Aljezur, e afinal ainda ficavam cerca de 14 kms............
Aqui já estava eu a começar a ficar um bocado cansado, mas era preciso seguir, passamos Aljezur e uns kms á frente, lá viramos para Vale da Telha onde ficava o nosso local de pernoita e............á nossa frente estava mais uma subida como eu nunca tinha sequer pensado em fazer e que me levou a dizer "Ò Nuno, desmontamos já, ou mais daqui a pouco??????"
Como ninguem gosta de dar parte de fraco, toca a tentar subir montado, mas aquilo era demais para pernas já cansadas, quase nem consegui ter força para tirar os pés dos pedais e foi por um triz que não fui ao chão, o que devido á inclinação da subida, o mais certo era ter rebolado por ai abaixo em conjunto com a bike; mais uns goles de água, toca a montar, aquilo suavizou um pouco e lá fomos nós por cerca de uns 5 kms sempre a subir e bem.
E fazendo das fraquezas forças, lá acabamos por chegar ao nosso merecido descanso, dali a pouco as Nossas Marias lá chegaram para apanhar os bocados e lá fomos tomar um belo banho, ver o Porto - Benfica e ir jantar a um magnifico local de seu nome "Tasca do Petrol" na serra de Monchique......mas desta vez.......de carro.
Resumo deste dia, uma média mais baixa, arrancar cerca das 08:30, com chegada cerca das 17:00 e 97 kms nas pernas.
































3º dia, acordo por volta das 07:00, a ouvir uns sons estranhos, visto-me e venho cá fora er e depáro-me com uma grande ventania; bem toca mas é a tomar o pequeno almoço e preparar as coisas para partir.
Arrancamos cerca das 09:00, decidimos ir tudo por estrada, para poupar as forças e tentar cumprir a nossa "missão"; fizemos a tal subida do dia anterior, agora no sentido agradável (aquilo até a descer é um perigo), apanhou-se a nacional e pimba, mais subidas, mais uns quantas descidas e ao fim de um bocado estávamos na Carrapateira.
Aqui mais uma vez, o meu companheiro e a sua tecnologia de ponta, acabou por nos lançar serra acima, numa subida interminável onde mais uma vez as nossas pernas foram a testes.........mas aguentaram; fomos sobrevivendo, e lá chegamos a Vila do Bispo.

Paragem para um bolinho e sumo, cigarrada, "haaaaa, já quase sinto Sagres", voltamos á nacional e aqui fizemos se calhar os 8 kms mais rápidos desta aventura; o vento estava a nosso favor e deu um belo empurrão e em menos de 15 minutos estávamos a passar a placa da localidade de Sagres e dali a pouco a parar na fortaleza.


Estava assim cumprida a nossa volta, apesar de não ter corrido tal como planeamos, foi para mim mais uma bela e libertadora aventura, desta vez em muito boa companhia, tempo agradável, todos os ingredientes para mais uma daquelas memórias que nos vão ficar para a posteridade. Para além deste palavriado, deixo tb aqui umas fotos, ( agora como as selfies está na moda, já não preciso de tirar fotos só das paisagens e da bike, já posso aparecer de fronha nas fotos e ser ao mesmo tempo cool, :D)


Entretanto lá chegou a nossa "assistencia em viagem", toca a meter as bikes no carro e ir almoçar e depois amounchar no banco de trás e bater uma bela sorna de regresso a casa.


Ficamos neste dia com 50 kms percorridos, saída cerca das 09:00 e chegada perto das 12:00.


Agora só me ocorre uma questão: "Onde e quando a próxima aventura deste género".......Até breve...????????





 

ferreiras

Member
Excelente crónica! Mas queríamos mais fotos...

Também irei fazer a Vicentina no mês de Junho, mas vamos por Santiago do Cacém.

Reparei que pararam em tascos "agradáveis". Dá para disponibilizar os nomes?
 

L miguel

Member
Muito bom, já tinha acompanhado a outra viagem, e claro esta deixa nos cheios de vontade de arrancar já de ferrie:D
 

noody_here

New Member
Obrigado pelos Vossos comentários; em resposta á pergunta o primeiro repasto das fotos foi no centro de Porto Côvo e o jantar de sábado onde fotografei a ementa, é a tasca do Petrol, entalado na serra de Monchique, saindo a partir de Aljezur, vale a pena, petiscos de primeira.
 

maddog

Member
Muito bom relato!!

Algo que também anda nos meus objectivos, e tal como voces tentar fazer o maximo de terra possivel e tambem as 2noites 3 dias.....

está em fase de estudo ainda ;)
 

Pedro Barradas

Super Moderador
Lolol.... Muito bom!!!
Tem de aprimorar esses road-books e tracks. Nestas andanças o engano paga-se caro. (com o corpito). A subida para o Vale da Telha, é sempre um must num final de etapa!!! lololll... (é mais "fácil" e interessante entrar na vila e subir por trás do castelo)
A tasca do petrol...que foram fazer em direcção a Marmelete...!?!então não iam para Sagres!! (malandros, foram à tasca de carro com as vossas "Marias", certo?!)
 
:bompost:
Só agora li esta vossa aventura
O relato com humor e bem descritivo das peripécias e da...gastronomia, deixou-me um sorriso nos lábios.
na minha ótica, é acima de tudo p´ra isto que serve uma bicicleta; sair à aventura e à descoberta.
Gostei.;)
 

miguelm3

New Member
Muito bom, pois ao ler esta cronica trás me alguma nostalgia quando eu em 2013 sai de bicla da minha terrinha (vila nova de Famalicão) e fui ate sagres foram 700km de puro prazer
obrigada aos 2 por partilhar a vossa aventura e me fazer recordar...;););)
 
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